Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Papai, não seria maravilhoso se algo bom pudesse resultar dessa tragédia? — Ela o ftou suplicante, um pouco envergonhada por usar tal artifício feminino para convencer o pai, afnal ele nunca fora capaz de resistir ao apelo daqueles olhos cor de violeta.

Seria melhor que o pai expressasse logo suas reservas, e ela acalmá-lo em relação a isso, do que saber a verdadeira razão pela qual ela estava saindo com aquele homem e então se recusar totalmente a permitir que ela obedecesse às exigências de Alfonso.

— Bem, sim, claro que seria — concordou Charles. — Mas escrevi a esse homem depois do acidente, você sabe.

A carta voltou dentro de outro envelope, uma semana depois, rasgada em quatro pedaços! — Ele fez uma careta. — Tive a nítida impressão de que se ele pudesse teria enfado uma faca em minha garganta! — acrescentou com um tremor.

Então Cesare recebera a carta de condolências e por certo a lera, antes de devolvê-la de um modo que só podia ser entendido como uma ameaça.

Não era de admirar que o pai a tivesse advertido para se afastar do italiano.

Anahí curvou os lábios num sorriso pesaroso.

— Alfonso pode ser um pouco dramático, não é? — disse, forçando o som de afeto na voz. — É aquele sangue latino — continuou. — Mas posso lhe assegurar que ele não está mais bravo com o que aconteceu.

O pai dela parecia cético.

— Tem certeza disso?

— Sim — Anahí assegurou, colocando a xícara na mesa e se erguendo para lhe dar um abraço. — Agora, desfaça essa carranca e fque feliz por mim. Quero apresentar-lhe Alfonso como seu futuro genro qualquer dia desses! — contou num tom alegre.

— Você vai se casar com esse homem? — o pai perguntou descrente.

— Se ele me pedir, sim. — Anahí assentiu com a cabeça. — E acredito que ele fará isso em breve.

— Mas disse que não ia se casar novamente! Que nenhum homem ia querê-la porque você não podia ter flhos, embora eu jamais tenha acreditado nisso.

— Alfonso já possui um herdeiro do sexo masculino, logo não vai se importar com o fato de eu não poder lhe dar flhos — disse ela, não muito inclinada em revelar exatamente quem era o herdeiro.

Na realidade, seria melhor se ela mudasse logo de assunto.

— Cruze seus dedos por mim, papai? — encorajou-o feliz.

O pai ainda aparentava como se preferisse trancá-la no quarto e mantê-la lá até Alfonso Herrera desaparecer completamente de Londres. Mas, como não estava a ponto de fazer tal coisa, não tinha escolha se não aceitar o que flha decidira.

— Tome cuidado, Anahí — disse Charles, acariciando-lhe a face num gesto afetuoso. — Não confo nesse homem.

— Não seja tolo — Ela sorriu confante. — E claro que tomarei cuidado — assegurou, sentindo o coração apertado pela decepção que estava causando ao pai, porém ciente de que doeria muito mais se ele descobrisse a verdade, a proibisse de se casar com Alfonso, e o italiano levasse a cabo a ameaça de destruir a Portilla Publishing.

Não, era muito melhor daquele modo, reassegurou-se.

Mas não pretendia ser tão complacente com Alfonso, quando o encontrasse mais tarde no restaurante Gregori naquela noite, como haviam combinado mais cedo durante um telefonema. Não tinha intenção de voltar a facilitar as coisas para aquele homem como fzera na noite anterior, respondendo às suas investidas com toda aquela ânsia.

— Dormiu bem ontem à noite? — incitou Alfonso sucinto, após ter feito o pedido.

— Muito bem, obrigada — respondeu Anahí num tom vivaz. — E você?

Como um gato selvagem, pensou Alfonso irritado. Sabia muito bem que bastava olhar para ele para ver os círculos escuros que lhe sombreavam os olhos, as linhas de tensão ao lado do nariz e boca e deduzir que ele não dormira direito. Em vez disso, caminhara de um lado para o outro na suíte até as cinco da manhã, quando desceu para a academia de ginástica, a fm de gastar um pouco da energia acumulada pela frustração sexual, no aparelho de remo durante uma hora.

Por outro lado, Anahí aparentava estar revigorada e desperta. O vestido lilás escuro combinava com a cor dos seus olhos. Os cabelos caíam-lhe sobre os ombros soltos e nas orelhas usava um par de argolas de ouro. O gloss de pêssego nos lábios era um convite a beijá-los.

Um convite que fez Alfonso desejar se livrar de tudo sobre a mesa, deitar Anahí em sua superfície e possuí-la ali mesmo.

— Não brinque comigo — advertiu ele num tom frio. — Não estou disposto a joguinhos.

— Santo Deus, a frustração sexual só piorou o seu humor, não é? — zombou ela, antes de se virar e sorrir para o sommelier que vertia um pouco de champanhe na taça de Alfonso.

Alfonso provou um gole antes de colocar a taça de volta na mesa.

— Está com gosto de rolha. Traga outra da safra de 63. Resfriada à temperatura correta dessa vez.

— Sim, senhor. — O assustado sommelier pegou a garrafa e as duas taças e se afastou apressado.

— Isso não foi nada gentil — Anahí o repreendeu suavemente quando voltaram a fcar a sós.

Os olhos escuros faiscaram. Alfonso a ftou com uma carranca.

— Pensei que ambos tivéssemos concordado que não sou um homem gentil.

Anahí não se lembrou de terem concordado sobre aquilo, mas Alfonso não fora muito cortês com o sommelier.

O pobre homem, por certo, estava arrasado na adega naquele momento, conferindo desesperado a temperatura da segunda garrafa de champanhe, antes de voltar à mesa.

— Deixarei uma vultuosa gorjeta no fnal da refeição, se isso a fzer se sentir melhor, Anahí.

— Bem, não, a questão não é me fazer sentir melhor, não acha? — argumentou, atenta ao fato de que o autocontrole de Alfonso estava por um fo. — Não foi comigo que você foi rude.

— Não fui rude — disparou ele uma vez mais, ao mesmo tempo em que o sommelier aparecia ao lado da mesa, suspirando e abrindo outra garrafa de champanhe. — A culpa não foi sua pela garrafa anterior não estar... aceitável — assegurou Alfonso num tom suave, sabendo que não havia nada de errado com a primeira garrafa de champanhe. Fora ríspido com o outro homem apenas porque Anahí lhe sorrira tão calorosamente.

Seus sorrisos e tudo nela lhe pertenciam!

Não que ela tivesse dado muitos sorrisos em sua direção, mas Alfonso se ressentira com ela profundamente por expressar seu bom humor a qualquer outro.

Nunca fora possessivo com suas amantes. Seus relacionamentos anteriores, sempre breves, nunca duravam mais que um ou dois meses. E ao primeiro sinal de qualquer intenção séria da parte das mulheres, terminava e sumia.

A possessividade que sentia em relação a Anahí talvez se devesse ao fato de que ela seria sua futura esposa e, como tal, exigia exclusividade, convenceu a si mesmo.