Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Não consigo entender por que esta conversa não pode­ria esperar até a noite — disse Anahí a Alfonso sentada à mesa de seu escritório algumas horas mais tarde, onde ele se encontrava, mais alto e poderoso que nunca no andar executivo da Portilla Publishing.

Pensara que ao menos em seu escritório estaria a salva da invasão daquele homem, mas, tendo recebido um tele­fonema de Alfonso há pouco tempo dizendo-lhe que estaria ali em breve, percebeu que até mesmo aquele lugar ficaria impregnado com as lembranças dele.

Alfonso trajava um terno marrom, uma camisa cor creme e uma gravata também marrom e parecia sombrio e distan­te. Completamente diferente do amante desnudo que dei­xara pela manhã.

Graças a Deus! Seu escritório era o último lugar no qual pretendia sucumbir ao desejo que sentia toda vez que fixa­va o olhar naquele homem!

De alguma forma, nas últimas 24 horas, esquecera a ra­zão pela qual estava se casando com Alfonso. Que estava sendo forçada a fazê-lo.

A atração física que sentia por ele bloqueava-lhe todo o bom senso a ponto de se permitir se apaixonar!

Porem, era um amor não correspondido. ALfonso nunca a amaria. Seria uma tola se permitisse que aquele sentimento lhe tomasse conta da mente como fizera com o coração.

Embora, com Alfonso naquele estado de humor arrogan­te e distante, seria difícil permitir que aquilo acontecesse no momento.

— Não poderia esperar por que não estarei lá esta noite — informou ele, enquanto caminhava de um lado para ou­tro do escritório, com a indocilidade de um tigre feroz.

Anahí observou-o, cautelosa.

— E onde estará?

— O lugar não importa — disparou em tom brusco.

— Só quero que entenda que tenho de partir a negócios. Imediatamente — acrescentou, afastando qualquer argu­mentação.

ANahí meneou de leve a cabeça.

— Não poderia ter me dito quando ligou há pouco e se poupar do incômodo de vir até aqui?

Alfonso lhe voltou o olhar, frustrado, não gostando da imagem que ela compunha sentada atrás da mesa do escri­tório, vestida com um terninho preto sobre uma blusa cor creme. Os cabelos outra vez confinados em um perfeito coque, não a fazia se parecer em nada com a mulher fogo­sa e desejável que dividira sua cama na noite anterior.

— Pensei que seria melhor vir aqui explicar minha via­gem pessoalmente — redarguiu ALfonso. — Evitando assim qualquer... mal-entendido entre nós.

ANahí se empertigou por trás da mesa. Um rubor suges­tivo lhe corava a face.

— Mas como de costume não está explicando, apenas comunicando. — E deixou escapar um suspiro exaspera­do. — Essa partida abrupta tem algo a ver com a visita de seu primo esta manhã?

Os olhos de Alfonso se estreitaram ao fitá-la.

— Por que pensa assim? — indagou na defensiva.

— Pelo amor de Deus, ALfonso — retrucou ela, liberando toda a impaciência ante a suspeita explícita no tom de voz masculino. — Há apenas duas horas saí de seu hotel e de repente você decide partir em viagem de negó­cios. É lógico pensar que o conde Wolf... o conde Herrera — corrigiu mediante a carranca de Alfonso — de alguma forma seja responsável por sua decisão repentina de deixar Londres.

Era lógico que sim, mas Alfonso não pretendia discutir o motivo daquela repentina notícia.

E se não conseguisse seu intento, teria muitas explica­ções a dar a Anahí quando retornasse...

— Talvez — concordou Alfonso. — Mas não pretendo demorar. No máximo 24 horas.

Vinte e quatro longas horas, até onde Alfonso sabia.

Contudo, o fato de Anahí haver comentado que ele po­deria ter lhe comunicado que iria partir por telefone indica­va que ela não tinha a mesma relutância em se separar dele.

E por que deveria? Haviam encontrado a química sexual perfeita na noite anterior, a qual Alfonso nunca ex­perimentara com outra mulher. Porém, para Anahí, aquilo não anulou o fato de ele a estar forçando a se casar.

— Compreendo — disse ela por fim. — Gostaria que fosse até sua suíte hoje à noite e verificasse se Catriona e Marco estão bem? — ofereceu em tom casual. Não se atre­veria a deixá-lo saber quão ansiosa estava em ver o bebê. Segurá-lo nos braços, ouvindo o adorável balbuciar, en­quanto lhe acariciava o pescoço.

Ainda assim, os olhos de Alfonso se dilataram, surpresos ao ouvir a sugestão.

— Não quero incomodá-la com isso.

— Oh, não é incômodo algum — assegurou-lhe Anahí.

— Acho que esqueci meus brincos em seu toalete e, dessa forma, poderei buscá-los.

— Se quer assim...

— Por que não? — retrucou ela, evitando-lhe o olhar, enquanto colocava em ordem alguns papéis em sua mesa.

— Fica em meu caminho para casa. Alfonso anuiu.

— Telefonarei para Catriona, prevenindo-a para es­perá-la.

— Se acha necessário — redarguiu Anahí. — Não sus­peita que eu fosse capaz de seqüestrar Marco, não? — con­tinuou, ciente de que Alfonso ainda acreditava que não era fã de crianças.

— Devo ir agora — anunciou ele, forçando-se a par­tir, embora continuasse a fitá-la com os olhos escuros enigmáticos.

— Sim — concordou ANahí, parecendo enfeitiçada pelo olhar penetrante.

— Meu jato particular já está abastecido e pronto para partir—informou Alfonso, procurando o que dizer para pro­telar a saída.

Jato particular? Sim, era óbvio que um homem como Alfonso optaria por aquele tipo de transporte. Da mesma forma como mantinha uma suíte privativa em todos os seus hotéis ao redor do mundo. E, sem dúvida, um carro o aguardava em cada capital internacional. Provavelmente deveria possuir uma casa na Sicília. Uma imensa e luxuosa vila para onde retornava sempre que podia.

— Manterei contato enquanto estiver fora — prometeu ele.

— Seria bom — retrucou Anahí, com um sorriso inse­guro imaginando por que Alfonso simplesmente não partia e acabava de vez com aquela despedida.

Afinal, quanto mais cedo partisse, mais cedo estaria de volta. Quando sentisse a dor da separação, já estaria se pre­parando para o retorno dele.

Alfonso sabia que precisava partir mas, ainda assim, uma parte dele hesitava em deixar Anahí, no momento em que estavam próximos de um entendimento.

Não!

Ao menos uma vez tinha de ser honesto consigo mes­mo. Após ter feito amor com Anahí, tê-la em seus bra­ços durante toda noite, era ele a não querer se separar dela.

— Venha comigo — convidou em um impulso e, no mesmo instante, repreendeu-se em seu íntimo. Sabia que levá-la consigo seria uma grande distração e tinha de resol­ver sozinho o problema que o levava à França.