Fanfic: S.O.S. - Sexo e Outros Segredos [Finalizada]

Prostituta.

Pra quem ver de fora parece ser uma idiotice se importar
tanto com isso, até mesmo meu lado racional me diz isso, mas não consigo pensar
naquela época e não me importar.

Por mais que o Chris tenha tentado me convencer do
contrario, era assim que eu me sentia. E de repente eu já não conseguia encarar
ninguém naquele quarto, mas eu havia esquecido que estava ro.lan.do uma festa e a
casa estava cheia de gente. Menos a varanda que, graças a Deus, não havia
ninguém. Fechei a porta de vidro tentando manter o barulho e as vozes dentro do
apartamento.

Não passou muito tempo até a porta ser aberta pra alguém
entrar. Eu não me virei pra olhar quem era. Eu já sabia que era ele. Eu já
devia saber que Alfonso não me deixaria sozinha.

Alfonso: Então você era a garota que o Christopher
contratou.

Any: Você já sabia?

Alfonso: Ele me contou na época, mas não havia me dito
que era você.

É claro que ele não disse meu nome, naquele tempo Alfonso
e eu não nos conhecíamos, por isso não havia importância se Christopher dava um
nome ou não.

Alfonso: Não liga pro que Dul disse Any. –Ele me abraçou
e beijou o alto de minha cabeça. –É a gravidez. Os hormônios ficam a mil.

Any: E como é que você sabe disso?

Alfonso: Eu nunca te contei? Eu fui mulher em minha outra
vida. Agora é sério, minha mãe sempre foi uma mulher temperamental e eu fiquei
sabendo que quando ela estava grávida de mim, ficou pior do que o insuportável.
Talvez seja por isso que papai só quis ter a mim. E por falar nela, eu queria
te dizer que...

Dul: Any? Podemos conversar?

Alfonso: Claro. Eu vou deixar vocês sozinha.

Dul: Olha Any eu sinto muito pelo que eu disse...

Any: Tá tudo bem. Eu não estou com raiva. –Fiz uma p.a.u.s.a
antes de continuar, aquilo não ia ser fácil de dizer. –Olha... Sabe por que o
Christopher achou que eu seria a garota perfeita que sua mãe iria aceitar como
namorada? Desde criança eu estudei em um internato de freiras. –Eu não ia
mencionar de que meu avô me obrigara a estudar naquele maldito internato. – e
palavras de Chris não minhas: “Se eu colocasse um manto na cabeça pareceria a
virgem de Guadalupe.” –Eu sempre passei uma imagem de santa...

Pratica que eu aperfeiçoei no internato depois de
explodir três mousses na aula de economia domestica(por incrível que pareça eu
não tive nada a ver com duas das três explosões), pintar bigodes e óculos em
todos os quadros da escola com caneta permanente (foi divertido em quanto eu
fazia, o ruim foi ter que limpar depois quando me descobriram), contar a todas
a crianças do 1° ano que a madre superiora gostava de envenenar a comida das
novatas pra observar com um prazer sádico quem sobreviveria (quase fui expulsa
depois dessa), e entre outras coisas... Mas voltando a historia em questão:
Depois desses acontecimentos no internato eu comecei a passar uma aura de
inocência (totalmente falsa é claro.)

Eu estava em um bar com Christian e Tony, quando
Christopher apareceu e Tony perguntou o que havia acontecido pra deixá-lo com a
cara amarrada, foi quando ele contou a historia que seu primo havia dado com a
língua nos dentes e sua mãe sabia que ele estava namorando e viria lá da Grécia
pra conhecer a namorada, mas o que ela não sabia é que era uma roqueira
totalmente pirada e provavelmente teria um enfarte quando a visse.

Foi quando Tony sugeriu que eu me passasse por namorada
dele, disse que eu estava precisando de dinheiro e que eu não teria problemas
em ser a “namorada perfeita”. Esse foi um dos motivos por eu ter terminado com
Tony, ele parecia achar que eu não pensava por mim, mas quando o rosto de
Christopher se iluminou com a possibilidade de não mostrar a namorada roqueira
eu permaneci calada e aceitei. Afinal eu estava mesmo precisando de dinheiro,
mas eu não contei a Dul o motivo pra isso, eu ainda não me sentia preparada pra
contar que meu pai fora preso de novo e eu precisava pagar a fiança.

Era sempre assim ele era preso e me contatava pra pagar a
fiança, esse era o único momento em que eu o via, e se eu não pagasse, ele
ameaçava procurar minha mãe que sempre ficava muito mal após falar com ele. E
meu pai já estava me ameaçando quando saísse ir procurar minha mãe se eu não
fosse pagar logo. Eu havia contando a Tony que precisava de dinheiro, mas
também não disse o motivo, como eu poderia contar pra alguém que meu pai é um
ladrão, e um ladrão dos ruins porque sempre é preso? Somente Christian sabia
dessa historia, na época ele era meu único amigo, em quem eu podia realmente
confiar, ele me apoiou a aceitar a oferta de Christopher, porque afinal era só
fachada.

Tudo ia bem até a mãe de Christopher decidir prolongar a
sua estadia, disse que Christopher e eu éramos o casal perfeito e que tínhamos
sido feitos um para o outro.

Naquele tempo ele ainda era o filhinho da mamãe e o que
mamãe queria o filhinho fazia (na minha opinião ele continua do mesmo jeito,
mas não disse isso em voz alta) e acabamos ficando noivos, na festa de noivado
foi quando percebemos que a mentira tinha ido longe demais. Christopher bebeu
muito nesse dia e eu também devo admitir, ele me puxou pra um dos quartos térreos
da casa em que estava havendo a festa e começou a me beijar e aconteceu. Não
vou dizer que foi lindo e tudo mais, porque não me lembro nem da metade do que
aconteceu e também posso afirmar com certeza que não significou nada pra ele
porque em um determinado momento ele me chamou de Alessandra, o nome de sua
ex-namorada que havia dado um pé na b.u.n.d.a nele (literalmente) após descobrir
nosso “namoro”. Depois disso, ficamos tão constrangidos um com o outro que
decidimos “terminar” e armamos uma briga, Helena ficou decepcionada e voltou
pra casa.

Mas a pior parte foi ter que contar o que houve a Tommy,
ele era um dos melhores amigos de Christopher e nós não queríamos esconder
dele. Mas Tommy não foi tão frio quanto Alessandra que terminou com Christopher
apenas com um adeus, sem lágrimas, sem drama, não, ele não ficou contente até
ter me chamado dos piores nomes possíveis, naquela época eu me senti realmente
como uma vadia. Eu posso não amar mais ele, mas ainda sinto um eco forte da dor
sempre que me lembro.

Eu não me orgulho do que fiz Dul, de acordo com Tommy eu
me vendi... E isso ficou enraizado em mim. Mas saiba que Christopher e eu não
sentimos nada um pelo outro e nem estaríamos nos falando se ele não estivesse
com você. Se te falei isso é porque eu quero que você entenda o que aconteceu.

Eu lhe dei um tempo até que ela absorvesse toda a
informação

Dul: Any... –Ela respirou fundo. –Eu não sei o que
dizer...

Any: Pois não diga nada. –Eu a interrompi. –Vamos dá um
basta nesse assunto tudo bem? Eu não falo mais nada e você também não. E vamos
fingir que isso nunca aconteceu. Ta legal?

Ela apenas balançou com a cabeça afirmativamente e uma
desculpa muda pairou sobre nós, sem dizer uma palavra nos abraçamos e voltamos
pra já vazia festa.

Alfonso me chamou pra irmos embora e nos despedimos do
pessoal. Pegamos o elevador e caminhamos pela garagem em direção ao carro dele.

Alfonso: Vamos pra casa. –Falou como se estivesse
enormemente cansado. Eu estanquei em frente ao carro.

Any: Que casa?

Eu acabava de me dar conta de que eu não tinha mais casa.
Eu já havia entregado meu apartamento e todos os meus moveis estavam agora a
caminho de Buenos Aires.

Alfonso: Any, sem drama. Eu já pensei nisso. Você pode ir
morar comigo. Digamos que vai ser um treinamento pro casamento.

Any: Mas Alfonso... Têm algo que nós temos que conversar
antes.

Alfonso: Concordo, mas tem que ser aqui?

Eu olhei em volta do estacionamento, Christopher estava a
cinco carros de distância de nós com Dulce e Helena discutindo sobre quem ia no
banco da frente.

Any: Por favor, diz que eu vou ter uma sogra melhor que
ela?

Perguntei enquanto entrava no carro. Alfonso apenas riu
alto enquanto dava a partida no carro e manobrava para sair.

Any: Poncho!

N/A: É bom saber que mesmo depois de todo esse tempo ainda tenho leitoras. Estou muito feliz. Obrigada a todos!