Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Acabado.

Estava tudo acabado.

O dinheiro fora gasto há muito tempo. No último ano, também perdera o apartamento de Londres, a vila na França e a Ferrari vermelha. Tudo perdido no simples giro de uma roleta.

Era uma doença. Sabia que era. Mas por mais que tentasse, não conseguia se curar.

Na noite anterior perdera a coisa que sempre jurara nunca apostar e deixara a família em uma situação delicada.

Oh, Deus...!

Suas mãos se crisparam no volante do veículo que ele guiava, um carro alugado.

Não tinha mais dinheiro para comprar um, 

Dirigia quase que por instinto, enquanto manobrava as curvas da estrada sinuosa que o levava para longe de Monte Carlo. O cintilante azul cerúleo do mar Mediterrâneo logo abaixo era um convite. Era uma viagem que, apesar dos seus esforços para lutar contra o desejo, voltaria a fazer naquela noite, quando a febre do vício se tornasse insuportável, fazendo-o voltar mais uma vez à fascinação das mesas de jogo.

Como poderia enfrentar o pai e Anahí e lhes contar o que fzera? Como explicar sua traição?

Não podia.

Afnal, depois de toda a dor de cabeça que já lhes causara, de fato não podia!

E aquele mar azul embaixo parecia tão tentador...

Talvez fosse melhor não virar o volante na próxima curva. Talvez aquela fosse a resposta para sua doença, como uma febre em seu sangue, atraindo-o repetidas vezes para os braços da Dama da Sorte.

Uma dama que o abandonara completamente...

Acabado.

Estava tudo acabado.

Todas as suas esperanças e sonhos não signifcavam nada agora que sabia que Pierre nunca a amara. Por certo, ele jamais tivera a intenção de deixar a esposa para fcar com ela.

Acreditara, um ano atrás, quando ele dissera que a amava, não se importando com o fato de ele ser um homem casado; só queria estar a seu lado, amá-lo e ser amada por ele.

Estava certa de que o flho dos dois, que nascera três meses atrás, seria o estímulo necessário para que ele deixasse a mulher. Mas em vez disso, o covarde preferira confessar tudo à esposa, implorar-lhe perdão e fcar a seu lado!

Marco, seu pobre flhinho.

Ela era motivo de vergonha. Desgraçara a vida da família, trazendo aquela criança ao mundo. E tudo isso por nada.

Pierre não a amava. Na noite anterior, deitada em seus braços, após terem feito amor, implora-lhe que fcasse com ela e a criança, mas ele preferira lhe contar a verdade, que jamais a amara, que ela fora apenas um passatempo, outra conquista em sua longa lista de casos extraconjugais.

Lágrimas rolavam-lhe pela face, enquanto dirigia ao longo da estrada sinuosa que a levava de volta a Monte Carlo e ao hotel que sua família possuía lá. Para seu flho. Seu lindo flhinho sem pai.

O menino fcaria melhor sem ela!

Seu coração estava partido e jamais se repararia.

Se partisse desse mundo, o irmão, Alfonso, cuidaria de Marco, o protegeria do estigma relacionado ao seu nascimento, o amaria como se fosse seu, salvaguardando-o, de forma que nada e ninguém pudessem feri-lo.

Mas seria capaz de tal ato? De pôr fm à dor da rejeição que Pierre lhe causara?

As mentiras daquele homem a levaram àquele estado de desespero.

Sua traição absoluta a um amor que ela julgara tão belo e perfeito...

Sim, assentiu, enquanto olhava para o Mediterrâneo cintilando e acenando tão tentadoramente, como um diamante, embaixo dela. Sim, seria capaz. Poderia guiar o carro até a extremidade do precipício e terminar de uma vez por todas com aquela dor...

Ele não fazia a mínima idéia de que havia um carro se aproximando na direção contrária. Só houve tempo para perceber que nenhum dos dois tentara virar a curva na estrada.

Os dois veículos colidiram, chocando-se com um enorme ruído metálico.

Zonzo, ele se virou e olhou para a motorista do outro carro, notando a beleza da face da jovem mulher. Ela o ftou de volta com os olhos escuros assombrados.

Então os dois veículos começaram a cair, mergulhando no precipício, em direção à profundidade fascinante do mar Mediterrâneo...