Fanfic: REGRAS DE COMPROMISSO (adaptada) AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ponny, hot

Alfonso deu um passo e logo sentiu seu pé escorregar. Conseguiu recuperar o equilíbrio, fez uma pausa para recobrar o fôlego e, por fim, ergueu o sapato, para encontrar algo cintilando no chão de madeira escura.

Arriscando-se a contrair alguma doença ao deixar sua mão tocar a camada de sujeira pegajosa do chão, Alfonso se abaixou para pegar o objeto.

Era longo, brilhante. Não se tratava de uma aranha comedora de pássaros.

— O que você está fazendo? — perguntou Maite. — O táxi está esperando.

Anahi, que naquele instante estava de quatro no chão, com guardanapos de papel impedindo que suas mãos ou joelhos realmente tocassem o imundo assoalho da Sand Bar, soprou uma mecha de cabelo que lhe caíra no rosto.

— Perdi um brinco.

Maite jogou as mãos para cima, implorando:

— A esta altura, ele pode estar em qualquer lugar!

— E é por isso que eu preciso continuar procurando por ele.

Com um arrepio de repugnância, Anahi sacudiu do pulso um pedaço de fruta que horas antes enfeitava um coquetel.

— Eles eram da vovó. Os candelabros com florzinhas no fecho.

— Oh — disse Maite, parecendo apropriadamente compreensiva. Ela sabia que os brincos tinham história. Ainda assim, ela olhava ansiosamente na direção da porta, onde o sujeito com quem havia passado metade da última hora dançando sensualmente esperava para levá-la ao paraíso, com passagem de ida e volta.

Eles prometeram deixar Anahi em casa no caminho, porque sua carona tinha se evaporado. O galã não estava mais ali para acompanhá-la. Havia desaparecido na madrugada, depois que Anahi deixara claro, ao não permitir que ele enfiasse a língua em sua orelha, que não iria para casa com ele naquela noite.

Anahi não estava assim tão decepcionada. Não com aquilo. Por outro lado, os brincos da avó significavam algo para ela. Seu coração ficava apertado diante da ideia de perdê-los para sempre — Pode ir — disse ela, empurrando o tornozelo de Maite, que era a única parte da amiga que ela podia alcançar de onde estava. — Talvez eu demore.

Maite mordeu o lábio e olhou de Anahi, em sua pose indiscutivelmente patética, para o louro misterioso de jaqueta de couro parado na porta com ar pensativo.

— Vá!

— Tudo bem! — disse Maite, enrubescendo furiosamente, e então se inclinou por sobre o balcão, chamando a atenção do barman. — Ivan! Garanta que nossa amiga Anny pegue um táxi em segurança, está bem? E se alguém achar um brinco por aí, é dela.

Ivan deu uma olhada em Anahi, sorriu e assentiu.

Maite disse:

— Não estarei em casa hoje à noite. No lugar de sempre amanhã, para relaxar?

— Se não tiver outro jeito.

Maite sorriu e foi embora correndo.