Fanfic: Mais Que Uma Vingança(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

A resolução de Anahí hesitou um pouco quando ele mais uma vez mencionou o sobrinho órfão de mãe. De fato, era uma tragédia que algo tão terrível tivesse acontecido a uma criança de apenas alguns meses de idade. E, apesar dos seus protestos anteriores, não estava realmente tão confante quanto soara, ao afrmar que o acidente não fora culpa de Simon...

Os últimos três meses haviam sido traumáticos. O pai sofrera um ataque do coração de nível moderado ao ser informado da morte de Simon. E a sua própria afição com a perda do irmão quase a fez esmorecer.

Mas nesses três meses também fcara sabendo exatamente o quanto Simon havia se afundado em dívidas.

Anahí sabia que a situação inteira se tornara um pesadelo para os advogados, que ainda estavam tentando pôr as coisas em ordem, já que a cada dia apareciam mais e mais estabelecimentos reivindicando dinheiro.

Era óbvio que Alfonso Herrera não tomara conhecimento desses cobradores, porque a maioria deles era do Reino Unido. Porém, seu pai descobriria todas as dívidas do flho. Mas nem isso, nem o espectro das dívidas de Simon, em primeiro lugar, alterava o fato de que forçá-la a se tornar a mãe de Marco não era a resposta aos problemas que Alfonso Herrera enfrentava agora como pai adotivo do sobrinho!

Não havia nenhuma resposta real para qualquer um deles no que se referia ao futuro. Três meses atrás duas pessoas jovens haviam morrido desnecessária e prematuramente.

E, embora suas famílias lamentassem essas perdas, não havia nada que pudessem fazer ou dizer que os trouxesse de volta ou mudasse o que havia acontecido.

A situação não se resolveria se concordasse em se casar com Alfonso Herrera, Anahí reafrmou a si mesma.

O magnata assistiu ao jogo de emoções no belo rosto feminino. A incerteza, a tristeza, seguidas depressa pelo retorno da resolução anterior.

Estava na hora de terminar aquele jogo de gato e rato!

Alfonso endireitou-se.

— As dívidas são triviais, sem importância, comparadas a isto — disse, entregandolhe
a primeira folha do documento.

As mãos dela tremeram um pouco ao pegar o papel e o sangue pareceu escoar da sua face ao ler o que estava escrito.

— Como pode ver — continuou Alfonso sem remorsos. — O último ato de seu malafamado irmão, Simon, foi apostar as ações que herdou da sua mãe. Ações da editora do seu pai. Trinta por cento das ações. Ações que agora me pertencem e encontram-se em uma conta nominal — ele lhe entregou uma segunda folha de papel.

Anahí não podia acreditar no que estava lendo. Aquilo não podia ser verdade.

Simon não podia ter feito tal coisa.

Seu vício havia se tornado uma doença. Um hábito que Anahí sabia que o fzera perder tudo.

Tudo, pensou, menos as ações de Simon na editora do pai. Ações que a mãe lhe deixara pela ocasião da sua morte, cinco anos atrás.

— Isto não pode ser legítimo!

— É perfeitamente legítimo, posso lhe assegurar — Alfonso Herrera confrmou confante.

Anahí engoliu em seco, olhando os documentos mais uma vez.

— Mas o dinheiro que Simon recebeu por elas...

— Foi muito abaixo do valor — o siciliano arrogante reconheceu secamente. — A despeito desse fato, a transação foi legal e ainda teria sido, mesmo que seu irmão tivesse aceitado apenas um centavo por elas!

Anahí se sentia ligeiramente entorpecida, não tendo dúvida de que aquele homem jamais teria vindo até ali tão cheio de si, se não estivesse absolutamente seguro do que estava dizendo.

— Estou disposto a lhe dar essas ações de presente no dia do nosso casamento — disse Alfonso Herrera com satisfação.

Anahí ergueu os cílios assustada, encarando-o incrédula.

Aquele homem pensava que podia chantageá-la a se casar com ele com a promessa da devolução das ações de Simon.

As linhas da face morena e bonita estavam tensas, os olhos escuros exibiam um ar de desafo enquanto a ftavam.

Anahí sacudiu a cabeça.

— Tenho certeza que meu pai vai fcar feliz em comprar as ações de volta pelo valor de mercado, é claro — acrescentou pouco convicta.

— Não estão à venda. Por preço nenhum — informou Alfonso. — No momento, como já lhe disse que as ações estão em uma conta nominal, meu nome não consta como acionista da empresa da sua família. Porém, se não aceitar as minhas condições, pretendo passá-las para o meu nome e assumir meu papel na diretoria. E um papel bem ativo, não acha? — concluiu ele sugestivamente.

Anahí engoliu em seco, nem por um momento duvidando daquelas palavras.

Sabendo como aquele homem se sentia em relação à família Portilla, tinha certeza que se isso acontecesse e ele assumisse seu papel na editora, faria tudo que estivesse ao seu alcance para arruinar os negócios do pai dela!

A companhia signifcava tudo para Charles. Ele e a mãe de Anahí haviam fundado a empresa, assim que se casaram, construindo o multimilionário império atual.

Era um empreendimento da família, dirigido pelos seus membros. Anahí trabalhara lá nos últimos seis anos, desde que saíra da universidade e havia assumido o cargo de assistente do pai nos últimos dois anos, já que os excessos de Simon o tornaram incapaz de desempenhar tal função.

— Seu pai fcou doente desde a morte do seu irmão, suponho? — Alfonso Herrera inquiriu num tom ameno.

Anahí estremeceu, não se deixando enganar pela afabilidade do tom, sabia que viria outra ameaça. E bem real...

O pai fora instruído pelos médicos a não se aborrecer após o ataque de coração que sofrerá. Conselho esse que fora forçado a ignorar, já que a cada dia aparecia um novo problema provocado pelos excessos de Simon.

Na realidade, Charles se encontrava em uma reunião aquela tarde para discutir ajustes sobre algumas das dívidas do flho. Ela hesitou.

— Não quero discutir a saúde do meu pai com você.

— Concordo. Não há necessidade de discutirmos isso no momento — rebateu Alfonso depressa. — Tenho certeza que sabe, tão bem quanto eu, que o choque de saber até que ponto o flho dele chegou, sem dúvida resultaria em outro ataque apoplético para o seu pai, talvez até fatal.

— Que tipo de homem é você? — indagou espantada, os olhos violeta com uma expressão acusadora na palidez da sua face.

— Sou um siciliano! — Alfonso falou com orgulho. — E em meu país, em uma rixa entre famílias, igual a nossa, as coisas só podem ser resolvidas de um modo! Sangue por sangue, Anahí — explicou, ao mesmo tempo em que a encarava inexpressivo. — Ou se paga com a morte ou através do casamento entre as duas famílias!

O pai a advertira para fcar longe daquele homem, embora não tivesse idéia de como poderia tê-lo evitado, já que ele viera bater à sua porta. Mas agora tudo que desejava saber era como o pai fcara sabendo que Alfonso Herrera era uma ameaça para eles.

Levando em conta que não recebera nenhum tipo de resposta a sua carta de condolências.

Alfonso a ftou. Anahí estava estática pela dor e pelo choque visíveis em seu rosto.

Sua bela irmã estava morta e o irmão daquela mulher, também. Simon Portilla fora o único culpado, teria que pagar com sangue, de uma maneira ou de outra!

Anahí clareou a garganta, antes de responder.

— Meu pai jamais concordará que eu me case sob essas circunstâncias.

— A escolha não é do seu pai, mas sua. Recuse-se a se tornar minha esposa e farei tudo que estiver ao meu alcance para destruir a Portilla Publishing.

Aquela não era uma ameaça sem fundamento. Como o maior acionista da editora, depois de Charles, que possuía cinqüenta por cento das ações, Herrera seria capaz de destruir a empresa. Na realidade, antes de conhecer Anahí, decidir que a queria e perceber que havia outro modo de vingança bem mais agradável do que planejara inicialmente, ele começara a engendrar um jeito de curvar a empresa aos seus pés.

Porém, no momento, seu desejo inicial era curvar Anahí Portilla aos seus pés. Isso já seria bastante prazeroso!

— Mas não quero me casar com você! — protestou ela.

Ele encolheu os ombros largos, num gesto de desinteresse.

— Então assumirei meu papel como maior acionista da editora.

— Por que está fazendo isso? — exigiu Anahí num tom emocionado. — Não acredito que tenha vontade de se casar comigo! Então por que está fazendo isso? — repetiu desesperada.

Lágrimas marejavam os olhos violeta. Alfonso procurou ignorar tal fato, só havia uma área das emoções daquela mulher que ele desejava explorar!

— Minhas vontades não importam. Marco está precisando de uma mãe — lembrou ele desinteressado.

— Mas no que se refere a você, sou sua pior inimiga! — argumentou depressa.

— Está tornando isto muito pessoal, Anahí — acautelou ele.

— E quanto mais pessoal isso poderia vir a ser? — rebateu enfurecida.

— Oh, bem mais — assegurou ele, sabendo que Anahí entendera perfeitamente o que ele quis dizer. — Mas neste momento você apenas carrega o nome do meu pior inimigo, Portilla. E como siciliano...

— Um frio e vingativo siciliano! — insultou ela. Alfonso inclinou a cabeça.

— Vingativo, talvez. Mas nem sempre sou frio, não é, Anahí? — ele a examinou com um ar zombeteiro. — E, a despeito do que ouvi falar sobre a inacessível Anahí Portilla, você também não.

Uma onda de raiva a invadiu. Sabia que seu corpo a traíra vergonhosamente alguns minutos atrás. Que sua resposta ao beijo daquele homem tornava impossível para ela afrmar que, fsicamente, poderia lhe negar tudo.