Fanfic: Fiquei com o seu número ☏ (Adaptada) | Tema: Vondy; Comédia/ Romance
Ouço meu próprio grito de choque antes mesmo de registrar o que aconteceu. Sinto uma dor no ombro. Meus dedos parecem arranhados. Uma pessoa de bicicleta pedala muito rápido em direção ao fim da rua. Só tenho tempo de registrar um casaco cinza com capuz e calça jeans preta skinny antes de a bicicleta dobrar a esquina. Minha mão está vazia. Que palhaçada é essa que... Olho para a palma da minha mão incrédula e meio entorpecida. Já era. Aquele cara roubou meu celular. Roubou a porcaria do meu celular. Meu celular é minha vida. Não existo sem ele. É um órgão vital.
— Senhora, você está bem? — O porteiro está descendo os degraus correndo. — Aconteceu alguma coisa? Ele machucou você?
— Eu... Eu acabei de ser roubada — consigo gaguejar. — Levaram meu celular. O porteiro faz um ruído de solidariedade.
— Aproveitadores, isso que eles são. A gente tem que tomar cuidado por essas bandas daqui...
Não estou ouvindo. Começo a tremer toda. Nunca me senti tão desolada e com tanto pânico. O que vai ser de mim sem o meu celular? Como vou viver? Minhas mãos ficam procurando automaticamente o aparelho no lugar em que costumo colocá-lo no bolso. Meu instinto é mandar uma mensagem de texto para alguém dizendo: “Ai, meu Deus, perdi meu celular!” Mas como posso fazer isso sem um maldito celular? Ele é meu companheiro. É meu amigo.
Minha família. Meu trabalho. Meu mundo. É tudo. Sinto como se alguém tivesse arrancado de mim os equipamentos que me mantêm viva.
— Preciso chamar a polícia, senhora?
— O porteiro está me olhando com ansiedade.
Estou distraída demais para responder. Consumida por uma repentina e ainda mais terrível percepção. O anel. Dei o número do meu celular para todo mundo: para as faxineiras, para os funcionários do toalete, para o pessoal do Marie Curie, para todo mundo. E se alguém encontrar o anel? E se alguém está com ele e está tentando me ligar neste minuto e ninguém atende porque o cara de capuz já jogou meu chip no rio?
Ai, Deus.5 Preciso falar com o concierge. Vou dar meu número de casa para ele... Não. Péssima ideia. Se deixarem um recado, Rodrigo pode acabar ouvindo.6
Tudo bem, então... Então... Vou dar o número do meu trabalho. Isso. Só que ninguém vai estar na clínica de fisioterapia esta noite. Não posso ir para lá e ficar sentada durante horas, só por garantia. Estou começando a ficar seriamente apavorada agora. Tudo está dando errado.
Para piorar ainda mais as coisas, quando corro para o saguão, o concierge está ocupado. A mesa dele está cercada por um grande grupo de pessoas que estão participando da conferência, falando sobre reservas de restaurante. Tento chamar a atenção dele, na esperança de que sinalize para que eu me aproxime por considerar que tenho prioridade, mas ele me ignora de propósito, e fico um pouco sentida. Sei que tomei muito do tempo dele esta tarde, mas será que ele não percebe a crise horrível pela qual estou passando?
— Senhora. — O porteiro me seguiu até o saguão e está com a testa franzida de preocupação. — Quer alguma coisa para passar o susto? Arnold! — Ele chama bruscamente um garçom. — Um conhaque para a senhora, por favor, por conta da casa. E se conversar com nosso concierge, ele ajudará você com a polícia. A senhora gostaria de se sentar?
— Não, obrigada. — Um pensamento me ocorre de repente. — Talvez eu devesse ligar para meu próprio número! Ligar para o ladrão! Eu poderia pedir que ele voltasse, poderia oferecer uma recompensa... O que é que você acha? Posso usar seu telefone?
O porteiro quase se encolhe quando estico a mão.
— Senhora, acho que seria uma atitude muito tola — diz ele com severidade. — E tenho certeza de que a polícia concordaria que a senhora não deveria fazer isso. Acho que a senhora deve estar em choque. Por favor, sente-se e tente relaxar.
Humm. Talvez ele esteja certo. Não gosto muito da ideia de negociar com um criminoso de capuz. Mas não posso me sentar e relaxar; estou agitada demais. Para acalmar meus nervos, começo a andar em círculos, com os saltos estalando no piso de mármore. Passo pela enorme figueira num vaso... Passo pela mesa cheia de jornais... Passo por uma enorme lata de lixo metálica... E volto até a figueira. É um circuito reconfortante, e posso manter os olhos fixos no concierge o tempo todo enquanto espero que fique disponível. O saguão ainda está repleto de executivos da conferência. Pelas portas de vidro, consigo ver que o porteiro voltou para os degraus e está ocupado chamando táxis e guardando gorjetas. Um japonês baixinho de terno azul está perto de mim com alguns executivos de aparência europeia, exclamando no que parece ser japonês em voz alta e em tom furioso e gesticulando para todo mundo, com o crachá da conferência pendurado no pescoço num cordão vermelho. Ele é tão pequeno e os outros homens parecem estar tão nervosos que quase sinto vontade de sorrir. O conhaque chega numa bandeja e faço uma breve pausa para tomar tudo de uma vez, depois volto a andar pelo mesmo caminho repetitivo. Figueira no vaso... Mesa de jornais... Lata de lixo... Figueira no vaso... Mesa de jornais... Lata de lixo... Agora que me acalmei um pouco, começo a ter pensamentos assassinos. Aquele cara de capuz se dá conta de que arruinou minha vida? Será que ele percebe o quanto um celular é crucial? É a pior coisa que se pode roubar de alguém. A pior. E nem era um celular muito bom. Era bem velho. Então boa sorte para o cara de capuz se ele quiser digitar a letra “B” num SMS ou entrar na internet. Espero que ele tente e não consiga. Aí ele vai se lamentar. Figueira... Jornais... Lixo... Figueira... Jornais... Lixo... E ele machucou meu ombro. Maldito.
Talvez eu pudesse processá-lo e ganhar milhões. Se algum dia o pegarem, o que não vai acontecer. Figueira... Jornais... Lixo... Lixo. Espere. O que é aquilo?
Fico paralisada e olho para dentro da lixeira me perguntando se alguém está pregando uma peça em mim ou se estou tendo uma alucinação. É um celular.
Bem ali na lata de lixo. Um telefone celular.
5. Mente fraca.
6. Posso me permitir ao menos uma chance de recuperá-lo em segurança sem que ele jamais tenha que saber, não posso?
Autor(a): marinatuawonderland♛
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Pisco algumas vezes e volto a olhar, mas ele ainda está lá, meio escondido entre alguns folhetos da conferência e um copo do Starbucks. O que um celular está fazendo numa lata de lixo? Olho ao redor para ver se alguém está me observando, depois enfio o braço com cuidado na lixeira e o pego. Está com algumas gotas de caf& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 11
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btuunes Postado em 16/08/2014 - 14:29:42
Continuaaaa
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lyagomesvondy Postado em 11/08/2014 - 16:49:08
Leitora nova cont estou amando
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duda_dulcete Postado em 07/08/2014 - 18:48:35
Ooii nova leitoraa!!! Continuaa pliis...
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gabivondy Postado em 06/08/2014 - 22:41:35
continua plisssssssss nao vejo a hora dela terminar logo com o rodrigo aff cara idiota
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mariavondy Postado em 06/08/2014 - 15:34:18
pq abandonou sua outra fanfic Neighbors? amo ela... continua
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gabivondy Postado em 03/08/2014 - 09:55:19
continua plissssssss <3 muito bom <3
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gabivondy Postado em 02/08/2014 - 18:56:49
Anw continia to tao anciosa pra eles se conhecerem <3 muito perfeita a web mds a dulce ta surtando com esse anel
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sher_vondy Postado em 02/08/2014 - 18:19:47
Só pela sinopse e prólogo já amei. Posta maaais =D
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gabivondy Postado em 02/08/2014 - 18:19:11
continua plissssssssss <3 <3 <3
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robertah_vondyy_chavino_ Postado em 02/08/2014 - 18:13:39
oiee. posta mais