Fanfics Brasil - CAPÍTULO 23 - PERDÓN La Tekila - Proibida Pra Mim

Fanfic: La Tekila - Proibida Pra Mim | Tema: Pareja Tekila


Capítulo: CAPÍTULO 23 - PERDÓN

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Segundo uma tradição, os homens não devem chorar, não devem demonstrar fraqueza e muito menos sofrer por amor, essa tradição que funciona muito bem... na teoria. Porque os homens choram e sofrem igualmente as mulheres, só que alguns homens são incapazes de dizer o que pensam ou sentem, dificilmente admitem o quanto estão sofrendo por amor, o quanto eles ficam destroçados quando acaba uma relação, tanto ou mais que as mulheres, a diferença é que as mulheres expõem abertamente todo o seu sofrimento, parece até que o mundo precisa saber que elas estão naquela fase de mulher abandonada, sofrendo por amor, isso é tão comum que não assusta, mas você ver um homem, mesmo que ele não tenha sido abandonado, sofrendo por amor, isso é algo que chocam algumas pessoas, ver um homem que é considerado viril, o macho, sofrendo por amor, é quase como dizer que ele tem um toque feminino. E por causa disso, alguns homens quando sofrem por amor, fazem duas coisas, vão para um lugar onde possam ficar sozinhos e se escondem nas bebidas, onde ninguém possa vê-los em uma situação tão complexa.


O que quero dizer é que o nosso cubano está entre esses homens que se escondem do mundo para poder chorar as suas dores e se afogar no álcool sem que ninguém o veja.


Só não sei se ele escolheu o local certo para isso.


 Quem entrasse na casa, a casa que era dele e da Victoria, era. Ia pensar que algum furacão havia passado por ali, era de assustar a aparência da casa por dentro, tudo estava completamente quebrado, vidros por todos os lados, até madeiras das cadeiras e a mesa, estavam quebrados, ainda estou aqui pensando em como César conseguiu destruir completamente essa casa, que era tão linda, pequena, a casa lembrava muito a Victoria, acho que foi esse o motivo, antes a casa tinha muito dele, mas naquele momento cada lugar ali lembrava ela, Victoria deixou a sua marca por toda aquela casa, até o cheiro dela ainda estava ali.


César tinha ido para lá com a intenção de esquecer tudo, principalmente do que ele tinha acabado de fazer com a Victoria, a imagem dela de joelhos, chorando e implorando que ele ficasse com ela, não saía da cabeça dele. César estava odiando e amaldiçoando o mundo e o universo por isso, mas não havia ninguém naquele mundo que ele estivesse odiando mais que... ele mesmo.


Infelizmente ele descontou toda a sua fúria na nossa casinha tekila, ainda penso que ele poderia ter descontado na querida esposa dele, mas como não estou aqui para dar minha opinião e sim contar a história, vamos prosseguir.


Após não ter mais forças para quebrar nada, ainda bem, César chorou suas mágoas da maneira mais comum, bebendo. Ele estava deitado no sofá, acho que a única coisa inteira na sala, já tinha tomado uma garrafa inteira de whisky, estava na segunda, como também já tinha ouvido um cd interio do Vicente Fernandez, cantou todas as musicas, chorando e quase gritando, e ele chorou como nunca tinha chorado em toda sua vida.


Yo tengo que decirte la verdad 
aunque me duela el alma 
no quiero que despues me juzges mal 
por pretender callarla 
yo se que es imposible nuestro amor 
por que el destino manda 
y tu sabras un dia perdonar esta 
verdad amarga....


 César com muita dificuldade se levantou e cambaleando chegou até o som, onde aumentou todo o volume e começou a cantar a musica que estava tocando, Verdad Amarga do Pablo Milanés.


 — Te juro por los dos que me cuesta la vida que sangrara la herida por una eternidad. — César cantou entre lágrimas. — Talvez mañana puedas comprender que siempre fue sincero tal vez por alguien llegues a saber que todavía te quiero.


Quando ele terminou de cantar, jogou a garrafa de whisky que estava na sua mão, contra a parede.


**********


Victoria se encontrava muito longe, em um lugar frio e escuro, e não tinha nenhum desejo e nem força para voltar. Não sabia onde estava, mas não queria voltar. Ali ela se sentia segura, tranquila, ninguém poderia fazer mal a ela. Ela tinha medo de abrir os olhos, sabia que se despertava ela teria que enfrentar algo... algo que ela não queria recordar. Esse algo causava a ela terror, dor e se acordava tudo isso estaria esperando por ela.


Ela sentia uma mão gelada segurando a dela.


“Se posso sentir é porque estou viva.”


Logico que ela estava viva e sentindo também, tanto que sentia como se tivesse passado um caminhão por cima dela, cada célula do seu corpo doía. Quando abriu os olhos viu uma luz branca tão forte que a obrigou fechar os olhos de novo, só voltou a abrir quando ouviu a voz da sua irmã menor.


— Oi. — Sussurrou Gaby.


Victoria respirava com dificuldade, a dor que sentia no corpo ou na alma era imensa, tentava falar, mas as palavras não conseguiam sair.


— Fique calma. — Gaby disse ao ver o desespero no olhar dela. — Você está no hospital, eu cheguei a sua casa e te encontrei desacordada no chão.


Victoria escutou a sua irmã e começou a lembrar de tudo que aconteceu, o César terminando com ela e indo embora. Ela começou a sentir toda a angustia de novo.


— Ele foi embora. — Victoria falou em um tom tão baixo que quase Gaby não conseguiu entender.


— Quem foi embora?


— Ele... — Disse Victoria, olhando com dor.


— César?


Victoria apenas fez um sinal com a cabeça confirmando e tentou conter as lágrimas.


 Gaby sentou na cama ao lado dela e a abraçou.


— Não chore.


— Ele me deixou. — Victoria parecia tensa. — O que vou fazer sem ele?


— Vamos dar um jeito. Tudo vai ficar bem. — Gaby beijou a testa dela.


— Ele terminou e nem sabe que vou ter um filho dele. O que vou fazer grávida e sem o pai do meu filho? — Victoria disse com a voz tremula e Gaby tomou a mão dela, estava tremendo.


— Não pense nisso agora.


— E o meu bebê? Tudo bem com ele? — Victoria perguntou olhando para a Gaby, que ficou calada. — Eu não o perdoaria se acontecesse algo com o bebê, ele não vai ter pai, mas vai ter a mim e será perfeito.


— Sim, mana, tudo será perfeito. — Gaby a abraçou forte.


— E você não me respondeu.


— O que?


— Como está o meu filho?


— Estar bem, está com a Marcela. — Gaby tentou fugir da pergunta da Victoria.


— Fico tranquila que ele esteja bem, mas eu estava perguntando sobre o bebê que espero.


— Vicky... — Victoria ficou esperando a resposta, mas Gaby ficou calada.


— Fala logo, Gaby.


— Eu encontrei você jogada no chão. — Gaby fez uma pausa. — Tinha sangue no chão.


— Eu me cortei? — Victoria perguntou com uma voz angustiada.


— Eu também achei que você tinha se cortado, mas eu vi que não. — Gaby começou a chorar. O medo e o pânico a invadiram o coração da Victoria, como se já soubesse o que sua irmã ia dizer. — Vicky, juro que os médicos fizeram todo o possível, mas quando chegou aqui você já tinha sofrido um aborto.


 Victoria não falou nada, apenas se fundou em lágrimas. Gaby não deixou de abraça-la, queria dizer qualquer coisa que aliviasse a dor que a Victoria estava sentindo, mas ela não sabia o que dizer e nem o que fazer para ajudar sua irmã.


O choro da Victoria não foi interrompido nem com a chegada do médico, que ao ver o estado dela achou melhor não se aproximar, ele começou a conversar, mas a voz dele parecia tão longe que Victoria não escutou nada do que ele disse.


Depois que o médico saiu, Gaby continuou reconfortando-a, abraçando-a e por fim sentiu que ela relaxava. Gaby acariciou as costas da irmã, muitas vezes ela esquecia o quanto vulnerável Victoria era e precisava de proteção.


— Descanse, mana, eu estarei aqui com você. — Gaby acariciava os cabelos dela. — Quando você despertar de novo, verá as coisas de outra maneira.


Victoria apenas chorou em silêncio durante vários minutos e adormeceu nos braços da irmã.


Victoria dormindo encolhida naquela cama de hospital, parecia pequena, frágil e vulnerável, uma Victoria que ninguém conhecia e talvez ninguém nunca conhecerá, pois assim era ela, sempre mostrando ser ao contrario daquilo, sempre tentando ser mais forte que tudo. Mas nem sempre ela podia ser manter de pé e naquele momento ela não conseguia ser a Victoria que se mostrava para todos. Ela estava precisando ser cuidada, protegida, até contra ela mesma se possível.


**********


Após horas dormindo, Victoria acordou, quando abriu os olhos observou pela janela que o céu se clareava, o que ela supôs que estava amanhecendo, ela viu sua irmã dormindo no sofá. Victoria virou para o outro lado, abraçou o travesseiro, começou a pensar na sua vida e em tudo que tinha acontecido.


César tinha abandonado ela, perdeu o filho, tudo por culpa dele, ela se humilhou para ele e não teve a mínima piedade dela.


“Nunca mais vou me humilhar assim para ninguém. Jamais vou voltar a implorar nada para ninguém.”


Victoria estranhou não ter nem se quer uma lágrima nos seus olhos, talvez uma pessoa tivesse um limite para chorar na vida e ela já tivesse ultrapassado todo ele, só isso a justificaria naquele momento não está sentindo a mínima vontade de chorar.


“Não vou mais chorar por homem nenhum, preciso deixar de ser besta para eles. Sou sempre a pisada, humilhada, a abandonada, a que ama mais, se entrega mais. Chega! Não vou mais me permitir ser usada por ninguém, não vou mais ficar no chão por nenhum homem, muito menos pelo César. Esse é o ultimo homem no mundo que merece as minhas lágrimas, nunca mais ele irá me ver sofrendo por ele. Se eu não importo para ele, ele muito menos vai importar para mim.”


“Tudo o que aconteceu entre César e eu vai ficar esquecido como se nada tivesse acontecido, ele fez a escolha dele e eu estou tendo a oportunidade de seguir a minha vida sem nenhuma lembrança dele. Vou recomeçar a minha vida do jeito certo. Ninguém jamais precisará saber desse erro que eu cometi, sim, César é só isso, um erro, e não vou voltar a repetir jamais. Pretendo ser uma mulher digna e respeitada por todos. Todos verão que eu sou capaz de construir uma família e ser feliz. Já superei tantas coisas na minha vida e essa será mais uma, não vou deixar ninguém me ver derrubada novamente. Não mais! ”


— Você acordou e não me chamou. — Disse Gaby.


Victoria virou e olhou para ela sentada no sofá.


— Acabei de acordar, estava pensando no que farei da minha vida.


— E o que você decidiu? — Gaby se aproximou da cama. — Apesar de achar que ainda é muito cedo para você tomar alguma decisão.


— Não é cedo. Quero mudanças na minha vida e tenho que começar agora. — Ela declarou com firmeza.


— E eu poderei te ajudar nessas mudanças? Se você quiser podemos morar em qualquer lugar da Europa. — Só Gaby para fazer ironias até nesses momentos.


— Gaby!


— Perdão. — Gaby encolheu os ombros. — É que eu acho muito precipitado você decidir alguma coisa, ainda está muito... — Victoria a interrompeu.


— Eu estou bem, Gaby! E sou capaz de tomar qualquer decisão. — Ela disse, irritada.


Gaby suspirou, sabia que ela teria que ter mais paciência do que nunca com a sua irmã. — Me diz o que você decidiu.


— Primeiro, eu não quero que jamais ninguém saiba que eu fiquei algum dia grávida e perdi, muito menos que esse filho era do César.


— Por mim nunca ninguém jamais saberá.


— O que você disse para as pessoas?


— Nada! Não falei com ninguém, pedi para a Marcela que ficasse com o Edu por uns dias, que nós duas tínhamos que resolver algumas coisas, mas não expliquei nada.


— Melhor, jamais quero que alguém saiba.


— Vicky, o pessoal do hospital, alguém pode falar.


— Não! Eles vão ter que manter sigilo e esquecer isso, nem que eu tenha que falar com o dono desse hospital, mas nunca ninguém vai dizer nada. — Victoria alterou o tom da voz.


— Tudo bem, fica calma.


— Eu estou calma!


— Acredito. — Victoria olhou duramente para sua irmã, que se afastou dela.  — Você poderia me responder uma pergunta? — Perguntou Gaby.


— Sim.


— Por que ele terminou contigo? — Perguntou com ansiedade.


Houve um largo e incomodo silêncio, até Victoria responder.


— Sinceramente, não quero falar sobre esse assunto, mas o que posso dizer é que ele escolheu a esposa dele, como todo homem, eles nunca ficam com as amantes. — Afirmou.


Gaby abriu a boca para dizer que não acreditava que tinha sido assim, César deveria ter tido um motivo maior para tomar essa decisão, só que resolveu ficar calada, sabia que sua irmã estava tentando se fazer de forte e ficar falando sobre o assunto César, não ia ajudar.


Para o alivio das duas alguém bateu na porta, assim não dando a oportunidade de continuar a conversa.


O médico entrou no quarto.


— Olá, bom dia, como acordou nossa paciente? — Disse o médico.


— Bom dia. — As duas disseram em uníssono.


— Como você está se sentindo, Victoria? Alguma dor? — Perguntou o médico.


“Só uma dor na alma”


— Nenhuma! Estou me sentido muito bem. — Ela respondeu e esboçou um sorriso.


— Isso é ótimo, você pensou sobre a cirurgia?


— Que cirurgia?


O médico olhou para a Gaby, pois ele já tinha explicado tudo para ela.


— Eu ainda não conversei com ela. — Gaby explicou.


O médico explicou que Victoria deveria fazer uma pequena cirurgia no útero para poder engravidar futuramente.


— E quando seria essa cirurgia? — Victoria perguntou depois que o médico acabou de explicar.


— Hoje mesmo.


Victoria ficou pensando, uma cirurgia faria com que ela ficasse mais tempo no hospital e iam descobrir que ela estava ali.


— Doutor, mas eu tenho uma condição.


— Qual?


— Não quero que ninguém saiba que eu tive um aborto e nem o motivo dessa cirurgia, podem inventar o que quiserem, mas eu não quero que saibam a verdade.


O médico ficou calado, pensando, como se estivesse avaliando a situação.


— Se você não quer que ninguém saiba, ninguém saberá, eu atendi você e mais uma enfermeira está cuidando de você e ela é de minha confiança, poderá ficar tranquila quanto isso. Você tem o meu sigilo e da minha equipe. — Assegurou com sinceridade.


— E eu te agradeço.


— Mas Victoria, o que vamos dizer sobre você está no hospital? — Perguntou Gaby.


— Eu não sei ainda, qualquer coisa, gripe, infecção, vocês decidam. — Victoria ficou olhando para o teto. E o médico e a Gaby ficaram se olhando.


— Isso veremos depois, vou agendar a cirurgia e depois volto aqui para avisar.


— O que o senhor decidir. — Victoria sorriu. — No momento eu só queria um cigarro. — Victoria resmungou.


— Você fuma muito? — Perguntou o médico.


— Até demais, só que faz um tempo que eu parei, pois estava com um problema na garganta e ficava tossido muito e isso prejudicava o meu trabalho.


— Que tipo de problema?


— Era uma infecção.


— Você tratou?


— Sim, fiz um tratamento com antibióticos e melhorou, só que não voltei a fumar, mas hoje desgraçadamente estou precisando de um cigarro. — Ela respondeu.


— Tenho duas noticias, uma boa e uma má. — Disse o médico.


— Todo mundo que tem duas noticias, sempre é uma boa e outra má. — Victoria murmurou.


— A má é que você não vai poder fumar e a boa é que achamos o motivo de você ficar internada aqui. — O médico continuou falando.


— Qual? — Gaby perguntou antes da Victoria.


— Uma infecção na garganta causada pelo cigarro.


— Doutor, faz tempo que ela não fuma mais e também da outra vez ela nem conseguia falar direito, como vão acreditar com ela assim?


— Ai, Gaby! Deixa o médico. — Victoria revirou os olhos para a sua irmã. — Uma ótima desculpa e bastante convincente. — Ela disse ao médico.


— Ninguém precisa saber que ela não fumava mais e também é só ela não falar muito. — Explicou o médico.


Gaby balançou a cabeça negativamente, imaginando que aquilo não daria certo e alguém acabaria descobrindo.


— Victoria, você poderá contar com o meu silêncio eternamente, fiz um juramento e não penso em faltar com ele. — O médico falou gentilmente.


— Muito obrigada. — Victoria disse aliviada.


— Bom, depois volto para falar sobre a cirurgia, não se preocupe, ela não é invasiva e será bem rápida.


— Confio no senhor.


— Com licença. — O médico saiu do quarto.


Gaby ficou fitando a Victoria com os olhos.


— Por favor, Gaby, não fala nada.


— Vou fazer umas ligações e avisar que você está internada... com infecção na garganta. — Disse Gaby, friamente.


— Liga para o Salvador, por favor. E conte tudo o que aconteceu.


— Toda a verdade?


— Sim, só não aquele outro assunto.


— Jamais ia falar sobre esse assunto. — Ela retrucou asperamente.


— Esse assunto está morto... assim como o bebê que eu esperava. — Victoria disse amargamente.


 


*Televisa*


— Vejo que você ainda se lembra de que trabalha aqui. — Salvador disse ao César ao encontrar com ele.


— E como lembro, hoje estou de volta e penso trabalhar dobrado.


— É melhor trabalhar triplicado. Meu vilão volta e fico sem minha protagonista. Juro que vou enlouquecer, a novela está muito atrasada e não sei o que fazer, não posso ficar mais nem um dia sem gravar.


— Você está falando da Victoria? Cadê ela? — Perguntou apreensivo.


— Está no hospital, teve um problema na garganta. Eu sempre avisei que ela não devia fumar muito. — Resmungou o Mejía.


— Salvador, como ela está? É grave? Qual hospital ela está? — César começava a ficar desesperado.


— Calma, César, ela vai ficar bem, não se preocupe.


— Eu vou vê-la agora. — César começou a andar.


— Fica aqui! — Mejía segurou o braço dele. — Você tem que trabalhar e além do mais, Victoria não pode receber visitas no momento.


— Salvador, eu não posso ficar aqui, enquanto ela está lá, eu preciso vê-la para saber se ela está realmente bem.


— Só que você não é médico, não é nada para ela, no momento você poderá ajudar em nada. — Mejía falou, duramente.


César bufou.


— O melhor que você pode fazer é ficar aqui, gravar suas cenas atrasadas e se eu souber alguma noticia, te aviso. — Mejía completou.


César não falou nada, só se afastou do Salvador e foi embora, andando como se estivesse com raiva do mundo e fosse matar alguém.


Entre uma cena e outra, César ligava para a Victoria, mas o celular dela só chamava e ninguém atendia, também ligou para a Gaby e ela também não o atendeu. Ficou quase impossível para o César gravar logo no começo, mas após umas horas tentando, sem sucesso, saber noticia da Victoria, ele usou toda a raiva dele em cena e fez uma das suas melhores atuações.


— César! — Salvador o chamou.


— O que! — Exclamou agressivamente.


— Sem agressividade.


— Desculpa, só estou muito cansado.


— Eu sei, você sabe o enorme carinho que tenho por você, né?


— Sei! Não me leva a mal, Salvador, mas não estou em clima para demonstrações de amor.


— Nossa! — Mejía franziu a testa.


— Desculpa de novo.


— Eu só quero te dizer que de manhã eu vou visitar a Vicky. E quero saber se você quer me acompanhar.


— Lógico que quero. — Ele disse, animado. — E porque a gente não vai agora?


— César é de madrugada.


— Mas poderemos ficar lá até que ela acorde.


— Lamento em informar, mas eu preciso dormir essas três horas que me restam.


— Então me diz qual é o hospital que eu vou sozinho. — César insistiu.


— Não, César, nem sei se ela quer receber visitas, só estou te convidando porque sei que você é um grande amigo dela e está preocupado. — Mejía começou a se irritar com a insistência do César.


— Você está certo, é melhor esperar até depois. E obrigado. — Ele disse, tentando não parecer muito ansioso.


— De nada, só vá para casa e descanse um pouco, mas tarde você vai ter outro dia pior que esse.


César forçou um sorriso em resposta ao Salvador. 


**********
Prometí quererte para siempre
Y era cierto no había dudas en mi mente
Si el destino tuvo planes diferentes
Y te herí por accidente, perdón
**********


Foi impossível César seguir o conselho do Mejía, não conseguiu dormir, Victoria ocupou todos os seus pensamentos, ele precisava vê-la, saber como ela estava, da ultima vez que a viu, dois dias atrás, ela estava ajoelhada e chorando, relembrar aquela cena fazia a alma dele se destroçar mais ainda. Talvez agora que a Vivian já estava em casa e bem melhor, ele poderia conversar com a Victoria e explicar tudo o que aconteceu, os motivos que o fizeram fazer aquilo, César tinha certeza que Victoria compreenderia e o perdoaria. Vivian logo ficaria completamente recuperada e ele poderia seguir sua vida ao lado do amor da sua vida, Victoria.


Quando o Salvador ligou para o César e avisou onde eles se encontrariam, César já estava pronto, que não esperou nem um minuto mais para sair de casa. Assim que chegou ao hospital, foi à recepção e disseram onde ela estava.


César não precisou olhar os números do quarto, pois viu a Gaby parada em frente a um deles.


— Oi. — Ele a cumprimentou.


— Eu não vou deixar você entrar, César. — Ela disse sem rodeios.


— Por favor, eu preciso vê-la, conversar com ela. — Ele implorou.


— Você não tem esse direito, não mais!


— Eu só preciso saber se ela está bem.


— Se você quer saber, pois eu te digo, é logico que ela não está bem, está destroçada, em pedaços, mas ela está tentando juntar tudo que sobrou, para se manter de pé e ela vai conseguir, porque minha irmã é assim, ela cai, mas levanta muito mais forte.


César baixou a cabeça, envergonhado.


— Nunca quis faze-la sofrer. — Ele sussurrou.


— Imagino que não, mas você fez e eu não vou permitir que volte a machuca-la de novo.


— Não vou machuca-la, te juro.


Ele olhou quase que suplicando para a Gaby.


— Olha, se você quer o bem para a Vicky, se afasta, fica longe dela, você não pode ajuda-la e a ultima pessoa que ela precisa ao lado dela nesse momento é você. Só vai piorar tudo, então, por favor, vai embora.


— Gaby... — Ele hesita e Gaby volta a falar.


— Não, César, vai embora, fica longe da minha irmã, pelo menos até essa ferida cicatrizar.


— Eu também estou sofrendo. — Ele confessou, infeliz.


— Sinceramente, não me importa o seu sofrimento, só me importa ela, vou protege-la de quem for. Então vai embora daqui ou eu vou chamar a segurança.


Gaby o encarou e o César a encarou de volta.


— Por favor, Gaby, tem que me deixar entrar. — César falou lentamente.


— Não insiste. — Gaby disse imediatamente.


— Você sabe que se eu quiser entro aí. — César deu um passo para frente e Gaby deu outro passo em direção a ele.


— Você terá que passar por cima de mim e não ache que por eu ser baixinha e você grandão, será fácil, eu tenho força e posso te derrubar no chão.


César sorriu.


— Por favor, Gaby, só peço que me mantenha informado, qualquer coisa que eu possa ajudar. — Ele disse com uma voz fraca.


— Você pode ajudar ficando o mais longe possível.


Houve um silêncio, depois César disse sinceramente.


— Gaby, eu amo a sua irmã mais que qualquer coisa, espero que um dia ela me perdoe. — César tinha lágrimas nos olhos.


Gaby abaixou a cabeça para não se deixar convencer e César foi embora.


**********
Si me solté de ti, si no te defendí
Fue que mi corazón estaba ciego
Qué estupidez perderte para verlo
Lo siento
**********


— Ferita, além de ter vindo ver como você estava, e fico feliz que esteja bem, eu vim te fazer uma proposta. — Disse Mejía.


Salvador havia chego ao hospital antes do César, acabou dizendo a Gaby que César também estava vindo, foi por esse motivo que ela estava esperando pelo César na porta.


— Faça. — Disse Victoria.


— Você sabe o quanto estamos atrasados com as gravações. — Victoria assentiu. — Hoje está indo ao ar o capitulo setenta e oito e ainda estamos gravando algumas cenas do César que vão ao ar a partir do capitulo oitenta e cinco, sei que você não tem culpa, já gravou cenas suas até quase o capitulo cem, mas agora que ele voltou a gravar e vocês dois tem que gravar algumas cenas juntos, só que você está aqui e não podemos mais ficar nem um dia sem gravar, então estive conversando com a Liliana e ela fez algumas modificações, com cenas que a Cristina está no hospital, assim poderemos gravar mesmo com você nessa cama.


— E o que aconteceria para a Cristina ficar no hospital?


— Ela teria uma crise nervosa. — Ele fez uma pausa. — E depois perderia o filho. — Mejía disse sem pensar.


Victoria ficou calada.


— Perdoa, foi uma ideia estupida, jamais deveria ter dito isso.


— Mas agora que gravei a cena que ela descobre que está gravida e você já quer que ela perca? E também você tinha me dito que a Cristina teria o filho.


— Vamos gravar essas cenas e depois gravamos as anteriores, não se preocupe, confie em mim, vai dar tudo certo.


— Eu confio em você.


— E eu sei que tinha dito que ela teria o filho, mas era porque você estava grávida. — Ele fez uma pausa e encolheu os ombros como se desculpasse por ter dito aquilo. — E o principal, está tendo muita negativa para o Robles com a Cristina.


— Ele vai morrer?


— Sim, e a Cristina perde o bebê.


— Cristina foi condenada a não encontrar quem amar. — Victoria comentou.


— O publico quer que ela fique com o Federico. — Mejía justificou.


— Como é possível? Depois de toda a maldade que ele fez com ela.


— A Liliana está pensando nessa possibilidade, por mim eles ficariam juntos, sei que se fosse o René com certeza Cristina e Federico já estariam juntos.


— Não acho certo, melhor então que ela fique sozinha. O Federico já fez muitas maldades e tem que pagar por isso.


— Você está certa, Justiceira. O Federico deveria ter mudado antes e assim conquistado o amor da Cristina, mas não o fez e acho que pode ser tarde para isso.


— Muito tarde!


— Então o que você diz da minha proposta?


— Que eu aceito, preciso trabalhar e ocupar a mente.


— Imaginei que precisasse.


— E quando começamos? — Ela perguntou tentando mostrar entusiasmo.


— Só o tempo de pedir autorização do hospital, falar com o seu médico e o texto ficar pronto. Talvez amanhã, no máximo depois, a gente começa a gravar.


— Perfeito! Odiaria que a novela atrasasse mais ainda por minha causa.


— Você não tem culpa, foi uma fatalidade.


— Obrigada, Salvador, por você ser esse grande amigo. — Ela disse amavelmente.


— Não tem nada que agradecer, você sabe que está no meu coração e eu estarei sempre do seu lado para te apoiar. — Mejía beijou a testa dela.
                                                   **********


Victoria passou o dia recebendo visitas, da sua família, amigos e até de ex-namorado. Gaby achava incrível e se surpreendia como Victoria estava, sorria e brincava com as pessoas como se nada tivesse acontecido. Estava acreditando fielmente que estava internada ali por causa de uma infecção na garganta e nem quando estavam só elas duas, Victoria fraquejava, o único momento que ela quase chorou, foi quando recebeu a visita do seu filho, José Eduardo, mas segurou firme as lágrimas.


“Definitivamente minha irmã é uma perfeita atriz.”


No dia seguinte, Salvador entregou para ela os textos das cenas, o coração dela parou quando viu que teria algumas cenas com o César, ela sabia que esse momento chegaria, mas não pensou que seria com ela deitada em uma cama de hospital. Victoria teria um dia para se preparar antes de encontrar novamente com o seu assunto morto, que estava mais vivo do que nunca e no outro dia entraria naquele quarto. 


**********
No espero amor ni odio
Ya tengo bastante con mi dolor
Maldigo el episodio
Lo peor es que yo fui quién lo escribió
Me esperan los demonios
Que deja tu olvido que juegan conmigo
Ya sé que es cobarde pedirte en una canción
Perdón, perdón
**********


*Algumas horas depois*


Victoria estava sozinha no quarto, Gaby tinha ido para casa descansar um pouco, quem tinha ficado com ela, havia sido sua outra irmã, Marcela. Victoria estava quase dormindo quando alguém bateu na porta e ela autorizou a entrada. Lentamente ela olhou para a porta e quando fez isto, sentiu seu coração afundar. César Évora estava em pé na porta.


“O quê? Não pode ser.”


Quando os olhos deles se encontram, nem vacilaram. Por alguns instantes eles se olharam sem falar. Victoria podia ouvir o seu coração batendo alto no seu ouvido, o rosto dela queimava. Depois, juntando todos os seus recursos internos, forçou-se a perguntar calmamente:


— O que você faz aqui?


— Vim te ver, saber como você está. — Victoria o olhou com desprezo.


— Estou bem, agora já pode ir. — Ela disse, tentando ficar calma.


— Precisamos conversar.


— Não precisamos, já falamos tudo. — Ela falou de uma forma brusca.


— Não é assim, eu ainda tenho muito que falar. — Acrescentou, de repente petrificado de medo de ser tarde demais.


— Pois eu não tenho o que falar, muito menos o que ouvir, tudo que já foi dito, foi mais que suficiente.


— Victoria, por favor...


César olhou para Victoria com doçura, fazendo-a ceder.


— Tá bom, César, o que você quer falar? Mas seja rápido, minha irmã daqui a pouco volta e não quero que ela te veja aqui.


— Posso me aproximar?


— Não! Fique onde você está mesmo.


César continuou parado de frente para Victoria, apoiando-se no pé da cama.


— Eu só quero te pedi perdão. Victoria, jamais foi a minha intenção te fazer sofrer, por favor, meu amor, me perdoa por ter feito você sofrer.


“Meu amor”


Victoria balançou a cabeça para expulsar os pensamentos e sentimentos.


— Você não me fez sofrer... — Ela parou covardemente e deu uma tossida, sentindo-se enrubescer. — Quer dizer, eu sofri, mas já passou, estou muito bem agora.


— Você não precisa mentir... — Disse o César, apertando os lábios.


— Não estou mentindo! — Victoria gritou.


— Não grita. — César dirigiu um olhar duro a ela.


“Ah, meu Deus! Porque esse olhar me intimida tanto.”


— É que você está sempre me chamando de mentirosa, quando sabemos que o único mentiroso aqui é você. — Ela disse com uma voz baixa.


César respirou fundo e cruzou os braços em um gesto de completa impaciência.


— Não tive a intenção, apenas quero dizer que você sempre tenta esconder o que sente.


— Dessa vez não estou, realmente fiz todo aquele drama de modo exagerado. — Victoria soltou uma gargalhada. — Até me ajoelhei no chão, quando penso nisso fico até com vergonha, foi uma atitude tão infantil tudo o que fiz, eu que peço perdão para você.


César ficou olhando para ela sorrindo, sem saber o que dizer, ele parecia inteiramente desapontado.


— Sempre imaginei que terminaria dessa maneira, muitas vezes eu desejei que acontecesse logo, assim eu escaparia logo daquela situação desesperada. — Victoria permaneceu indiferente. — E agora que aconteceu, me sinto tão bem, tão leve, sem culpas. Você não se sente assim, César?


— Talvez. — Respondeu e encolheu os ombros levemente, em sinal de indiferença.


— Sabe, dizem que não há mal que não venha para o bem. E você terminar o que tínhamos, foi o melhor que você poderia fazer por nós dois. Eu estou em paz e posso dizer até que feliz, me sentindo livre.


Victoria ficou contente com a resposta. Estava quase acreditando nela mesma.


— Fico feliz por você.


— Eu também, então não precisa me pedir perdão de nada, estou muito bem, tenho certeza que você está bem e feliz ao lado da sua família. Não quero que nada do que aconteceu interfira na nossa amizade, tenho um enorme carinho por você e admiração, por isso não gostaria que entre nós dois ficasse uma situação estranha. — Ela disse e acreditando ter soado convincente.


A mente dele se fechou e ficou olhando perplexo para a Victoria.


— Não ficará, da minha parte tudo está tranquilo.


— Da minha também. — Ela desviou o olhar do dele.


César a olhava tão fixamente, parecia está estudando cada gesto dela, tentando decifrar aquela Victoria na frente dele, da qual ele não conhecia.


Acho que essa foi a primeira vez que César viu a famosa atriz, Victoria Ruffo.


— Só tenho uma duvida. — Ele disse numa voz baixa.


— Diga. — Ela falou com um ar de desinteresse.


— Todo aquele amor que você dizia sentir por mim era mentira?


Ele estava olhando para ela, esperando uma resposta. Victoria podia sentir o rosto esquentando de tão vermelho.


“E agora, como vou sair dessa?”


— Não! — Acabou dizendo. — Mas eu confundi e foi tudo muito extremo, acho que o amor eu dizia sentir e talvez ainda sinta por você, era como de um amigo, irmão...


“Irmão?!”


César olhou para Victoria como se ela fosse débil mental.


**********
Si pudiera regresas el tiempo
Esta vez no escondería lo que siento
El silencio fue el engaño más violento
Mi terrible experimento falló
**********


A conversa foi interrompida pela chegada da Marcela.


— Perdão, não sabia que vocês estavam conversando. — Disse Marcela.


— Tudo bem, o César já estava de saída.


— Victoria, eu... — César fez uma pausa, respirou fundo e levou as mãos a cabeça.


— César, estou com um problema na garganta e não posso falar muito, outra hora continuamos essa conversa.


— Pode ter certeza que essa conversa ainda não terminou. — O tom de voz dele foi ameaçante.


— Como quiser, meu amigo. — Victoria sorriu.


Victoria viu como a mandíbula dele endureceu e a fúria nos seus olhos. Ela percebeu que ele ia falar ou fazer alguma coisa com ela, mas ele apenas se dirigiu a porta e saiu do quarto batendo a porta com força.


Victoria respirou tão fundo como se tivesse parado de respirar desde que ele entrou ali. Apertou as mãos e tremeu com a impotência que estava sentido.


“Te odeio, César Évora! Te odeio com toda a minha alma!”


Depois de dois dias que tudo tinha ocorrido, Victoria voltava a sentir seus olhos arderem, ela mordeu os lábios com extrema força, que até feriu, evitando chorar.


— Nossa! Que clima, o que estava acontecido aqui? — Perguntou Marcela, observando a sua irmã que estava vermelha como pimenta.


— Só estávamos conversando.


— Eu poderia dizer que vocês estavam se matando e não conversando, fiquei com medo achando que ele ia te estrangular.


— Ele jamais faria isso, ele só estava... — Victoria tinha certeza que tinha deixado ele furioso.


“Mas ele mereceu.”


— Você está bem? — Marcela perguntou ao ver que sua irmã tinha ficado calada algum tempo.


— Eu estou bem.


— Mana, você já disse isso tantas vezes esses dias, que não tem nem mais significado.


Victoria ficou calada, no momento ela não podia falar ou todas as emoções sufocadas escapariam.


— Você pode desabafar se quiser, sei que não sou a Gaby, mas também sou sua irmã, sei ouvir e guardar segredos.


— Ôh, mana, é lógico que confio em você também, apenas que nesse momento não tenho nada a dizer, só quero ficar quieta e decorando esse texto, amanhã cedo vai começar as gravações aqui.


— Então vou deixar você em paz. — Marcela encolheu os ombros num sinal de aceitação e se afastou.


— Marcela, obrigada por você está aqui comigo, é muito importante para mim.


— Apenas saiba que eu também sempre vou estar ao seu lado para o que precisar.


Victoria esticou a mão para a Marcela, que se aproximou e a segurou.


— Eu sei disso, tenho as duas irmãs mais maravilhosas do mundo e eu não sei o que seria da minha vida sem vocês.


Victoria beijou a mão da irmã.


**********
Si te alejé de mi, si te fallé y me fui
Fue porque mis mentiras me daban miedo
Tú me creíste y yo me volví tan bueno fingiendo
**********


 César estava sentado do lado de fora do hospital, com os olhos vermelhos e perdidos nos seus pensamentos. Queria poder entender como a Victoria pode falar com ele daquela maneira tão fria, como se tudo que aconteceu tivesse sido esquecido.


“Irmão? Como ela foi capaz de dizer que o amor que sente por mim é de irmão?”


“Ah, Victoria, Victoria, tem sorte que você está em um hospital, pois minha vontade é te mostrar quem é o irmão.”


César se levantou e caminhou até o seu carro. Não queria acreditar que Victoria já tinha superado o termino deles tão fácil, ela estava tão mal quando ele a deixou e também a Gaby disse que ela estava mal, então porque ela parecia tão bem? Não que ele não ficasse feliz por ela está bem, mas a raiva dele foi pela maneira que ela falou com ele, até riu, debochou do que tinha acontecido, disse que ele era um grande amigo.


“Amigo é a...” César deu um chute no pneu do carro.


Se era essa a decisão da Victoria ele ia respeitar, por mais que ele sofresse, ele ia jogar esse joguinho barato que ela estava jogando. Se isso era uma vingança pelo o que ele fez, César aceitaria.  Deixaria Victoria em paz até ela se cansar desse fingimento ridículo.


César dirigia rumo a televisa, se sentia sufocado, com a vista nublada, sem mais saber para onde dirigir, estacionou, pois estava sem condições de continuar dirigindo e acabaria causando um acidente. Ele se debruçou sobre o volante, começou a chorar desconsoladamente e deu vários socos no volante. Ele tirou um cd que estava tocando a musica El Amor De Mi Vida do Milanés e jogou pela janela.


“Se ela consegue fingir que está bem e feliz, eu também consigo, não vou ficar sofrendo.”
                                                      **********


No dia seguinte as gravações começaram e para a infelicidade da Victoria, a primeira cena era com o Arnaldo André, o Dr. Robles, e também com o assunto, César Évora, apesar de que naquela primeira cena eles não tinham contato, César estava ali no quarto com ela. Victoria se mostrava tão sorridente e feliz, que desconsertava totalmente o César, ele não conseguia acreditar que de verdade ela estava feliz por eles terem terminado, enquanto ele estava se sentindo um trapo humano. O nosso casal só se falavam o necessário e evitavam se olhar, quando chegou a cena só deles dois juntos, Victoria agradeceu da Cristina continuar se fingindo de cega e assim não teria que olhar para ele. Depois que Victoria terminou de gravar sua cena com a Alicia, eles deram espaço para um pequeno grupo de jornalistas que estavam presentes, muito oportunamente, como sempre, Omar chegou lá levando presentes para a Victoria.


— Podemos especifica-lo como seu noivo? — Perguntou uma jornalista.


Omar sorriu e olhou para a Victoria, que estava olhando a sua volta, inconscientemente ela ficou aliviada que o César já tinha ido embora.


Victoria esboçou um sorriso para o Omar e para a jornalista, e depois respondeu.


— Sim! — Victoria respondeu e Omar segurou a mão dela.


Após mais algumas fotos, todos foram embora, deixando só Omar, Victoria e Gaby no quarto.


— Você está certa disso que acabou de confirmar? — Perguntou o Omar.


— Sim, estou bastante certa.


— Meu amor, obrigado, você está me fazendo o homem mais feliz, prometo que vou fazer você muito feliz, vou cuidar muito bem de você e do José Eduardo, amo muito vocês. — Omar a beijou.


Gaby olhava aquela cena horrorizada, pasma, de boca aberta, não conseguia acreditar que sua irmã estava mesmo fazendo aquilo.


— Omar, estou um pouco cansada e querendo dormir. — Victoria disse.


— Entendo, eu já vou e de manhã antes de ir trabalhar, eu volto aqui para ver como você está.


— Estarei aqui. — Omar deu outro beijo nela, cumprimentou a Gaby e saiu.


Victoria olhou para a Gaby que estava com os olhos arregalados, pálida, como se...


— Você viu um fantasma?  — Perguntou Victoria.


— O que diabos você está fazendo?


— Isso mesmo que você ouviu, vou me casar com o Omar.


— Eu não acredito que você possa ser tão burra assim. — Gaby estava visivelmente irritada.


— Gabriela!


— Que merda você vai fazer da sua vida?


— Não é merda nenhuma, ele será um perfeito marido para mim, eu te garanto.


— Você não o ama, Victoria, como você pode pensar em casar com um homem que você não ama? — Gaby perguntou, incrédula.


— É por isso mesmo que vou casar, eu não o amo, então ao lado dele jamais vou correr o risco dele me magoar, terminar de partir o meu coração. Por favor, Gaby, me entende, eu preciso de você ao meu lado.


— Não, Victoria, nisso eu não posso te apoiar, pelo menos não agora. — Gaby balançou a cabeça em reprovação.


— Ao lado do Omar, eu terei uma vida estável, sem surpresas, sem sofrimentos, porque não será uma relação com ilusões, amores extremos, será uma relação a base de amizade e companheirismo, e sei que aos poucos eu vou aprender a ama-lo.


— Ninguém aprende amar ninguém. — Gaby estava quase gritando. — Se você casar com ele só para se vingar do César, vai se arrepender pelo resto da sua vida.


— Não é por vingança, eu te juro.


— Eu disse que você deveria esperar antes de tomar qualquer decisão.


— Não foi sem pensar, essa é a melhor decisão para a minha vida, você vai ver. Eu quero uma vida frugal, simples, sem confusão e desordem. Uma nova vida zen.


Gaby começou a andar pelo quarto tentando se acalmar.


— Eu desejo do fundo do meu coração que você esteja certa.


— Obrigada, mana. Agora deita aqui comigo, preciso tanto de um abraço seu.


Gaby hesitou, mas logo depois decidiu ir até sua irmã. Gaby deitou na cama com ela, as duas ficaram abraçadas coladinhas, para nenhuma cair.


— Victoria Eugenia, tenho que admitir a excelente atriz que você é até fora das câmeras.


— Por favor, Gaby, não fala, só me abraça.


— Você sabe que comigo você não precisa fingir ser de pedra.


— Gaby, fica calada, só me deixa dormir.


Gaby ficou calada, Victoria fechou os olhos e começou a rezar em silêncio, pedido que ela estivesse fazendo a coisa certa, rezou até dormir em um sono profundo.
                                                 **********


Quando o querido noivo da Victoria disse que voltaria cedo, ele não estava mentindo, pelo menos Victoria já estava acordada e terminando de se arrumar, ela gravaria uma cena com o Fernando.


— Bom dia, meu amor. — Disse Omar, entregando um buquê de flores para ela.


— Bom dia. — Ela segurou as flores e sorriu em agradecimento.


— Você já vai trabalhar?


— Sim, só estou esperando o pessoal chegar.


— Ah, então não vou demorar, só vim entregar essas flores e o seu anel, quero que todos saibam que você será a futura senhora Fayad.


Omar tirou uma caixinha do bolso, abriu, pegou o anel e depois colocou no dedo da Victoria. Que por sua vez tentava transparecer uma alegria que estava longe de sentir.


— Agora sim, oficialmente noivos.


Ele depositou um beijo nos lábios, um beijo rápido interrompido por um grupo de pessoas entrando no quarto.


— Desculpa, não queríamos atrapalhar. — Disse um deles.


— Não atrapalharam, só vim dar bom dia para a minha noiva. — Explicou o Omar.


— Noiva?! — Uma voz grave exclamou em surpresa.


A voz do César foi tão alta que todos viraram para olhar para ele que estava parado na entrada junto com o Fernando.


Victoria também olhou para ele e não havia um grama de amabilidade no seu rosto. Seu maxilar estava cerrado, seus olhos estavam duros e com um ar profissional.


 



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Autor(a): hcbellucci

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

César sentia seu corpo tenso, estava perplexo com o que acabara de ouvir, era uma palavra pequena, sem significância nenhuma para muitas pessoas e motivo de muitas felicidades para outras, mas para ele tinha causado um temor inexplicável, como se o chão de baixo dos pés dele tivesse aberto e ele estava afundando em uma cratera sem fim, caind ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • ViviLucerina Postado em 13/10/2017 - 13:57:44

    Amei amo parejatekila

  • jessica_pereira_ruffo Postado em 17/10/2016 - 20:16:29

    Próximoo capitulo please :'(

  • Comadre Postado em 12/09/2016 - 15:08:11

    Amo a fic, estou ansiosa para o próximo capitulo

  • jessica_pereira_ruffo Postado em 29/02/2016 - 20:41:10

    Eu ainda te amo...lindoo estou sem palavras,capitulo perfeito! Acompanho essa fic desde o começo e so agora fiz uma conta aqui so para poder comentar,sei que assim como eu fazia tem muitas pessoas lendo as escondidas então por favor não para de escrever. Amo essa historia ela é simplesmente perfeita e poderia ser atualizada com frequencia porque não suporto tanta ansiosa.

  • vickyecesar Postado em 15/03/2015 - 21:41:16

    Adorei o capitulo estava perfeito como sempre, num vejo a hora deles estarem juntos de novo! Ah e sobre a sua pergunta acredito e espero de vdd q isso nao tenha acontecido, q doutorzinho atrevido esse viu. Agora sou eu q tenho uma pergunta, ela chegara a casar msm e, o CE nunca dira a ela o pq a deixou? Bjos e ansiosa pelos proximos, sei q estou querendo saber de mais ne rsrs, e pq amooo sua historia.

  • prye_pt_ Postado em 14/03/2015 - 19:33:15

    Capitulo new e esses dois brigando ja estava achando que o Cesar ia conseguir convencê-la haha

  • prye_pt_ Postado em 14/03/2015 - 02:39:41

    Baita fic a sua,esperando o proximo capitulo,começei ler em Dezembro mas sem tempo de ler com frequência,hj que pude,mas enfim te elogio porque vc conduz muito bem a história,gosto da maneira que vc escrevi, e bem se for Cesar que chegou no final do cap prevendo complicações ainda mais para a pareja

  • hcbellucci Postado em 01/03/2015 - 02:59:02

    Vickyecesar, obrigada pelos comentarios, infelizmente essa historia tem algumas regras que tenho que seguir e não posso mudar. Sobre sua pergunta, Victoria e o seu namorado já passaram de beijos, mas isso foi antes dela começar a ficar com o César, depois ela não voltou a estar mais com o namorado, só com o César. Beijos e obrigada novamente.

  • vickyecesar Postado em 22/02/2015 - 13:50:13

    Você não sabe a ansiedade que eu estava para ler esse capítulo, todos os dias entrava no site para ver se a fic já tinha sido atualizada! Nossa que pena que ela perdeu o bebe, gostaria tanto de ter lido que ele tinha retornado, a socorrido e descobrir que ela estava esperando um filho dele, pq o bobo não disse a verdade a ela, o pq de naquele momento precisou se afastar, agora ela acredita que ele nunca a amou, que para ele, ela não passou apenas de um casinho e para piorar, Vicky perdeu o bebe, fazendo com que sua mágoa só aumentasse. Eu não acredito que ela para se vingar dele vai se envolver novamente com uma pessoa que não ama, isso não pode acontecer por favor! Ela esta com raiva, decepcionada, ferida e quer a todo custo feri-lo também, mas te peço por favor não deixa ela se casar com ele não! Uma pergunta na sua historia o namoro de Vicky num passou de beijos né? Sua história é muito envolvente, adoro lê-la, Bjos

  • vickyecesar Postado em 07/02/2015 - 17:23:29

    Nossa q capítulo hein, foi emoção pura, quase não termino de ler, pq a cada parágrafo era uma emoção a parte, nossa tu escreves muito bem, pode sentir a dor deles ao terem que se afastar, doeu no coração, sofri muito pela Vicky, q em seu estado estava a flor da pele e, alem do mais não entendia o real motivo da separação. Fique triste pq ela não teve a oportunidade de dizer q estava grávida, ele tem q volta p socorre-la e ficar sabendo dessa maravilhosa novidade. Te peço por favor, por favor não deixa ela se deixar levar e se envolver com outro, só p não ficar sozinha. Acho q ele deveria dizer a verdade, pois assim evitaria um maior sofrimento para ambos e assim juntos encontrariam uma solução. Bjos e meeeeeeega ansiosa para os próximos capítulos. Amo sua fic.


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