Fanfic: O amor e um anjo ~

No Rio de Janeiro ( Hazai narrando)

Hazai: Aziel, já estamos o procurando a dias e nada, preciso encontrá-lo logo.

 Aziel: Acho que o encontramos amigo. - ele disse isso apontando para um homem, com físico forte, que usava um sobretudo preto e acabara de entrar em uma lanchonete.

 Aziel e eu estávamos em nosso avatar, sim, podíamos andar entre os humanos como uma pessoa normal.

Hazai: Então, vamos logo.

Entramos na lanchonete atrás de Ablon.

 Ablon narrando

 Depois de séculos vivendo na Haled, e depois de há muito tempo não sentir nenhuma aura por perto, naquela manhã chuvosa, eu pude sentir, sentia que alguém estava atrás de mim. Levantei cedo como de costume, eu não precisa dormir a não ser que meu avatar estivesse gravemente ferido, mas, aquilo já havia se tornado parte de minha vida “humana” e eu passava horas na cama. Coloquei uma sobretudo preto, na maioria das vezes eu andava assim, e fui tomar o café da manhã em uma lanchonete próxima a meu apartamento, quando estava me aproximando, senti duas auras, que estavam mais fortes, o que indicava que estavam próximos. 

 Não mostrei sinal de que eu sabia que estavam ali, mas, eles sabiam que eu podia sentir. Quando eu sentei a mesa próxima a janela, dois homens entraram na lanchonete, os olhei disfarçadamente já preparado para a batalha. Quando vi que um deles era Aziel, pude ficar um pouco mais tranquilo, só um pouco. Eles se aproximaram.

Ablon: Olha só quem resolveu me fazer uma visita – disse logo que chegaram, e assim fiquei de pé novamente para um aperto de mão -

 Aziel: Cada dia se torna mais difícil te achar em General – ele disse me cumprimentando -

Ablon: Tenho que sobreviver meu caro – disse isso olhando para o outro anjo -

Aziel: Não precisa de tanta cautela Ablon, sou seu amigo, e ele, está do nosso lado. 

Eu ainda o analisava.

Ablon: Já vi que vão me fazer companhia então – apontei para as cadeiras – sentem-se.

Aziel narrando

 Estava feliz em rever o amigo, mas ao mesmo tempo precisava convencê-lo, o mais depressa possível que Hazai não era inimigo, mas, aliado. Os anjos renegados, sobretudo o líder deles, eram bastante desconfiados, uma característica compreensível para um bando de fugitivos que passou a maior parte de seus dias sendo caçados.

Ablon: Aziel – exclamou o Primeiro General em tom cordial, porém firme – Você é bem - vindo – acrescentou, sem desviar a atenção de Hazai. Confio em você, Aziel. Mas, quem é ele ?

 Antes que pudesse falar uma garçonete se aproximou trazendo o café de Ablon, ele fez questão de oferecer mas, não éramos acostumados a tal vida.

Aziel: Este é... - Hazai me interrompeu antes que pudesse apresentá-lo -

Hazai.: Sou Hazai, da casta dos Ofanins, é um prazer conhecê-lo Primeiro General – ele disse curto e firme – Não vim aqui para julgá-lo e sim para pedir sua ajuda, confesso-lhe que admiro seus
ideais e concordo, por isso estou agindo a favor.

 Ablon narrando

 Esperei com que ele terminasse de se pronunciar.

 Ablon: Um Ofanin, precisando de minha ajuda ? No que eu poderia ajudá-lo. Sou um querubim, um anjo guerreiro. Agradeço pelas palavras e por acreditar em mim, mas, sinto que perdeu sua viagem.

 Ele olhou para Aziel.

 Aziel: Eu disse que não seria fácil convencê-lo. - disse dando um meio sorriso -

 Aziel me conhecia muito bem, para que teria trazido Hazai ao meu encontro ?!

 Hazai: Eu, simplesmente não posso desistir general, você e os outros querubins foram expulsos por acreditarem que os humanos não merecem passar por destruições, por irem contra Miguel, porque sabemos que os humanos são criações Divina e que apesar de tudo, nosso dever é ajudá-los não destruí-los, e eu acredito que sendo assim, você os defende não só por amar ao nosso Pai, mas também por amar as criações Dele, e eu general, sou um Ofanin, amo os humanos mais que qualquer um, porque meu Criador me fez assim, fez com que eu fosse feito para amá-los e protegê-los, não é só um dever a cumprir, é tudo o que eu sou. E em meio ao caos dos céus, nós estamos tentando ao menos encaminhar alguns de nossos humanos, não está sendo fácil general, a humanidade está quase perdida, mas, não desistimos daqueles que nos procuram, que pedem o nosso auxilio, só que em breve, não poderemos mais descer, não poderemos mais cuidar, Miguel quer a todos nos céus, e por enquanto, não podemos desafiá-lo, não antes do Grande Dia, eu estou o procurando a dias, e não vou desistir, não agora.

 O escutei dizer aquelas palavras, ele estava certo, de alguma maneira não somos os únicos a ir contra Miguel e isso é bom, mas, o que eu poderia fazer ?!

 Ablon: Sabias palavras Hazai, estou vendo que é muito mais do que pensava, estou disposto a ouvi-lo, o que não quer dizer que irei ajudá-lo.

 Aziel: Bom, acho que já é um começo Hazai, aproveite.

 Hazai: Obrigada General.

 Ablon: Ainda não agradeça, diga, porque veio a minha procura afinal.

 Hazai: General, como eu disse, estamos tentando encaminhar alguns humanos e bem, eu tenho uma humana a qual fui destinado a dar a guarda, o nome dela é Victória, tem 18 anos, ou melhor, 19 agora e é uma garota dificil – ele suspirou -

 O olhava fixamente processando as palavras, onde ele queria chegar ? - Fiz um sinal com a cabeça para que prosseguisse -

 Hazai: Eu poderia falar tudo sobre ela, mas, preferia que conhecesse por si só, veria que ela tem uma grande personalidade, e bom, eu teria que ter mais tempo com ela, minha menina por mais que seja uma mulher, será sempre minha menina, ela sempre esteve só, e sempre acredita que estou lá, não posso deixá-la.- o interrompi-

 Ablon: Não está querendo que eu vire babá não é Hazai ? Eu não poderia, já tenho que cuidar de mim mesmo. - Ele me olhou e suspirou como se estivesse tomando coragem -

  Hazai: Sim, meu pedido Primeiro General, é que cuide dela para mim enquanto eu não puder, não poderia confiá-la a mais ninguém, sei que a responsabilidade é minha mas, por favor General, por favor, faço o que me pedir. - Ele realmente parecia desesperado - 

 Ablon: Eu poderia jurar Hazai, que esse seu amor é maior por essa garota, porque não é um amor comum de Ofanin guardião para com seu humano – Ele estava de cabeça baixa e quando disse isso levantou a cabeça me encarando -

 Hazai: Talvez tenha razão general, ao certo não sei porque a amo mais que os outros, só sei que a quero segura e feliz. 

  Aquilo realmente me tocara, eu já havia amado uma vez, amado intensamente, só que ela não correspondia ao meu sentimento, e em razão daquilo eu jurei nunca mais amar, nunca mais. 

  Ablon: Onde ela mora ? - Hazai me olhou surpreso - 

  Hazai: Foz Do Iguaçu, Paraná. 

 Ablon: Bom, não é tão longe, bom que é no Brasil. 

  Hazai: Aliás General, porque reside no Brasil ?

 Ablon: O Brasil é um dos países neutros perante a guerra, e bom, não sei porque mas, de todos os lugares que já estive, é o país que mais me agrada. 

  Hazai: Entendo – ele disse olhando pela janela o movimento do lugar -

 Ablon: Bom, me de uma noite para pensar ok, amanhã lhe darei a resposta final. - Ele me olhou profundamente, e apenas assentiu com a cabeça - Vão ficar ou terão que voltar ? - os dois se olharam - 

  Aziel: É arriscado ficar, amanhã voltamos. 

  Ablon: Mesmo horário, os esperarei aqui em frente a lanchonete. - Os dois assentiram e logo se despediram me deixando sozinho novamente, sozinho para pensar -

 Voltei para meu apartamento, precisava pensar, e muito, pensar se era isso mesmo que eu queria pra mim, virar uma babá – eu suspirei – Sentei em uma poltrona e fiquei olhando o céu pela janela. Eu sentia tanta falta de poder estar lá. As palavras de Hazai voltaram a minha mente “você e os outros querubins foram expulsos por acreditarem que os humanos não merecem passar por destruições, por irem contra Miguel, porque sabemos que os humanos são criações Divina e que apesar de tudo, nosso dever é ajudá-los não destruí-los, e eu acredito que sendo assim, você os defende não só por amar ao nosso Pai, mas também por amar as criações dele".

 Ele tinha razão, eu valorizava a criação de meu Pai, e que anjo eu seria se negasse a ajuda a um amigo, um amigo que está do meu lado ? Que anjo eu seria se negasse a ajuda a um humano ? Aquilo me martelava por horas, logo anoiteceu e eu passei a noite toda pensando no assunto até tomar uma decisão. Amanheceu e o dia estava ensolarado, tomei um banho me vesti e fui a espera dos dois. Logo estavam lá.

 Ablon: Vamos caminhar um pouco e aproveitar o dia antes de meu pronunciamento. - eles me acompanharam -

 Paramos em uma pedra enorme próxima ao mar, aquilo era ótimo, e os dois estavam pasmos por admirarem a criação de perto e o melhor, senti-la.

 Hazai: Isso é maravilhoso.

 Ablon: Essa é uma das vantagens de poder ser humano, tocar e sentir.

 Aziel: Eu já havia me esquecido de como era bom, já Hazai, nunca usou o seu avatar antes.

 Hazai: Ainda estou me acostumando, no primeiro dia, eu estranhava tudo – os dois riram lembrando do fato -

 Se passaram alguns minutos de silencio, estávamos admirando o horizonte, até que eu me manifestei.

 Ablon: Eu pensei a noite toda Hazai. - ambos ainda olhavam para frente -

 Hazai: Independente do que tenha decidido, eu já agradeço por ao menos pensar no assunto general. - mais alguns minutos se passaram e ninguém havia desviado o olhar -

 Ablon: Vou cuidar dela – ele finalmente me olhou, tinha um olhar surpreso – Mas, irei cobrar o favor, futuramente – ele agora tinha um olhar sincero de agradecimento -

 Hazai: Eu realmente esperava um não general, estou surpreso, obrigado.

 Ablon: Irá me acompanhar até ela, me dará as informações necessárias, e o resto é comigo. Gosto de desafios – eu dei um meio sorriso -

 Hazai: Estarei disponível quando cobrar o favor e sim farei o que for necessário.

 Ablon: O quanto resolvermos melhor não é ? Embarco para Foz Do Iguaçu hoje, estarei te esperando lá - já estávamos voltando, nos despedimos em frente ao meu apartamento -

 Hazai: Até breve general – ele me deu um aperto de mão, Aziel fez o mesmo e partiram -

 Bom, era só novamente, fui arrumar minhas coisas e tratar de pegar o primeiro avião para o Paraná.