Fanfic: O amor e um anjo ~
Vick narrando
Uma semana sem Ablon e estava tudo “normal” ou quase.
Algumas pessoas não me aceitavam direito no comando da empresa mas, era obrigação delas me obedecer então...
Estava tudo indo bem, mesmo que no meu contrato eu teria que pedir e explicar a Ablon se quisesse demitir alguma pessoa mas, os funcionários não sabiam desse detalhe.
Era sábado novamente e Rafa e Léo estavam aqui em casa, comigo e Lari.
Bia mal ficava aqui, estava praticamente morando com o Fe, o que intimamente eu torcia para acontecer logo.
Desde a ida de Ablon não tínhamos mais mantido contato, e eu estava achando melhor assim, mesmo que me doía, era melhor.
Cheguei na sala com o bacia de pipoca e Lari com a panela de brigadeiro, me ajeitei no colchão e os meninos estavam escolhendo um filme.
Lari foi e sentou ao lado de Rafa, os dois estavam bem próximos ultimamente o que estava me deixando intrigada, Léo colocou o DVD e sentou ao meu lado logo em seguida.
Iriamos passar a tarde vendo a coleção de Piratas Do Caribe.
Léo passou o braço pelo meu pescoço e eu encostei em seu ombro, eu realmente estava pensando em dar uma chance para ele sabe ? Mas, Ablon ainda não saia da minha cabeça e estava tudo recente demais. Então, deixaria acontecer.
Depois de horas e horas vendo filmes eles finalmente acabaram.
Vick: Eu amo esses filmes mas, realmente estou cansada de ficar sentada - disse levantando -
Lari: Nem me fale, minhas costas doem.
Léo: Aí, to a fim de tomar alguma coisa, topam ?
Vick: Só se você buscar e tomarmos aqui porque não quero sair hoje.
Lari: Estão querendo me assanhar só porque não posso beber - fez bico -
Rafa: Só pedir o que quer que eu trago pra você - a abraçou -
Lari: Mesmo ?
Rafa: Urrum.
Vick: Vixi, se prepara para falir - disse rindo -
Lari: Para tá - jogou uma almofada em mim - Quero uma garrafa de tampico grande, ruffles e uma caixa de bombom.
Vick: Aí, a menina roubando meus gostos cara, pode isso não hein – cruzei os braços - Só deixo porque é pro meu filho/filha tá - mostrei língua -
Lari: Quem mandou gostar de coisa boa - mandou língua também -
Rafa: Ai meu Deus - ergueu as mãos - Ok, eu trago.
Léo: Vinho e leite condensado pra batidinha pra você né Vick ? - me olhou -
Vick: Aprende rápido meu nenis -apertei sua bochecha -
Ele deu risada e saiu seguindo Rafa que logo sumiram pela porta, Lari e eu fomos arrumar a mini bagunça da sala e tomar banho.
Depois das duas estarem limpinhas e cheirosas fomos para sala esperar.
Lari: Estão demorando - se jogou no sofá -
Vick: Nem me fale. Vou brigar com eles - me joguei ao seu lado -
Lari: Estou com fome.
Vick: Quer macarrão de forno ? Estou a fim de fazer, aquele queijo no meio, ai delicia.
Lari: Ah, falou vai ter que fazer Vick - disse manhosa -
Vick: Vem, vou fazer - peguei na mão dela e a puxei até a cozinha -
Peguei as coisas na geladeira, coloquei em cima da mesa e Lari já estava sentada me olhando, comecei preparar tudo e quando estava quase pronto eles chegaram.
Rafa: Huuum, que cheiro bom é esse ? - disse entrando na cozinha -
Lari: Vick está fazendo macarrão de forno - o olhou -
Léo: Cozinheira de mão cheia minha gata - veio logo atrás -
Vick: Sua gata ? - levantei a sobrancelha -
Léo: Claro – sorriu -
Vick: Quem vê pensa, porque demoraram ? - cruzei os braços -
Rafa: Fomos pra casa tomar banho e depois fomos comprar as coisas.
Vick: Arram sei.
Léo: Sério. Estou com fome - me olhou -
Vick: Só porque não avisaram, não vão comer, só eu e você amiga - pisquei pra ela -
Lari: Eu comendo é o que importa - deu de ombros -
Rafa: Sacanagem isso ai hein - veio para o meu lado - Deixa a gente comer também Vickzinha minha - passou as mãos pela minha cintura -
Léo: Ou, eu tenho ciumes - tentou puxar ele -
Rafa: Sai que ela é minha primeiro.
Lari: Fiquei alone.
Rafa: Ou minha bolachinha ficou não - me soltou e foi perto dela -
Lari: Bolachinha ?
Rafa: Minha bolachinha - deu um beijo em sua bochecha -
Vick: Rafa, posso falar contigo ? Particular. Amiga, tira do forno pra mim e pode se servir se quiser.
Ele assentiu e me seguiu, fui para o meu quarto e quando ele entrou eu fechei a porta.
Rafa: Qual o problema ? - sentou na minha cama -
Vick: Só queria saber como andam as coisas já que faz tempo que não tenho aquele papo de irmã contigo - sentei ao seu lado -
Rafa: Está se referindo a Carol né ? - assenti - Nada bem Vick, ela até começou a ser mais carinhosa comigo, me dar mais atenção e aquelas coisas todas, só que acho que foi tarde demais sabe ? Não surtiu efeito em mim como eu queria e bom, eu estou querendo entrar em outra.
Vick: E esta outra seria Lari ? - ele me olhou assustado - pode fala, sabe que eu sempre avalio os dois lados.
Rafa: Tenho me aproximado bastante dela, quando você viajou então, sempre estava presente, no começo pra cuidar dela porque você pediu, mas, depois era porque eu queria. E no dia que fui fazer o exame com ela, Vick, é a coisa mais linda ver o bebe na tela e ouvir o seu coraçãozinho batendo, ela chorou e eu me segurei para não chorar ao seu lado. Quando o médico perguntou se eu era o pai ela fez uma cara super triste e eu acabei dizendo que sim. Depois tive que dar uma explicação a ela dizendo que era o que havia prometido a você mas, sinceramente, eu gostei de ser o “pai” - fez aspas com as mãos -
Vick: Eu queria muito ter visto, mas fico feliz que você tenha ido com ela, tenha dado esse apoio, se for para ser eu torço pelos dois, mas vai com calma Rafa, ainda tem a Carol no meio e se ela machucar a minha amiga eu cometo um assassinato sem pensar, sem contar que se for querer assumir um compromisso com ela estará praticamente assumindo o bebe, e assumir um filho que não é seu não é fácil, só estou dizendo isso porque você pode se arrepender depois entende ?
Rafa: Entendo, perfeitamente, mas por enquanto está sendo bom para nós dois, então, vamos ver o que o destino nos reserva.
Vick: Se for preciso mecho nos pauzinhos desse destino - o abracei - Vem, vamos voltar.
Chegamos na cozinha e Léo e Lari estavam comendo.
Rafa: Obrigado por esperarem.
Vick: Meu Deus cade meu macarrão ? - olhei incrédula para a forma -
Lari: Ah amiga não exagera.
Léo: Quem mandou fazer tudo gostoso - me olhou com cara de safado -
Rafa: Bora para de dar em cima da minha irmã na minha frente ? Nem sei porque está falando, nunca provou.
Eu e Lari olhamos a cara dos dois de bravos e começamos a rir.
Eles não aguentaram por muito tempo e também riram.
Rafa e eu sentamos na mesa e também comemos, resultado ?
Horas de bagunça e fim do meu lindo macarrão, depois que estava todo mundo de barriga cheia, fomos sentar na área. Estava de noite mas, estava fresco, então optamos por beber lá fora.
Vick: Vou ter que ir fazer a batidinha né ? - Peguei as coisas das mãos de Léo e entrei na cozinha, fiz rapidinho e voltei com a jarra colocando em cima da mesinha que tinha ali -
Rafa: Tem baralho aí ?
Vick: Tem vou pegar, e ligar o som também.
Entrei na sala, peguei o baralho e o uno, liguei o rádio, meio baixo porque além de ser a noite os vizinhos eram rabugentos.
Voltei pra lá, coloquei “os baralhos” em cima da mesa, sentei e me servi de batidinha, Léo e Rafa bebiam cerveja, além de ter um isopor com vodka, ice, red bull e catupinga.
Vick: Vocês não vão voltar embora dirigindo - disse enquanto jogava uma carta -
Léo: Uno - jogou +4 pra Lari -
Lari: +8 Rafa - jogou outra em cima -
Rafa: Não ? +12 Vick - me olhou querendo rir -
Peguei uma carta antes de comprar.
Léo: Não faz isso - fez carinha triste -
Vick: Não vou comprar e você está com uno, então+ 16 amor - joguei outra -
Léo: Putz vou comprar o baralho inteiro - começou a pegar as cartas -
Vick: Respondendo a sua pergunta, não, não vou deixar os dois voltarem dirigindo já que compraram tanta bebida, vocês dormem aqui.
Lari: Concordo.
Rafa: Tão tá né.
Ficamos ali jogando, bebendo e conversando, já passava da meia noite e já tínhamos jogado de tudo.
Quando eu fui levantar vi que tinha passado um pouco da conta na bebida, Lari era a única sã ali, Léo e Rafa estavam chapados e rindo atoa.
Vick: Ok, já chega, vamos entrar e dormir - tentei não parecer bêbada - Lari me ajuda arrumar a sala pra eles ?
Ela levantou e me seguiu.
Lari: Não tá legal né - perguntou assim que entramos -
Vick: Passei da conta, um pouco zonza mas, ainda consciente.
Subi os degraus e fui pegar as coisas, peguei os colchões e Lari, cobertas, lençóis e travesseiros.
Arrumamos tudo na sala e depois que joguei uma água no meu rosto fui buscar eles.
Vick: Levo eles e você arruma as coisa aqui - ela assentiu e começou a arrumar - Vem Rafa - o peguei -
Rafa: Estou legal Vick - disse meio embolado -
Vick: Eu sei, estou vendo.
Entrei com ele na sala e o joguei no colchão, arranquei seu tênis e coloquei o cobertor por cima.
Voltei lá fora e o Léo estava de pé.
Léo: Não estou tão bêbado - me olhou -
Vick: Sei que não – menti - mas, vamos mesmo assim - o agarrei pela cintura -
Léo: Só se for pro seu quarto - se soltou e me prendeu na parede -
Vick: Léo está bêbado - coloquei as mãos em seu peito -
Léo: Sabe que não preciso disso para te querer - tirou a minha mão colando nossos corpos -
Ele se aproximou e roçou seus lábios nos meus, por instantes eu cheguei a abrir um pouco a boca para receber o beijo, mas quando ele agarrou a minha cintura me puxando veio a imagem de Ablon fazendo isso, e por mais que Léo tivesse pegada não se comparava a ele.
Não é Ablon - meu pensamento me alertou -
Afastei a minha boca da sua e ele me olhou.
Vick: Não posso, ainda não - tentei sair dali -
Léo: Porque não ? - agarrou meu braço -
Vick: Me solta Léo, está me machucando.
Léo: Então me fala, porque ? - apertou mais -
Vick: Me solta - tentei puxar meu braço -
Léo: Se não falar, não vou soltar - apertou mais ainda -
Eu estava nervosa, odiava que tentassem me controlar então soltei o que não devia.
Vick: Porque você não é ele, não é Ablon.
Ele me olhou furioso e me soltou.
Léo: Eu sabia, sabia que você tinha algo com ele, ele te tratava bem demais para ser só patrão.
Vick: Não tenho nada com ele.
Léo: Ah sei, ele te leva para Paris e você não tem nada com ele, quantas vezes precisou dormir com ele para conseguir isso ? - Não pensei duas vezes e meti a mão na sua cara -
Vick: NÃO SABE DE NADA DO QUE ESTÁ FALANDO, EU NUNCA DORMI COM ELE, SE NOS BEIJAMOS ? SIM, ISSO ACONTECEU, MAS, NÃO PASSOU DISSO, NUNCA MAIS FALE ASSIM COMIGO - gritei todas as palavras -
Léo: ESTÁ NERVOSA PORQUE ? PORQUE ELE TE USOU E AGORA FOI EMBORA ? - disse gritando enquanto eu me afastava dele subindo para o meu quarto -
Entrei no mesmo batendo a porta e fui tomar banho, lá eu chorei quietinha pensando em tudo que ele havia me falado, eu sabia que era mentira, mas eu também sabia que era isso que todos pensavam de mim, que eu era uma qualquer, e também por saber que sim, ele havia me deixado.
Sai do chuveiro e Lari veio bater na porta.
Vick: Amanhã nos falamos amiga, quero ficar sozinha - disse sem abrir e ela entendeu -
Vesti uma camisola e deitei, querendo muito sentir aqueles enormes braços me envolverem, abracei meu próprio corpo me encolhendo, depois de tanto pensar nele acabei dormindo.
Ablon narrando ( 1 mês depois )
Estacionei a motocicleta de guidão cromado na garagem, desmontei caminhei até a porta, abri e entrei no apartamento.
Fui direto para sala que mais parecia um museu, onde eu guardava objetos, artefatos que colecionara por cerca de seis mil anos.
Tirei o sobretudo emborrachado que usava para me proteger da cuva, puxei uma cadeira e me sentei, a mesa estava entulhada de jornais e revistas, que dividiam o espaço com rolos envelhecidos de pergaminho, escritos em aramaico.
Estive por semanas, analisando os periódicos e buscando ligações entre os fatos recentes e as velhas profecias.
Infelizmente, reconheci os paralelos e notei os sinais. Os sinais do apocalipse.
(Para um pária como Ablon, era difícil saber o que acontecia no céu ou no inferno).
Mas, com o tempo, ele foi entendendo que os eventos espirituais encontram reflexo no plano físico. Foi assim que, pela primeira vez, percebeu os sinais, os indícios que confirmavam os últimos dias da terra.
Começou com aquilo que os profetas chamaram de “cavaleiros do Apocalipse”. Não houve cavaleiro de fato nem entidades montadas que personificassem a previsão.
Mas o renegado podia percebê-los nas guerras do Oriente Médio, nas crianças famintas da África, nas epidemias, nos falsos videntes e em todo lugar onde a morte arrastava seu mando. Depois, a situação mundial se degradou, e isso nada teve a ver com as forças infernais ou celestiais).
Parei por instantes e ergui a cabeça deixando de ler para olhar o porta retrato, havia pegado da rede social de Vick e colocado ali, para nunca me esquecer, nele, ela fazia bico enquanto levantava a camisa “beijando” o simbolo de seu time.
Me perdi nela, naquele olhar determinado e ao mesmo tempo confuso, era a minha menina mulher, sorri e abaixei a cabeça balançando negativamente, enquanto ainda sorria, a mais linda, orgulhosa e teimosa que já conheci. Suspirei e voltei a atenção ao que fazia.
Organizei alguns papéis em uma pilha, e em seguida, levantei e espiei lá fora. Tudo calmo.
Senti o peso de uma runa atlântica da paz, inscrita no fragmento de basalto. Tirei o objeto do bolso e o examinei, sob o brilho fraco das lampadas. Então, andei até o telefone e puxei o gancho ao ouvido. Comecei a discar.
Shamira, a feiticeira de En-Dor
Shamira era a supervisora da escavação. Não era para menos.
Toda a expedição fora financiada por ela mesma, uma mulher que dominava como ninguém os mistérios da arqueologia. Não quis o auxilio de universidades ou organizações, mas também não precisava. Aquela era uma pesquisa pessoal, um objetivo particular, uma missão.
Fora o trabalho operário, a moça fazia todo o resto – mapeava a área, registrava os objetos, estudava o solo e montava os equipamentos.
Em todo o mundo não havia ninguém melhor do que ela nos segredos sumérios. Conhecia muito bem aquele deserto, uma região que visitara pela primeira vez havia quatro mil anos, quando fora a Babel invocar um espirito.
O sítio de escavação fora montado nas proximidades das ruínas da fabulosa Babel, mas a mulher não procurava vestígios da capital esquecida.
Buscava só um objeto, um item ordinário em aparência, mas carregado de poder magnifico, um artefato havia muito deixado naquele cenário infértil. Esperta, Shamira fitou com cuidado a vala, escavada em diferentes níveis de profundidade.
No acampamento, o sol atingira o zênite. Os homens, cansados, largaram as picaretas e foram almoçar. A moça, então, fico ali sozinhas observando a cada detalhe do fosso. De repente, teve uma intuição quase divina, pegou uma pá e saltou ao buraco.
Ao fraco sopro do vento, balançaram suas longas e negras madeixas. Os olhos eram castanhos, e a pele clara e macia brilhava com os frescor da mocidade. Seu corpo, ainda bem jovem, fora conservado por mágica. A expressão, ainda que sensual, era decidida e forte – o semblante de uma mulher nada indefesa.
Avistou, então, uma ponta a brilhar na areia e começou a cavar freneticamente. Encontrou, assim, uma haste metálica que refletia ao Sol.
Tirou os óculos escuros e se ajoelhou ante o objeto. Com uma escova, removeu o excesso de terra e descobriu uma longa espada, corroída pela intempérie. A lamina, enferrujada, tinha o fio dentado. O cabo, supostamente dourado, estava descascado e preto.
Em quase toda sua extensão, a arma estava coberta por uma casca de pedra, e Shamira teve de usar sua faca para raspar a dureza da crosta. A Vingadora Sagrada. Sorriu, finalmente.
Achara o que viera buscar. Escutou os passos de um operário. Um sujeito alto, coberto dos pés a cabeça por uma túnica árabe, a chamou de fora da vala, gritando um aviso.
Rápida e destra, ela voltou ao deserto com a espada arruinada nas mãos e caminhou até um jipe cinzento.
Estacionado no sopé de uma enorme montanha, no meio de cinco tendas de lona, o caro estava aparelhado com um telefone via satélite e dois computadores.
Outros equipamentos de comunicação estavam guardados em uma barraca, ao lado da geladeira de suprimentos e de galões de refresco. No espaço entre o banco do motorista e o assento do passageiro, uma luz vermelha piscava. Era a chamada do comunicador.
Inicio da ligação
Shamira: Sim - disse ela, sacando o aparelho -
XXX: E então, revirando os escombros ? - falou alguém do outro lado da linha -
Shamira: Ablon! - exclamou, alegre pelo contato - Você não se cansa de me surpreender, renegado. Como sabia onde eu estava ?
Ablon: Nós sempre sabemos. Na verdade achei que, mais cedo ou mais tarde, você voltaria para casa.
Shamira: Quem conhece o passado prevê o futuro - ela concordou, nostálgica -
Ablon: Como estão as coisas por aí ?
Shamira: Quase como deixamos - replicou, rapidamente - Já tem anos que não nos vemos - ela mudou de assunto -, e eu quase me sinto como uma senhora de idade recebendo o telefonema de um amor platônico do colegial. Mas, por algum motivo, receio que as noticias que você me traz não sejam boas.
Ablon: Por que está dizendo isso ?
Shamira: Não é sempre assim ? - a voz baixou uma oitava - Os espíritos me sussurram umas coisas, e a maioria delas é assustadora. Tem algo errado, não tem ? O tecido está caindo. Começou, não é ?
Depois de um longo silencio, o Anjo Renegado responde:
Ablon: Receio que sim, feiticeira. Mas, antes do fim, preciso de um auxilio, mais uma vez. Infelizmente, tem sempre de ser assim.
A moça tremeu com um pressentimento ruim ao escutar o pedido.
Todas as vezes que Ablon solicitara sua ajuda fora para se lançar em uma missão além de suas capacidades.
Quem ou o que o Anjo Renegado pretende enfrentar desta vez ? -pensou, preocupada-.
Ela não queria que ele se arriscasse, mas os guerreiros sempre se arriscavam.
Além disso, mesmo que ela se recusasse a apoiá-lo, ele perseguiria seu objetivo sozinho.
Shamira: O que foi ? Problemas com o pessoal do porão ?
Ablon: Acho que não. Ainda não sei realmente - ele hesitou - Mas não se preocupe. Não vou me enfiar em nenhuma luta voraz. Foi Lúcifer que decidiu me caçar, e não o contrário.
Shamira se sentiu mais segura ao compreender que Ablon desejava, desta vez, só uma conversa pacífica com seu traidor.
Mas nem sempre as coisas foram assim.
Ablon: Você pode se encontrar comigo ? - indagou o renegado -
Shamira: É claro - devolveu a mulher, olhando a espada enferrujada - De fato, era justamente o que eu pretendia fazer.
Ela pegou um bloco e uma caneta no porta-luvas do carro.
Shamira: Onde você está ?
Ablon: No Rio de Janeiro - ele revelou, e ela anotou no papel -
Shamira: Acho que posso chegar aí em 48 horas. Vou tomar um avião.
Ablon: Isso seria ótimo. Gostaria de vê-la mais uma vez, antes que o mundo mergulhe nas trevas - confessou, naturalmente sombrio -
As trevas. A feiticeira sempre esperou que elas se dissipassem, mas a civilização tomou um caminho adverso e agora rumava a destruição.
Shamira: Encontro você no aeroporto - ela combinou -
Ablon: Estarei lá - confirmou o general, desligando o telefone -
Fim da ligação
No deserto, o olhar da moça alcançou o topo da enorme montanha, como se sua memória recuasse muito no tempo, a um passado imemorial, já apagado de todos os registros humanos.
Shamira: Espero que você esteja bem - divagou a mulher, deslizando os dedos pelo cabo da espada -
Vick narrando
Mais um dia na empresa, eu agora me sentava na mesa que Ablon ocupava, e era super estranho, estranho não tê-lo ali me dando ordens. Mesmo que eu nunca gostei de recebê-las até porque quem gosta de mandar sou eu, sinto falta dele sendo todo arrogante, suspirei, até disso eu sentia falta.
Vick: E nem uma foto eu tenho de recordação - disse enquanto encarava a tela do computador -
Alguém bateu na porta entrando logo em seguida, era a secretária.
XXX: Senhorita, os papéis voltaram novamente.
Vick: Entre Patricia, como assim voltaram, o que esta acontecendo exatamente ?
Patricia: Sinceramente eu não sei - apontei para ela se sentar e ela fez - Liguei na empresa e eles dizem que não estão tendo muito contato com ele - disse me entregando os papéis -
Vick: Eu já disse que quero matá-lo por isso ? – peguei e olhei para ela -
Patricia: Sim - disse afirmando - muitas vezes – sorriu -
Suspirei encarando os papéis.
Vick: Isso é muito importante, ele precisa assinar, vou ter que ligar na empresa e ver o que faço, obrigada Patricia.
Patricia: De nada senhorita.
Vick: Vick, Patricia, já disse que não precisa ser formal comigo.
Patricia: É a força do habito, me desculpe.
Vick: Sem problemas, mais algum recado ? - disse antes que ela se levantasse -
Patricia: Leonardo, ele veio tentar falar com você de novo. E deixou um recado - ela pegou o papel e me entregou -
Vick: Obrigada - peguei sem animo algum -
Patricia: Com licença – levantou e saiu me deixando sozinha naquela enorme sala de novo -
Hesitei um pouco antes de abrir o papel.
Já fazia um mês que não trocava uma palavra sequer com ele, também pudera né, ele passou dos limites, mas vivia correndo atrás de mim tentando se desculpar, abri o bilhete e comecei a ler.
“Vick, por favor, leia esse recado, eu não posso ficar sem falar com você, você sabe, eu me apeguei demais, sinto um vazio enorme toda vez que te vejo e não posso nem chegar perto porque sei que será fria comigo, eu sei que errei e admito isso, sei que muitas vezes as desculpas não adiantam, mas estou aqui mais uma vez implorando por elas. Eu disse tudo aquilo por ciumes Vick, eu gosto muito de você e senti muita raiva por saber que você me rejeita por um homem que te abandonou, eu estou aqui, nunca faria isso, por favor, tente reconsiderar. Por favor Vick, por favor.”
Autor(a): Fraanh
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Inicio da ligação XXX: Empresa PGA, Verônica, com quem falo ? Vick: Verônica é a Vick, chefe atual da empresa de Foz Do Iguaçu. Verônica: Sim senhorita, em que posso ajudar ? Vick: Gostaria de saber o que esta acontecendo com os papéis que mando para Ablon assinar que voltam em bra ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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fraanh Postado em 16/10/2014 - 20:18:52
Por mais que eu esteja postando a primeira temporada rapidamente só para continuar a segunda (já que tive que sair do orkut), eu devo, com toda a educação do mundo, dar as boas vindas as leitoras que não me acompanharam antes, então, sejam bem vinda meninas, espero que estejam gostando, comentem por favor, eu não mordo não *-*