Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Não tenho qualquer intenção de lhe dar algum crédito por coisa alguma!

Alfonso ergueu as sobrancelhas grossas sobre os olhos castanho-escuros.

— Nem mesmo por ser um amante atencioso? — escarneceu num tom suave.

— Por ser experiente, você quer dizer! — rebateu desgostosa, voltando a corar pela falta de controle anterior.

E por algo mais, se Alfonso não estivesse enganado. Talvez por não ter tido a mesma consideração pelo prazer dele?

— Tive outras amantes, é verdade — reconheceu. — Mas você também...

— Um — corrigiu Anahí. — O que aconteceu entre nós jamais teria acontecido se...

— Ela pausou de repente. — Tenho que ir embora — murmurou com um fo de voz.

Não era o que haviam planejado para aquela noite, Alfonso sabia, mas, por causa do que ocorrera, estava inclinado a concordar.

Sem dúvida passaria uma noite frustrado e inquieto. Embora sentisse um doce consolo pelo fato de Anahí ter dito que seu único amante fora o ex-marido...

Era uma surpresa, uma surpresa deveras agradável, e a resposta desinibida daquela mulher encorajou-lhe a convicção de que ela o aceitaria como marido, mais cedo do que podia imaginar.

— Muito bem — disse ele. — Permitirei que...

— Não tem que permitir coisa alguma, Alfonso — cortou ela impaciente. — Meu Deus, como é arrogante — acrescentou aborrecida. — Vou partir agora porque quero, não porque você está permitindo! Não pense que pode me controlar com prazer físico. Porque não pode!

Teria sido essa a sua intenção? Entretanto, o prazer físico que experimentaram juntos não era uma arma a ser usada, mas para ser desfrutada, até mesmo celebrada.

Será que Anahí não se dava conta de que o prazer que sentira aquela noite era mais raro do que podia imaginar? Que não importa o que todas as revistas femininas escreviam a esse respeito, muitas mulheres passavam pela vida sem experimentar um único orgasmo nos braços do parceiro. Prazer, sim, mas não necessariamente a resposta profunda e orgástica que Robin vivenciara com tanta espontaneidade.

Alfonso não estava a ponto de recusar o presente que ela havia lhe dado, atirando isso em sua face bonita.

— Então vá, Anahí. Se concordar, nos encontraremos novamente amanhã à noite.

— Em um restaurante dessa vez! — informou ela depressa, com olhos famejando de raiva.

Alfonso esboçou um breve sorriso.

— Em um restaurante — concedeu. — Não pense que poderá me controlar com prazer físico também, Anahí — advertiu ele.

Os olhos dela se alargaram e, em seguida, ela fez uma carranca, antes de se virar e deixar a suíte.

Alfonso ouviu as portas do elevador se abrirem e segundos depois se fecharem.

Não importava.

Teria a noite seguinte. E a outra. E todas as outras noites para o resto da vida...

— Você jantou com quem ontem à noite, Anahí? — perguntou Charles incrédulo, enquanto se sentava à mesa para o desjejum na manhã seguinte.

— Oh, papai, como sei que não há nada de errado com sua audição, estou certa de que me ouviu da primeira vez. — Anahí ergueu as sobrancelhas, os cotovelos descansando sobre a mesa e uma xícara de café nas mãos.

Embora não tivesse jantado exatamente com Alfonso ou pelo menos ambos não haviam terminado de comer, reconheceu pesarosa, ainda embaraçada ao lembrar os minutos passados nos braços daquele homem na noite anterior.

Jamais lhe acontecera tal coisa. O lado físico do seu casamento com Giles fora bastante satisfatório no começo. Menos quando iniciaram os testes, tabelas e medições de temperatura, que fzeram parte do esforço dos dois para conceber a criança que Giles tanto desejava. A criança que Anahí também queria. Que agora teria em Marco, se o casamento com Alfonso Herrera se realizasse.

E agora que conhecera o menino, tinha toda intenção de se casar. Anahí acordara aquela manhã, na própria cama, graças a Deus, tomada por um sentimento que só poderia descrevê-lo como uma languidez de satisfação, causada pelo envolvimento sexual com Alfonso, ela sabia.

Aquela languidez, o fato de que quando ela e Alfonso se casassem se tornaria sua esposa no sentido amplo da palavra, bem como a alegria pela perspectiva de ser a mãe de Marco, encorajaram-na a começar o difícil processo de contar ao pai sobre o relacionamento dos dois.

Quanto mais cedo ele soubesse, mais cedo ela poderia se tornar mãe daquele menininho encantador.

O pai parecia magoado pelas notícias ao ftá-la através da mesa de café da manhã.

— Eu... Mas... Alfonso Herrera, Anahí? — explodiu por fm com um tom de descrença. — Eu nem sabia que você conhecia esse homem.

— Você nos apresentou sábado passado no jantar de caridade, não lembra? — A voz soou suave.

— Bem, sim, mas... — Charles sacudiu a cabeça. — Quando vocês dois se encontraram novamente? — perguntou, franzindo o cenho.

Anahí sabia que aquela conversa seria no mínimo delicada e que Alfonso não era o mais paciente dos homens.

Se ela não falasse logo com o pai, por certo ele o faria. Então era melhor ele saber por ela.

— Ele veio até aqui para me ver. — Deliberadamente não revelou que isso ocorrera no dia anterior. — Para me convidar para jantar. E eu aceitei.

— Ele veio aqui? — A face do pai fcou pálida.

— Sim. — Anahí inclinou a cabeça. — Há alguma razão que o impeça?

O pai se ergueu e caminhou pela sala, ainda de roupão, já que era sábado de manhã e ele não tinha que trabalhar. Embora tivesse escovado os cabelos e se barbeado antes de descer para o desjejum.

— Talvez devesse ter lhe falado sobre isso antes — admitiu. — Mas não podia imaginar que você e Herrera se encontrariam depois do jantar de caridade. Maldição, eu esperava que você não o encontrasse nunca mais!

Lembra do outro motorista envolvido no acidente de Simon...

— Era a irmã caçula de Alfonso, Carla — cortou ela num tom calmo. — Sim, eu sei.

— Você sabe? — O pai tomou fôlego e ele estacou. Anahí fez um gesto de assentimento.

— Alfonso e eu conversamos sobre isso.

— Vocês conversaram sobre isso?

— Papai, tenho certeza que já podia ter lhe contado mais se você parasse de repetir tudo que eu digo. E, sim — suspirou ela. — Alfonso e eu conversamos sobre o acidente e a morte de Simon e Carla. Estranhamente, isso só nos levou a acreditar que estávamos destinados a nos conhecer...

Estava exagerando um pouco, Anahí sabia, mas, para o seu próprio bem, de fato tinha que convencer o pai que seu relacionamento com Alfonso era um casamento por amor e não a vendetta contra a família Portilla.

O pai a ftou transtornado só de pensar no envolvimento da flha com Alfonso Herrera. E o que sentiria se soubesse que sua amada flha estava sendo forçada a se casar com aquele homem?

Ou pelo menos que fora coerção da parte de Alfonso...

Conhecer Marco, segurá-lo nos braços, ser cativada pela inocência do sorriso do sobrinho dele, mudara tudo.

Anahí recusou-se a admitir que o prazer que sentira na noite anterior nos braços de Alfonso também poderia ser um motivo que a fez mudar de atitude.