Fanfic: S.O.S. - Sexo e Outros Segredos [Finalizada]

Eu tremia dos pés a cabeça, quando cheguei em casa depois do jantar frustrante com Alfonso, olhei minha caixa de correio por hábito e lá estava aquele maldito papel amarelo, eu fiquei sem saber o que fazer e acabei telefonando pra Dulce, e agora estávamos todos, com exceção da May na casa de Christopher tentando decidir se íamos ou não voltar ao penhasco.

Ucker: Eu acho que nós devemos ir.

Any: E se for uma armadilha e lá estiver cheio de policiais? Nossa presença lá seria como uma confissão de culpa.

Alfonso: Não. –Balançou a cabeça categoricamente. –Eu acho que quem escreveu isso aqui quer dinheiro.

Chris: Concordo, mas esse desgraçado não quer só dinheiro, ele quer brincar com a agente, como gato e rato. –Disse com raiva na voz.

Dul: Gente ele disse todos sem exceção. O que vamos fazer? A May não está e nem sabemos onde encontrá-la.

Nos entreolhamos, Dul estava certa, todos perceberam, May não estava lá, o que aconteceria agora? Não sabíamos a resposta, mas sabíamos que tínhamos que ir, com ou sem a May.

Alfonso: Precisamos saber quem está por trás dessa carta.. –falou categoricamente.

Dul: E pra que?

Alfonso: É bem obvio não acha? Pra saber com quem estamos lidando e do que é capaz.

Chris: E como vamos fazer “Ó gênio do crime”? –Brincou. Como alguém é capaz de brincar em uma hora como essa?

Alfonso: Simples. –Ele respondeu a ironia de Chris com um sorriso. – Na portaria do prédio de Any têm câmeras de segurança. –Têm? Não sabia...

Dul: Claro. –Sorriu sarcasticamente. –Vamos chegar pro segurança e dizer: Oi, acontece que nós matamos o ex-marido de uma amiga e alguém descobriu e está nos chantageando, agente pode ver as fitas de segurança pra descobrimos quem é?

Ucker: Discurso interessante Dul, mas acho que estou entendendo a linha de raciocínio de Alfonso. Nós não vamos pedir, vamos pegar emprestado.

Any: E desde quando dois lojistas play boys viraram expert em crimes? –Perguntei em parte brincando e em parte curiosa. Mas ele foi tão evasivo na resposta quanto uma enguia.

Alfonso: Só acho que não devemos ir sem pelo menos conhecer o rosto do individuo.

Chris: E você pretende fazer isso essa noite? –Perguntou sério. Eu não acho que ele esteja animado em invadir um condomínio. Alfonso respondeu com um menear afirmativo da cabeça.

Dul: faz idéia de que horas é?

Alfonso: Não. –Respondeu simplesmente.

Dul: nem eu. –Se calou.

Ucker: E então vamos ou não assaltar o prédio da Any. –Isso me soava tão esquisito. Era como se eu estivesse traindo os meus vizinhos abrindo as portas para o inimigo. Ta bom, me calei.

Chris: Isso! Vamos adicionar invasão e furto a nossa lista de crimes. Um a mais, um a mais um a menos, que diferença faz? –Se indignou. Pelo menos ele também se sentia desconfortável em ir roubar minha casa.

Dul: Não seja dramático Chris. –Ralhou revirando os olhos.

Any: Eu estive pensando, e se esse dito cujo aparecer e mostrar seu rosto, isso num vai ser um completo desperdício de tempo? –tentei argumentar.

Alfonso: E o que você sugere?

Any: Que esperemos até a manhã a noite pra vermos o que acontece. –E eu também não quero roubar o prédio em que vivo. Pensei.

Alfonso: Então vamos fazer assim. Quem quer esperar e ver o que acontece, que eu particularmente acho arriscado. Levante a mão.

Dul, Chris e eu levantamos e Ucker e Alfonso nos olharam decepcionados, será mesmo que eles pensavam que agente queria ser criminosos, só entramos nessa pela May, que agora nem estava aqui.

No dia seguinte as onze da noite nos preparamos pra voltar a cena do crime, isso é tão emocionante, se querem minha opinião. Eu estava preocupada em ter que ficar perto de Alfonso, mas ele me tratava com uma cordialidade, que devo admitir estava me irritando. Será que ele havia me escutado e esquecido tudo o que houve entre nós? Eu e minha boca grande! Ou pior será que ela estava com outra? Isso eu investigaria depois, primeiro eu tinha que me concentrar nessa historia do chantagista.

A viagem até a reserva foi quase suportável, eu estava na frente, na van rosa berrante de Chris. Por que a única pessoa que possuía um carro que cabe mais de duas pessoas tinha que ser logo o Chris? A aberração que não se decide se trepa ou sai de cima, se é vi.ado ou não, mas que droga! Não me leve a mal, amo ele, mas as vezes ele abusa. E quando eu disse que a viagem foi quase suportável, não foi pelo carro, mas pela ladainha de Dulce e Christopher, ao que parece eles estavam planejando fazerem uma festinha particular depois disso. Insensíveis! Será que eles não vêem que têm uma mulher com o coração partido no carro! (Só pra salientar acho que ainda não disse isso o suficiente pra gravar nas suas cabeças que EU estou com o coração partido.)

Chegamos com uns dez minutos de antecedência e tudo estava tão escuro como na noite da morte de Derek. Não havia ninguém por lá, Dulce e eu caminhamos até as pedras que havíamos sentado na ultima vez que estivemos aqui e contamos nossa historia, atrás de mim havia muitas arvores e eu fiquei em duvida se ficava de frente pra elas ou pro penhasco. Era como se eu estivesse esperando a morte e decidindo se queria ver a hora que eu seria atacada ou não. Decidi pelo não.

E quinze minutos depois todos estavam sentados nas pedras e nada de chantagista, começamos a pensar que era apenas uma brincadeira, quando mãos frias cobriram meus olhos. (O que devo dizer era um ato inútil uma vez que estava tudo escuro.)

Any: AAAAAAAAAAAAH! –Gritei tão alto que senti que minhas cordas vocais rasgarem, metaforicamente.

Saltei tentando me livrar das mãos e percebi que todos estavam rindo. Olhei pra pessoa que havia me vedado os olhos. Meu coração deu um baque com o alivio instantâneo.

Any: MALDIIIIIIIIIIIIIITA! –Gritei levando a mão ao peito como se quisesse segurar meu coração e impedi-lo de sair pela boca.