Fanfic: O Segredo de Anahí Portilla – AyA | Tema: Anahí e Alfonso – AyA – Ponny

– Eu também fiz esse teste – informa Dul, pegando sua bolsa Louis Vuitton cor-de-rosa. Seu pai lhe deu de presente quando ela rompeu com um cara depois de três encontros. Como se estivesse de coração partido.

Veja bem, ele tinha um iate, então acho que ela ficou mesmo de coração partido.

– Quanto você tirou? – pergunta May.

– Tirei 89. – Ela se borrifa com perfume, joga o cabelo ruiva e comprido para trás e sorri para si mesma ao espelho. – Então, Any, é verdade que você vai morar com o Rodrigo?

Olho-a boquiaberta.

– Como você sabe?

– É o papo que corre na rua. Math ligou para Rupes hoje, falando de críquete, e contou a ele.

– Você vai morar com o Rodrigo? – pergunta May incrédula. – Por que não me contou?

– Eu ia contar, claro. Não é maravilhoso.

– Mau passo, Any. – Dul balança a cabeça. – Tática muito ruim.

– Tática? – exclama May, revirando os olhos. – Tática? Candy, eles estão namorando, e não jogando xadrez.

– O namoro é um jogo de xadrez – retruca Dul, passando rímel nos cílios. – Mamãe diz que a gente sempre tem de olhar adiante. Tem de planejar estrategicamente. Se der o passo errado, você se ferra.

– Besteira – retruca May em desafio. – Namoro é encontro. Encontro de almas gêmeas.

– Almas gêmeas... – ecoa Dul, desconsiderando o argumento, e me olha. – Só se lembre, Any, que se você quer uma pedra no dedo, não vá morar com o Rodrigo.

Seus olhos dão um olhar rápido, pavloviano, para a fotografia sobre a lareira, em que ela está ao lado do príncipe William num jogo de pólo de caridade.

– Ainda está se guardando para a realeza? – pergunta May. – Quantos anos mesmo ele é mais novo do que você, Dul?

– Deixa de ser boba! – reage ela bruscamente, como rosto tingido de vermelho. – Às vezes você é tão imatura, Tita!

– De qualquer modo, eu não quero uma pedra no dedo – respondo.

Dul levanta suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas como se dissesse “sua coitada ignorante”, e pega a bolsa.

– Ah – acrescenta ela de súbito, com os olhos se estreitando. –Alguma de vocês duas pegou emprestado meu casaco Joseph?

– Não – respondo inocentemente.

– Eu nem sei qual é – May dá de ombros.

Não posso olhar para May. Tenho certeza de que a vi com ele.

Os olhos castanhos de Dul, estão examinando nós duas como se fossem algum tipo de radar.

– Porque eu tenho braços muito finos – avisa ela – e não quero que as mangas fiquem frouxas. E não pensem que não vou notar, porque vou. Tchau.

No minuto em que ela saiu, May e eu nos entreolhamos.

– Merda – diz May. – Acho que deixei no trabalho. Ah, tudo bem, eu pego na segunda. – Ela dá de ombros e volta a ler a revista.

Então a verdade é que de vez em quando nós duas pegamos emprestadas as roupas de Dul. Sem pedir. Mas, em nossa defesa, ela tem roupas demais, quase nunca nota. Além do mais, segundo May, é um direito humano básico pegar roupas emprestadas de colegas de apartamento. Ela diz que praticamente faz parte da constituição britânica não-escrita.

– E, de qualquer modo – acrescenta May - Dul tem uma dívida comigo, por eu ter escrito uma carta ao conselho sobre aquelas multas de estacionamento. Sabe, ela nem me agradeceu. – May ergue o olhar de um artigo sobre Nicole Kidman. – Então, o que você vai fazer mais tarde? Quer ver um filme?

– Não posso – respondo relutante. – Hoje vai ter o almoço de aniversário da minha mãe.

– Ah, é. – Ela faz uma cara simpática. – Boa sorte. Espero que seja legal.

May é a única pessoa no mundo que faz alguma idéia de como me sinto quando vou à casados meus pais. E nem ela sabe de tudo.

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lais sankari: :))