Fanfic: REGRAS DE COMPROMISSO (adaptada) AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ponny, hot

CAPÍTULO SEIS

Alfonso assobiava e balançava sobre os dedos dos pés enquanto o elevador subia em direção ao apartamento de Anahi. Era o tipo de dia que pedia um assobio, e quem era ele para negar? O Pies havia vencido o Blues por cem pontos. Os contadores forenses tinham liberado a fundação. E Maite estava... em outro lugar. Ele não sabia onde exatamente, e não se importava muito.

A porta se abriu com tanta força que ele se preparou para o corpo macio e quente se jogando nos braços dele. Mas tudo o que sentiu foi um golpe de ar. Depois de um instante, entrou e fechou a porta. Anahi ainda estava com roupa de trabalho: pantalonas cinzentas, um suéter justo rosa e saltos altos. A echarpe fina e prateada que ela estava tirando do pescoço o fez pensar que Anahi acabara de chegar em casa. No fim das contas, não era um sobretudo, mas ainda assim ela ficaria sexy quando tudo fosse tirado.

Se ela não estivesse com o rosto sério e xingando como um marinheiro, ele estaria nela em um piscar de olhos.

Mas Anahi era como uma mini tempestade, ondas de antagonismo saindo dela.

Ela cheirou o ar e seu corpo todo se contraiu como se estivesse prestes a explodir.

— Maite!— gritou ela, alto o suficiente para que todo o quarteirão a ouvisse. — Se você fez bagunça na minha cozinha e não limpou, haverá consequências!

E então ela entrou fumegando na cozinha, deixando Alfonso parado, confuso e sozinho.

— Certo — disse ele, para ninguém em particular.

Franzindo o cenho, ele olhou para a porta da frente, desiludido porque a vida prometia tanto há pouco momentos e agora ele não tinha ideia do que estava errado.

Alfonso pensou seriamente em ir embora, mas a suspeita de que ela nem perceberia machucou seu orgulho.

Com a boca travada, ele ziguezagueou até a cozinha e encontrou Anahi servindo uma generosa taça de vinho. Só uma.

— Nós tínhamos planos? — perguntou ela, sem ao menos olhar para ele.

Um músculo latejou em sua têmpora. Apenas teimosia pura e absoluta o impediu de dar meia-volta e sair dali.

Ele não tinha se recusado a criar uma menina de 16 anos meio selvagem. Não tinha se recusado a tirar uma fundação quase falida do vermelho. Ele não iria se esquivar do mau humor de Anahi.

— Eu tinha planos — disse ele com um tom direto. — Específicos, envolvendo você, eu e o conteúdo de sua geladeira.

Ela enrolou sua echarpe brilhante nas mãos até que a ponta de seus dedos ficasse branca.

— Eu não estou com fome. Onde está Maite?

— Ela fez outros planos esta noite. O que você tem?

Anahi deu de ombros e Alfonso sentiu uma leve ponta de impaciência. Ele nunca tivera que forçar a situação com uma mulher que não o queria e não iria começar agora.

O fato de que ele estava tão desorientado com a reação dela só o motivava mais a ir embora.

— Está bem. Tanto faz.

Ele se virou para ir quando a viu estremecer com os cantos dos olhos.

O rosto dela se despedaçando como se tivesse levado um tapa. Isso vindo de uma mulher que sempre parecia estar sempre no controle.

— Anahi, qual é o problema?

— Nada — disse ela, balançando a cabeça como se estivesse tentando tirar maus pensamentos dela.

— Então não há nenhum motivo em particular para você parecer estar à beira de um ataque de nervos?

Alfonso estendeu o braço e segurou a mão dela, desenrolando a echarpe de seus dedos gelados antes que ela apertasse tanto que sua circulação cessasse de vez.

Colocou a echarpe no bolso do blazer e virou o rosto dela para ele.

— Conte — insistiu ele. — Agora, Anahi.

— Estou cansada e mal-humorada. Eu seria uma péssima companhia esta noite. Você deveria ir para casa.

— Eu não vou a lugar algum.

— Alfonso! — disse ela, parecendo mesmo em pânico. — Por favor, eu imploro. Não sei como dizer isso mais claramente. Quero que você me deixe sozinha.

Aquilo podia terminar ali. O fim. Talvez com qualquer outra mulher teria sido assim.

Mas aquela era Anahi.

— Eu não vou a lugar nenhum.

Ela esperou por mais um instante, com o corpo todo duro e inflexível e, então, como se uma represa houvesse se quebrado dentro dela, seu rostinho teimoso e severo desmoronou. E ela, por fim, começou a chorar — não só chorar — e a ter grandes soluços aflitos que a deixaram sem ar.

Alfonso se rendeu apenas o suficiente para passar os braços em volta dela, enquanto ela resistia, tremia e chorava.

Depois de se passarem o que pareceram horas, Anahi parou de lutar e desmoronou contra ele, esvaída, como se as lágrimas fossem as únicas coisas que a mantivessem em pé. Alfonso passou um braço por trás do joelho dela e a carregou para a sala, colocando-a no sofá. Ele sentou-se ao seu lado, um pouco afastado, mas quando o corpo macio dela se enroscou ruborizado e confiante contra o dele, Alfonso não resistiu.

Ficaram assim por algum tempo.

— Hoje é o aniversário da morte dele — disse Anahi, sua voz era apenas um pouco mais que um sussurro.

Alfonso respirou fundo, anos vivendo como uma ilha em si mesmo, lutando contra o que exigia humanidade demais, entrega demais, intimidade demais. Mas aquela era Anahi, e ele perguntou:

— De quem?

— Do meu pai. Ele morreu há 17 anos.

Alfonso expirou longa e profundamente pelo nariz, um alívio desproporcionalmente intenso por saber que o mau humor dela não tinha nada a ver com ele, lutando contra o tipo de tensão que tomava conta dele quando famílias eram colocadas em jogo.

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Oláaaa!!!