Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Su... sua reunião de negócios acabou antes do previs­to, então? — inquiriu, tentando distrair a atenção de Alfonso de qualquer assunto referente a Marco.

Alfonso sorveu um grande gole da bebida antes de res­ponder.

— Como disse. Concluí meus negócios em Nice antes do previsto.

Voara para o sul da França naquele mesmo dia? Para Nice? O que havia lá que requeria sua atenção tão urgente?

— O quê...?

— Por quê?

Ambos disseram ao mesmo tempo.

— Você primeiro — cedeu Anahí, antes de tomar um do conhaque. Tinha um pressentimento de que iria precisar daquilo.

Mas em vez de continuar falando, Alfonso a fitou por longos minutos, ainda encafifado com o motivo de Anahí estar no quarto de Marco.

Acusara-a de resistir a ser mãe. Na verdade, usara aqui­lo como ameaça, quando lhe disse que ser a mãe de Marco era parte da vingança que pretendia executar. Porém, Anahí não o corrigira quando ele havia feito as acusações.

Tampouco o contradissera, quando ele lhe disse que cre­ditava ao egoísmo dela o fracasso que obteve no primeiro casamento.

Mostrara-se sempre reticente em tocar em Marco na noite em que os apresentou, dando-lhe a impressão de que sentia uma certa repugnância em relação a bebês.

Porém, todas aquelas impressões pareciam se dissolver ante a imagem de extrema ternura que Alfonso vira estam­pada na face feminina, quando Anahí pousou Marco no berço antes de cobri-lo carinhosamente com o edredom.

Algo destoava naquele cenário.

Não que lhe importasse no momento.

Uma vez que confidenciasse a Anahí o que ficara saben­do em Nice aquele dia, duvidava que ela concordasse em lhe dar qualquer explicação!

Na verdade, Alfonso temia que ela nunca mais quisesse voltar a vê-lo após aquela noite...

— Então... — Anahí acomodou-se em uma das poltronas dirigindo-se a ele. — O que o levou até Nice com tanta urgência?

— Primeiro — começou Alfonso em tom suave. — Gos­taria de saber o que estava fazendo no quarto de Marco.

Ela desviou o olhar, enquanto imaginava a melhor for­ma de responder à pergunta. A verdade — que amava aquela criança e não podia esperar para se tornar sua mãe — era algo que não pretendia dividir com Alfonso.

— Catriona teve de dar alguns telefonemas — come­çou, fingindo casualidade. — Portanto, ofereci-me para colocar Marco para dormir. Obviamente, não foi tão fácil quanto eu esperava, mas acho que terei de me acostumar.

Alfonso a observava do lado oposto da sala com expres­são impenetrável.

— Isso não é verdade, não? — indagou por fim em tom gentil.

— Não sei o que quer dizer com isso. Não está pensan­do que eu seria capaz de causar algum mal...

— Claro que não. — Alfonso deixou escapar um suspiro exasperado, enquanto cruzava o aposento para se postar em frente a ela.

— Sei que foi uma irmã leal. Assim como é uma filha terna e dedicada. Uma amante generosa... demasiado gentil. Jamais causaria algum mal a alguém ou a alguma coisa deliberadamente.

— Bem acho que não — retrucou ela, antes de sorver outro gole do reconfortante conhaque.

Necessitava do calor que lhe proporcionava a bebida abrandar o calafrio que sentia à medida que Alfonso continuava a sondar, impiedosamente, os motivos de seu inesperado comportamento em relação à criança.

— Há mais que isso — pressionou ele. — Por favor, diga-me o motivo que a levou a se oferecer para colocar Marco para dormir.

Anahí piscou, tentando dissipar as lágrimas que lhe vie­ram aos olhos. A respiração presa, enquanto lutava para conter a tristeza e não se trair.

— Já lhe disse — protestou ela, enquanto Alfonso estica­va a mão para lhe tirar o copo de conhaque das mãos, co­locando-o em seguida na mesa, antes de puxá-la pelo bra­ço, fazendo-a se erguer.

— Diga-me por que seu marido se divorciou de você — ordenou ele.

— Você sabe...

— Não acredito naquela explicação. — Alfonso suspirou, exasperado, outra vez. — Sei apenas o que ele prefe­riu dizer. Quero que me conte a verdade, Anahí.

Fora Giles a contar a Alfonso que se divorciara pelo fato de ela adiar o plano de terem um filho? Como fora capaz? Como podia feri-la daquela forma após tudo que passara, tentando engravidar para lhe dar o filho que tan­to desejavam?

Após todos os testes e exames que haviam criado um vazio no casamento de ambos, sem lhes dar qualquer res­posta plausível para o fato de ela não poder conceber, mas apenas constatar que não podia? Como Giles pudera men­tir sobre aquele assunto?

As lágrimas lhe rolavam, incontroláveis, pela face.

— Não teria sido mais simples perguntar a mim a verda­de? — protestou Anahí, emocionada.

Alfonso soltou-a para enfiar as mãos nos bolsos da calça.

— Sim, seria — concordou em tom firme. — Mas eu... estou lhe perguntando agora — encorajou-a Alfonso. — Por favor?

Anahí fitou-o, totalmente incerta do estado de humor daquele homem.

— O que aconteceu em Nice? — indagou, cautelosa. Nice. Onde a irmã de Alfonso, Carla, havia jantado com amigos na noite em que falecera.

Ou estaria tirando conclusões precipitadas?, imaginou ela, franzindo o cenho.

Alfonso cerrou os punhos, tentando resistir ao impulso de tomá-la nos braços e beijá-la até que aquele pesadelo se apagasse.

Porém, desde que ficara sabendo a verdade, não poderia ignorá-la.

Ainda que aquela mesma verdade a afastasse dele.

Nunca desejara se casar antes de conhecê-la. E aquele casamento deveria servir apenas como um meio de satisfa­zer sua vendetta. Porém, não havia mais motivo para se vingar, o que significava que não poderia forçá-la a se casar com ele.

Anahí sairia de sua vida naquela noite sem olhar para trás!

Uma realidade que lhe congelava o coração, que acredi­tara impenetrável.

Os lábios de Alfonso se contraíram em uma linha fina.