Fanfic: O amor e um anjo ~

Ablon: Entra.

 Vick: Vou poder te desejar um bom dia sem ouvir palavras grossas ? 

Ablon: Hoje talvez. 

Vick: Talvez não é bom - abaixei a cabeça -

 Ablon: Talvez é ótimo quando é em relação a mim - ele havia colocado a mão em meu queixo e erguido o meu rosto - 

Vick: Isso é verdade – disse mordendo os lábios - 

Meus olhos encontraram os seus e ficamos assim por alguns segundos. 

Ablon: É - limpou a garganta - acordou melhor ? 

Vick: Sim – me afastei- querendo ou não, você consegue me acalmar na hora de dormir, sua mão em meu cabelo fazendo carinho fez as vozes sumirem - eu olhava o escritório e passava as mãos em alguns livros -

 Ablon: E isso é bom ? 

Vick: É ótimo – sorri me virando para ele - Eu vou tomar café, você vem ? 

Ablon: Estou logo atrás de você.

Ablon: Estou precisando de um funcionário novo, se tiver alguém para indicar - disse tomando o café - 

Vick: Alguém tipo como ? Algum tipo de exigência ?

 Ablon: Que saiba desenhar projetos. 

Vick: Vou ver na faculdade.

Depois do café Ablon me levou para a faculdade. Avistei Rafa de longe e corri até ele. 

Vick: Como ela está ? 

Rafa: Bem, ela conseguiu dormir mas, ainda não virá para a faculdade. 

Vick: Claro, nem poderia. Vou levá-la ao médico hoje. 

Rafa: Ah, eu já iria te falar, eu tentei levá-la mas ela disse que iria só com você. 

Vick: Vou levá-la no meu carro - meus olhos brilharam -

 Rafa: Seu ? 

Vick: Sim, comprei ontem, Ablon descontará por mês do meu salário, ai Rafa ele é lindo, lilás. 

Rafa: Não acha que esse seu convívio com o seu patrão está indo longe demais ?

 Vick: Oi ? Sei cuidar da minha vida tá ? Ele é só um amigo. E Rafa eu não gosto que cuidem da minha vida. 

Rafa: Só estou preocupado contigo poxa, irmão mais velho lembra ? 

Vick: É, lembro, obrigada mas não precisa tá.

 XXX: Olha quem chegou – disse me abraçando -

 Vick: Léo, oi. 

Léo: E ai Rafa – fizeram uns toques -

Vick: Aliás Senhor irmão mais velho ciumento, que história foi essa de interrogatório e ameaças ? - Apertei sua bochecha - 

Rafa: Tenho que defender minha maninha desse tipo de troglodita – deu um soco no ombro de Léo -

 Léo: Irmãos ? Perdi alguma coisa ? 

Vick: No intervalo te conto tá – disse rindo e abraçando os dois - Agora vamos estudar.

 Rafa e Léo: A não – soou em coro -

Dessa vez eu decidi passar o intervalo com eles mas, levei Léo comigo.

Estávamos todos em uma mesa, eu não dirigia a palavra a Bia, Digo, Manu nem Carol, Fe não estava ali e nem Pedro, ou seja me restavam Léo e Rafa.

 Léo: Preciso de um trampo cara - disse a Rafa -

 Rafa: Ué mano, tu não trampa com o seu pai ?

 Léo: Estou cansado irmão, meu pai me explora e só fica jogando as coisas na minha cara. 

Rafa: Foda. 

Eles pareciam bem amigos, e isso me deixava feliz, não queria ser o motivo do desentendimento. 

Vick: Posso me meter na conversa ? - dei um gole no suco - 

Rafa: Já se intrometeu – bateu na minha testa - 

Vick: Depois morre e não sabe porque – devolvi o tapa – Então, Na “minha empresa” - fiz aspas - estamos precisando de um funcionário que saiba desenhar projetos, Ablon pediu que eu verificasse se tinha alguém confiável e disponível. 

Léo: Desenhar projetos ? Sério ? - ele se empolgou - 

Vick: Urrum, posso te levar hoje comigo, depois da aula para você falar com ele. 

Léo: Ai caraca, já disse que te amo ? – me abraçou forte dando vários beijos na minha bochecha - 

Vick: Eu sei, eu sei – disse rindo - 

O sinal tocou voltamos para a sala e na hora de ir embora, Léo me levou para casa dizendo que passaria ali depois, quando eu cheguei vi meu carro e corri até ele, aiii meu bebê.

Não iria usar ele agora, então entrei vi Lari e marquei uma consulta por telefone para ela, seria as 17:00. 

Troquei de roupa almocei e Léo passou para me pegar.

Entramos na sala de Ablon que estava vazia então eu fiquei pegando uns papéis na mesa de costas para a porta e Léo do meu lado.

 Léo: Juro que se eu soubesse que você ficava linda em roupas mais sérias eu viria te visitar no trabalho.

 Vick: Pode ir parando tá não sou eu que você tem que bajular. 

Léo: Não é bajulação é a realidade, mas então, cade seu patrão ? - ele passou a mão pela minha cintura -

Ablon: Bem atrás de você vendo você dar em cima descaradamente da minha tradutora/intérprete. 

Ouvi sua voz grave atrás de nós.

 Léo se endireitou e eu segurei o riso antes de virar. 

Vick: É.. - passei a língua molhando os lábios - Ablon, esse é Leonardo, um amigo da faculdade, por coincidência ele esta querendo emprego e melhor ainda, faz arquitetura, o que o faz competente para desenhar projetos. 

Olhei para ele e ele levantou uma sobrancelha. 

Ablon: Sente-se, vamos conversar. 

Vick: Estou indo para a minha sala. Boa sorte - dei um beijo na bochecha do Léo que já havia se sentado, ele apenas assentiu -

Ablon: Vick. 

Vick: Sim senhor ? - disse me virando - 

Ablon: Depois que eu acabar aqui, quero falar com você. 

Vick: Ok. 

Entrei na minha sala e tentei adiantar o meu serviço o mais rápido possível para que eu pudesse ir ao hospital com a Lari. Ablon deixaria mas, eu não podia ficar abusando também não é, e eu nem sei como estaria o humor dele agora a tarde, é sempre imprevisível.

Vick: Posso ? - disse indicando a cadeira na sua frente -

 Ablon: Sente-se.

 Vick: Então... Como ele se saiu ?

Ablon: Se a sua pergunta é se o contratei, é sim, ele já está na sala, fazendo o que eu preciso, até porque eu não tinha o luxo de dispensá-lo com o talento que ele tem e com a pressa que eu estou. 

Vick: Que bom – sorri - E o que queria comigo ?

 Ablon: Seu carro, chegou ? - assenti - Na verdade queria fala com você sobre o novo funcionário, nada de agradinhos porque ele é seu amigo ok ?

 Vick: Sou profissional senhor. 

Ablon: Assim espero, de ambas as partes. Já terminou de checar os papéis que deixei na mesa ?

 Vick: Sim, tudo pronto, vai precisar de mim depois da pausa ?

 Ablon: Porque a pergunta ? 

Vick: Lari tem uma consulta e ela não quer ir sem mim, eu sei que não deveria misturar as coisas senhor, e você mais que ninguém sabe que eu evito o máximo isso, mas ela precisa de mim. 

Ablon: Eu sei Vick, até porque fui testemunha de tudo e participante não é ? Os dois garotos, como estão ? 

Vick: Fez um estrago hein ? Pedro esta todo machucado pelo o que Rafa me disse e Felipe, ele esta bem, só sentiu dor de cabeça mas o medicaram.

Ablon: Não acha seus amigos muito fracos não ?

 Vick: Ou você é forte demais. - levantei uma sobrancelha -

 Ablon: Nunca se sabe.

 Vick: Nada mal para sua idade – coloquei a mão na boca – ops pensei alto.

 Ablon: Está me chamando de velho Vick ? Pois saiba que eu não sou, qualquer dia quem sabe eu não te mostre não é ?

 Vick: Urrum, qualquer dia - disse debochada -

Chegou a hora do café então sai de sua sala, não deixando de ser seguida por ele, encontrei com Léo no andar de baixo. 

Vick: Parabéns novo funcionário - disse o abraçando de lado -

 Léo: Obrigado Vick, de verdade. 

Vick: Que isso, mérito é todo seu. Toma café comigo ?

 Léo: Claro.

Eu estava ali a um tempinho já, tinha feito algumas amizades eu era boa nisso mas, a maioria era homem e algumas, bem poucas mulheres, as outras me olhavam torto uma delas me disse que é porque sou tratada diferente pelo patrão ou seja, puro recalque. 

Só que agora eu tinha o Léo, um amigo da faculdade, seria tudo mais fácil, talvez assim elas param de ficar me encarando e eu não tenha que me controlar para não tirar satisfação.

 Fomos até a área de alimentação, eu só peguei um sanduíche natural e um suco, Léo já disse que tinha que tomar café reforçado.

 Sentamos em uma mesa, e eu mostrei para ele os olhares que recebia ali, ele só deu risada do comportamento das mulheres. 

Ablon ficava em uma área um pouco superior, onde ele podia observar todos. 

Enquanto conversava com Leonardo acabei esbarrando em seu olhar, ele estava sério, lendo um livro mas, sempre parava para me olhar.

 Supervisão de chefe ? Ele não tinha motivos para isso, até porque horário do café era um horário para fazer o que quiser, e eu havia deixado claro que era profissional, se o que ele esperava era me ver beijando Leonardo, ele cansaria de olhar, porque não ia acontecer, nem dentro e nem fora da empresa.

Vick: Está todo sujo – disse rindo - 

Léo: Você que me desconcentra olha ai - tentou limpar -

 Vick: Continua sujo – gargalhei - Deixa eu limpar vai - debrucei um pouco sobre a mesa e limpei o seu rosto - 

Léo: Muito linda você cara - ele passou a mão no meu cabelo, colocando uma mecha para trás da orelha - 

Vick: Obrigada Léo.

 Ele continuou assim me divertindo, eu ria a cada palhaçada que ele fazia ou piada idiota que ele contava. 

Olhei no meu relógio que já marcava 16:30. 

Vick: Tenho que ir. 

Léo: Ir ?

 Vick: Vou com uma amiga ao médico, se não passar do horário ainda volto. 

Léo: Quer que eu te leve ? 

Vick: Não, que isso, daqui a 10 minutos você tem que voltar e eu não vou te causar problemas. 

Levantei e ele levantou junto. 

Vick: Só vou avisar o meu chefe – dei um beijo em sua bochecha - continue fazendo tudo direitinho.

Léo: Sim Senhora – bateu continência -

 Eu sai dando risada e subi até a área de Ablon.

Ablon narrando 

Tentei me convencer que só a estava observando por puro interesse profissional, não queria esse tipo de gracinhas na minha empresa, e eu já vi que o garoto está a fim dela.

 Ablon: Panaca mesmo, Vick não vai te dar bola, ela não gosta desse tipo e merece coisa melhor - disse enquanto os observava - 

Parei totalmente de prestar atenção no livro quando vi ela se debruçar sobre a mesa em direção ao rosto dele, estava pronto para ir lá e te dar uma bronca mas, ela apenas o limpou e voltou ao seu lugar. 

Não perdendo a oportunidade ele passou a mão em seu rosto, cabelo, e creio que fez um elogio porque pela leitura labial que fiz dela ela dizia “obrigada”. 

Estava ficando irritado com tanta risada que ela dava e eu nem sabia o porque, nem no maldito livro eu conseguia me concentrar mais, parecia que só tinha eles ali no ambiente e que eu podia ouvir tudo de perto. 

Quando ela se levantou eu peguei o livro de novo e fingi prestar atenção enquanto a seguia com o olhar até que ela parou na minha frente.

 Vick: Tenho que ir - disse mais como um pedido - 

Ablon: Está de carro ?

 Vick: Vim com o Léo, mas vou pegá-lo agora para levá-la. 

Ablon: Então eu te levo – me levantei - 

Vick: Senhor não precisa. 

Ablon: Não estou pedindo Vick, esta em horário de trabalho não acha que tem que me obedecer ? 

Ela respirou fundo, eu sabia que era para não me responder. 

Vick: Sim. - disse com raiva - 

Ablon: Então porque ainda discuti, vamos.

Se a intenção dela era pedir para o Leonardo levá-la estava muito enganada, eu ainda era o chefe daquela coisa.

Pensei enquanto sorria andando atras dela.

Vick narrando 

Odiava ter que obedecê-lo mas, que escolha eu tinha ?

 Sai na frente e ele vei atras de mim até o carro, entramos, ele deu partida e logo me deixou em casa. 

Vick: Com certeza não ocuparei o horário todo, logo eu volto - disse antes de sair - 

Ablon: Sei que sim – pronunciei firme -

 Eu sai e ele arrancou com o carro voltando para a empresa. 

Vick: Pronta ? – disse assim que entrei no quarto de Lari -

 Lari: Sim, vamos.

 Fomos até a garagem e eu entrei no meu lindo carrinho, teria que passar para abastecê-lo mas, isso não era problema, era meu carro.

 Chegamos no hospital em cima da hora e Lari não quis desgrudar da minha mão.

 Lari: Só entro se ela entrar comigo - disse para o doutor - 

Médico: Pode entrar. Então ? - disse assim que nos sentamos -

 Lari me olhou e eu comecei a falar. 

Vick: Me da o papel - disse olhando para ela - Bom Doutor como diz nesse papel que a única coisa que eu entendo é o positivo, ela está grávida certo ? 

Ele pegou o papel e checou. 

Médico: Tudo indica que sim. Mas, irei fazer mais um exame se possível. 

Vick: Tudo bem, mas então, depois que soube da gravidez o crápula que teve a capacidade para fazer o filho bateu nela - ele a olhou, Lari estava com a cabeça abaixada mas, eu mantinha a minha mão na dela segurando-a firme - A machucou muito, e bom, eu queria que fizesse os exames para saber como ela e o bebê estão. 

Médico: Com certeza, é o meu trabalho, vamos Larissa ? - ela me olhou -

Vick: Fica tranquila, não vou sair daqui - e a abracei -

Ele fez vários exames nela, muitos mesmo. Eu só ficava na espera e ansiosa. 

Ela se sentou ao meu lado novamente e ele em sua cadeira.

Médico: Tudo indica que está tudo bem, só irei passar alguns medicamentos para dor e quero que volte aqui em um mês. Vai fazer o acompanhamento comigo ? 

Vick: Sim - sim respondi por ela -

 Médico: Obrigado pela confiança – assenti - Então Larissa se cuida, a partir de agora não é só a sua vida que esta envolvida e lembre-se a criança não tem culpa. 

Lari: Eu sei doutor, eu quero meu filho, nunca pensei o contrário. 

Médico: Muito bom, parabéns – ele estendeu a mão para cumprimentá-la – E parabéns a você Vick, pelo apoio que está dando a ela – eu também apertei sua mão e assenti -

Ele falou mais algumas coisas e recomendações e voltamos para casa. 

Deixei Lari em casa e voltei para a empresa.

Passei mais algumas horas ao lado de Ablon aturando o seu mal humor repentino, que eu já estava me acostumando, e depois voltei para casa. 

Tomei um banho delicioso, comi, fiz companhia a Lari e depois fui dormir.

1 mês depois...

  Um mês havia se passado e estava tudo indo bem, Lari estava super animada com o bebê, Rafa se afastou um pouco de mim em comparação a como estava tudo antes mas, ele continuava sendo o meu amigo/irmão.

 Eu estava bem próxima do Léo, ele me contava seus problemas e eu sempre tentava ajudar. 

Por causa dessa convivência andei tendo umas brigas com Ablon, ele sempre achava um motivo para implicar, até se apenas comentava sobre o garoto. 

Eu sempre perguntava qual o motivo de tudo e ele apenas dizia “zelo pela empresa”. 

Hoje era o dia na nossa viagem, nem sei se suportaria passar uns tempos com ele mas, eu havia me comprometido. 

Eu não poderia levar Lari ao médico então Rafa a levaria por mim, falando em médico, agora estou voltando para o “meu” tenho que checar se posso viajar.

Médico: Tudo em ordem dona Vick se cuidou direitinho – disse checando meus últimos exames - 

Vick: Glória - ergui as mãos aos céus - Não vou precisar mais tomar remédio e nem vir mais aqui né ? 

Médico: Não. 

Vick: Ok, então vamos - disse levantando. Sim, eu disse vamos porque Ablon estava comigo - Obrigada por tudo doutor, agora tenho que ir, estou com pressa. 

Ablon: Temos a viagem inteira meu amor. Mas eu realmente tenho que agradecer porque doutor, o senhor judiou em, um mês - negou com a cabeça - 

Ah não ele não vai começar com isso de novo.

Vick: Então vamos - disse brava - 

Ablon: Estou ti falando, até ela está com pressa não é amor ? - passou a mão pela minha cintura - Ô mulher fogosa - Ele sorriu e se despediu do médico que ao virarmos as costas gritou -

Médico: NÃO SE ESQUEÇAM DA PROTEÇÃO.

 Ablon se virou para ele novamente.

Ablon: Ah não né doutor já fiquei um mês sem e você ainda quer que eu use ? Sem é mais... - o interrompi -

 Vick: Vamos nos cuidar, tchau.

 Eu bufei e Ablon entrou no carro dando risada. 

Vick: Eu realmente não sei qual é a graça. 

Ablon: Que mal humor em – me olhou - 

Vick: Tá agora me leva pra casa, tenho muita coisa para arrumar. 

Ablon: Desse jeito eu esqueço que sou o patrão. 

Vick: Fora da empresa você não é. 

Ablon: Fazer o que né. 

Ele me levou em casa e passou para ver Lari, nos últimos dias ele tinha se tornado amigo dela, depois que ele saiu fui arrumar as minhas malas já que não havia arrumado nada ainda e estava quase enlouquecendo.

Vick: Não sei o que levar já que ele não me conta para onde vamos, pode isso ? Não pode - disse olhando para Lari - 

Lari: Ele quer fazer surpresa amiga - disse sorrindo -

 Vick: Ele quer me enlouquecer isso sim, da meu celular aí, vou ligar pra ele. - estendi a mão e ela me deu - 

  Inicio da ligação 

Ablon: Mas já sentiu a minha falta ?

 Vick: Não estressa - disse brava - Preciso saber que tipo de roupa levar sabia ? 

Ablon: Mulheres – bufou -

 Vick: Mulheres nada, como vou saber se vou passar frio ou calor ? 

Ablon: Creio que será os dois então, trate de levar roupas para uma área que costuma ser fria e para outra que costuma ser calor está bom assim ? 

Vick: Não, mas fazer o que né. Obrigada – disse seca- 

Ablon: Até a noite.

 Ligação encerrada.