Fanfic: O amor e um anjo ~

Vick: Ablon... 

Ablon: Minha intérprete, minha acompanhante, linda, é uma ordem. 

Vick: Sim senhor. - não adiantaria discutir, e por mais que eu fosse orgulhosa, que mulher não adora ter liberdade para gastar o que quiser nas compras ? -

Ablon: Te ligo assim que terminar, lembre-se não importa o preço, a senha é essa XXXX.

 Peguei o cartão e fui olhar em mais lojas.

 Não falar francês e não ter Ablon por perto para traduzir era a pior coisa, já estava no ultimo andar do shopping quando vi alguns vestidos que me agradaram. 

Entrei e um mulher veio me atender. 

Mulher: Je peux vous aider? (posso ajudar). 

Vick: Queria muito que falasse português - disse mais a mim mesma enquanto olhava os vestidos - 

Mulher: Uma brasileira ? - a olhei -

Vick: Ai meu Deus você fala português ?

 Mulher: Sim, sou brasileira – sorriu - 

Vick: Senhorita, eu te amo - retribui o sorriso - Será aqui mesmo que irei comprar.

 Mulher: Algo em especial ?

 Vick: Jantar como acompanhante do patrão, com empresários - fiz careta - 

Mulher: Ou seja, importante. - assenti -

 Vick: Quero uma coisa que chame a atenção mas, nada muito fluflu me entende ?

 Mulher: Perfeitamente, vem comigo. 

Ela me mostrou alguns vestidos, alguns me agradavam mas, não havia me “apaixonado” sabe ?

 Depois de tanto olhar vi um que me apaixonei, em um lugar meio “distante” dos outros. 

Vick: Aquele – apontei - Ela pegou para mim. É lindo - disse o olhando de perto -

Mulher: 4 mil em reais. 

Vick: 4 mil ? - arregalei meus olhos -

 Mulher: É de um estilista famoso - explicou -

 Vick: Poxa.

 Mulher: Tenha certeza que todos vão te olhar, é lindo e conhecido, modelo único. 

Vick: Sinto muito Ablon, mas é o único que gostei, e você disse, não importa o preço e bom, me deu um cartão com liberdade, acima de tudo sou mulher sabia ? - sorri - Vou levar.

 Ela me encaminhou até o caixa e eu paguei. 

Vick: Recomenda alguma loja para sapato ?

 Mulher: Loja da frente também é nossa e é de calçados, posso acompanhá-la se quiser - disse enquanto me estendia a sacola com a caixa que continha o vestido - 

Vick: Agradeceria. 

Ela me acompanhou e eu demorei mais um tempinho para escolher o sapato até que achei um perfeito. 

Paguei e fui atrás de acessórios, foi mais fácil, meu celular já havia tocado e eu disse para Ablon vir me encontrar. 

O esperava na frente da loja com as sacolas. Eram 20:00 hrs.

Ablon: Mais alguma coisa ? - disse parando na minha frente enquanto pegava as minhas sacolas - 

Vick: Mesmo se tivesse, não temos tempo - bati em sua mão que mexia na sacola - não é pra olhar.

 Ablon: Ok, não vou ver, então vamos. 

Descemos os andares e caminhamos até o carro. 

Se eu tivesse tempo iria a um salão mas, como não tinha, iria me arrumar sozinha mesmo. 

Chegamos no hotel e subimos para o quarto. 

Vick: Eu vou tomar banho e depois vou me trancar no closet, se você tiver algo para pegar lá, pegue agora. 

Ablon: Sim senhorita. 

Coloquei as sacolas em um canto do closet enquanto ele colocava a sua roupa em cima da cama e pegava seu perfume, e etc. 

Vick: Não mexa nas minhas sacolas entendeu ? - pegava a toalha - 

Ablon: Entendi.

 Entrei no banheiro, tomei um banho um pouco demorado, peguei a toalha e me sequei depois me enrolando e fiz o mesmo com a toalha do cabelo, sai e Ablon estava sentado vendo um noticiário da TV.

 Vick: Banheiro liberado - disse passando por ele e entrando no closet - 

Peguei a sacola, tirei as caixas e coloquei em cima da cama. 

Tirei a toalha, passei creme e vesti a minha lingerie.

Desenrolei a toalha do cabelo e peguei o secador, sequei, e fiquei encarando o espelho pensando que penteado fazer, prendi o cabelo de um jeito de outro e de outro, até que achei um jeito que gostei. 

Fui para a maquiagem, marquei os olhos, passei uma sombra dupla, clara e escura, e o batom, optei por um meio rosinha. 

Tirei o vestido da caixa e vesti, era perfeito. 

Fui até a penteadeira e coloquei os acessórios, sentei na cadeira colocando a sandália, passei perfume, fiz mais uns retoques finais e me olhei no espelho, pelo menos para mim estava bom.

Agora, restava saber a opinião de Ablon. 

Sai do closet com cuidado o procurando, ele estava sentado, já arrumado, focado na televisão.

 Vick: Ablon - o chamei com cautela - 

Ele se virou e logo se levantou, parou e depois de me olhar de cima em baixo ficou me encarando, eu podia jurar que via um pouco de sua boca “aberta”.

 Vick: Diz por favor que esta me olhando assim porque estou bem. 

Ablon: Está completamente linda. 

Vick: Que bom que gostou – fechei meus olhos respirando aliviada e soltei o ar que estava prendendo - 

Ablon: E teria como não gostar ? - se aproximou - esta perfeita Vick.

 Vick: Obrigada. Você também esta ótimo – o olhei - Muito ótimo pro meu gosto - cruzei os braços - 

Ablon: Estou vendo uma pontada de ciumes ? 

Vick: Cautela pelo meu chefe. 

Ablon: Arram - disse sorrindo - 

Vick: Vamos ?

 Ablon: Sim.

Voltei ao closet, coloquei algumas coisas na bolsa e voltei para o quarto, ele me esperava, pegou as chaves e descemos, eu não fazia ideia de onde seria esse jantar, mas ele sabia né ? Estava um pouco ansiosa. Depois de uns 40 minutos paramos. 

Vick: Não falarei com ninguém, não é ? - disse puxando o vestido e descendo do carro - 

Ablon: Porque não falaria ? - deu a volta e ficou na minha frente - 

Vick: Diferença de idioma ? - levantei a sobrancelha -

 Ablon: Talvez achemos alguém que possa resolver isso - sorriu e estendeu o seu braço - Vamos ?

 Vick: Claro – passei o meu braço pelo seu -

 Um manobrista pegou as chaves de Ablon e fomos caminhando em direção a entrada. 

Logo avistei mulheres lindas assim como muitos homens também, todos elegantes e finos demais. Eu não ousaria desgrudar de Ablon por nada.

Ablon: Vem, vou te apresentar a algumas pessoas - ele me guiou parando em frente a dois homens - 

Ablon: Hello Sir Christian (Olá senhor Christian). 

Ótimo, agora ela inglês, e eu odiava, pelo menos compreendia algumas palavras. 

Christian: Ablon Hello, how long, will not present his mate? (Ablon olá, quanto tempo, não vai apresentar o sua companheira ?)

 Ablon: Yes of course, this is Vick, Vick this is Christian. (Sim claro, está é Vick, Vick este é George) 

Ouvi meu nome e o dele, provavelmente, então percebia que estava nos apresentando.

Christian: It is a pleasure Miss, you`re too beautiful for that gentleman, I am delighted - pegou minha mão beijando-a -

Tá a parte do linda eu havia entendido mas e o resto ? 

Olhei para Ablon procurando uma resposta. 

Ablon: É um prazer senhorita, você é muito linda para esse cavalheiro, estou encantado – sorriu - 

Vick: Ham, thank you.

 Foi o que consegui pronunciar. 

Ablon me apresentou para os outros e ficou ali por um tempo conversando com eles, algumas vezes ouvi meu nome mas, nem quis saber o porque, um garçom passou perto de mim oferecendo taças de champanhe e eu peguei. 

O olhar que Christian jogava em cima de mim repetidas vezes estava me tirando do sério. 

Vick: Podemos por favor conhecer mais pessoas - puxei o braço de Ablon e sussurrei no seu ouvido -

 Ablon: Claro, vamos. - ele se despediu dos tais homens e fomos andar -

 Ficamos horas naquele jantar, e Ablon sempre conversava sobre negócios em várias línguas, me perguntei porque ele precisava de mim ? Espanhol não era tão difícil para ele não aprender.

Já estava entediada de ficar em um lugar que não conseguia falar com ninguém, até que Ablon me apresentou um grupo de argentinos e eu me senti em casa. 

Conversei horas com eles que me falavam sobre os seus projetos enquanto eu traduzia para Ablon, se realmente aquela tradução era necessária eu não sabia mas, era paga para aquilo. 

Os argentinos tinham algumas ideias para as Cataratas e eu estava adorando falar em espanhol, sobre o Brasil e principalmente sobre a minha nova cidade.

Fiquei um tempo ao lado deles e depois começou uma apresentação lá que tinham vários tradutores, pude entender que eles estavam realizando um novo projeto para o meio ambiente.

 Vick: Espero que não fique só no papel – disse a mim mesma - 

Estávamos sentados em uma mesa, depois de jantar e conversar muito, eu realmente queria ir embora.

 Pedi licença e sai procurando o banheiro.

 Droga aquele lugar era muito grande e tinha muita gente, não fazia ideia de onde achar.

 Senti alguém segurar minha cintura. 

XXX: Perdida senhorita ? - sussurrou em meu ouvido -

 Vick: Quer me assustar ? Preciso achar o toilet Ablon - disse manhosa - 

Ablon: Vem, vou pedir informação e te acompanho. 

Ele perguntou ao garçom que indicou o lugar, assim Ablon me deixou na porta. 

Ablon: Te espero aqui. 

Entrei no banheiro, só queria me ver no espelho mesmo mas, resolvi fazer a minha necessidade, sai depois de lavar as mãos e retocar a maquiagem, ele me esperava com as mãos no bolso. 

Vick: Me esperou mesmo - disse me aproximando - 

Ablon: Claro, nada bom te deixar andando sozinha, sabia que todos estão comentando sobre você ?

 Vick: Estão ?

 Ablon: Sim, todos os comentários com elogios, até me disseram que formamos um lindo casal.

 Vick: Acha que formamos ? - a pergunta saiu sem querer - Quer dizer... A esqueci - tentei passar por ele e voltar a mesa -

Ablon: Acho - ele disse assim que segurou meu pulso me virando - 

Não sei porque mais meu coração estava acelerado naquele momento. 

O olhar dele só aumentava mais os batimentos. 

Ficamos assim por alguns minutos e logo começou a tocar uma musica, o baile havia sido iniciado, o que indicava que logo o jantar acabaria. 

Ablon: Dança comigo ? 

Abaixei um pouco o olhar do seu pensando sobre o convite, o que eu estava pensando ? Dança logo Vick. Umedeci os lábios.

 Vick: Danço. 

Ele sorriu e me puxou para a pista. 

Tocava uma musica lenta, e já haviam vários casais formados. 

Ablon passou sua mão pela minha cintura me puxando para mais perto, passei meus braços por seu ombro e aceitei a aproximação, meu coração batia descontroladamente, enquanto deslizávamos no ritmo da canção.

 Não tirávamos o olhar um do outro. 

Até que depois de três musicas e das recusadas de Ablon para os homens que quiseram dançar comigo eu resolvi quebrar o silencio.

 Vick: Podemos ir embora ? Estou cansada. 

Ablon: Podemos, acho que esse jantar já deu o que tinha que dar. 

Saimos sem nos despedir de ninguém e ao chegar na porta eu senti o vento frio que fazia, me encolhi na hora.

Ablon: Paris e seu clima.

 Vick: Eu deveria ter trazido um casaco - disse tremendo - 

Ablon: Não vou te deixar passar frio, toma - ele tirou seu paletó e colocou sobre os meus ombros - Vamos para “casa” - fez aspas com as mãos e passou a mão pela minha cintura me conduzindo porta a fora -

Ficamos esperando enquanto o manobrista trazia o carro, entrei no mesmo tremendo e Ablon ligou o ar condicionado, o que ajudou em muito me aquecer, me fazendo parar de tremer depois de alguns minutos.

 Quando paramos em frente ao hotel eu não queria descer. 

Vick: A não - fiz bico -

 Ablon: Temos que ir Vick, vou entregar a chave para eles guardarem o carro e logo estaremos no quarto, vamos.

 Vick: Não – choraminguei -

 Ablon: Vou ter que te pegar no colo ? - levantou uma sobrancelha -

 Vick: Não, estou indo - ele sorriu -

Ajeitei o paletó sobre os ombros e sai rápido do carro parando para esperar por ele somente quando estava na recepção.

 Vick: Frio - eu dizia dando pulinhos - 

Ablon: Vamos subir - disse rindo da minha situação -

Entramos no elevador e eu não via a hora de chegar no nosso andar, assim que chegamos eu corri pro banheiro e tomei um banho quente, que não adiantou tanto como eu queria, realmente estava frio.

Sai enrolada na toalha e fui até o closet pegar um camisola, não colocaria pijama de frio né. 

Coloquei a camisola e corri para debaixo das cobertas, logo Ablon saiu do banheiro e depois se deitou longe de mim, e virado para o lado oposto.

Não conseguiria dormir daquele jeito, estava acostumada com o frio por morar no Sul, mas não aquele frio.

 Vick: Ablon, será que tem como me abraçar ? - pedi sem hesitar - 

Ablon: Abraçar ? - senti que ele virou para o meu lado -

 Vick: Sim Ablon, estou congelando - disse entre os dentes- 

Ele passou a mão em meu braço. 

Ablon: Está gelada e tremendo Vick, e o ar condicionado está ligado - meu braço estava todo arrepiado - 

Vick: Então, por … por favor - gaguejei um pouco mais por sentir seu toque do que pelo frio - 

Ele permaneceu imóvel, como se estivesse pensando. 

Vick: Abloooon – disse manhosa - 

Ele suspirou se aproximou passando os braços em volta da minha cintura. 

Vick: Não, mais perto. - joguei meu corpo para trás chocando com o dele -  

Senti quando ele se enrijeceu apertando minha cintura. 

Eu acabei prendendo o ar com o ato. 

Já havíamos dormido de conchinha sim mas, não com corpos colados como agora, antes apenas seu braço e sua cabeça me tocaram agora ? Bom agora literalmente todo o seu corpo me tocava.

 Ablon: Tudo bem ? - ele disse depois de minutos respirando fundo - 

Vick: Tudo - soltei o ar - tudo. Agora estou me esquentando. 

Ablon: Boa noite então - ele deu um beijo em minha orelha -

(Infelizmente o gif dessa parte excedeu o limite permitido :( Ai como eu não queria deixar sem, postei no google+, é o primeiro que tento postar lá em uma comu particular, não sei se vai dar certo colocar assim até porque acho que estraga o jeito das postagens mas fazer o que né, foi a unica opção que encontrei, então espero que de certo: para quem quiser ver, está aqui ).

 Vick: Boa noite - disse me arrepiando e mordendo o lábio inferior - 

Fechei meus olhos e tentei dormir.

Acordei no outro dia e os braços de Ablon ainda me envolviam, não queria levantar dali, estava tão bom, então continuei ali, acordada mas, quietinha. 

Depois de alguns minutos assim ouvi sua voz. 

Ablon: Não vai levantar ?

 Vick: Eu deveria ? - nenhum dos dois havia se movido -

 Ele não respondeu. 

Me virei para ele sem tirar o seu braço, ficando próxima de seu rosto.

 Vick: Deveria ? 

Ablon: Só se quiser - disse me olhando nos olhos - 

Vick: Por enquanto quero ficar aqui, estou quentinha - encolhi os ombros me “espreguiçando” - 

Ablon: Então vamos ficar. 

Vick: Urrum – me aproximei dele e me aconcheguei entre seu obro e pescoço podendo sentir o seu cheiro - 

Ficamos mais um tempo ali, sem falar nada, apenas ouvíamos a nossa respiração, que estavam descompassadas por sinal. 

Estava quase dormindo novamente quando sinto meu estomago embrulhar. 

Vick: Ok, estou com fome - me afastei - Hora de levantar.

 Virei as costas para ele e com dificuldade sai da cama, ele não disse nada e também não se moveu. 

O quarto agora já estava mais quente, pelo ar condicionado mas, nada tão comodo, peguei roupa e toalha, entrei no banheiro para fazer minha higiene e tomar um banho quentinho.

Ablon narrando 

Assim que ela entrou no banheiro joguei minha cabeça para trás e tampei meu rosto com as duas mãos. 

Ablon: Próximo demais, está brincando com fogo General, fogo – disse a mim mesmo -

Fiquei um tempo ali encarando o teto e lembrando da noite anterior, essa sem duvida tinha sido a noite que mais me aproximei dela, até com o corpo, literalmente. 

Isso precisava acabar mas, quem disse que eu conseguia ?

 Até parece que não sou mais o Primeiro General que está firme, e consciente o tempo todo, essa garota bagunçava tudo. 

Depois de minutos assim levantei. 

Liguei para a recepção e pedi café da manhã.

 Logo ela saiu do banheiro, vestia uma legging e um vestido de manga comprida por cima, foi até o closet e depois voltou se jogando na cama de novo.

 Ablon: Já pedi café da manhã, vou tomar banho - ela apenas assentiu enquanto deitava embaixo das cobertas - 

Enquanto tirava a roupa ouvi o barulho da televisão sendo ligada. 

Entrei no chuveiro e fiquei por um bom tempo ali, adquirindo os últimos acontecimentos. 

Virei de costas para a parede e joguei a minha cabeça a encostando, enquanto a água escorria pelo meu corpo.

Ablon: Nunca mais amar, foi a minha promessa, o que esta acontecendo ? - sussurrei batendo a minha cabeça na parede -

Sai do banheiro, vesti uma calça e uma camiseta de manga comprida preta. 

Vick permanecia deitada. 

Logo que voltei do closet bateram na porta, ela me olhou. 

Ablon: Eu abro.

 Fui até a porta, abri, peguei o carrinho e levei para perto dela. 

Ela se sentou na cama e eu sentei ao seu lado, tomamos o café da manhã em meio a poucas palavras, somente comentamos sobre o jantar, sem tocar no assunto “nós”.

 Depois do café Vick resolveu ligar para casa. 

Ficou um tempo conversando com Larissa e depois com Rafael.

 Depois de desligar disse que estava tudo bem, só tinham saudades. 

Ela deitou novamente na cama prestando atenção em um filme que passava. 

Vick: Não quero ficar aqui, mesmo que esteja frio - disse me olhando - 

Eu também estava na cama, mas longe dela dessa vez. 

Ablon: Vamos sair então, você precisa conhecer Paris. 

Vick: Preciso é congelar - fez bico - 

Ablon: Te esquento se esse for o problema - sorri de lado - 

Vick: Abusado - me deu um tapa no braço - Liga para a recepção e pergunta do tempo lá fora ? 

Peguei o telefone ao lado da cama e liguei. 

Ablon: Neve - disse assim que o coloquei no gancho -

 Vick: SÉRIOOOOO ? - ela gritou animadamente parecendo uma criança - 

Ablon: Sim – disse em meio ao sorriso - 

Vick: Agora mesmo que vamos dar uma volta, vou me arrumar. 

Ela se enfiou no closet e depois de algumas horas saiu arrumada, linda como sempre. 

Fiz o mesmo e me agasalhei bastante assim como ela.

 Peguei a chave do carro e logo estávamos saindo do hotel.

Vick: PARA - ela gritou me fazendo frear o carro - 

Ablon: O que foi ? 

Vick: Guerra de neve olha - ela apontou para umas crianças - Não estou com sapatos adequados - olhou pros pés - 

Ablon: Quer voltar e trocar ?

 Vick: Não - fez bico- 

Ablon: Tem certeza ? 

Vick: Será que tem alguma loja aberta ? 

Ablon: Vamos ver. 

Acelerei o carro e sim as lojas estavam abertas, a neve havia caído mas, não era motivo para fechar e também, eles já estavam acostumados. 

Vick entrou em uma loja comprando uma bota qualquer só para ir na neve. 

Tirou a sua guardando dentro do carro e colocou a outra.

 Vick: Veem - disse me puxando - 

Ela correu na frente enquanto eu andava, agachou e fez uma bola de neve jogando em mim. 

Vick: Qual é, vem brincar, vem, vem - ela chamou com as mãos - 

Eu não era acostumado a “brincar”, era um anjo, general, e ainda por cima vivia sendo caçado, como brincar no meio disso ?

 Senti mais uma bola de neve bater contra o meu peito. 

Continuei parado a olhando.

 Vick: AH qual é Ablon, é neve - ela se aproximou - 

Ablon: Não sei brincar - disse sério- 

Vick: Que tipo de pessoa não sabe brincar ? Não teve infância ? 

Ablon: Digamos que minha infância foi do tipo rude – menti -

 Na verdade não era 100% mentira não é ? Apenas a parte da infância.

Vick: Deixa eu pensar pelo seu porte físico e seu jeito meio rude. Família de Militares ? Adivinhei ? 

Fiquei surpreso com a sua habilidade de decifrar as coisas, ela havia percebido que eu era “militar” sem nem ao menos eu ter tocado no assunto um dia. 

Ablon: Você é boa - disse afirmando com a cabeça - 

Vick: Sei que sou - deu risada - estou brincando, só foram as... circunstancias. Mas, então vamos as estratégias.

 Ablon: Estratégias ?

 Vick: Posso não ser militar mas, sei um pouco como funciona ok ? 

Ela parou um pouco parecendo pensar, depois colocou as suas mãos para trás, se endireitou mais, ergueu o queixo e ficou me encarando, como uma militar.