Fanfic: O amor e um anjo ~

Flash Back  Mesopotâmia, 2334 a.C – A Torre de Babel. 

 A comitiva militar babilônica deixou o sitio das grandes colinas e ganhou a estrada pelo deserto rochoso. 

Cinquenta soldados de elite, em seus cavalos e charretes, escoltavam uma única mulher. 

Dezesseis guardas a vigiavam de perto, cercando a carroça em movimento. 

Usavam primitivas armaduras de ferro, suas armas eram a lança, o arco e a faca longa e alguns carregavam escudos.

( Ablon narrando) 

  A encontrei pendurada no auto sobre uma mesa, amarrada e machucada, suas asas antes brancas agora estavam vermelhas, pelo contato do sangue que escorria de seu corpo. 

Ishtar havia caído comigo, quando ficou ao meu lado na decisão de enfrentar Miguel.

 Ela era a única querubim que ainda estava viva na Haled, os outros, os anjos de Miguel conseguiram caçar e matar.

 Nós dois eramos os sobreviventes. 

Ablon: Ishtar, o que fizeram com você ? – disse assim que adentrei o castelo e segui a emanação de sua aura, que havia se pronunciado, eu sabia que era um sinal de socorro - 

Ishtar: Ablon – sua voz era tremula e fraca - Nimrod o rei me capturou, ele usa o meu sangue para se apresentar aos seus súditos como imortal, junto com um feiticeiro. 

Ablon: Vou te tirar daqui – a desamarrava com cuidado -
Amava Ishtar mais que minha vida. Faria tudo por ela, tudo.

Depois de tirar Ishtar do castelo e destruir a torre matando Nimrod e libertando seus escravos, estava exausto. 

Encontrei uma caverna que ficava a metros do chão e passei a noite com ela, quando acordei, sim eu havia dormido, estava um pouco ferido, Ishtar não estava ao meu lado, quando eu desci a sua procura, a encontrei junto com soldados, anjos de Miguel. 

Eu não entendia o que estava acontecendo. 

Ablon: Soltem ela – eu disse irritado - 

Anjo: Soltar ? - ele deu risada - ninguém aqui esta prendendo-a General. 

Olhei para Ishtar confuso e ela abriu um sorriso.

Ishtar: Me desculpe Ablon, mas a vida na Haled não é pra mim, eu fiquei ao seu lado mas, agora cansei, tivemos que nos separar e você não sabe como foi difícil ficar sozinha. Miguel me fez uma proposta, minha volta aos céus, por você, e é isso o que estou fazendo. 

Eu ouvia aquelas palavras sem acreditar, Ishtar, a minha Ishtar estava me traindo, me entregando para a morte.

 Tudo não havia passado de uma emboscada, e eu cai. 

Ablon: Não vão me pegar, ainda não. 

Lutei com os soldados, não seria tão fácil assim, eu não me entregaria, até Ishtar fez de tudo para me capturar mas, eu consegui escapar, e enquanto corria, uma feiticeira me ajudou: Shamira.

 Com ela eu consegui derrotar alguns anjos, outros voltaram para o céu e Ishtar ? Bom, Shamira teve que matá-la.

Passei um bom tempo com Shamira antes de decidir partir para não colocá-la em risco, jurei um dia encontrá-la de novo. 

Fim Do Flash Back

 Ablon: E foi assim que eu jurei que meu coração nunca mais seria de outra mulher. - eu disse agora com raiva. Levantei e fiquei olhando Vick que ainda dormia - Nunca mais – meus punhos estavam fechados, minha mandíbula em uma linha firme e eu a olhava com ódio, como se ela fosse culpada, eu não queria saber, esse foi o juramento que eu fiz - 

Sai do quarto batendo a porta e fui para o quarto ao lado, tomar um banho, talvez procurando me acalmar, fiquei de baixo da água por instantes, sai, fui de toalha até o meu quarto, ela ainda dormia, a coberta havia escorregado um pouco e suas pernas estavam a mostra. Eu estava irritado novamente.

Fui até meu closet peguei uma roupa qualquer e desci para tomar café, ler o jornal, ver tv, ou qualquer outra coisa, menos, ficar ali, no mesmo lugar que ela.

Vick narrando 

 Acordei com um pouco de dor, olhei pro lado e Ablon não estava.

Levantei fui até o banheiro fazer minha higiene, eu queria muito tomar um banho mas como né ? 

Teria que ir para casa logo.

Voltei pro quarto e olhei a cama lembrando da noite anterior, ele tinha sido um fofo comigo e eu não lutei contra isso.

Deixei acontecer porque no fundo, eu queria alguém por perto. 

Sorri ao lembrar de como por uma noite ele não pareceu ser o Ablon que eu havia conhecido. 

Desci as escadas e o encontrei na cozinha. 

Cheguei e parei esperando que ele me olhasse mas não, ele continuou encarando o jornal, que estavam em suas mãos, tampando o seu rosto.

Vick: Bom dia.

 Ablon: Ah, bom dia – ele disse seco -

 Eu respirei fundo e sentei. 

Fiquei encarando a mesa, com todas aquelas coisas pra comer, eu estava com fome, mas tinha acabado de perder o apetite. 

Vick: Sobre ontem a noite... - ele me interrompeu - 

Ablon: Não preciso saber o que você sonhou e também esqueça o que eu disse tá não aconteceu e se depender de mim nunca mais vai acontecer – ele disse rude, depois de ter tirado o jornal da sua frente com brutalidade e me encarar – Vai, toma o seu café, que depois vou te levar pra sua casa.

Vick: O que houve com você hein, ontem a noite me tratou super bem e agora acorda assim com esse humor ? Já parou pra pensar que talvez as pessoas mereçam ser tratadas melhor ? O que eu te fiz ? Se era um problema porque me trouxe pra cá ? Apesar de eu ser forte sou mulher sabia ? Eu tenho sentimentos, como acha que estou me sentindo em saber que em uma noite você me trata maravilhosamente e logo de manhã fica frio ? COMO ACHA ABLON ? QUER QUE EU TE RESPONDA ? ESTOU ME SENTINDO UMA QUALQUER, UM LIXO – eu falava, não eu gritava com ele, havia explodido- 

Ele apenas me olhava, com uma olhar gélido, como se eu fosse uma inimiga. 

Ablon: VAI, COME – ele disse em um tom alto e rude-

 Vick: Eu não vou comer coisa nenhuma, não preciso disso - disse me levantando com uma brutalidade que me fez sentir dor - Ai droga - disse assim que senti uma pontada na barriga, eu tonteei e me apoiei na parede. 

Coloquei a mão no lugar que doía e respirava fundo para tentar controlar a dor, estava com os olhos fechados, pedindo para aquilo passar logo. 

 Ablon: Está vendo só ? – sua voz ainda era grave demais - Você e essa sua teimosia de achar que pode tudo, você não pode Vick, senta aqui e vem comer.

Vick: Eu – respirei mais uma vez - não vou comer – abri os olhos e o encarei - Vou para casa.

 Me endireitei mesmo com dor, e tentei andar em direção as escadas, a única coisa minha que havia ali era a carteira. 

Quando cheguei no quinto degrau senti tudo girar, eu ia cair mais alguém me segurou.

 Ablon: É isso que você quer ? Então vamos vai, vou te ajudar subir e você vai pra casa, não quero ninguém pedindo a minha ajuda depois – ele me segurava forte pela cintura -

Vick: Não preciso de nada que venha de você - Me soltei dele que ficou parado me vendo subir as escadas com dificuldade -

 Os medicamentos eram fortes, e além do repouso eu precisava comer. Fui até o quarto peguei minha carteira no criado e quando virei, ele estava parado na soleira da porta de braços cruzados me olhando.

 Continuei andando e fui tentar passar por ele. Quando passei ele agarrou meu braço. 

Ablon: Eu te levo. 

Vick: Vou sozinha. 

Ablon: Vai andando ? - ele ergueu uma sobrancelha - 

Vick: Tenho dinheiro para o táxi – sorri irônica - 

Ablon: E vai assim ? - me olhou -

 Vick: O que, a é a camisa é sua não é ? – peguei a camisa e tirei ficando só de lingerie, ele me olhou de cima em baixo e engoliu - Toma – estendi a ele -
Ele respirou fundo. 

Ablon: Não quero, pode ficar, só perguntei se ia assim porque não é nada apropriado você entrar em um táxi só de camisa, saindo da minha casa. E piorou só de lingerie né Vick, veste isso.

Vick: Acredite, só vou vestir porque não quero que nenhum taxista fique me tarando mas, depois eu compro uma novinha e cara e mando pra você tá ? - me soltei e continuei andando depois de vestir a camisa - 

Ablon: Para de graça garota eu te levo – ele me segurou de novo -

Vick: Para você de me chamar de garota, mulher Ablon, use esta palavra, e me solta, eu vou de táxi, tenho ao menos esse direito não acha ? De escolher como vou pra casa. Sem mais comentários. Não venha atrás de mim. - me soltei e desci as escadas, me despedi de Cláudia que estava na sala e sai - 

Ablon: GAROTA TEIMOSA – ouvi ele gritar e logo o barulho de alguma coisa se quebrando -

Chamei um táxi, entrei, o motorista me olhou estranho. 

Vick: Noite ruim – dei um falso sorriso e pedi que me levasse pra casa -

 Eu havia faltado na faculdade e isso era péssimo mas, eu tinha atestados.

 Vick: Ah que ótimo, ficou tudo na casa dele. - disse assim que lembrei que precisaria dos papéis-

Fui até meu quarto finalmente poderia tomar um banho descente e vestir uma roupa descente, entrei no banho que durou uns 40 minutos, sai penteei meu cabelo, sequei, coloquei um short de malha com uma regata branca, calcei meu chinelo e fui pra cozinha procurar o que comer. 

Fiz um lanche só que mal descia, minha barriga doía demais, eu precisava dos meus remédios.

 Mas, era orgulhosa demais para pedir, até mesmo a receita. 

Deu umas mordidas no lanche e fui deitar na sala, liguei a TV e fiquei assistindo um desenho qualquer.

Ablon narrando 

 Que garota teimosa, eu estava furioso, por ela ter feito o que fez, acabei quebrando um vaso que tinha ali no meio do corredor. 

Fui pro meu quarto tomar outro banho, tinha que ir a empresa esfriar a cabeça. 

Ablon: A empresa, com certeza ela não vai – disse enquanto tirava a minha roupa com brutalidade -

Entrei no banheiro tomei um banho, mais deixei a água escorrer pelo meu corpo do que tomei banho, sai coloquei uma roupa qualquer e desci Cláudia me parou quando eu cheguei no pé da escada. 

Cláudia: Senhor – ela se dirigiu a mim – Os remédios e os papéis da Vick ficaram aqui – estendeu tudo pra mim - 

Ablon: Além de tudo ainda esquece as coisas – obrigado Cláudia – disse pegando tudo -

Fui até meu carro, entrei, joguei as coisas no banco do passageiro, e segui em direção a empresa.

 Eu já havia estacionado em frente ao prédio quando olhei pro banco, minha consciência agora dizia (ela precisa dos remédios, ótimo guardião você). 

 Balancei a cabeça negativamente e bati com as mãos no volante. 

Ablon: Imbecil – disse a mim mesmo com raiva -

Liguei o carro e me direcionei em direção a sua casa. 

Toquei a campainha e ela não estava com uma cara nada boa quando abriu a porta.

 Vick: O que você quer ? 

Ablon: Você está horrível. 

Vick: É – ela forjou um sorriso -

 Ablon: Posso entrar ? 

Vick: Porque deveria ? 

Ablon: Trouxe os seus remédios.

 Vick: Ah obrigada, mas... - a interrompi- 

Ablon: Sem mas, Vick, você precisa deles, ao menos isso temos que enxergar, toma – estendi a sacola junto com os papéis - Não precisa aparecer na empresa se não quiser. 

Sai sem que ela pudesse se manisfestar. 

 Entrei no carro e voltei para empresa.

Vick narrando

 Eu estava com muita dor e precisava realmente dos remédios então não lutei contra ele, entrei e fui tomar aquelas coisas todas, eu preferia mil vezes tomar uma injeção que fizesse o trabalho mais rápido em meu organismo do que ficar ingerindo tanta capsula, mas, eu não tinha outra opção né. 

Fiquei mais um tempo vendo TV e os remédios começaram a fazer efeito me dando sono. 

Ficar dopada não era legal, mas era melhor em casa do que no hospital. 

Levantei calmamente do sofá e fui até meu quarto, deitando com cuidado também para não piorar mais as coisas, aquela policial tinha mesmo conseguido me machucar. 

Não deram nem 2 minutos e eu já estava dormindo.

Estava totalmente imersa em meu sono, que estava tranquilo coisa rara, talvez, os remédios estivessem mesmo fazendo o seu trabalho, quando eu escuto alguém me chamar, de inicio bem longe, mas sua voz estava cada vez mais próxima e agora soava familiar. 

XXX: Ei minha linda acorda. 

Vick: Rafa ? - perguntei tentando abrir os olhos - 

Rafa: Está querendo me matar do coração Vick ? Você sumiu sem avisar ninguém.

 Vick: Ai, espera me deixa acordar – fui tentar sentar na cama e senti uma pontada - Ai – fiz cara de dor - 

Rafa: Você tá bem ? - ele me olhou confuso -

 Vick: Nada bem aquela policial fez um estrago – parei assim que vi o que tinha dito -

 Rafa: Policial ? Vick o que houve ? – sua voz agora parecia desesperada - 

Vick: Nada Rafa, nada, é melhor que você não saiba. - dei um sorrisinho de lado - 

Rafa: Vai mesmo esconder as coisas de mim ? - ele franziu a testa -

 Vick: Sinto muito – abaixei a cabeça -

 XXX: Rafael vamos – ouvi alguém aparecer na porta -

 Quando eu olhei ela deu o sorriso mais falso do mundo.

Vick: Sai – olhei com raiva - 

Carol: Estou chamando o meu namorado da licença ? – ela colocou a mão na cintura - 

Vick: Não te perguntei nada garota estou mandando você sair, saia do meu quarto agora. 

Carol: Só saio quando o Rafa vier comigo. - ela levantou as duas sobrancelhas -

 Rafa: Vick o que está acontecendo ? – ele perguntou calmamente - 

Vick: Sinto muito Rafa, mas não vou aceitar essa garota na minha casa. 

Carol: Sua casa ? Você pode até mandar no seu quarto mas, você não paga o aluguel sozinha queridinha. 

Vick: Se não sair agora da MINHA casa eu te arrasto pra fora. 

Carol: Aguentaria ? - ela entortou a cabeça e cruzou os braços - 

Vick: Está brincando com fogo “querida” - fiz aspas ao pronunciar -

Levantei da cama e Rafa continuou me olhando sem entender.

Vick: Acredite, eu não estou errada, se confia em mim, não se envolva – disse olhando pra ele - 

Rafa: O que vai fazer ? - o ignorei e fui em direção a Carolina -

Vick: Esta na minha casa, sem nenhuma policial pra te defender, vamos ver o quanto é valentona agora - peguei ela pelos cabelos e sai arrastando- 

Carol: Me solta garota – ela se debatia - Rafael faça alguma coisa. 

Passei puxando ela pela sala e vi que Bia e Feh estavam ali, é claro que tinha que ter alguém porque se não, como eles teriam entrando. 

Bia: O que você tá fazendo? – ela disse parando na minha frente -

 Vick: Não se intrometa – a olhei com raiva -

Carol: Bia fala pra ela que essa casa também é sua e que ela não tem esse direito – ela choramingava - 

Vick: Cala a boca – meti a mão na sua cara - Cade aquela sua amiguinha hein ? Acha que eu engoli aquela história de gravidez ? Vocês são duas covardes. 

Na hora que eu vi eu já tinha jogado ela no chão subi em cima dela e comecei bater, com força ou sem força eu ia descontar a minha raiva pelo o que ela me fez passar. 

Vick: Sua vagabunda – dizia enquanto socava ela - 

Todos na sala estavam sem reação, acho que Rafa viu que eu não ia parar e me pegou pela cintura. 

Vick: Me solta, ainda não coloquei essa vadia pra fora, SAI DA MINHA CASA, AQUI NÃO É ZONA NÃO SUA BISCATE, FORA, AGORA. - eu lutava contra os braços do Rafa, enquanto Bia ajudava Carol a se levantar -

Bia: Você esta louca Vick, louca. Eu acho que a única vagabunda aqui é você que além de roubar o namorado da garota agora bate nela. 

Eu não aguentei e me soltei do Rafa virando a mão com toda a força na cara da Bia.

 Vick: Você não sabe o que fala sua imprestável, acha que sabe tudo só porque faz faculdade de psicologia ? Desculpa te desanimar mas, você está no caminho errado, porque você não enxerga as coisas que estão na sua frente e muito menos conhece a sua amiga que esta contigo a 7 anos.

 Me virei e corri em direção ao quarto. 

Bati a porta com força e fui em direção ao banheiro, eu estava dolorida de novo mas, a dor era suportável por causa dos remédios. 

Entrei tomei um banho demorado e em meio a tanta raiva eu acabei me encostado na parede e deslizando até o chão enquanto as lagrimas se misturavam com a água.

 Fiquei ali por muito tempo, nem tinha mais noção do quanto. 

Sai me sequei, depois me enrolei na toalha e fui pro quarto de novo, sentei na cama e fiquei encarando o espelho.

Vick: Bem que meu anjo de uma noite podia ser útil agora né - disse baixando a cabeça - Não – levantei - nada disso, nada de ficar chorando. Você vai sair, dar um volta e esfriar a cabeça. 

Fui até o guarda-roupa procurando o que vestir. 

Coloquei uma das primeiras roupas que vi na minha frente, arrumei o cabelo prendendo-o, coloquei acessórios e sai para andar.