Fanfic: Fiquei com o seu número ☏ (Adaptada) | Tema: Vondy; Comédia/ Romance
O que está acontecendo agora? Anahí é uma pessoa bastante irritadiça; na verdade, ela é bastante infantil. Do nada ela fica toda quietinha e rabugenta, e aí você descobre que no dia anterior você pediu com certa impaciência o histórico de um paciente e isso acabou magoando os sentimentos dela. Maite é o oposto. Ela tem a pele lisa, da cor de café com leite, um busto enorme e maternal e é tão cheia de bom-senso que praticamente escorre pelas orelhas. No minuto em que ela chega ao seu lado, você se sente mais sã, mais calma, mais alegre e mais forte. Não é surpresa que a clínica de fisioterapia seja um sucesso. Anahí e eu somos boas no que fazemos, mas Maite é a grande estrela. Todo mundo a adora. Os homens, as mulheres, as vovós, as crianças. Foi ela também quem juntou dinheiro e investiu no negócio,25 então, oficialmente, ela é a minha chefe.
— Bom dia, querida. — Mai sai rapidamente da sala de terapia, sorrindo largamente, como o habitual. Seu cabelo está penteado para trás e preso num coque, com detalhes retorcidos de cada lado. Tanto Annie quanto Mai capricharam nos penteados. É quase como uma competição entre as duas. — Olha só, é um saco, mas preciso fazer uma audiência disciplinar com você.
— O quê? — Olho para ela boquiaberta.
— Não é culpa minha! — Ela ergue as mãos. — Quero credenciamento de um novo grupo, o PFFA. Andei lendo o material deles, e eles dizem que se alguém da equipe dá em cima de pacientes, essa pessoa precisa ser punida. Devíamos ter feito isso mesmo, você sabe, mas agora tenho que ter os documentos prontos para o inspetor. Vamos acabar rapidinho.
— Eu não dei em cima dele — falei, na defensiva. — Ele deu em cima de mim!
— Acho que o comitê vai decidir isso, não é? — diz Anahí, com hostilidade. Ela está tão séria que fico até um pouco preocupada. — Eu falei que você tinha sido antiética — acrescenta ela. — Você devia ser processada.
— Processada? — Eu apelo para Maite.
Não consigo acreditar que isso esteja acontecendo. Quando Rodrigo me pediu em casamento, Maite disse que era uma história tão romântica que ela tinha vontade de chorar e que, tudo bem, estritamente falando, era contra as regras, mas na opinião dela o amor superava tudo, e me perguntou se “por favor , ela poderia ser dama de honra?”.
— Anahí, você não quer dizer “processada”. — Mai revira os olhos. — Venha. Vamos montar o comitê.
— Quem compõe o comitê?
— Nós — diz Maite com alegria. — Eu e Anahí. Sei que devíamos ter alguém de fora, mas eu não sabia quem chamar. Vou dizer para o inspetor que convoquei uma pessoa, mas ela ficou doente. — Ela olha para o relógio. — Certo, temos vinte minutos. Bom dia, Angela! — ela acrescenta com alegria quando nossa recepcionista abre a porta da frente. — Não passe nenhuma ligação, está bem?
Angela apenas concorda, funga e solta a bolsa no chão. O namorado dela toca numa banda, então ela nunca é muito comunicativa de manhã.
— Ah, Dulce — diz Maite por cima do ombro ao seguir na frente em direção à sala de reuniões. — Eu devia ter dado duas semanas de aviso para você se preparar. Mas você não precisa disso tudo de tempo, né? Podemos dizer que você teve? Porque só falta um pouco mais de uma semana para o casamento, e adiar significaria tirar você da sua lua de mel ou deixar para quando você voltasse, e eu quero mesmo resolver a papelada...
Ela está me guiando até a cadeira solitária, abandonada no meio da sala, enquanto ela e Anahí tomam seus lugares atrás da mesa. A qualquer minuto, espero uma luz intensa ser apontada para o meu rosto. Isso é horrível. Tudo de repente mudou. São elas contra mim.
— Você vai me despedir? — Eu me sinto ridiculamente em pânico.
— Não! É claro que não! — Maite está desenroscando a tampa da caneta. — Não seja boba!
— Poderíamos — diz Anahí, me lançando um olhar ameaçador.
Obviamente, ela está adorando o papel de Braço Direito da chefona. Eu sei por que tudo isso. É porque eu fiquei com Rodrigo e ela não. O problema é o seguinte: Anahí é a mais bonita. Até mesmo eu quero ficar olhando para ela o dia todo, e eu sou mulher. Se você dissesse para qualquer pessoa no ano passado “Qual dessas três vai fisgar um cara e ficar noiva até a primavera?”, ela teria dito imediatamente: “Anahí.” Por isso consigo entender seu ponto de vista. Ela deve se olhar no espelho e se ver (deusa grega), depois me ver (pernas finas, cabelo escuro, melhor característica: cílios longos) e pensar... “PQP. Sério?” Além do mais, como eu já tinha dito, Rodrigo estava marcado com ela a princípio. E, no último minuto, trocamos de pacientes. O que não é culpa minha.
— Pois bem. — Maite tira os olhos do bloco pautado. — Vamos pontuar os fatos, Srta. Saviñón. No dia 15 de dezembro do ano passado, você atendeu um homem chamado Sr. Rodrigo Reyes aqui na clínica.
— Sim.
— Qual era o tipo de lesão?
— Torção de pulso durante prática de esqui.
— E ao longo dessa consulta ele demonstrou... Algum interesse por você que fosse inadequado? Ou você por ele?
Puxo do fundo da minha memória aquele primeiro instante em que Rodrigo entrou na minha sala. Ele usava um casaco comprido cinza de tweed, o cabelo castanho-avermelhado brilhava por causa da chuva e o rosto estava vermelho por ter andado rápido. Ele estava dez minutos atrasado e entrou correndo, segurou minhas mãos e disse “Mil perdões pelo atraso” com uma voz adorável e bem educada.
— Eu... Hum... Não — falei, na defensiva. — Foi só uma consulta padrão.
No momento em que digo isso, sei que não é verdade. Em consultas rotineiras, seu coração não dispara quando você segura o braço do paciente. Os cabelos da sua nuca não ficam eriçados. Você não segura a mão dele só um pouquinho mais do que precisa. Não que eu possa dizer qualquer uma dessas coisas. Eu realmente seria demitida.
— Eu tratei o paciente durante o período de uma série de consultas. — Tento parecer calma e profissional. — Quando percebemos o que sentíamos um pelo outro, o tratamento dele já tinha terminado. Portanto, foi totalmente ético.
— Ele me falou que foi amor à primeira vista! — diz Anahí. — Como você explica isso? Ele me disse que vocês ficaram instantaneamente atraídos um pelo outro e que ele queria atacar você ali mesmo, no sofá. Contou que nunca viu nada tão sexy quanto você de uniforme.
Vou dar um tiro em Rodrigo. Para que ele foi dizer isso?
— Protesto! — Eu olho para ela com raiva. — A evidência foi obtida sob influência de álcool e de uma forma não profissional. Portanto, não pode ser utilizada no tribunal.
— Pode sim! E você está sob juramento! — Ela aponta o dedo para mim.
— Protesto aceito — interrompe Maite, levantando os olhos ao terminar de escrever com um olhar distante e melancólico. — Foi mesmo amor à primeira vista? — Ela se inclina para a frente e seus grandes seios uniformizados se espalham para todos os lados. — Você sabia?
Fecho os olhos e tento visualizar aquele dia. Não tenho certeza sobre o que eu sabia além de que eu também queria atacá-lo no sofá.
— Sabia — digo, por fim. — Acho que sim.
— É tão romântico — suspira Maite.
— E errado! — grita Anahí com severidade. — Assim que ele demonstrou interesse, você deveria ter dito: “Senhor, este comportamento é inadequado. Gostaria de encerrar esta consulta e que você fosse atendido por outra fisioterapeuta.
— Ah, outra fisioterapeuta! — Não consigo segurar uma risada. — Como você, por acaso?
— Talvez! Por que não?
— E se ele tivesse demonstrado interesse por você?
Ela ergue o queixo com orgulho.
— Eu teria lidado com a situação sem comprometer meus princípios éticos.
— Eu fui ética! — digo, revoltada. — Fui completamente ética!
— Ah, é? — Ela aperta os olhos, como um advogado de acusação. — O que levou você a sugerir trocar de consultas comigo antes da primeira consulta dele, Srta. Saviñón? Será que já não tinha jogado o nome dele no Google e decidido que queria ele pra você?
Já não resolvemos isso?
— Anahí, você quis trocar de consultas! Nunca sugeri nada! Eu nem fazia ideia de quem ele era! Então se você acha que saiu perdendo, azar o seu. Da próxima vez, não troque!
Por um momento, Anahí não diz nada. O rosto dela vai ficando cada vez mais e mais rosa.
— Eu sei — diz ela, e bate com o punho na testa. — Eu sei! Fui tão burra. Por que fui trocar?
— E daí? — interrompe Maite com firmeza. — Annie, supera. Rodrigo obviamente não era para ser seu, era para ser de Dulce. Que importância tem?
Anahí fica em silêncio. Percebo que não está convencida.
— Não é justo — murmura ela, finalmente. — Você sabe quantos banqueiros massageei na Maratona de Londres? Você sabe o quanto me esforcei?
Anahí começou a se interessar pela Maratona de Londres havia alguns anos, quando estava assistindo na TV e percebeu que tinha um bando de caras de 40 anos sarados e cheios de energia que provavelmente estavam solteiros porque a única coisa que faziam era correr, e é verdade que 40 anos era meio velho, mas pense no tipo de salário que eles devem ganhar. Assim, ela começou a se voluntariar como fisioterapeuta de emergência todos os anos depois disso. Ela vai pelo faro direto para os homens atraentes e massageia os músculos da panturrilha ou algum outro enquanto os mira com os enormes olhos azuis e diz que sempre ajudou aquela mesma instituição de caridade.26 Para ser justa, ela já conseguiu muitos encontros assim (um cara até a levou a Paris), mas nada mais duradouro ou sério, que é o que ela quer. O que ela não admite, óbvio, é o elevado grau de exigência que tem. Ela finge que quer “um cara legal e sincero com bons valores”, mas vários assim já ficaram desesperadamente apaixonados por ela. E ela deu o fora neles, até naquele ator que era bem bonito (a peça dele saiu de cartaz e ele não tinha outra para fazer depois). O que ela quer mesmo é um cara que parece saído de um comercial da Gilette com um salário enorme e/ou um título. De preferência, os dois. Acho que é por isso que ela está tão furiosa por ter perdido Rodrigo, pois ele é “doutor”. Uma vez ela me perguntou se ele se tornaria “pós doutor” um dia e eu disse que provavelmente sim, e ela ficou meio
verde. Maite escreve alguma coisa e tampa a caneta.
— Bem, acho que cobrimos os fatos. Muito bem, pessoal.
— Você não vai dar uma advertência a ela nem nada? — Anahí ainda está fazendo beicinho.
— Ah, é justo. — diz Maite, e limpa a garganta. — Dulce María, não faça isso de novo.
— Tudo bem. — Eu dou de ombros.
— Vou colocar essa declaração por escrito e mostrar para o inspetor. Isso deve calar a boca dele. Aliás, eu disse que encontrei o sutiã sem alças perfeito para colocar com meu vestido de dama de honra? — Maite dá um sorrisão para mim, voltando a ser a pessoa alegre de sempre. — É de cetim verde-azulado. Um luxo.
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Notas
25. Ou melhor, foi o pai dela. Ele já é dono de uma cadeia de lojas de fotocópias.
26. E também ignora completamente as pobres mulheres que torceram o tornozelo. Se você for mulher, nunca corra a maratona quando Anahí estiver de serviço.
Autor(a): marinatuawonderland♛
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— É de cetim verde-azulado. Um luxo. — Parece incrível! — Eu me levanto e estico a mão em direção à bandeja do Costa Coffee. — Um desses é pra mim? — Eu trouxe para você um café com leite — diz Anahí de má vontade. — Com noz moscada. Quando o pego, Maite s ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 11
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btuunes Postado em 16/08/2014 - 14:29:42
Continuaaaa
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lyagomesvondy Postado em 11/08/2014 - 16:49:08
Leitora nova cont estou amando
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duda_dulcete Postado em 07/08/2014 - 18:48:35
Ooii nova leitoraa!!! Continuaa pliis...
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gabivondy Postado em 06/08/2014 - 22:41:35
continua plisssssssss nao vejo a hora dela terminar logo com o rodrigo aff cara idiota
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mariavondy Postado em 06/08/2014 - 15:34:18
pq abandonou sua outra fanfic Neighbors? amo ela... continua
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gabivondy Postado em 03/08/2014 - 09:55:19
continua plissssssss <3 muito bom <3
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gabivondy Postado em 02/08/2014 - 18:56:49
Anw continia to tao anciosa pra eles se conhecerem <3 muito perfeita a web mds a dulce ta surtando com esse anel
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sher_vondy Postado em 02/08/2014 - 18:19:47
Só pela sinopse e prólogo já amei. Posta maaais =D
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gabivondy Postado em 02/08/2014 - 18:19:11
continua plissssssssss <3 <3 <3
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robertah_vondyy_chavino_ Postado em 02/08/2014 - 18:13:39
oiee. posta mais