Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Anahí prendeu a respiração, enquanto girava para deparar com Alfonso caminhando pelo corredor em direção à porta do quarto de Marco, que ela acabara de fechar silenciosamente atrás de si.

Parecia exaltado, como se suspeitasse das razões que a levaram ao quarto da criança.

Ela ergueu o queixo, enquanto encarava os olhos escuros e acusatórios.

— Pensei ter ouvido Marco chorar — defendeu-se Anahí.

Alfonso lhe lançou um olhar inquisitivo, percebendo a palidez da face feminina sem maquiagem, o brilho desafador nos olhos cor violeta e o contorno resoluto dos lábios atraentes.

Acordara como de costume às sete horas da manhã, sabendo que teria tempo de tomar uma ducha, barbear-se e se vestir antes que Marco acordasse, o que se dava por volta de sete e meia da manhã. Costumava passar meia hora ou mais tomando café da manhã com seu sobrinho antes de ter de partir para as reuniões de negócios.

Por certo não esperara sair para o corredor e deparar com Anahí deixando o quarto de Marco!

Considerando as razões pelas quais o casamento de Anahí falira e a circunspeção demonstrava em relação às crianças, aquele era o último lugar em que Alfonso esperava encontrá-la.

— E escutou? — questionou Alfonso, passando por ela para abrir a porta do quarto da criança e perscrutar o interior. Marco dormia profundamente no berço. O olhar de Alfonso se voltou mais uma vez, acusatório, a Anahí após fechar delicadamente a porta. — Obviamente não.

— Obviamente não — repetiu ela em tom desafador.

Os olhos de Alfonso se estreitaram, especulativos. Não estava totalmente convencido com a explicação de Anahí, mas não conseguia atinar outra.

— Não tema. Haverá tempo sufciente para você e Marco se conhecerem melhor quando nos casarmos — assegurou ele, em tom sardônico.

— Não estou temendo — rebateu ela em tom áspero. — Nem por você nem por seu sobrinho.

Medo era o último sentimento que Alfonso esperava que sua futura esposa lhe devotasse. Embora estivesse certo de ter visto algo parecido com medo nos olhos violeta havia pouco, quando ela deixara o quarto de Marco.

Seria possível que Anahí temesse tomar conta do bebê?

— É minha intenção que Catriona continue cuidando de Marco após nosso casamento — informou ele em tom brusco.

Foi a vez de Anahí ftá-lo com expressão confusa ao imaginar por que Alfonso lhe estava assegurando tal coisa, quando já declarara que tomar conta do flho órfão de Carla seria parte de seu castigo.

Seria possível que Alfonso não confasse nela para cuidar da criança?

Como se fosse capaz de causar algum dano a sequer um fo dos cabelos brilhantes e escuros daquela adorável criança!

Detestou Alfonso por ousar pensar daquela forma!

— Estou certa de que com sua costumeira arrogância, continuará tomando as decisões que melhor lhe aprouver antes de nosso casamento — começou Anahí. — Bem, pode tomá-las, mas isso não signifca que as obedecerei! Agora, se me der licença, preciso ir embora... — Girou para sair. —Acho que está na hora de eu partir... o que está fazendo?

— indagou, indignada, quando Alfonso a segurou pelo braço, obrigando-a a encará-lo.

Ele manteve a força com que a segurava. A mandíbula contraída e os olhos ainda mais escuros quando os baixou para encará-la.

— Está dizendo que sou arrogante? — inquiriu de modo áspero.

Anahí deixou escapar uma risada.

— Dizendo? Você é arrogante. Na verdade, é o homem mais arrogante que tive o infortúnio de conhecer! — acrescentou.

Os olhos escuros brilharam, ameaçadores.

— Infortúnio? — repetiu ele em tom suave.

— Não pensa de fato que apenas um pequeno beijo de sua parte me fez ansiar por ser sua esposa, pensa? — Anahí meneou a cabeça em negativa, voltando-lhe um olhar piedoso. — Se pensa, deixe-me assegurá-lo de que superestimou sua capacidade de persuasão sexual!

Maldito homem arrogante! Atrevido! Já não lhe dissera que ele não iria dominá-la com o prazer físico que experimentara em seus braços?

Os lábios de Anahí se comprimiram em uma linha fna, enquanto ele continuava a ftá-la por longos e penetrantes segundos, antes de lhe soltar o braço e se afastar.

— Descobri que me cansei da protelação de nosso casamento — anunciou ele. — Admiro o fato de ser tão apegada a seu pai.

— Pois deve admirar, já que é a única razão pela qual estou aqui! — retrucou, acalorada.

A expressão do rosto másculo se fechou.

— Se fosse você teria mais cuidado na escolha das palavras, Anahí...

— Do contrário? — desafou ela.

— Está mais uma vez me provocando deliberadamente — advertiu Alfonso. — Desta vez, é uma provocação que estou disposto a ignorar. Irei à casa de seu pai esta noite para que possamos acertar a data do casamento.

— Tenho 27 anos e sou divorciada. Não acha um tanto desnecessário pedir minha mão em casamento a meu pai? — disparou Anahí, indignada. Alfonso lhe voltou o olhar arrogante.

— Não era minha intenção pedir nada a seu pai, e sim lhe comunicar que vamos nos casar.

— Antes de dizer qualquer coisa a meu pai, não acha que deveria perguntar primeiro a mim se quero me casar? — questionou ela. — Ou pensa que só porque detém o controle dessa situação, minha aquiescência está garantida?

— E não está? — inquiriu Alfonso.

Anahí teve ímpetos de socá-lo, tão profunda era a frustração e raiva que sentia ante a atitude autocrática.

E tudo aquilo, ao que parecia, por tê-la surpreendido saindo do quarto do sobrinho.

— Oh, eu me casarei com você — assegurou ela, irada. — Se não por outro motivo, para tornar sua vida tão insuportável quanto fará a minha! — A respiração de Anahí estava ofegante pela agitação.

Alfonso observou o arfar frenético dos seios confnados no vestido. As pernas e pés de Anahí se encontravam desnudos. Não usava meias ou sapatos, dois itens da vestimenta feminina que arrancaria antes de possuí-la com uma impetuosidade que lhe fugia ao controle.

Porém, nunca forçara uma mulher a fazer sexo com ele e não começaria com Anahí.

Não importava o quanto ela o provocasse!

Além disso, Anahí acabara de admitir que se casaria com ele.

— Quero saber o que fará se meu pai sugerir que esperemos mais um pouco antes de nos casarmos para que possamos nos conhecer melhor antes de pensarmos em um compromisso mais duradouro — escarneceu Anahí.

— Tenho certeza que o fato de ter dormido aqui a noite passada servirá para que ele saiba que já nos conhecemos o sufciente para casar — retrucou Alfonso. — Além disso, tenho plena confança de que, quando você lhe confessar seus sentimentos por mim, seu pai fcará feliz com nossa decisão.

— Meus sentimentos por você? — repetiu ela. Alfonso exibiu um sorriso desprovido de humor.

— Assim o fará. E obviamente não lhe dirá que sente ódio por mim em vez de amor.

Odiava aquele homem? Indagou-se Anahí.

Seria possível odiá-lo e sentir tanto prazer com as carícias que ele a fzera experimentar?

De alguma forma não achava...

Embora Alfonso pudesse vir a odiá-la quando descobrisse que não era capaz de gerar os outros flhos e flhas Herrera que obviamente pretendia que ela lhe desse.

Estava aguardando aquela informação para depois que se casassem e ela tivesse as ações da Portilla Publishing, seguras, em suas mãos. Não se arriscaria a revelar que não poderia lhe dar herdeiros antes de reaver aquelas ações! Embora, após a noite anterior, tivesse outra razão para manter o silêncio.

Marco...

Amava aquela criança. Já não poderia suportar o pensamento de se separar dele se Alfonso mudasse de idéia ao descobrir sua incapacidade em lhe dar mais flhos.

Talvez estivesse sendo um tanto injusta em não revelar sua aparente esterilidade para Alfonso, mas ele também não estava sendo justo ao obrigá-la a se casar.

Anahí inclinou a cabeça para o lado.

— Direi a meu pai que irá à casa dele esta noite.

— Totalmente segura de seu... desejo em se casar comigo, espero? — indagou Alfonso.

— Totalmente segura de minha determinação em me casar com você — corrigiu Anahí. — Acredite-me, se houvesse outra forma de reaver aquelas ações, eu optaria por ela — mentiu.

A perspectiva de se tornar mãe de Marco era motivo sufciente para persuadi-la a se casar com aquele homem.