Fanfics Brasil - Capítulo 3 O Tabuleiro Ouija

Fanfic: O Tabuleiro Ouija | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3

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O episódio com os quatro adolescentes foi
definido como um acidente causado por uma
brincadeira boba. Quando questionaram
Vondy sobre o que tinha acontecido ela
disse que, no escuro, tropeçou e caiu várias
vezes, esbarrando nas cadeiras. Ela preferiu
não contar a verdade, pois quem iria acreditar
que com uma brincadeira eles haviam
evocado um espírito do mau?
Vondy estava almoçando quando viu Christopher,
Cristian e Alfonso entrarem pela porta de seu quarto
no hospital onde se recuperava. Ela sentiu um
aperto forte no coração, algo estava errado.
Os três, que alguns dias antes eram alegres,
fortes e vivos agora pareciam zumbis.
Estavam pálidos, com os olhos fundos e
andavam curvados.
“Nossa e eu pensando que tinha levado a
pior.” – disse ela em seu tom brincalhão.
Ninguém riu. Seus olhares desesperados
contavam que algo muito ruim estava
acontecendo. Christopher foi o primeiro a se
aproximar. Ele se aproximou de Vondy e
segurou sua mão.Vondy notou que ele
estava segurando para não chorar.
“Aquela brincadeira foi um erro.” – disse
Christopher. “Você não faz idéia do que estamos
sofrendo. E também pelo que aconteceu com
você. Essa entidade que nós evocamos está
nos atormentando, todos os dias e todas as
noites.” – completou enquanto limpava uma
lágrima caindo de seu rosto.
“Vocês tem que contar isso para seus pais.
Alguém vai ajudar vocês.” – disse Vondy.
“Não. Ele disse que se contarmos para alguém
nós vamos morrer.” – respondeu Alfonso
“Vocês jogaram de novo? Eu não acredito.
Que falta de responsabilidade, olha o que
aconteceu comigo.”
“Não tivemos escolha. Como eu disse, ele está
nos atormentando. O fantasma aparece a
qualquer hora ou lugar. Ele não pode se
comunicar, mas eu o vejo o tempo todo.
Dentro do meu guarda-roupas, no banheiro ou
quando estou comendo. Quando durmo tenho
pesadelos onde ele me leva para um lugar
escuro e no sonho eu viro seu escravo. Ontem
eu estava conversando com minha mãe e
estava a ponto de contar tudo pra ela, mas
ele apareceu. Ficou fazendo gestos como se
estivesse cortando o pescoço dela ou a
enforcando.” – respondeu Cristian.
“O mesmo esta acontecendo comigo e com o
Alfonso.” – completou Christopher. “Eu peguei o
tabuleiro e nos reunimos na casa do Alfonso. Lá
o espírito nos disse que só vai nos deixar em
paz quando nós fizermos a brincadeira do
copo na cave.”
“Não contem comigo, eu já paguei caro pelo
meu erro. Acho perigoso vocês o fazerem
também, a energia de lá é negativa. Vocês já
escutaram as histórias e lendas urbanas que
envolvem o lugar. Isso está me cheirando
como uma armadilha.” – disse Vondy.
“É verdade. Mas que escolha nós temos? Eu
tenho medo de contar para algum adulto e ele
acabar saindo machucado, ou pior. Se não
formos ele nunca irá nos deixar em paz.” –
disse Cristian.
Enquanto os outros conversavam,Alfonso
afastou-se do grupo e andou em direção a
janela. Eles estavam no sexto andar do
hospital e a paisagem que se via era linda e
hipnotizante. Uma vontade de pular repentina
correu por seu corpo. Ele não entendia aquele
sentimento, mas pensava que saltar o faria
sentir-se livre. Algo como solucionar um
problema sério ou ler a última página de um
livro ruim. Aquela sensação foi crescendo
dentro dele e seguindo um instinto
incontrolável ele subiu na poltrona que ficava
a beira da janela. Alguém chamou seu nome
com um grito. Ele sabia que era um grito pelo
tom, mas a voz chegou abafada em seu
ouvido. Ele decidiu que não era importante
dar atenção ao chamado e colocou uma perna
para fora da janela.
Todos gritaram e correram em direção a Alfonso.
Vondy foi a primeira. Ela saltou já em
direção a janela. A agulha do soro presa ao
seu braço rasgou sua pele. Ela gritou, mas
sem hesitar por um segundo alcançou a
camisa de Alfonso e o segurou firme. Os demais
finalmente chegaram para ajudá-la a segurar
o corpo de Alfonso que todavia pendia para fora.
Eles puxaram o rapaz para dentro e o
deitaram no chão, segurando-o com força.
Piscando os olhos Alfonso parecia voltar a si.
Com olhos confusos ele observou os três
segurando-o ao chão. Percebendo que ele
parecia voltar a si seus amigos o soltaram.
“O que aconteceu Alfonso?” – perguntou Christopher.
“Eu não sei, não consigo explicar. Em um
momento eu estava aqui, no outro eu estava
na janela prestes a pular. Um sentimento
mais forte que me dizia para pular. Que
estranho. Se não fosse por vocês eu estaria
morto.” – respondeu Alfonso com voz tremula e
olhos cheios de lágrimas.
Todos se viraram para Vondy que segurava
seu braço tentando estancar o sangue que
saia do corte feito pela agulha quando ela
pulou para salvar Alfonso. Ela franziu a testa.
“É só um corte bobo, vocês tem coisa muito
mais importante para se preocuparem.” –
respondeu com um tom áspero.
Christopher sentiu um frio na barriga. Uma vontade
de abraçá-la. Observou com detalhes seu
rosto branco e seus lábios pequenos e
rosados.Vondy era durona e as vezes mal
encarada, mas ele sabia que por baixo de
toda aquilo havia uma menina insegura e
doce. Ele sentiu seu rosto queimando e sabia
que estava vermelho. Com sorte ninguém iria
notar. Será que ele estava se apaixonando por
ela? Ele chacoalhou a cabeça e desviou seu
pensamento.
“Talvez depois que isso tudo estiver
terminado.” – pensou.
Depois de algumas horas discutindo possíveis
soluções para o problema e sem chegar a
uma resolução os três rapazes foram embora.
Logo depois,Alma, mãe de Vondy, chegou
ao hospital.
“Oi filhóta.” – saudou Alma. “Mamãe veio
dormir com você.” – completou apertando a
bochecha da filha que franzindo a testa tirou
a mão da mãe de seu rosto. “Você está
estressada nenê? Olha o que eu trouxe pra
para a janta.”
Alma retirou da sacola um hambúrguer e uma
batida de morango.Vondy como sempre
tentou disfarçar a felicidade, pois gostava de
fazer papel de durona até para sua família,
mas sua mãe a conhecia bem. Cedendo
finalmente a alegria de ver aquele x-tudo e o
batida de morango ela abriu um belo sorriso.
As duas comeram e conversaram sobre
diversos assuntos e assistiram televisão.
Quando o hospital começou a ficar mais
silencioso elas se prepararam para dormir.
Alma ajeitou-se no pequeno sofá do quarto.
“Mãe, a senhora acredita em vida após a
morte?” – perguntou Vondy.
“Eu não sei filha. Eu procuro não pensar
nisso. Você sabe, seus avós são católicos
então eu ia a igreja quando era pequenas,
mas na verdade não sei em que acreditar. Por
que você esta perguntando?”
“Quando eu tive o acidente no auditório eu
pensei que eu iria morrer e fiquei com medo.
As vezes também tenho medo de espíritos,
almas penadas e outras coisas.” – disse
Vondy procurando uma maneira de contar
tudo para a mãe.
“Não tenha medo filha. Eu nunca vi ou senti
nada, mas também nunca procurei. Eu acho
que essas coisas são melhores se são
deixadas em paz. E sobre a morte eu penso
que se existe vida após a morte deve ter algo
bom pra mim do outro lado, pois eu tenho a
consciência limpa. Se não existe eu não
saberei, pois estarei morta. Então pra que me
preocupar.” – disse Alma.
“A senhora tem razão. Boa noite.” –
respondeu Vondy.
As duas dormiam profundamente. Mestre,
como gostava de ser chamado, andava de um
lado para o outro no quarto do hospital
pensando em alguma maneira de atormentar
a vida delas e neutralizar Vondy. Ele sabia
que ela era uma ameaça ao seu plano.



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Autor(a): mailson

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Ele era uma entidade demoníaca. Andava pelaterra trazendo desgraça e sofrimento para aspessoas. Havia pouco que podia fazer em suaverdadeira forma. A surra que havia dado emVobdy veio a grande custo. Materializar-separa tal feito não era fácil. Exigia energiaacumulada por anos. Mas ele sabia quecompensava, pois Christopher era a conexão per ...


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