Fanfics Brasil - Capitulo 26 O amor e um anjo ~

Fanfic: O amor e um anjo ~


Capítulo: Capitulo 26

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Inicio da ligação


 XXX: Empresa PGA, Verônica, com quem falo ? 


Vick: Verônica é a Vick, chefe atual da empresa de Foz Do Iguaçu. 


Verônica: Sim senhorita, em que posso ajudar ?


Vick: Gostaria de saber o que esta acontecendo com os papéis que mando para Ablon assinar que voltam em branco. 


Verônica: Ele não está vindo a empresa, na verdade tem alguns dias, ele só parece as vezes para ver como esta tudo, só que a uma semana não consigo entrar em contato. 


Vick: Uma semana ? E vocês não se preocupam, não vão atrás ? 


Verônica: São ordens dele, ele disse que sumiria por um tempo e não queria ser incomodado por ninguém da empresa, já que ele deixou tudo estável por aqui. 


Vick: Pode ter deixado por ai, mas aqui não. - disse nervosa - Vou ter que resolver isso. Me passa o endereço dele, fui no apartamento dele quando voltamos da Espanha mas, não faço ideia de como chegar lá. 


Verônica: Senhorita eu não poss...- a interrompi -


 Vick: Se me dizer que não pode, sinto muito mas, darei um jeito de te tirar da empresa, como quer me negar o endereço dele ? O quero, agora - disse firme - sem discussão.


 Verônica: Tudo bem, me desculpe, o endereço é XXXXXXXXXXX. 


Vick: Espero realmente que seja o endereço certo. Obrigada - desliguei o telefone - 


 Fim da ligação


 


 Vick: Rio De Janeiro, estou voltando - disse olhando o endereço anotado -


Trabalhei mais um pouco e sai para a pausa do café. Vi Leonardo sentado na mesa com alguns companheiros e me aproximei. 


Vick: Leonardo - disse firme - 


Todos me olharam e iam se levantar em sinal de respeito. 


Vick: Não, podem ficar a vontade - disse aos outros - você - apontei para ele – vem comigo.


Sai sem dizer mais nada e senti que ele me seguia. Subi até área “superior” e sentei no sofá.


 Léo: Vick eu... - o interrompi -


 Vick: Te perdoo - disse suspirando - o que não quer dizer que será como antes. 


Léo: Tudo bem - abaixou a cabeça - Obrigado - disse se aproximando - 


Vick: Já pode voltar para o café - apontei para a porta - 


Ele me olhou mais um vez e saiu.  Terminei de comer enquanto olhava o pessoal na área de baixo pela grande parede de vidro, todos riam e se divertiam, menos eu, pensei por quanto tempo Ablon se sentiu assim sentando nesse mesmo lugar.  Voltei para a sala e chamei Patricia pelo comunicador.


 Patricia: Sim - disse entrando na sala -


 Vick: Vou para o Rio amanha de manha, você fica como a responsável enquanto eu não volto - entreguei o papel a ela com a ordem e minha assinatura - 


Patricia: Sim, Senho... Vick - ela se corrigiu -


 Pegou o papel e saiu fiquei mais umas horas ali e resolvi ir embora já que mal conseguia me concentrar enquanto pensava que em questão de horas poderia vê-lo novamente.


 Passei por ela me despedindo. 


Vick: Até logo Patricia, qualquer coisa me liga - dei um tchauzinho - 


Patricia: Ligarei, tenha uma boa viagem – acenou também e sorriu -


 Desci os andares pelo elevador e no térreo peguei meu carro, fui até o aeroporto, reservei a passagem e voltei para casa, tinha que arrumar as malas.


 


Shamira, Outono tropical.


O Boeing 747 em que Shamira viajava decolara de Bagdá as 23:48 – atrasado com é de praxe.  Dessa vez, a culpa não era dos funcionários da companhia aérea. 


Em sua trajetória, o avião sobrevoaria Israel, cujo espaço aéreo vinha sendo interditado duas ou três vezes ao dia, em virtude das invasões de jatos árabes de reconhecimento -provenientes principalmente da Síria e do Líbano.


Sempre que isso acontecia, caças eram acionados para patrulhar a área, e o clima de tensão aumentava. Pela primeira vez desde a Guerra dos Seis Dias, havia a ameaça de um conflito generalizado no Oriente Médio. 


A aeronave foi sacudida por uma turbulência inesperada, logo após sobrevoar o mar Morto. A velhinha sentada ao lado de Shamira agarrou-se a poltrona e beijou o crucifixo.


 Era uma senhora simpática, com mais de 70 anos, que passara a maior parte do tempo discursando sobre a vida dos cristãos no Iraque, mas que agora só proferia orações. Dez minutos depois tudo se acalmou e, quando o Sol nasceu na imensidão do oceano, cochilou por meia hora. Foi despertada pela comissária de bordo, que sacudiu o assento. 


Comissária: Jornal, revista ou fone de ouvido ? -ofereceu a aeromoça-


 Shamira: Não... obrigada - respondeu Shamira, ainda desnorteada pelo cansaço - Só uma xícara de café, por favor.


 Depois de se recompor, a Feiticeira de En-Dor reparou no relógio. 14h:11. 


O avião voltou a tremer, mas agora a vibração era puramente mecânica -o trem de pouso estava sendo acionado-. 


Ouviu o som agudo das turbinas chupando golfadas de ar, e então veio o aviso pelo alto-falante: Atenção, tripulação, preparar para o pouso. Temperatura local 35 graus. 


O desembarque foi as 14h:37, mas Shamira gastara pelo menos vinte minutos preenchendo documentos de liberação e esperando pelas malas na esteira.


 Agora, livre da burocracia, olhou ao redor, a procura do Anjo Renegado, mas não o avistou em parte alguma. Temores terríveis percorreram-lhe a mente, sobre a possibilidade de o fugitivo ter sido finalmente encontrado... e quem sabe morto ?


Mas logo lembrou que, como pária, Ablon aprendera a assumir uma postura discreta, e por isso, incrivelmente, as vezes os seres humanos simplesmente não o enxergavam.


 No inicio era intencional, mas agora acontecia quase sempre, o querubim nem precisava mais se esforçar para sumir no cenário. A feiticeira aprimorou a mirada e o localizou, imóvel ao lado de uma das colunas de aço. Já fazia mais de um século que não o via, mas ele nada mudara, a exceção das roupas escuras. Os raios vespertinos, já enfraquecidos, davam um tom dourado a seus loiros cabelos.


 O olhar era o mesmo: expressivo, determinado, temerário.  Ablon esboçou um sorriso - afável, acolhedor - 


Shamira chegou perto dele e pousou as malas no chão, sobre o mármore escuro. Por um longo momento, apenas o contemplou, em silencio. O rosto da moça era uma máscara de incredulidade, mas também de alívio. Um minuto depois, então, ela o abraçou, emocionada.


Shamira: É você mesmo ? Nem parece verdade - constatou, reconfortada - É difícil acreditar que esteja vivo.


 Ele voltou a sorrir. 


Ablon: Vai ficando mais fácil. Se eu estivesse morto, você saberia.


 Shamira: É provável. Do jeito que as coisas vão no mundo espiritual, não me admiraria se recebesse notícias desencontradas a seu respeito. 


Ablon pegou as duas malas no piso - uma de mão, e a outra, maior - e as carregou para fora. Os dois cruzaram o saguão e saíram pela porta automática.


 Ablon: Realmente - ele concordou - O céu e o inferno estão se preparando para a guerra. É por isso que os espíritos estão tão agitados. O tecido da realidade está prestes a se romper. 


Shamira: O Armagedon! Então é verdade. Finalmente o Dia do Juízo Final se aproxima - ela achou graça nas próprias palavras - Olha só para mim, até pareço um daqueles profetas falando. 


Ablon: Eles tiveram o seu valor - comentou o renegado, nostálgico - 


Saíram para a calçada e sentiram o calor escaldante do outono tropical. A rua fervilhava com o barulho de motores, buzinas e arrancadas. 


Shamira: E o que você tem a ver com tudo isso... digo, com o fim do mundo ? Pensei que tivesse decidido não tomar parte na política celeste.


Ablon: Agora é diferente. Parece que o porão quer fazer um acordo comigo.


 Shamira: Foi por isso que me chamou aqui, não foi ? 


Ablon: Preciso da proteção de seus encantamentos.


 Shamira: Pensei que tivesse dito que as coisas estavam mais fáceis - replicou a mulher, explicitando sua preocupação com o Anjo Renegado - 


Ablon: Os dois lados estão mobilizando suas tropas, concluindo alianças, acertando tudo para a batalha final. Ninguém está mais preocupado em me caçar. Pela primeira vez desde o expurgo, sinto-me seguro. Os anjos e demônios tem suas próprias preocupações.


Shamira: Mesmo assim... acho que não custa você dormir com um dos olhos abertos - advertiu, como força de expressão - 


Ablon: Eu “nunca durmo” - ele fez aspas com as mãos respondendo espontâneo -


 Shamira era uma mulher precavida. Tinha aprendido isso com o próprio general renegado. 


No final da calçada, chegaram ao local onde Ablon estacionara sua motocicleta.


 Tinha a cor negro-metálica, pneus grossos e foscos, e rodas e guidão cromados. 


O assento de couro era longo, fazendo uma lombada para a carona, sobrando ainda espaço para a bagagem. 


Shamira: Um transporte nada usual para uma dama – reparou a feiticeira, descontraída - 


Ablon: Mas bem de acordo com um renegado – replicou o guerreiro, no mesmo tom informal -


Os dois foram para o apartamento de Ablon, que, como soube que ela viria providenciou mais um quarto.  Ele a deixou a vontade enquanto foi tomar um banho. 


Ela abriu as malas procurando por uma roupa que pudesse usar naquele lugar tão quente e não achou nenhuma opção favorável, apenas roupas que usavam para as escavações que não podiam ser nada descobertas mesmo com o calor, já que a luz solar era intensa, e algumas roupas de frio já que costumava passar mais o seu tempo em áreas gélidas. 


Foi até o banheiro indicado por ele tomou um rápido banho e saiu, vestindo um camisa e um short, um dos únicos que tinha que usava para dormir e colocou por baixo ficando um pouco mais a vontade no calor insuportável que fazia.


 Saiu procurando por ele mas, ele ainda estava trancado em seu quarto. 


Foi até a sala, ligou a televisão e ficou se distraindo, olhou para o modo como vestia e decidiu que teria que fazer compras, mais tarde talvez. Voltou a atenção para a TV.


 


Vick narrando. 


Finalmente no Rio novamente, adorava cada canto desse lugar sem mesmo conhecê-lo.


 E agora tinha mais um motivo para gostar, suspirei, peguei as minhas malas na esteira e fui em direção a saída procurando um táxi que pudesse me levar ao destino certo, ao apartamento de Ablon.


 Depois de tanto rodar e rodar acho que finalmente estávamos chegando, eu estava completamente exausta, tudo que precisava agora era de um banho, comida e quem sabe a cama de Ablon ?


 Balancei a minha cabeça tentado afugentar a ultima opção. 


Não deveria pensar assim, ou melhor, não podia. 


O taxista parou e eu avaliei o lugar, não era o mesmo apartamento de antes, pelo menos eu não lembrava dele assim.


Ele me ajudou a pegar as malas, e depois o paguei agradecendo, encarei mais uma vez o apartamento, caminhei em sua direção, peguei o elevador e sai em frente a sua porta.


 Parei por um momento, respirando fundo e com o coração acelerado toquei a campainha.


Estava com a cabeça baixa enquanto depositava as malas no chão quando ouvi uma voz feminina.


 XXX: Pois não ? - me olhou e depois olhou as malas -


 Vick: Estou no apartamento errado ? - olhei o papel e o numero mais uma vez - Estou procurando o Ablon.


 XXX: Ah, não, está certo, ele está no banho, quer entrar ? 


A olhei enquanto ela falava, era linda, e estava somente com uma camisa, camisa que era branca, senti uma pontada no peito, por vê-la daquele jeito e por saber que ele estava no banho, o que me fez pensar que os dois... 


XXX: Ouvi a campainha tocar Shamira - ele apareceu com uma toalha enrolada no corpo e com outra secando o cabelo - Quem poderia ser não espero ninguém... -me olhou - 


Ergui minha cabeça ficando ereta e firme apesar da raiva que sentia e respondi a tal moça olhando diretamente em seus olhos. 


Vick: Não, não quero incomodar.


 Ele ainda estava parado. 


Ablon: Vick - soou surpreso mas, em um sussurro -


 Fechei os olhos engolindo em seco e voltei a olhá-lo. 


Vick: Só preciso que assine uns papéis, senhor – disse a ultima palavra irônica -


Ablon: Ham - limpou a garganta - Vou me trocar, entre por favor.


 Vick: Se for para assinar logo - dei de ombros, tentando parecer indiferente - 


Entrei no apartamento deixando as minhas malas do lado de fora e só pegando a pasta com os papéis, a moça me olhava sem parar enquanto ele havia sumido escada acima. 


XXX: Sou Shamira - estendeu a mão - 


Vick: Victória - estendi com vontade de esganá-la - 


Shamira: É amiga de Ablon há muito tempo ?


 Vick: Não somos amigos, não misturo trabalho com vida pessoal, e também não gosto de ter que dar respostas satisfatórias a uma estranha - sorri falsamente - 


Enquanto isso Ablon já havia descido as escadas e pigarreou, com certeza havia ouvido a minha resposta. 


Ablon: Meu escritório - disse me fazendo o seguir - 


Assim que eu entrei ele fechou a porta com a chave.


Ablon: Poderia ter sido mais simpática com ela não acha ? - escorou-se na ponta da mesa cruzando os braços sobre o peito -


 Vick: Sou paga para ser simpática fora da empresa também ? Desculpa não sabia - levantei um sobrancelha -
Ele me olhou abrindo um sorriso de lado. 


Ablon: Senti falta desse seu jeito sabia ?


 Vick: Ah claro - revirei os olhos - estou vendo como sentiu. 


Ablon: Porque não sentiria ?


 Vick: Tem meu numero, meu endereço e não me procurou, e ainda por cima tem uma mulher na sua casa. Isso é sentir falta ? 


Ablon: Só disse que senti falta do seu jeito. O que aconteceu com o “não misturo trabalho com vida pessoal” ? 


Fiquei o encarando incrédula. 


Vick: Mais é claro, quando eu sou idiota tenho que admitir, como você poderia sentir a minha falta de outra forma não é ? Sem motivos, não há como – bufei - 


Ablon: Sabe que não é assim, só disse isso porque estou adorando te ver com ciumes.


 Vick: Eu ? Com ciumes ? Por favor Ablon, não poderia arrumar uma piada melhor ? 


Ablon: Está com ciumes - se levantou se aproximando - eu senti sua falta - disse parando na minha frente - de verdade - passou a mão por meus cabelos - 


Vick: Odeio você, não me acaricie - tirei sua mão -. 


Ablon: Se odeia porque seu coração está tão acelerado ?


 Vick: Ele não está - encarei seus olhos - 


Ablon: Está sim, posso ouvir - colocou a mão sobre meu peito - e sentir agora.


 Vick: Então odeio ainda mais por isso. - disse nervosa tirando a sua mão novamente -


Ele passou a mão pela minha cintura me puxando enquanto a outra segurou meu cabelo.


 Ablon: Me odeie com a sua boca na minha - me apertou com força me beijando profundamente -


 Eu queria tanto resistir mas, a saudade e o desejo era demais, saborearia um pouco para depois voltar a consciência. 


Consciência que era difícil ter com um beijo tão perfeito, seus lábios estavam firmes nos meus, nossas línguas sincronizadas, ele invadia cada centímetro possível da minha boca enquanto suas mãos me apertavam cada vez mais, passei as mãos por seu pescoço enquanto grudava em seu cabelo, ficamos assim um tempo até que senti faltar ar e o empurrei.


Vick: Como você ... - limpei a boca - Nunca mais faça isso. Nunca mais. 


Ablon: Vick, para - tentou segurar meu braço, desviei - 


Vick: Já disse que não sou seu brinquedo, tem uma mulher ai fora Ablon, deveria ter respeito por ela e até por mim.


 Ablon: Ela não... - o interrompi - 


Vick: Não quero saber, a única coisa que sei é que você me deixou, se lembra ? Não foi homem o suficiente para ficar comigo, ou, eu não seja a mulher adequada para você, isso não importa mais, já foi. Eu só vim aqui para trazer essas drogas de papéis que por sinal são daquele francês, que você sabe muito bem não é ? Já que foi rude comigo no dia que não entendi a droga da ligação. Só vim cumprir o meu papel de funcionária já que você não aparece mais na central, então por favor assine os papéis que eu vou embora - disse tudo rápido e um pouco exaltada - 


Ablon: Está cansada, estou vendo isso, fique.


 Vick: Não muda de assunto – respirei - assina logo. 


Ablon: Vick - disse em advertência - 


Vick: Assina - disse firme - 


Ablon: Ok – bufou - 


Deu a volta na mesa, pegou uma caneta e assinou os papéis rapidamente.


 Vick: Ótimo - tentei puxar os papéis, mas, ele segurou minha mão - 


Ablon: Fique, por favor. 


Vick: Não - me soltei, já tive o que queria - peguei os papéis e destranquei a porta enquanto sentia o seu olhar cravado em minhas costas.


Sai rápido procurando a porta de saída quando estava chegando ele segurou meu braço me fazendo virar. 


Ablon: Para onde vai ? Não precisa ser assim, já que está aqui, ao menos descanse uma noite, amanhã você vai. 


Vick: E dividirmos a cama a três ? - encarei a mulher que parada ouvia tudo - Já disse que não - me soltei novamente - existem hotéis em que eu não precise disso.


Sai batendo a porta.


 


Ablon narrando


 Eu sabia que ela estava certa, que eu estava totalmente errado nas minhas ações mas, era ela que causava isso em mim, descontrole.


 A fiquei olhando sair pela porta e se eu não tivesse lutado contra mim mesmo para ficar teria ido, não a deixaria ir. 


Só que era preciso, precisava deixar que se afastasse já que eu mesmo mal podia fazer isso, tanto que fugi para o Rio. 


Shamira: Quem é ela ? - disse ao se aproximar - 


Havia me esquecido totalmente da sua presença ali.


 Ablon: Trabalha na empresa - disse sem olhá-la -


 Shamira: Sabe que não é isso que quero saber.


 Ablon: Longa história - a olhei - 


Shamira: Tenho tempo ou melhor, temos.


 Ablon: Resumidamente, Hazai era seu anjo da guarda e como logo ele não poderia mais cuidar dela, pediu que eu o fizesse. 


Shamira: E ? 


Ablon: Tem que ter mais ? 


Shamira: Com o jeito que a olhou ? Claro que tem. 


Ablon: A olhei de um jeito normal.


 Shamira: Não, eu nunca vi esse olhar em você, nem mesmo quando olhava para mim. - segurou em meu rosto fitando meus olhos -


Ablon: Não sei do que esta falando - tentei desviar o olhar - 


Shamira: A ama, é isso que estou falando, você Ablon, ama essa garota.


 Ablon: Eu não... - ela me interrompeu -


 Shamira: Não diga que não, olha o jeito que você ficou, nem parece o Ablon que conheci, o anjo renegado, o Primeiro General, ela mudou você. - virou de costas - Ela conseguiu fazer o que eu nunca consegui - disse baixo -


 Ablon: Shamira - segurei seus ombros -


 Shamira: Eu preciso saber. 


Respirei fundo e a puxei até o sofá. 


Ablon: Você sabe que senti algo por você, senti não eu sinto, porque te ver assim depois de tanto tempo mexeu comigo mas... 


Shamira: Mas é diferente - ela estava de cabeça baixa -


Ablon: Eu não sei - disse sincero - essa garota, eu não sei o que ela despertou em mim, foi com você que aprendi ser humano, foi com você que comecei a ter os primeiros sentimentos mas, com ela é tudo muito intenso, muito, muito mais intenso, eu não consigo controlar, nem minha mente, nem o meu corpo. Sinto sensações desconhecidas Shamira. Me desculpe mas, eu não sei nem ao menos o que admitir.


 Shamira: A ama - me olhou - não é para mim que tem que admitir isso, mas é isso o que esta sentindo Ablon, amor. O que sentiu por mim foi apenas paixão, e por ela – suspirou - é amor, vejo isso em seus olhos. É tudo novo para você, por isso faz essa confusão, vai aprender.


Ablon: Talvez eu não queira. 


Shamira: Se essa garota fez com que o coração do General mais durão que eu conheço se descontrolasse por amor, não posso deixar que pense no talvez, você não amará assim de novo tenho certeza, e vejo que ela também te ama, não deixe passar Ablon.


Ablon: Sabe que não sou humano, e mesmo que tente viver como um, nunca serei, não posso me dar ao luxo de querer uma humana, feiticeira. A única mulher que seria ideal para mim seria você. Porque você não me faz sentir tudo isso ? Me ajude, me faça esquecê-la, por favor – supliquei - 


Shamira: Não - disse firme - por mais que o ame, por mais que tenha esperado por você todos esses anos da minha vida eu não quero isso para mim, não pode me amar Ablon, se não me amou todo esse tempo não vai ser agora, é com ela que tem que ficar, por mais que me doa dizer isso, eu não quero você pela metade, se fosse para estar comigo, queria-o me amando intensamente assim como a ama. Eu prefiro vê-lo com ela feliz, do que saber que fui egoísta a ponto de querê-lo ao meu lado fazendo com que nós dois sofremos. Vivi muitos anos para acabar assim. 


Ablon: Então o que eu faço ?


 Shamira: Vá atrás dela. Aproveite o tempo de vida que os dois tem. 


Ablon: E você ?


 Shamira: Vou ficar bem, tenho certeza que ainda encontrarei alguém que me ame. 


Ablon: Me perdoe - segurei suas mãos -


 Shamira: Não há o que perdoar guerreiro, o quero feliz, você merece. 


Ablon: Nós merecemos feiticeira, nós. 


A abracei e fiquei um tempo ali colado ao seu corpo absorvendo cada informação do que ela havia me falado, amor, será que era isso mesmo ? Se esse era o tipo de amor que todos os humanos sempre viviam reclamando por sentir, agora finalmente podia entendê-los. Era algo realmente intenso e difícil de ter um controle.


 


Vick narrando 


Eu sempre fiz o tipo responsável e sensata demais sabe ? Mas, eu não sei porque a vida insistiu em me fazer pensar diferente. 


Eu tinha um lado em mim que era completamente capaz de cometer loucuras, mas eu mantinha esse lado controlado. 


Até agora. 


Eu não sabia o que fazer pela primeira vez na minha vida, estava sem rumo, estava cansada de não encontrar alguém que seja meu. 


Estava cansada de ter que lutar, principalmente de lutar sozinha. 


Pedi para o taxista me levar para um hotel e logo depois de ter me hospedado voltei para o táxi que ainda me esperava e pedi para ele me levar para conhecer o Rio.


 Vick: Quero ir a um lugar que tenha um ponto alto de vista para o mar - disse sem emoção -


Taxista: Sim senhorita. 


Ele continuou andando por um tempo até que parou. 


Taxista: A pedra da praia do arpoador - ele apontou - vai gostar. 


Vick: Obrigada.


 Paguei a corrida e desci. Caminhei lentamente até a praia e depois fui em direção a grande pedra, comecei a “escalá-la” enquanto várias pessoas se divertiam ali.



Cheguei no topo e senti a forte brisa vindo do mar junto com aquele aroma salgado, era uma vista linda, um ambiente completamente ótimo de se admirar, até de esvair os pensamentos. 


Olhar o horizonte encontrando o céu era como se fosse possível os dois estarem tão próximos. 


E era exatamente isso o que que queria agora, estar próxima ao céu, próxima a Hazai que era o único homem que queria e podia me fazer feliz, porque tanta distancia ? 


Olhei para o céu e uma lágrima escorreu, era ele de novo que me separava assim como fez com Guilherme. 


Olhei para baixo agora, vendo as ondas se quebrarem violentamente nas pedras lá embaixo. 


Era a fúria do mar contra aquela enorme pedra que parecia ser o seu incomodo, como se ela estivesse em seu caminho impedindo a sua passagem.


 Voltei a olhar para frente. 


Horizonte, mar, céu, Hazai.


 Eram as únicas imagens que rondavam na minha cabeça, junto com as palavras de Ablon, 


 “Não há nada que me prenda aqui”.


 Eu não era um motivo para ele ficar.  Aliás eu era o motivo para que mesmo ? 


Senti mais lágrimas escorrerem molhando completamente meu rosto, foi quando fechei meus olhos e senti, senti como se alguém me empurrasse ou me chamasse não sei, ainda com os olhos fechados e a mente completamente confusa dei um passo em falso e comecei a cair, cair sem parar até que senti meu corpo bater fortemente contra a fúria das águas que me jogaram contra as pedras e eu não vi nem ouvi mais nada.



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Autor(a): Fraanh

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • fraanh Postado em 16/10/2014 - 20:18:52

    Por mais que eu esteja postando a primeira temporada rapidamente só para continuar a segunda (já que tive que sair do orkut), eu devo, com toda a educação do mundo, dar as boas vindas as leitoras que não me acompanharam antes, então, sejam bem vinda meninas, espero que estejam gostando, comentem por favor, eu não mordo não *-*


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