Fanfic: O apanhador de sonhos | Tema: Amizade, romance, sonhos, bissexualidade
(DOIS ANOS DEPOIS)
Eu estava encarando a nascente do rio. Pedi pra Vinicius me dar mais um tempo pra respirar. Olhei para baixo e o vestido verde da minha formatura estava úmido pelo contato com a água do rio. Eu ainda estava em clima de festa, porém quebrada por dentro. Renata escolheu anunciar o casamento no dia mais feliz da minha vida. O dia em que eu me tornei, oficialmente, médica. Ela escolheu subir no palco, no meio da minha música favorita, pediu que todos os formandos se reunissem e simplesmente despejou que iria se casar e que todos estariam convidados. Enquanto ouvi vários urros e ovações aprovando o casamento, que acontecerá daqui a seis meses, eu estava encarando André, que também estava no palco e segurava firmemente a cintura da Renata. Quando percebeu que eu estava o encarando, desceu rapidamente do palco e veio em minha direção.
Eu ainda estava ouvindo todos os urros e ovações, mesmo que todo o meu redor estivesse calmo e vazio. A água batendo nas pedras não conseguiu me acalmar, ou silenciar todo o barulho dentro de mim. Avistei um sapo vindo em minha direção, fugindo da água. Abaixei para que pudesse pega-lo. Amiguinho, que sorte você tem de não ser traído... Depois de encarar o sapo por 15 segundos, o coloquei no chão.
Minha mãe e Renata já tinham voltado para casa, logo depois do almoço. Decidi ficar para respirar um pouco e não surtar. Vinicius estava ajudando minha avó com a horta. A essa altura ele já estava sem o paletó e a gravata cinza, com a camisa aberta, deixando sua barriga definida à mostra. Oba. Minha avó acenou em minha direção, pedindo para que me juntasse a eles. Levantei um pouco a barra do vestido, que estava pesada por causa da água, para que eu pudesse me mover com mais facilidade. Quando me aproximei mais, Vinicius estendeu a mão, para que eu me aproximasse e não perdesse o equilíbrio.
A horta da minha avó fica um pouco mais alta do que todo o terreno ao nosso redor. Tudo por causa de alguns animais que vivem por ali. Uma vez, quando eu tinha 8 anos, estava correndo próximo ao antigo local onde ficava a horta quando vi um cachorrinho cheirando os pés de coentro. Me aproximei. O cachorrinho me olhou. Que focinho estranho. Que rabo grande e peludo. Cheguei mais perto e vi que ele não estava cheirando o coentro, e sim um rato morto. Eca. Me aproximei para acariciar o cachorrinho que era tão fofinho. Ouvi um grito da cozinha. O cachorrinho abocanhou o rato e correu. Era uma raposa.
Quando lembrei da cena da raposa, dei um leve sorriso ao acaso. Sinto falta do tempo que eu não me preocupava com raposas, ratos mortos, banhos no rio, ser traída... Ah, Renata. Ah.
Autor(a): Dream Girl
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Faz quase vinte e quatro horas que estou fora de casa. Passei a tarde quase toda no salão, me arrumando para minha formatura. De noite, aproveitei grande parte da festa, até Renata me destruir. De manhã fiquei na casa da minha avó, e estou dirigindo, voltando para casa agora. Estou tentando analisar tudo o que aconteceu nesse período... Ren ...
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