Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Então? — Anahí sorriu travessa assim que o sommelier deixou a mesa. — Não doeu muito, doeu?

— Não me desculpei porque você julgou necessário — esclareceu arrogante. — Apenas reconheci que não fui muito... educado.

Não, não fora, Anahí reconheceu, mas duvidava que alguém, alguma vez, o tivesse repreendido por ele ter sido indelicado, como ela acabara de fazer.

Anahí recostou-se no assento, enquanto a entrada era servida. Patê para Alfonso, salmão defumado para ela.

Estava ciente do fato de que várias outras mulheres no restaurante olharam fascinadas para Alfonso quando ambos chegaram algum tempo atrás, e que várias dessas mulheres continuavam a ftá-lo avidamente.

Ele aparentava ainda mais alto, moreno e bonito naquela noite. Os cabelos escuros caíam em cachos sobre o colarinho da camisa cinza-clara que ele usava sob um terno grafte. As feições marcantes e os olhos castanho-escuros chamavam atenção. O elegante terno delineava-lhe os ombros largos, os quadris estreitos e as coxas avantajadas.

Algo que despertava o interesse de pelo menos meia dúzia de outras mulheres no restaurante.

— Esse casamento que está propondo entre nós dois — começou Anahí sem tirar os olhos do prato de salmão defumado. — Trata-se de uma relação exclusivista ou espera que eu ignore os seus casos? — Ela lhe lançou um olhar desafador.

Alfonso havia começado a comer uma torrada com patê, mas a pousou no prato e a ftou com uma carranca.

— Ficaria aborrecida se eu esperasse isso de você? — sondou num tom suave.

— Ninguém gosta de ser feito de bobo. Apenas pensei que poderia ser melhor se eu soubesse do caso antes do casamento, é isso.

Não, não era só isso, Alfonso refetiu sombrio. Se ele mantivesse uma amante fora do casamento, sem sombra de dúvida Anahí consideraria a hipótese de ter a mesma liberdade.

Mas, como ele jamais compartilhara uma amante, não pretendia compartilhar a esposa também.

— Não haverá amantes, Anahí — jurou ele. — Não faço idéia por que acha que haveria quando terei uma esposa linda e desejável esperando por mim em casa. Agora, será que podemos comer nossa refeição esta noite sem o perigo da indigestão que estou certo que ambos sofremos ontem? — acrescentou, antes que ela pudesse revidar com algumas de suas respostas inteligentes. Anahí ergueu as sobrancelhas loiras.

— Já lhe disse que dormi perfeitamente bem ontem à noite.

Alfonso a ftou frustrado durante vários e longos segundos, antes de se curvar para a frente e aprisionar seu olhar assustado.

— Talvez eu devesse adverti-la que neste momento este tampo de mesa está me parecendo bastante tentador para deitá-la e fazer amor com você — sibilou entre os dentes.

Os olhos violeta permaneceram presos aos dele por mais alguns segundos, como um cervo pego nos faróis de um carro. A forte tensão sexual entre ambos era quase palpável.

— Ótimo. Estou vendo que nós nos entendemos. — Ele acenou com a cabeça satisfeito ante ao silêncio dela, exibindo uma fleira de dentes muito brancos quando sorriu. — Agora podemos comer? Por favor? — pediu secamente, ao se lembrar da reação daquela mulher a qualquer coisa que interpretasse como uma ordem dele.

A mão de Anahí tremeu ligeiramente quando ela pegou o garfo e começou a comer o salmão defumado, sem desfrutar a delicadeza de sua textura, ao se dar conta da consciência sexual que cantava uma vez mais em suas veias.

Jamais se sentira tão desperta por outro homem e desejou saber o que aquilo signifcava.

Se é que signifcava alguma coisa.

Podia ser apenas mais uma daquelas mulheres frustradas que sentiam falta de sexo ao término do casamento.

Especialmente depois de saber que Alfonso era um amante maravilhoso.

— Conversei com meu pai sobre você essa manhã — aventurou-se uma vez fnda a entrada e os pratos recolhidos. Alfonso ergueu as sobrancelhas escuras.

— De que modo? Ela fez uma careta.

— Contei que me violou a noite passada e agora me vejo obrigada a casar com você!

De que modo acha que falei de você, Alfonso? — suspirou impaciente com a suspeita no tom de voz dele.

Alfonso encolheu os ombros largos.

— Poderia ter decidido lhe contar sobre minhas intenções de destruir a Portilla Publishing.

— Pouco provável, depois de todos os problemas que já escondi dele.

— Problemas? — Alfonso repetiu com uma voz perigosamente suave.

A face de Anahí corou. Sabia que ele estava se referindo ao tempo que ela passara nos braços dele na noite anterior.

— Disse ao meu pai que apenas começamos a sair depois que fomos apresentados na semana passada. E que quando você me propuser casamento, pretendo aceitar.

Alfonso esboçou um sorriso sem humor.

— E como Charles reagiu à possibilidade de me ter como genro?

— Bem mal — Anahí não tentou mentir. — Mas ele aceitará — acrescentou confante.

— Admiro seu otimismo.

Era impossível não admirar aquela mulher, reconheceu Alfonso.

Não havia se intimidado com as suas ameaças e falara abertamente com o pai sobre o relacionamento dos dois. O que por certo não devia ter sido fácil.

— Talvez se você não tivesse devolvido a carta de condolências de maneira tão agressiva, ele tivesse reagido melhor.

A boca de Alfonso se contraiu.

— Minha irmã havia morrido há pouco tempo. Não estava me sentindo... disposto a falar com ninguém, quanto mais com um integrante da família Portilla.

Na realidade, estava com ódio da humanidade na ocasião. Carla se fora para sempre e Marco fcara completamente órfão, embora Alfonso ainda não tivesse desistido de achar o homem que abandonara Carla quando ela mais precisava do seu apoio. Contratara um detetive particular para investigar quem era o amante da irmã 15 meses atrás. Com certeza descobriria quem era o pai de Marco e, quando isso acontecesse...

— Meu pai, nós dois, também estávamos sofrendo — Anahí o lembrou aborrecida.

Sim, ele podia ver isso agora. Podia perceber que Robin e o pai amavam o réprobo que Simon Portilla se tornara, que sentiram a morte dele, como ele sentira a de Carla.

Mas isso não mudava nada.

Não mudava seus planos de fazer de Anahí sua esposa.

Na realidade, fcara ainda mais determinado a levá-los a cabo depois da noite anterior!