Fanfic: O Segredo de Anahí Portilla – AyA | Tema: Anahí e Alfonso – AyA – Ponny

 Pelo resto do dia há uma espécie de atmosfera festiva no trabalho. Mas eu só fico ali sentada, incapaz de acreditar no que aconteceu. E, quando eu vou para casa no fim da tarde meu coração ainda está martelando. E da injustiça daquilo tudo. Ele era um estranho. Ele deveria ser um estranho. A única lógica dos estranhos é que eles desaparecem no éter, para nunca mais serem vistos. E não para aparecer no escritório, nem para perguntar se quanto é oito vezes nove. Não para ser meu megapatrão.

Bem, eu só posso dizer o que isso me ensinou. Meus pais sempre me disseram para não conversar com estranhos, e estavam certos. Nunca mais vou contar nada meu a um estranho. Nunca.

Marquei de ir ao apartamento de Rodrigo à noite, e quando chego sinto meu corpo se expandir de alívio. Longe do escritório. Longe de toda a conversa interminável sobre Alfonso Herrera. E Rodrigo já está cozinhando. Puxa, não é perfeito? A cozinha está cheia de um perfume de alho e ervas, e há uma taça de vinho me esperando na mesa.

– Oi! – exclamo e lhe dou um beijo.

– Oi, querida. – responde ele olhando o fogão.

Merda. Esqueci completamente de dizer querido. Certo, como é que eu vou lembrar?

Sei vou escrever na mão.

– Dá uma olhada nisso. Eu baixei da internet. – Rodrigo sinaliza para uma pasta de papel na mesa, com um sorriso amplo. Eu olho e me pego olhando uma foto granulada, em preto-e-branco, de uma sala com sofá  e uma planta num vaso. 

– Apartamentos! – Exclamo pasma. –      Uau. Que rapidez, eu ainda nem dei a notícia.

– Bem, a gente tem que começar a procurar. Olha, aquele ali tem varanda. E tem uma lareira que funciona!

– Nossa!

Sento-me na cadeira e olho a fotografia turva, tentando me imaginar morando com Rodrigo ali. Sentada naquele sofá, só nós dois, toda noite.

Imagino o que conversaremos.

Bem! Vamos conversar sobre... O que sempre conversamos.

Talvez a gente jogue Banco Imobiliário. Só se ficarmos chateados ou sei lá o quê.

Viro outra folha e sinto uma pontada de empolgação.

Esse apartamento tem piso de madeira e postigos nas janelas! Eu sempre quis piso de madeira e postigos. E olha aquela cozinha maneira, com tampos de bancadas de granito...

Ah, vai ser fantástico. Mal posso esperar! 

Tomo um golo de vinho, feliz, e estou afundando confortavelmente na cadeira quando Rodrigo puxa conversa. 

– E aí? Não é um barato esse negócio de Alfonso Herrera ter vindo?

Ah meu Deus. Por favor, chega de falar na porcaria do Alfonso Herrera.

– Você o conheceu? – Pergunta Rodrigo com uma tijela de amendoins – Ouvi dizer que ele foi ao Marketing.

– Hmm, é conheci.

– Ele foi na Pesquisa hoje a tarde, mas eu estava em reunião. – Rodrigo me olha, bestificado. – Então como ele é?

– É... Não sei, cabelo cacheado, olhos verdes, americano... E ai como foi a reunião?

Rodrigo ignora totalmente minha tentativa de mudar de assunto.

– Mas não é empolgante? – Seu rosto está luzindo. – Alfonso Herrera!

– Acho que é... – Dou de ombros. – Mas olha...

– Any! Você não está empolgada? – Rodrigo fica perplexo – Nós estamos falando do fundador da empresa! Estamos falando do sujeito que criou o conceito da Panther Cola. Que pegou uma marca desconhecida, remodelou e vendeu para o mundo todo! Transformou uma empresa fracassada em uma grande corporação. E agora nós vamos conhecê-lo. Não é emocionante?

– É... – Digo finalmente – É emocionante...

– Pode ser a oportunidade de vida para todos nós. Aprender com o próprio gênio! Sabe ele nunca escreveu um livro, nunca compartilhou os pensamentos com ninguém a não ser com Jaime Camil...

Rodrigo enfia a mão na geladeira, pega uma lata de Panther Cola e abre. Rodrigo deve ser o empregado mais fiel do mundo, uma vez eu comprei uma Pepsi quando a gente fez um piquenique, e ele quase teve uma hérnia.

– Sabe o que eu adoraria acima de tudo? – Continua ele, tomando um gole. – Um papo pessoal com Alfonso Herrera. Não seria o impulso de carreira mais fantástico?

Um papo pessoal com Alfonso Herrera.

É, foi um tremendo impulso na minha carreira.

– Acho que sim. – Respondo relutante.

– Claro que seria! Só de ter a chance de ouvi-lo, ouvir o que ele tem a dizer. Poxa, o cara esteve escondido por três anos. Que ideia ele deve ter gerado todo esse tempo? Não só sobre marketing, mas sobre negócios, sobre a vida...

A voz entusiasmada de Rodrigo é como um sal que queima minha pele machucada. Então, vejamos de que modo espetacular eu cometi esse erro, certo? Estou sentada no avião ao lado do grande Alfonso Herrera, gênio criativo e fonte de toda a sabedoria e marketing, para não mencionar os mistérios da vida em si. 

E o que eu faço? Alguma pergunta perspicaz? Tenho alguma conversa inteligente com ele? Aprendo alguma coisa com ele?

Não. Falo sobre o tipo de calcinha que eu prefiro. 

Grande passo na carreira, Anahí. Um dos melhores. 

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Vocês viram o reencontro? Sem o Ponchinho, mas reencontro? Eu pirei! Gritei! Chorei! Quase morri. Chega fiquei inspirada, agradeço do fundo do meu ❤️ Traumado os comentários, isso me inspira a continuar, não vou respondê-los agora, mas assim que eu postar mais eu respondo, beijos da Barbie.