Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

— Espero sinceramente que saiba o que está fazendo — disse o homem ao lado de Anahí, enquanto sorria e anuía, com um gesto de cabeça, para os demais convidados do baile de caridade.

— Absolutamente... não! — replicou ela, deslizando o braço no dele. O salão se encontrava repleto de beldades faiscantes e estonteantes.

— Foi o que pensei — o conde Wolf Herrera murmu­rou, pesaroso, um dos mais belos, estonteantes e faiscan­tes, em seu smoking preto, camisa branca e gravata borbo­leta vermelha. — Tem noção de que poderá ser responsável por meu querido primo me chamar para um duelo ao nas­cer do sol?

— Duvido muito — rebateu Anahí, distraída. Fixava a atenção nas amplas portas duplas, onde os convidados eram anunciados à medida que chegavam. Queria ver quando — e se — Alfonso chegasse.

Haviam se passado três meses desde que o vira pela úl­tima vez. Três longos e solitários meses. Porém, aquela noite, naquele baile de caridade que ajudara a organizar, especialmente por ter lugar no hotel London Herrera, esperava finalmente revê-lo. Alfonso confirmara a presença após receber o convite que ela lhe enviara. Mas, como bem sabia, ele também havia aceitado o convite para o último de caridade que ajudara a organizar, porém, havia Partido antes de a refeição ser servida.

Era provável que desta vez sequer comparecesse.

— Deveria se importar mais com meu bem-estar — repreendeu-a Wolf, provocador. — Considero o que estamos fazendo uma roleta-russa e todos sabemos o que acontece quando encontramos a bala no tambor!

— É o fim — concordou Anahí, despreocupada, conhe­cendo Wolf Herrera o suficiente desde que o convidara há uma semana para ser seu acompanhante aquela noite.

Não quisera envolver o pai nos planos de reencontrar Alfonso. Sabia que Charles se preocupava demasiado com seu bem-estar no que concernia a Alfonso, além de ainda se encontrar um tanto abalado pelo rompimento repentino do compromisso do noivado.

O que não a surpreendia, já que todas as vezes que os surpreendera, pareciam incapazes de manter as mãos longe um do outro.

Wolf não tinha ilusões sobre o primo e se mostrara bastante inclinado a acompanhá-la aquela noite. Na ver­dade, era evidente que se divertia com a ideia de provocar Alfonso.

— Exatamente — retrucou Wolf, deixando escapar um suspiro exagerado. — Talvez seja conveniente que eu de­sapareça no final da noite? Espero que saiba que não teria aceitado acompanhá-la neste baile se não estivesse cansa­do de ver meu pobre primo andar pela Europa, espalhando angústia e infelicidade a todos os infortunados — como eu que concordam em jantar com ele!

— Não tente me enganar. — Anahí sorriu, sabendo que o humor leve de Wolf escondia um cérebro tão brilhante e afiado quanto o do primo. — Sei o quanto tem desejado assistir esse encontro entre mim e Alfonso — concluiu mordiscando o lábio inferior ao constatar que não se sentia tão segura quanto desejava aparentar.

Não tanto quanto queria estar! Não tinha idéia de qual seria a reação de ALfonso quando a encontrasse, com ou sem Wolf a seu lado. Mas precisava vê-lo. Incapaz de marcar um encontro, aquela era a única oportunidade em que pôde pensar para atraí-lo.

— Você...

— Senhor Alfonso Herrera — o pagem anunciou em tom alto e claro.

— Ele chegou! — os dedos de Anahí se apertaram no braço de Wolf.

— Bem, é claro que chegou — retrucou ele em tom sua­ve. — Só falta agora me desafiar para aquele duelo de pis­tolas que mencionei!

— Poderia ser com espadas — resmungou Anahí, pro­curando na multidão pela tão ansiada visão do homem que amava.

— Que reconfortante! — murmurou Wolf, pesaroso.

Não havia nada de reconfortante naquela situação, con­cluiu Anahí, percebendo a tensão dentro dela crescer a ponto de fazê-la tremer. E se Alfonso a visse e sequer se lhe dirigisse a palavra? E se decidisse falar somente com o primo? E se...?

— Anahí.

Ela cravou as unhas dolorosamente no braço de Wolf, ao perceber que, enquanto estivera tão ansiosa tentando vislumbrá-lo no salão lotado, Alfonso devia tê-lo contorna­do e, no momento, encontrava-se parado atrás dela.

Ela estava deslumbrante, pensou Alfonso, quando Anahí girou para encará-lo. Ainda mais bela que a última vez em a vira, há três meses, se aquilo fosse possível, já que ela época a considerava a mais bela criatura sobre a terra. Porém, no momento estava absolutamente radiante, com um brilho interior que lhe fazia os olhos faiscarem. A compleição clara e os reflexos brilhantes dos cabelos que lhe caíam em cascata sobre os ombros desnudos. Trajava um vestido dourado que se moldava às curvas generosas do corpo esguio e parecia feliz, percebeu ele, como nunca a vira antes.

Alfonso voltou um sorriso tenso ao primo.

— Wolf— cumprimentou, sucinto.

— Alfonso — retribuiu Wolf, gentil. — Não sou afeito a roleta-russa — sussurrou ao ouvido de Anahí, antes de lhe segurar o braço que estava unido ao dele e colocá-lo sobre o de Alfonso. — Acho que mereço ser padrinho deste casa­mento depois disso — acrescentou, zombeteiro, antes de partir.

Alfonso franziu o cenho, não entendendo o comentário malicioso do primo. Ciente apenas do fato de Anahí não ter retirado o braço que Wolf colocara sobre o dele.

Também percebia a fragrância discreta, o calor que dela emanava e não desejava que aquele momento se evaporasse.

— Gostaria de dançar? — convidou Alfonso em tom formal.

Um leve sorriso brincou na face feminina de traços perfeitos.

A dança só terá início depois do jantar. Estou ciente disso. Mas há música. — Uma pequena orquestra tocava em um dos cantos do salão. — Temos espaço para dançar. — Alfonso indicou a área reservada próximo à orquestra. — E eu gostaria muito de dançar com você.

Todos os considerariam loucos, refletiu Anahí. Até mesmo ridículos. Mas quem se importava?

— Sim, por favor — aceitou ela em tom suave, movendo-se, confiante para os braços fortes e não contendo um suspiro quando a mão forte pousou em suas costas puxando-a de encontro à parede sólida do corpo viril Logo começaram a se mover lentamente no compasso da música.

Poderia ficar nos braços daquele homem durante toda a noite, porém à medida que os acordes progrediam e ambos continuavam dançando, alheios aos olhares curiosos, Anahí percebeu que em algum instante teriam de dialogar.

— Se quiser saber por que Wolf está aqui...

— Não quero — interrompeu-a Alfonso. — Decidi há três meses, nunca mais tirar conclusões precipitadas a seu respeito.

Anahí voltou-lhe um olhar curioso.

— Você decidiu...?

— Sim — afirmou Alfonso com um sorriso melancólico. — Veja o que aconteceu na última vez que cometi esse erro.

Ela anuiu com um gesto de cabeça.

— Quase se casou comigo.

Quase. Estiveram tão próximos de se unir. Chegara tão perto de ter aquela maravilhosa criatura como sua esposa. Por razões escusas, claro. Mas aquilo poderia ter mudado com o tempo... Teria mudado! Em vez disso, fez Anahí odiá-lo.

— Como está seu pai? — indagou Alfonso, polido.

— Oh, muito bem — redarguiu ela, em tom jovial. — E Marco? Como ele está?

— Engatinhando — explicou Alfonso. — Correr atrás dele toma todo meu tempo. — E fazendo uma pausa. — Ainda trabalha na Portilla Publishing?

— Por enquanto — replicou Anahí, sentindo a repentina necessidade de evitar a escuridão do olhar de Alfonso.

— Por enquanto...? — repetiu ele, lembrando o quanto Anahí fizera questão de continuar trabalhando com o pai depois que se casassem. O que teria acontecido para que mudasse de idéia?

Ou talvez devesse perguntar quem...?