Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Novamente, não importava. Não admitiria ser contrariado. Anahí Portilla se tornaria sua esposa e mãe de Marco, quisesse ou não.

— Sente-se, antes que caia! — ordenou ele.

Sua apreensão, seu medo daquele homem seriam assim tão óbvios?, desejou saber Anahí estremecendo por dentro.

Bem, claro que era! Que mulher não fcaria nervosa na presença de um homem que ela mal conhecia, que entrara em sua casa e de modo arrogante lhe informara que ela seria sua esposa?

— Prefro fcar de pé, obrigada — informou com dignidade. — E, para ser sincera, gostaria que o senhor partisse agora. Está sofrendo obviamente de algum distúrbio mental, achando que vou me casar...

— Posso lhe assegurar que não estou sofrendo de qualquer distúrbio no que se refere a você, Anahí — rebateu Alfonso com um riso desprovido de humor. — Você é a estragada e mimada flha de um homem excessivamente tolerante que não tem controle sobre os flhos.

— Por favor, retire-se! — disparou ela num tom vigoroso.

— Você é a irmã do homem responsável por matar minha irmã caçula! — continuou Alfonso Herrera furioso.

Anahí encarou-o, os olhos violeta pareciam duas nódoas profundas em uma face repentinamente branca.

Herrera...

Bem que achara que aquele nome lhe soara familiar uma semana atrás. Mas quando o pai lhe explicara que ele era o multimilionário Alfonso Herrera, imaginou ser esse o motivo.

Mas agora se lembrava.

Agora sabia!

O carro do seu irmão Simon colidira com outro veículo, quando ele morreu tragicamente em Mônaco três meses atrás. E o motorista do outro veículo também morreu, era uma jovem chamada Carla Herrera.

A irmã de Alfonso Herrera?

Fora uma época muito traumática para todos. Mas tinha certeza de que, quando o pai se recuperara o sufciente, enviara uma carta de condolências à família de Carla Herrera.

Para Alfonso Herrera?

Ela sacudiu a cabeça.

— Como meu pai escreveu na ocasião, sentimos muito pela sua perda, Sr. Herrera, bem como a do meu irmão.

— Não quero suas condolências! — respondeu ríspido e ergueu-se, dominando o recinto mais uma vez com sua presença poderosa, enquanto a ftava com os olhos faiscando. — Condolências não podem trazer minha irmã de volta.

— Nem o meu irmão Simon — lembrou-o Anahí com o queixo erguido em desafo.

O pai jamais mencionara se havia ou não recebido qualquer resposta a sua carta, embora pelo comportamento de Alfonso Herrera no momento, não fosse difícil concluir que não!

Alfonso bufou desdenhoso.

— Seu irmão era um vagabundo e um jogador. Um homem sem honra. Um sujeito que não fazia falta a ninguém.

Considerando que...

— Como pode falar desse modo? — ofegou Robin incrédula.

— Porque é verdade — respondeu com toda sua arrogância siciliana. — Seu irmão havia perdido tudo para o jogo. Era uma desgraça para a família.

— Acredito que isso só diga respeito a mim e a meu pai — Anahí interrompeu emocionada. — Olhe, percebo que está sentido com a morte da sua irmã, Sr. Herrera. E posso compreender, de fato posso. Mas sua irmã e Simon colidiram em uma estrada íngreme e sinuosa. Não se sabe quem foi o responsável. Não se pode dizer ao certo quem foi o culpado.

— Posso! — assegurou Alfonso, mais uma vez sufocado pela raiva que sentira ao saber como a irmã havia morrido.

Durante muito tempo, foram apenas os dois, Alfonso e Carla. A mãe deles morrera quando Carla nasceu e ele tinha apenas 11 anos na época. Cuidar do bebê passara a ser tarefa sua, já que o pai começou a beber, o que eventualmente causou sua morte, quando Alfonso tinha 22 anos e Carla 11.

Amava a irmã, preocupava-se com ela, protegendo-a durante toda a sua vida e Simon Portilla a matou!

— Seu irmão passou a noite toda em um cassino antes de o acidente acontecer — continuou desgostoso. — Várias testemunhas confrmaram que ele estava extremamente transtornado pelas perdas, que era estourado e agressivo e que entrara em uma briga com um dos clientes antes de deixar o cassino. Carla saíra para jantar com amigos naquela noite e, segundo a conversa que tive com Pierre e Charisse Dupont, estava feliz, quando os deixou. Minha irmã era uma motorista cuidadosa, qual dos dois acha mais provável que tenha causado o acidente?

Anahí Portilla parecia ainda mais bela. Os olhos de um tom violeta profundo se sobressaíam na palidez da sua face e a boca generosa tremia ligeiramente.

Ela sacudiu a cabeça. Os sedosos cabelos cor de mel roçando os ombros estreitos e os seios fartos.

— O relatório policial foi inconclusivo sobre a causa do acidente...

— Estou a par do que diz o relatório policial. Perguntei qual dos dois você acha que foi o responsável — cortou Alfonso num tom ríspido, com os olhos escuros faiscando.

Anahí desviou o rosto daquele olhar acusador, um pouco trêmula, sem saber o que responder.

Ambos, ela e o pai, sabiam do vício de Simon pelo jogo. De fato ele fcava agressivo e transtornado quando perdia. O que acontecia a maior parte do tempo.

Mas para aquele homem insinuar...

Não, ele não havia insinuado, declarara com todas as letras que tinha certeza que Simon fora responsável da morte da irmã dele.

Mas isso ainda não explicava como Alfonso Herrera passara daquela acusação a exigir que ela se casasse com ele!

Anahí endireitou os ombros, erguendo o queixo mais uma vez e se deparou com o olhar escuro e zangado.

— O acidente foi uma tragédia para ambas as nossas famílias, Sr. Herrera. E creio que atribuir culpa a qualquer uma das partes sobre sua causa não irá ajudar em nada. Não devolverá a vida do meu irmão ou da sua irmã.

— Ou da mãe de Marco — acrescentou Alfonso Herrera.

Anahí hesitou. Aquela conversa se tornara surreal vários minutos atrás, mas agora ela perdera completamente o fo da meada!

— Marco? — repetiu aturdida.

A boca de Alfonso se curvou num riso cínico.

— É outra coisa que preferiu não tomar conhecimento? Ou de fato não sabia? — Os olhos escuros se estreitaram ante a expressão penalizada no rosto feminino.

— Sabia o quê? — repetiu confusa.

— Que na época da sua morte, Carla era mãe de um menino, de um bebê de apenas três meses! — declarou Alfonso.

Os joelhos de Anahí bambearam ligeiramente, enquanto uma onda de náusea lhe atingia o estômago. Ela cambaleou para trás e sentou-se no sofá.

Carla Herrera era mãe quando morreu tão prematuramente?

Sua morte deixara um bebê de três meses órfão de mãe?

Anahí engoliu em seco, tentando lutar contra o enjôo que a sufocava.

Perder Simon fora traumático, uma tragédia que nem ela nem o pai conseguiram superar. Mas a perda de Alfonso Herrera fora mil vezes pior...

— Onde está o bebê, seu sobrinho, agora?

Alfonso olhou para baixo, mas sem dar sinais de amolecer a expressão ante ao óbvio choque estampado na face de Anahí depois de tudo que ele lhe contara.

— Marco está comigo, é claro.

— Mas eu... E o pai dele?

— Ele não tem pai.

Bem, claro que havia um pai. Tinha que haver um! Mesmo que, a julgar pela maneira como Alfonso falara, se recusasse a reconhecer o flho talvez... O que, considerando que o irmão de Carla era o todo poderoso Herrera, seria muita valentia ou estupidez da parte dele!

— Não há mais ninguém, apenas eu — informou ele. — Marco é agora meu flho adotivo. Um flho que precisa de uma mãe — concluiu num tom sugestivo.

Anahí fez uma carranca afita. Aquele era o motivo? Marco era o motivo que fazia aquele homem exigir que ela se casasse com ele? De modo que ela pudesse substituir a mãe do menino, já que ele acreditava que o irmão dela, Simon, era o responsável pela morte de Carla.

Isso era ridículo.

Insano.

Alfonso Herrera não podia pensar seriamente que ela...

Pensava, percebeu ela, quando olhou para cima e contemplou a face máscula infexível.

Anahí sacudiu a cabeça.

— Sinto muito. Eu não fazia a mínima idéia. Mas isso não muda o fato da sua proposta de casamento ser uma idéia absurda.

— Não foi uma proposta, Anahí, mas uma declaração de intenção — disse Alfonso, totalmente impassível. — Vai se tornar minha esposa assim que os preparativos fcarem prontos.

— Não pode me forçar a casar, Sr. Herrera — rebateu num tom de desafo.

— Pensei que tivéssemos concordado que você me chamaria apenas de Alfonso — lembrou ele.

— Você decidiu isso — corrigiu Anahí. — E nenhuma intimidação tirânica da sua parte vai me fazer casar com você! — acrescentou determinada.

Alfonso permaneceu inatingível com aquela declaração, vendo a face dela enrubescer de raiva enquanto o ftava.

— Não vai? — a voz soou aveludada e suave. — Oh, mas creio que vai, Anahí — assegurou convicto.

Ela o encarou insegura, seu olhar procurando a total infexibilidade da expressão daquele homem.

Seu plano de vingança original contra a família Ingram não envolvia casamento, admitiu Alfonso para si mesmo. Mas desde que vira Anahí quase uma semana atrás, decidira que seria uma solução muito mais prática. Marco teria a mãe que precisava tão desesperadamente, em vez da babá que no momento cuidava da criança. E ele, Herrera, uma esposa, que também lhe proporcionaria entretenimento satisfatório.

Entretenimento que Anahí Portilla não parecia achar tão insípido algum tempo atrás...