Fanfic: O amor e um anjo ~

Vick narrando ( Dois meses antes )

  Depois que voltei, em duas semanas eu comecei a retomar a minha vida. Agora que não trabalho mais na empresa de Ablon, porque foi minha decisão sair, arrumei um emprego em uma loja de musica, conheci Vinícius que é filho do dono, e ele está me ensinando a tocar violão, já estou praticamente uma craque. E isso me ajuda a me distrair. 

Vini faz de tudo para me ajudar, ele é realmente um amor de pessoa. 

Tantos homens por ai, e eu aqui sofrendo por um anjo não é ? Coisas da vida ? Quem sabe me dizer. 

Vini: Está tocando bem Vick, mas gosto de te ouvir cantar. 

Vick: Qualquer dia talvez eu repita tamanha loucura – sorri - Mas, agora vamos voltar ao trabalho - disse deixando o violão de lado e indo receber uma cliente - 

Assim se passavam meus dias depois da aula, eu adorava musica então, estava adorando passar os dias em lugar que tudo se baseava nisso.

 Nos dois meses que se passaram desde que voltei, e que as coisas estavam começando a se normalizar. Descobrimos que o pai de Digo e Carol estava devendo uma fortuna, por ter se viciado em jogos e eles iriam embora do país, Carol nem fez questão que Rafa fosse junto, já que agora ele vivia com a Lari e ela sabia que ele não toparia participar de um sujeira dessas, resultado ? Os dois finalmente terminaram.

 Manu que se mostrava superamiga de Carol e namorada de Digo, deu a costas a eles assim que soube de tudo que acontecia, no final de tudo, ela acabou jogando verde pra cima do Pedro. 

E agora assim como Bia e Felipe, eles também moram juntos.

 Grande confusão não é ? 

Mas, o que realmente me importava é que Rafa passou a morar com a gente e ele e Lari estão tentando. 

Achei super fofo a declaração que ele fez pra ela, dizendo que faria de tudo para serem felizes, ela, ele, e o bebe, se ela permitisse que ele o chamasse de filho ou filha, já que ainda não sabíamos o sexo.

 Eu super apoiei a decisão, não tinha como ficar contra, finalmente parece que as coisas estavam se ajeitando, pelo menos para os meus amigos. E isso me deixava feliz, apesar de tudo.

 Passamos o natal em família, família de 3 mais um que iria nascer é claro, foi tudo uma maravilha, apesar da mudança de nossas vidas.

 Fiz um brinde a Ablon, onde quer que ele estivesse enquanto olhava para o céu, pedindo a Deus que o protegesse, em meio as lágrimas, por querê-lo comigo. 

E assim, mais um ano começou.

Atualmente, em fevereiro. 

Estava no meu quarto, me arrumando para o trabalho quando escutei um barulho e logo em seguida Lari gritar. 

Lari: AMIGA, ME AJUDA.

Sai do quarto correndo procurando por ela. 

Vick: Lari, onde você está ?

 Lari: Ai, meu Deus, aqui, socorro.

 Ouvi o som de sua voz vindo das escadas e corri mais ainda apavorada.

 Lari estava no pé da escada, jogada no chão, chorando e com as mãos na barriga, desci ao seu encontro.

 Vick: O que você fez ? - disse ao me aproximar, tentando a levantar -

 Lari: Não, não consigo, acho que quebrei a perna, Vick, eu cai do topo da escada - dizia chorando - meu bebe amiga, liga para um médico. Eu tive uma tontura e cai, liga por favor.

 Vick: Vou ligar - peguei meu celular do bolso tremendo e disquei -

Inicio da ligação 

Vick : Alô, por favor eu preciso de uma ambulância, minha amiga está grávida e caiu da escada - olhei pra ela que me retribuiu o olhar assustada enquanto passava a mão no pé da barriga - 

XXX: Fique calma senhorita, me explique o que aconteceu. 

Vick: Calma ? Calma aonde ? Ela está sangrando, ai meu Deus, MANDA UMA AMBULÂNCIA PARA O ENDEREÇO XXXXXXX, AGORA - gritei desesperada - 

XXX: Senhorita, eu preciso que fique calma - dizia a voz masculina no telefone -

 Vick: Faço um escândalo na mídia acusando este hospital de mal atendimento se não a vierem buscar AGORA. Não ficará em área publica vamos PAGAR. FALEI A SUA LÍNGUA AGORA SEU INÚTIL ? 

XXX: Estou mandando uma ambulância, chegará logo.

 Vick: Acho bom que chegue. - desliguei o celular -

 Fim da ligação.

Vick: Eles já estão vindo, fica calma meu amor - passei a mão em seus cabelos - 

5 longos minutos depois a ambulância chegou e as levaram para o hospital, fui junto com ela é claro e no caminho liguei para Rafa.

Estava desesperada andando de um lado para o outro enquanto Lari estava em uma sala de emergência, odiava ter que esperar e não receber noticia alguma, ou pior, não poder fazer nada. 

Rafa apareceu correndo pela porta que dava para o local de espera.

 Rafa: Cade ela ? - disse agarrando meus ombros - 

Vick: Sala de emergência - tentei parecer calma -

 Rafa: Como ela está ? O que aconteceu ? Porque não me chamou antes ? Porque não está lá com ela ? 

Vick: Muitas perguntas Rafael, sou só uma sabia ? Não me deixe nervosa, tenho que me manter calma porque sei que serei a única a fazer isso. E respondendo as suas perguntas. Eu não sei como ela está. A encontrei caída na escada, ela disse que teve um tontura e caiu. Não te chamei antes porque preferi socorrer ela, não acha óbvio ? E se eu pudesse estaria com ela, mas, não posso tudo Rafael – bufei - 

Ele escutou tudo e pareceu se acalmar um pouco. 

Rafa: Me desculpa.

 Vick: Não adianta querer descontar em mim.

Rafa: Eu sei.

 Assim que ele falou alguém chamou. 

XXX: Parentes de Larissa Pérez ? 

Vick: Sim - corri até o médico - 

Médico: Podemos conversar ? - olhou pra Rafa que já estava ao nosso lado - 

Vick: Tudo bem ele é... o pai - o médico assentiu -

 Médico: Temos um caso delicado senhorita...

 Vick: Victória. 

Médico: Sua... 

Vick: Irmã. 

Médico: Sua irmã está grávida de 7 meses e está correndo risco.

 Vick: Risco ? 

Médico: Preciso que tome uma decisão. 

Vick: Que tipo de decisão ? Como está a perna dela ? - disse ao lembrar que ela havia reclamado - 

Médico: A perna é o de menos – suspirou - O bebê está enrolado no cordão, creio que com o susto que levou pela queda, se não o tirarmos ele morre, se tirarmos a sua amiga corre risco de vida, ela é o que chamamos de gravidez complicada. 

Rafa: O que esta querendo dizer ?

 Vick: Está querendo me dizer que o bebe pode morrer ou ela e o bebe ? 

Médico: É esperta senhorita. Sinto muito.

Vick: Gostaria realmente de não ser agora - disse atordoada -

Médico: Preciso que tome a decisão, rápido. Só cabe a um familiar fazer isso. 

Rafa: Salve ela, é isso que tem que fazer. 

Vick: Não Rafa. 

Rafa: Como assim não ? 

Vick: Ela gostaria que ele tentasse salvar o bebe, mesmo que sua vida estivesse em risco.

 Rafa: Posso dar outro filho pra ela Vick, mas para isso ela precisa VIVER - disse alterado -

 Vick: Me entenda, ela aceitou essa criança mesmo nas circunstancias que ela foi gerada, ela o quer, ela quer esse filho, ela o ama, eu no lugar dela faria a mesma coisa, é um bebe Rafa, apenas um bebe, que não tem culpa de nada, como pode querer que o matem ?

 Ele encheu os olhos de lágrimas. 

Rafa: Não quero perdê-la. 

Vick: Não vamos perdê-la, ela é forte. Senhor - me direcionei ao médico - acredito em sua capacidade e na vontade de Deus, salve os dois.

 Médico: Obrigada Senhorita, farei o impossível - ele disse rápido apertando a minha mão e saiu - 

Vick: Sei que sim - respondi sem ele ouvir - Vem Rafa senta aqui - sentei ele na poltrona -

 Rafa: Promete que ela ficará bem Vick, promete ? - ele disse fungando - 

Vick: Prometo Rafa, prometo. Agora tente se acalmar e peça a Deus por eles tá bom ? Vou buscar algo para você beber. 

Sai o deixando sentado lá.

Ablon narrando 

Passei um mês naquela floresta fantástica enquanto Shamira aprimorava mais ainda seus poderes, se é que ela podia ser melhor, eu agora havia passado pelo vértice e voltado a “vida real”. 

Precisava pensar um pouco longe de tanta coisa perfeita, tanta coisa perfeita enquanto minha vida estava um caos, não era uma combinação muito boa. 

Assim que sentei em um tronco de uma árvore meu celular começou a tocar. 

Quando eu estava naquele mundo a tecnologia não funcionava, então nem me lembrava que tinha um celular, ficar naquele lugar me fez esquecer das coisas por um tempo. 

Assim que o peguei haviam várias chamadas perdidas, todas de Vick, fiquei preocupado então atendi rapidamente. 

Inicio da ligação 

Ablon: Aconteceu alguma coisa ? - disse imediatamente - 

Vick: Pelo jeito já me conhece um pouco não é – suspirou - É a Lari Ablon, não ligaria para você se não fosse extremamente necessário.

 Ablon: Sei que não, já te conheço mais do que imagina, o que houve ? 

Vick: É, então espero que um dia possa me contar. Ela caiu e está entre a vida e a morte junto com o bebe, só te liguei porque, bom, você é um anjo não é ? Não pode, sei lá, ajudá-la ? 

Foi minha vez de suspirar. 

Ablon: Um dia quem sabe. Infelizmente não posso se o que queria era que tivesse um contato com Deus ou que impedisse sua morte, me desculpe. 

Vick: Tudo bem, eu entendo, ou tento - sua voz ficou mais baixa - Tenho que voltar e cuidar do Rafa, sou a  forte aqui sabe ? Desculpe o incomodo e obrigada. 

Ela desligou sem me deixar responder. 

Fim da ligação.

Abaixei a cabeça coçando enquanto em um impulso me levante e adentrei a floresta novamente. 

Caminhei até a tenda onde Shamira estava e que eu também estava e comecei a arrumar minhas malas e antes que ela perguntasse.

 Ablon: Vou voltar. 

Shamira: Voltar ?

 Ablon: Sim, problemas. 

Shamira: Não tem nada a ver com o céu ou o inferno não é ?

 Ablon: Não, tem a ver com Vick. 

Shamira: Vai voltar mesmo sabendo que ela não te quer ? 

Ablon: Vou voltar porque ela precisa de mim, e mesmo que não me queira, irei voltar, pela promessa que fiz a Hazai e... por mim - soltei o ar que havia prendido - 

Shamira: E o Sheol ? 

Ablon: Lúcifer que espere - disse fechando o zíper da mala -

 Shamira: Vou contigo, só espere - ela começou a arrumar uns pergaminhos - 

Ablon: Não tenho tempo e o vértice já vai se fechar, te espero lá - dei um beijo em sua testa e sai antes que ela dissesse algo - 

Corri feito um louco pela floresta, sem me cansar é claro e assim que avistei a civilização, peguei um táxi e fui para o aeroporto. 

Algumas horas depois estava aterrissando no Paraná. 

Me dei conta de que não sabia em que hospital estavam, peguei meu celular e rastreei sua ligação.

Vick narrando

 Quase quatro horas depois e nada, consegui com que Rafa dormisse um pouco, na poltrona mesmo e fui dar uma volta já que não conseguiria dormir. Como uma cirurgia de gravidez podia demorar tanto ?  O que tanto eles faziam lá ?

 Bom, se fossem demorar uma semana eu não ligaria, se salvasse os dois.  Minha cabeça estava a mil, eu tinha tomado a decisão certa ?  Se os matasse ?  Não aguentaria ter esse peso em minhas mãos. 

Sai do hospital e sentei no meio fio.  O dia estava meio ensolarado mas, com umas nuvens de chuva.  Abracei meus joelhos enquanto enfiava a minha cabeça neles.

 Vick: Deus, por favor, salve a minha pequena, ela não merece isso, não merece - senti meus olhos se encherem - Porque a decisão ficou em minhas mãos ? Porque eu tinha que decidir por sua vida ? O Senhor não vê que estou cansada ? Tanta coisa meu Deus, tanta coisa porque eu ? - deixei uma rolar -

XXX: Talvez Ele apenas acredite na sua capacidade de ser forte e superar tudo - ouvi uma voz que por instantes me pareceu familiar - 

Não, não podia ser, senti meu estomago se contrair e abracei mais meus joelhos enquanto olhava pela “fresta” dos meus braços para o par de pernas na minha frente. 

Vick: Como pode saber isso ? E porque está me respondendo nem o conheço - disse tentando ignorar que fosse quem eu pensava que fosse -

XXX: Não sei de tudo mas, creio que seja isso, Ele não colocaria um peso em cima de alguém que Ele não acreditasse capaz de suportar. E como não me conhece ? - senti que ele se abaixou - olhe pra mim - meu coração já estava acelerado -

 Ergui a cabeça lentamente depois de exitar por minutos e encontrei com o seu olhar bem próximo do meu. 

Ablon: Oi, prazer, Ablon - disse abrindo um sorriso - 

Ele ergueu sua mão passando por meu rosto fazendo um carinho antes de passar o polegar embaixo dos meus olhos limpando as minhas lágrimas, apenas fechei os olhos com seu toque.

 Ablon: Já disse que odeio te ver chorar ? - neguei sem dizer nada - sim, eu odeio. 

Vick: Não devia te falar isso mas, já chorei muito por você, até perder a consciência. 

Ele fechou os olhos os apertando. 

Ablon: Doeu muito, mais que um soco - ele se referiu as palavras - Me desculpe. 

Vick: Tudo bem, estou acostumada.

 Ablon: Me desculpe mesmo assim. A partir de hoje, se deixar, espero consertar isso.

 Ele passou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. 

Vick: Onde estava ? - mudei de assunto -

Ablon: Inglaterra - arregalei meus olhos - 

Vick: E como chegou tão rápido ? É impossível.

 Ablon: Não quando se é um empresário conhecido, se é que me entendi. 

Vick: Não veio de avião não é ? 

Ablon: Não exatamente – piscou - 

Vick: Entendi. Obrigada por vir. 

Ablon: Como ela está ? 

Vick: Eu não sei - comecei a lembrar de tudo e senti o nó na minha garganta - 

Ablon: Fez a escolha certa, sei que sim ela ficará bem. 

Vick: E se ela morrer ? Eu não posso deixá-la morrer eu me odiaria Rafa me odiaria e eu não aguentaria mais viver sabendo que matei a minha amiga - não consegui segurar - 

Ele me puxou, me levantando, fazendo com que ficasse entre seus braços enquanto me apertava.

 Vick: Tenho que ser forte - tentava conter as lágrimas - 

Ablon: Estou aqui agora, não precisa ser forte o tempo todo, faço isso por você, estou aqui - ele afegava meus cabelos - 

Voltei a chorar enquanto o sentia ali comigo, finalmente alguém, alguém que esperei e pedi a vida toda, estava sendo forte por mim.

 Retribui o abraço o apertando mais enquanto deixava tudo que estava preso sair.

Como eu poderia viver sem ele ? Sem aquele... homem ? Senti tanto a sua falta, do seus braços, do seu cheiro, da sua voz. Como eu o amava meu Deus. Até nisso ? Sofri esse tempo todo e agora que achei a pessoa certa no final ele não é certo ? Eu esperava que fosse qualquer defeito, qualquer um, menos que não fosse humano.
Ele me fazia tão bem, tão feliz em apenas estar por perto. Como seria gora ? Sim, agora que ele havia voltado, agora que nos encontramos de novo ? Como seria ? 

Fiquei me perguntando enquanto estava em seus braços o que me fez chorar mais. 

Ablon: Shiiii, fique calma, calma Vick. 

Vick: Vamos... entrar - disse em meio ao choro - 

Ablon: Assim que se acalmar – ergueu meu rosto - 

Vick: Ok, acalmei - engoli o choro - 

Ablon: O que faço com você hein ? Precisa liberar sua emoções. 

Vick: Aprendi as controlá-las para sobreviver, agora vamos. 

Ablon: Tsc, mulher difícil. 

Ele resmungou enquanto entrava comigo no hospital. 

Encontrei Rafa que já havia acordado. 

Vick: Alguma noticia ? 

Rafa: Não - olhou para Ablon -

 Ablon: Vai dar tudo certo - Ablon apertou seu ombro, Rafa assentiu - 

Rafa: Obrigado.

 Nos sentamos, eu fiquei no meio dos dois e mais uma hora depois o médico apareceu.

 Andei o mais rápido que pude até ele.

Vick: Então doutor ?

Médico: Creio que sua fé é muito forte senhorita Victória, foi difícil, achei que tínhamos a perdido por alguns minutos mas, ela voltou, Deus quer que ela cuida da sua filha. 

Rafa: Filha ? - disse surpreso - 

Médico: Sim, parabéns papai. 

Rafa: Uma menina Vick - me abraçou -

 Eu ainda não acreditava, estavam bem, ai meu Deus, bem. 

Muito obrigada Senhor. 

Vick: Mas, ela é prematura - disse soltando Rafa -

 Médico: Sim, terá que ficar um tempo na encubadora, até que tenha se desenvolvido o suficiente, fora isso, está bem. 

Olhei para Ablon. 

Vick: Obrigada por acreditar em mim - disse assim que o abracei - 

Ablon: Sempre vou acreditar. - o soltei -

Vick: Quando poderemos vê-las ? 

Médico: Larissa está descansando e a menina, estamos cuidando dela, por enquanto é bom evitar visitas mas, logo poderão. Creio que ficar aqui agora não servirá de nada que tal irem descansar ? Qualquer coisas entramos em contato.

 Decidimos realmente que era o melhor e fomos para casa.

Uma semana havia se passado, eu visitava Lari e a bebe todos os dias, mas ela ainda não podia ficar com a mãe, o que deixava a Lari muito triste.

 Ela poderia ter alta hoje mas, não queria sair sem a filha que com certeza teria que ficar sobre os cuidados ainda.

 Nesse tempo eu não falei mais diretamente com Ablon, Lari falou que ele também ia vê-la todos os dias mas, nós nunca nos encontrávamos, até hoje. 

Entrei no corredor do hospital que dava para o quarto de Lari e caminhei lentamente até parar em frente a sua porta e abrir.

 Dando de topa com ele. 

Vick: Ah, desculpa, não sabia que já tinha gente aqui. 

Ablon: Tudo bem, entra.

 Lari: Vem ver a sua sobrinha mamando amiga - ela disse toda sorridente - 

Vick: Ela esta aqui - corri para o seu lado - 

Lari: Sim, não é linda amiga ? Finalmente pude pegá-la. Estava esperando você chegar para escolher o nome - disse enquanto passava a mão delicadamente na cabecinha dela - 

Vick: Eu já sabia que ela era linda antes de nascer, e amiga que bom que já pode dar mama pra ela estou muito feliz, eu escolher o nome err.... Porque ?

 Lari: Já está mimando ela né ? Posso sim mas ela não pode ficar muito - fez bico - Claro que você, Ablon e Rafa - ele apareceu no quarto assim que ela disse - Estavam me contando como foi tudo enquanto eu estava anestesiada. 

Olhei para Ablon que estava encostado na parede e para Rafa que sentava no sofá enquanto tomava alguma coisa.

Vick: Eu não fiz nada, é sua filha amiga, escolha você. 

Lari: Não fez nada ? Você salvou a vida dela, se não fosse você o que fariam Vick ? Eu teria a minha filha em meus braços agora ? Estaria tão feliz ?

 Vick: Mas, eu arrisquei a vida das duas – suspirei - 

Lari: E eu vou te agradecer o resto da vida por isso – sorriu - Escolha o nome, por favor.

 Vick: Eu... não sei. E se você não gostar ? 

Lari: Diga o que vem na sua cabeça e eu vejo se gosto tá bom assim ? Ela precisa de um nome.

 Vick: Tudo bem... ham... - olhei para a bebe - Yasmin, é o que vem na minha cabeça agora - fiz careta - 

Lari: A.M.E.I - disse pausadamente - Ai filha - deu um gritinho - seu nome vai ser Yasmin, não é lindo ? A titia tem bom gosto não tem ? 

Vick: Amiga, sabe que não precisa ser esse... 

Lari: Para - fez cara feia - estou falando sério, eu amei o nome, amei amiga, vai ser esse e ponto. Quer pegar ela ? - ela terminou de dar mama - 

Vick: Não acha melhor chamar a enfermeira para levá-la ?

 Lari: Ela disse que tinha um “tempo” pra ficar e que quando acabasse ela viria buscar. Pega vai - ela a estendeu -

 Passei a mão com cuidando por baixo dela enquanto com a outra apoiava a sua cabeça e a ajeitei em meus braços, tão pequena e tão linda.

Vick: Nem acredito que está aqui pequena - meus olhos ficaram marejados - 

Ela dormia calmamente mas mesmo assim deu um pequeno sorriso, isso fez com que uma lágrima escorresse dos meus olhos.

Involuntariamente olhei para Ablon que me olhava atento, era como se só existisse nós dois ali naquele momento e a bebe, Lari e Rafa haviam sumido. 

Encarei seus olhos azuis que me encaravam, o que fez meu coração derreter. 

Ouvi então a voz de Lari me tirando do pequeno transe e fazendo com que o tempo voltasse ao normal. 

Lari: Ela não fica linda com um bebe nos braços Ablon ? - ele desvio o olhar de mim e a olhou -

 Ablon: Fica, na verdade ela é linda de qualquer jeito - ele abriu um sorriso - 

Lari: Quando vai providenciar o seu amiga ? Yasmin precisa de um irmãozinho - olhei para ela e engoli em seco -

 Vick: Acho que... - desviei o olhar dele que esperava a minha resposta - Ainda está cedo, e eu - abaixei a cabeça - nem sei se realmente terei um. 

Lari: Como não ? Você sempre quis ter filhos, dois para ser exata, um casal, lembra ? Já até sabe os nomes. 

Vick: Lari, isso não vem ao caso agora. 

Lari: Tenho o direito de saber porque mudou de ideia. 

Vick: Circunstancias - foi apenas o que eu disse soltando um longo suspiro logo em seguida - Apenas circunstancias. Eu ham... preciso ir trabalhar amiga, queria ficar mas não posso, Vini precisa da minha ajuda na loja - dei um beijo na bebe enquanto entregava pra ela - Passo aqui assim que sair tá bom ? - dei um beijo nela também - Se cuida.

 Lari: Se cuida você e esse Vini ai - olhei torto pra ela - Que ? Você é um partidão gata – piscou -

 Balancei a cabeça negativamente e apenas deu um tchauzinho com a mão para os meninos e sai do quarto.

Cheguei na loja e Vini já me esperava, estava com um olhar diferente, mesmo com pouco tempo de convivência eu já o conhecia, até porque ele era “transparente” e eu era observadora. 

 Fui até a sala dos funcionários, entrei no banheiro e troquei de roupa colocando o uniforme, deixei minhas coisas lá e voltei para cumprimentá-lo. 

 Vick: Qual foi dessa carinha hein ? - disse dando um abraço nele - 

 Vini: Briguei com a namorada – suspirou - 

 Vick: As vezes tenho vontade de bater em pessoas tão sentimentais sabia ? 

 Vini: Ah mas, eu amo ela cara. 

 Vick: Estou vendo, pra estar desse jeito, o que aconteceu ?

 Vini: O grande problema mesmo é que eu do valor demais sabe ? Ela ficou todo estérica porque não quis sair com ela ontem e a gente brigou. 

 Vick: Toda essa carinha triste por isso ? 

 Vini: Urrum - fez bico -. 

 Vick: Antes deu brigar contigo faz esse biquinho de novo ? 

 Ele deu risada e fez. 

 Vini fazia o tipo garoto perfeito e fofo sabe ?

 Era ruim vê-lo triste, não merecia sofrer, além de ser lindo é claro.

Vick: Pera, mais uma vez enquanto eu tiro uma foto de recordação.

 Peguei meu celular encostando na sua cabeça fazendo cara “feia” enquanto ele fazia o biquinho e tirei a foto. 

Vini: Ficou linda. 

Vick: Claro, eu estou nela.

 Vini: Convencida nada né ? 

Vick: Realista ok - dei língua - Agora, hora da bronca - disse guardando o celular - 

Vini: Manda chefia. 

Vick: Faça com que ela te de valor Vinícius, só porque você não quis sair com ela, ela tem motivos para tanto ? Você mimou ela demais pelo jeito, agora ela acha que tudo tem que ser do jeito dela, não deixe que ela faça isso com você, porque no final quem sofre é você mesmo. Promete que vai mudar isso ? Ou eu vou ter que te fazer mudar sobre tortura ? - levantei uma sobrancelha - 

Vini: Prometo tentar.

 Vick: Tentar não, fazer. 

Vini: Ok, ok, fazer. 

Vick: Acho bom, agora, vou postar a nossa foto no face. Sua namorada ?

 Vini: Se ela não entender que você é apenas uma amiga, problema dela - deu de ombros - 

Vick: Aaah, esse é meu garoto - passei a mão na sua cabeça rindo -

 Entrei no face e postei a nossa foto dizendo: 

“Amizade dessas que nascem do nada e vão crescendo cada vez mais, só tem a trazer benefícios, se Deus quiser”

Ablon narrando

Ainda estava no hospital com Lari, já que Rafa pediu pra tomar conta dela enquanto ele ia resolver uns assuntos da faculdade.

 A enfermeira já havia vindo buscar a bebe então, estávamos conversando.

 Lari: Se não se importa - pegou o celular - Vou atualizar meu face. 

Ablon: Fique a vontade - fui até a janela - 

Fitei por alguns minutos o céu e a vista lá em baixo, procurando algum tipo de sinal. 

Lari: Aí eu não falei - ela disse me tirando da concentração dos meus pensamentos -

 Ablon: O que ? 

Lari: Vick e esse Vini.

 Ablon: Quem é Vini ? 

Lari: O filho do dono da loja onde ela trabalha, ultimamente ela só fala dele.

 Ablon: Hum... - apenas resmunguei -

 Lari: Olha só a foto que ela postou, venha ver Ablon.

 Ablon: Deixa-a Lari.

 Lari: Vai perdê-la sem lutar ? 

 Ablon: E porque eu deveria lutar ?

  Lari: Porque a ama ?  - a olhei levantando uma sobrancelha - Não me olhe com essa cara, sei que ama.

 Ablon: Só não acho que uma foto seja um motivo - fui ver a foto - São amigos Lari. 

 Lari: Que eu me lembre ela nem gostava de você no começo e olha hoje, ele é lindo, inteligente, gosta de musica como ela, e a trata super bem, abre o olho Ablon, ele pode conquistá-la não será uma amizade que impedirá isso, se você não quer, tem quem queira.-  A olhei incrédula -

 Ablon: Porque vocês, mulheres tem mania de colocar palavras na nossa boca ?

  Lari: Não estou colocando, só é o que pareci. 

 Ablon: Tá bom, eu me rendo. E sim, eu quero a Vick.

  Lari: Vai lá falar com ela ?

  Ablon: Talvez.

  Lari: Ablon - me advertiu - 

 Ablon: Ok, eu vou.