"Eu sou Alex,” diz ele, em um tom assertivo, sedutoramente, como se ele não me ouvisse acabar de dispensá-lo, estendendo a mão para mim com expectativa. Sua proximidade está colocando todos os meus sentidos em sobremarcha; ele é alto, magro, angular, aparência fluentemente muscular, e cabelo curto, escuro e ondulado, que emoldura seu rosto bem esculpido espetacularmente. E aqueles olhos escondidos atrás de um par de caros óculos de corrida ainda conseguem furar através de mim com uma força escaldante. Tudo o que ele tem sobre ele, embora deliciosamente pouco, está gritando com classe e bom gosto caro - ao contrário do meu colarinho rasgado da camiseta branca, comprada na loja ‘US$ 5 or Less’ , no cais, no centro de Santa Barbara. Sarah, minha mãe postiça, iria aprovar o seu gosto caro, eu penso com má vontade. Percebo que a sua t-shirt está fora de suas costas e convenientemente dobrada atrás de seus shorts, sublinhando e destacando os seus bem-trabalhados abs(N.T. tanquinho) cobertos com camadas de suor. Eu sinto o calor subindo em mim apesar da brisa fresca do oceano. Eu tento esconder o meu rubor sem sucesso. O ligeiro tremor de seus lábios põe para fora seu divertimento, me fazendo amuar. Mas, meus anos de boas maneiras enraizadas assumem.
"Ellie,” eu murmuro, enquanto eu estendo a mão para pegar sua mão estendida. No segundo em que as pontas dos seus dedos tocam as minhas, eu sinto uma faísca de fogo e uma descarga que corre dele para dentro de mim, tornando minha garganta seca. Eu sinto como se eu mergulhasse minha mão profundamente, até o pulso, em brasas quentes, e me falta o ar, e imediatamente e com força, puxo minha mão de volta da dele. Se ele não avançasse para pegar meus antebraços de imediato, extremamente rápido, com ambas as mãos, eu teria batido com minha bunda na areia, mas em vez disso estou corada agora, com seu corpo tão perto que nem mesmo ar passaria entre nós. Eu sinto sua respiração suspender, e então ele inala profundamente, respirando instável, como se para absorver o meu cheiro. Eu acho que ele sussurrou meu nome completo, "Elissa Cassandra!" com um desejo triste em sua voz. Ou estou apenas imaginando coisas?
Tento me afastar vacilante, confusa, segurando bem apertada a gola da minha t-shirt cortada bem acima do meu peito, como se ele tivesse me dado um choque com milhares de Volts de eletricidade. Agitada e confusa, "O que?" eu gaguejo, ainda incapaz e também sem vontade de me afastar de sua proximidade. Ele age como se eu não o tratasse como a peste bubônica. Então suas mãos lentamente movem-se sobre os meus ombros, me segurando para me manter firme em meus pés.
"Ellie, você está bem?" Ele pergunta, com uma voz preocupada, ainda rouca. Não, não estou! Por que estou me comportando desta maneira diante deste homem lindo? Eu tento me recompor, e fecho os olhos brevemente, para escapar do cativeiro de seu olhar por trás dos seus óculos. Mesmo então eu sinto a força, o magnetismo que ele tem sobre mim. ‘Firme! Você age como se nunca tivesse visto um homem antes! ` Meu subconsciente me repreende.
"Não... eu quero dizer, sim, eu estou bem. Mas, antes disso... Você... disse alguma coisa?" Eu digo piscando várias vezes. Oh, Deus! Ele vai pensar que eu sou louca! Inferno, às vezes meu subconsciente pensa que eu sou louca!
"Oh, aquilo... Ellie,” diz ele naquele tom culto, "é diminutivo para alguma coisa?" Ele pergunta sorrindo, mas seu tom de voz é inconfundivelmente de comando. Ele olha para mim, inclinando a cabeça para um lado, dobrando os joelhos, abaixando-se para o meu 1,70 m e tentando capturar o meu olhar com aqueles olhos penetrantes, escondidos por trás de seus óculos de sol.
"Diminutivo para Ellie," eu respondo bruscamente. O que há com ele que me faz reagir dessa maneira? Meu corpo responde a ele de tal forma que é como se eu não fosse a única no controle dele. Eu acho que meu QI caiu cinqüenta pontos desde que eu coloquei os olhos em seu rosto, menos de vinte minutos atrás! Eu finalmente consigo retribuir o seu sorriso, tentando ser casual. "Suponho que eu te vejo por aí, Alex?" Eu digo em um tom não intencional de pergunta, ele balança a cabeça concordando, expectante.
"Eu tenho que terminar minha corrida" eu adiciono rapidamente, e suas mãos, lentamente e com relutância, se retraem dos meus ombros e estranhamente, a ausência de nossa conexão faz com que eu me sinta desamparada. Assim que eu termino as minhas palavras, o meu smartphone vibra dentro do meu sutiã repicando ‘Droid!’ Eu poderia parecer mais idiota diante deste deus de um homem? Sinto-me mortificada, ficando mais vermelha do que o manifesto comunista! Ele sorri completamente neste momento, mostrando deslumbrantes dentes brancos perfeitamente retos, enfatizando seus lábios beijáveis e diz "seu peito está falando,” apontando para o meu sutiã.
Minhas mãos vão automaticamente para o meu rosto, cobrindo os olhos com humilhação.
"Mensagem de texto,” murmuro quase inaudível e estou pronta para dar uma reprimenda em quem me enviou a mensagem. Claro que eu não vou mergulhar a mão no meu sutiã de correr, novamente, e pegar o smartphone, na presença do cara mais bonito, fora dos meus sonhos, em quem eu já coloquei meus olhos.
"Ciao..." Eu encontro-me dizendo, sem levantar os olhos para olhar para ele, desejando que o chão me engolisse e me fizesse desaparecer, enquanto eu pego o meu ritmo para executar a minha corrida regular.
"Ellie," ele me chama em uma voz contrita, correndo atrás de mim, facilmente me alcançando. "Perdoe-me. Eu realmente não queria envergonhá-la," diz ele, em tom de desculpa. Eu abrando o meu ritmo.
"Desculpas aceitas,” eu digo olhando para frente, continuando a correr, e ele facilmente prossegue comigo. Na verdade eu acho que ele pode me ultrapassar de longe.
"Nesse caso, eu posso continuar a correr com você, como uma prova de sua aceitação do meu pedido de desculpas?" Ele pergunta, na mais doce, mais culta entonação, embora de tal forma que eu não poderia confundir a demanda oculta nela, nem podia negar o pedido. Como alguém pode reunir tanta paixão, tanta sofisticação, e tão controlada demanda em uma única frase?
"Claro..." eu respondo quase inaudível. Mesmo que o meu olhar esteja fixo no meu destino, o arco de pedra do mar, eu posso sentir seu sorriso.
"Você é italiana?" pergunta ele, me confundindo.
"Não, eu sou californiana. O que lhe fez pensar isso?"
"A maneira como você disse `ciao`. Soou completamente natural..." ele responde meditativo.
"Eu não sei por que eu disse isso. Parecia a coisa certa a dizer," eu respondo, e sinto o seu olhar escaldante no meu perfil. "Você corre aqui todas as manhãs?" Ele pergunta, possivelmente como uma conversa inicial.
"Eu não tenho chance de correr todos os dias, mas às vezes eu venho aqui para surfar, dependendo das ondas, é claro,” acrescento eu, com um sorriso, ainda olhando para frente.
"Você é estudante?” Ele pergunta.
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