Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— A mulher que está com Charles Portilla, sabe quem é? — exigiu Alfonso num tom frme.

— Como? — Peter Sheldon, seu conhecido, carranqueou confuso.

A boca de Alfonso se contraiu enquanto ele retornava a resposta, impaciente. Afnal, apesar de se encontrarem em um jantar de caridade, os dois homens estavam em meio a uma conversa de negócios, quando algo chamou a atenção de Alfonso. Fora atraído pela fgura da deslumbrante mulher que acompanhara Charles Portilla, seu maior inimigo!

Alfonso esboçou um sorriso que exibiu a brancura plena de seus dentes de encontro à pele morena, mas que não lhe alcançou a escuridão dos olhos.

— Desejo saber apenas quem é a bela acompanhante de Charles Portilla — disse mais calmo, o tom deliberadamente neutro, embora o olhar profundo permanecesse fxo no casal.

Charles Portilla era um homem na casa dos cinqüenta, tinha cabelos grisalhos e ainda aparentava ser bastante atraente. Era incrível como em um salão repleto de belas mulheres, ostentando jóias resplandecentes, trajando modelos de estilistas famosos e homens elegantemente vestidos, a beldade alta e graciosa ao lado de Charles Portilla ainda conseguia se sobressair.

Os brilhantes cabelos cor de mel caíam em ondas ao longo das costas delicadas e os olhos, mesmo àquela distância, aparentavam ser de um profundo tom violeta.

A mulher parecia rir de algo que Charles Portilla dissera. A pele era uma magnólia cremosa, a boca carnuda uma tentação, o pescoço esguio e liso e a elevação dos seios era visível acima do vestido branco simples que ela usava, que não lhe ocultava a perfeição das curvas atraentes.

Uma das mãos esbeltas, que sem dúvida poderiam provocar carícias enlouquecedoras, descansava possessiva no braço do seu acompanhante e Alfonso se viu rangendo os dentes por causa do ar de intimidade, de exclusividade que cercava o casal, apesar da grande diferença de idade entre os dois.

— Bonita, não é? — Peter Sheldon murmurou num tom apreciativo. — Bonita, mas não está disponível — acrescentou pesaroso.

— Portilla tem direitos exclusivos, você quer dizer? — questionou Alfonso, tensionando a mandíbula só de pensar em toda aquela beleza sensual sendo desperdiçada com Charles Portilla.

— Nem todos — disse Peter bem-humorado. — A senhora em questão é Anahí Portilla, a flha de Charles — explicou, quando Alfonso o ftou inexpressivamente durante vários segundos.

Anahí Portilla.

A flha de Charles Portilla?

Não a amante que ele imaginara. Não a amante que, após ftá-lo com interesse, Alfonso fcaria feliz em seduzir e tomar de seu velho acompanhante.

Nos últimos três meses dedicara-se a coletar todas as informações possíveis sobre Charles Portilla, desejando saber tudo a respeito do seu arqui-inimigo, incluindo até o tamanho da sua camisa.

O segundo flho fora incluído naquela investigação, é claro. Mas Alfonso presumira, erroneamente, agora podia ver, que Anahí era o flho caçula de Charles Portilla e, como tal, era de pouco e real interesse.

— Pensei que Anahí fosse um nome masculino — comentou. Seu inglês era perfeito, bem como o italiano, seu idioma nativo, o francês, alemão e espanhol.

— Pode ser — reconheceu o outro homem. — Mas também é um desses nomes que podem ser usados pelos dois sexos.

Então o segundo flho de Charles Portilla, Anahí, era uma mulher... Uma linda e atraente mulher.

O que talvez mudasse a direção dos planos de vingança de Alfonso Herrera contra a família de Portilla.

— Papai, conhece aquele homem? Não, não olhe agora — pediu Anahí quando o pai fez menção de se virar na direção do olhar fascinado da flha. — Tem um homem do outro lado do salão, olhos escuros, aparência estrangeira...

— Um moreno bonitão? — provocou o pai.

— Bem... sim — respondeu ela sem jeito. — Mas não foi por essa razão que o notei.

— Não? — o pai sorriu indulgente.

— Não — insistiu ela. — É que ele não para de me encarar há mais de dez minutos.

— Eu faria o mesmo, se você não fosse minha flha! — Charles sorriu. — Está excepcionalmente bela esta noite, Anahí. Fico feliz por ter me persuadido a vir. Você estava certa. Não podemos continuar nos escondendo apenas porque as pessoas podem falar sobre Simon.

Anahí desviou o olhar do homem que a ftava tão atentamente, através do aglomerado ruidoso de pessoas e olhou para o pai, logo reconhecendo as linhas de afição que ainda franziam suas sobrancelhas, o entorno do nariz e a boca.

Os últimos três meses não foram fáceis para eles. A inesperada morte de Simon em um acidente de carro despedaçara suas vidas.

Fora uma perda que nenhum dos dois aceitara e, talvez, jamais aceitassem. Mas ela conseguira persuadir o pai a acompanhá-la àquele jantar de caridade. Sentira que estava na hora de retomarem o rumo de suas vidas, porque com certeza era esse o desejo do irmão.

— Mas vamos esquecer isso por ora e voltar ao seu estranho de olhos escuros — disse o pai deliberadamente, com uma nota jovial em seu tom. — Quem é ele? — perguntou, virando-se para perscrutar o salão repleto de socialites que haviam pago cinco mil libras por cabeça para assistir ao evento.

— É fácil reconhecê-lo — respondeu Anahí, notando que mais uma vez era o foco daqueles olhos escuros que pareciam quase pretos. — Alto. Muito alto — emendou ao perceber que o moreno era vários centímetros mais alto que a maioria dos outros homens no salão. — Deve ter uns trinta anos mais ou menos. Cabelos longos e escuros — elaborou ela, afetada pelo brilho daquele olhar. Apesar disso, um calafrio de consciência lhe
perpassou a espinha. — E está ao lado de Peter Sheldon... — Ela se virou para o pai ansiosa ao sentir o braço de Charles enrijecer sob os seus dedos.

— Quero que fque bem longe desse homem, Anahí! — aconselhou o pai abruptamente, movendo-se de forma a fcar em frente à flha, numa atitude quase protetora.

— Mas quem é ele — perguntou ela, encarando o pai, surpresa pela expressão severa que tomou conta do seu semblante.

— O nome dele é Alfonso Herrera — informou Charles num tom tenso.

Herrera...? Por que aquele nome lhe soava tão familiar? Apenas o nome, é claro.

Se tivesse visto alguma vez ou encontrado aquele homem antes, sabia que, defnitivamente, teria se lembrado dele.

— É italiano — Charles continuou explicando. — Um multimilionário. Entre outras coisas, dono da rede de hotéis Herrera.

Devia ser por isso que aquele nome lhe soava tão familiar, pensou Anahí. Já havia se hospedado em vários hotéis daquela rede.

Mas quem não conhecia os estabelecimentos luxuosos e exclusivos existentes na maioria das cidades importantes do mundo? Ou do consórcio de mídia Herrera, os dos estúdios de música e cinema e a linha aérea Herrera?

E aquele homem, Alfonso Herrera, o homem que a encarava tão insistentemente, era o dono de tudo aquilo.

Embora isso não explicasse a aversão óbvia que seu pai expressava pelo italiano.

— Não entendo — disse confusa. — O que... Não olhe agora, papai — ela exclamou em voz baixa. — Acho que ele está vindo para cá.

Do alto dos dez centímetros de salto das suas sandálias brancas de tirinhas, Anahí podia ver com facilidade sobre o ombro do pai que Alfonso Herrera cruzava o salão na direção deles.