Fanfic: S.O.S. - Sexo e Outros Segredos [Finalizada]

Eu sabia que hoje pela primeira vez em quatro anos não iria haver o nosso encontro no bar do Pietro, mas estava ansiosa pra chegar em casa antes das oito da noite. Hoje tive que ficar ate mais tarde no trabalho e não sei a que horas passa o ônibus, por isso estou presa em uma parada de ônibus deserta. Eu precisava comprar algum meio de transporte nem que fosse uma bicicleta.

- ta esperando o ônibus? –Uma voz masculina falou atrás de mim. Eu me virei assustada, olhando o homem que apareceu do nada ao meu lado.

Dul: É. –Eu não queria falar com ele.

Devo admitir que ele me dava medo. Ele era de um tipo NERD, usava óculos fundo de garrafa, um corpo bem magro, cabelo curto e ruivo, vestia roupas estranhas, roupas que só o meu avô usaria e tinha o rosto cheio de sardas.

- Pra que zona? –Ele perguntou, mas eu não respondi. –Eu vou pra zona sul. –Ele continuou tentando puxar conversa.

Dul: Hum. –Murmurei

- Eu sou Michel. –Ele estendeu a mão pra mim, mas por muita, muita sorte meu ônibus passou nesse mesmo momento.

Fiz sinal pra ele parar e quando ia subindo escutei Michel dizer atrás de mim.

Michel: Você é uma mulher bonita, agente se encontra por ai...

Um arrepio subiu por minha espinha, aquele homem era assustador de um jeito inocente. Apaguei o rosto daquele homem de minha mente e me inundei com pensamentos de Christopher, em uma hora eu estaria com ele e esse cara seria passado.

Dul: Você não vai acreditar o que me aconteceu hoje quando ia pra casa. –Disse me sentando no sofá ao lado de Christopher e encostando minha cabeça em seu peito. Íamos assistir a um filme quando Alfonso nos interrompeu.

Alfonso: Desculpa. –Disse se sentando em uma poltrona perto de nós. –Não sabia que estavam ocupados. –Brincou. E mesmo que soubesse teria interrompido, eu tenho certeza.

Ucker: Alguma ocasião especial? Por que está vestido desse jeito? –Ele estava com um terno social de alta costura, jamais havia visto Alfonso de terno antes, devo admitir lhe cai muito bem esse tipo de traje.

Alfonso: Estava com a any. –Motivo explicado. Mas...A  Any não estava com raiva dele? Juro que eu nunca vou entender como funciona a cabeça dela.

Ucker: E porque não esta com ela ao invés de estar me perturbando?

Alfonso: Nossa priminho, que recepção, vim aqui somente dar um recado da tia Helena. Ela ficou muito chateada por você não ter ido visitar papai quando pensaram que ele havia tido um enfarte.

Ucker: Mas eu telefonei pra tia Julia e ela disse que não foi nada, foi só um aviso. Sua mãe estava certa não é? Foi só um aviso.

Alfonso: Sim foi, por sorte, mas... Bom... Sua mãe me perguntou porque você não foi... E... Eu acabei falando sobre a Dulce.

Ucker ficou sem reação, eu não entendi, será que a mãe dele era tão ruim assim? Porque ela não podia saber sobre mim? Será que ele tinha vergonha de mim? Eu não gostei, abri minha boca pra pergunta quando meu celular tocou. Eita que todo mundo se lembrou da gente hoje. Olhei quem era.

Dul: Diz minha fadinha? –Nunca tinha chamado ela assim, acho que era o clima na sala que num tava bom e afetou minha cabeça.

Any: Dul... –Ela disse ofegando. –Preciso falar com vocês. Com todos vocês! –Ela misturou as palavras e eu lutei pra entender o que ela dizia.

Dul: Any o que aconteceu? Fica calma!

Alfonso: É a any? –Ele veio pra mais perto de mim. E vendo meu rosto preocupado perguntou. –O que aconteceu com ela? Ela esta bem?–Ele parecia nervoso.

Any: Dul eu preciso falar com todos! Você pode avisar aos outros e virem aqui?

Dul: Faz assim, liga pro Chris e pede pra ele ir te pegar e vocês vêm pra casa do Christopher por que o Alfonso também ta aqui. –Ela ficou em silencio por uns cinco segundos, depois disse.

Any: ta. –E desligou.

Depois de meia hora de especulações sobre o porquê da agitação da Any, ela entra preocupada com Chris logo em seu encalço.

Any: Nos descobriram. –Disse nervosa.

Ela jogou um pedaço de papel amarelo no centro da mesinha, nós nos aproximamos pra ver o que havia escrito, a letra era quase ilegível e estava cheio de erros, seja lá quem escreveu assassinou a língua portuguesa, eu me esforcei pra entender:

      ”E difissil guardar u m  segredo pra sem pre. Eu vi tu do lorinha e pode apostar qu e eu  nao perco nada cotando tu do pa policia. Eu qu ero ver todos, sem   esseção, no local do crim e a m eia noite de am anha, la eu  direi o qu e vosses deve fazer pa m anterem  m inha boca fexada.”*

Isso foi a coisa mais sinistra que eu já vi, o bilhete tinha tantos erros ortográficos que me deu dor de cabeça em lê-lo. Mas deixando os erros de lado, o recado parecia ser serio, mostrava que ele sabia do que estava falando, nos entreolhamos com o medo estampado em cada rosto. Como o Chris havia dito uma vez, parecia que estávamos vivendo o filme “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” a diferença é que seria “Eu sei o que vocês fizeram na semana passada.” Poxa o cara nem esperou passar um ano pra vir nos matar.

* Tradução do texto se alguém não tiver entendido:

"É dificil guardar um segredo pra sempre. Eu vi tudo loirinha e pode apostar que eu não perco nada cotando tudo pra policia. Eu quero ver todos, sem exceção, no local do crime a meia noite de amanha, lá eu direi o que vocês devem fazer pra manterem minha boca fechada.”