Fanfic: S.O.S. - Sexo e Outros Segredos [Finalizada]

Meus olhos se arregalaram quando eu li
a placa.

Dul: Acidentes e Emergência. Perfeito.
— eu disse com a voz trêmula. — O bebê foi um acidente, e isso é uma
emergência!

A dor era excruciante e o nervosismo de
Christopher não estava me ajudando em nada, eu tentei respirar como um cachorro
igual via nos filme.

Dul: UFF! UFF! UFF! –Essa respiração
não ajudava em absolutamente nada, mas eu continuei.

Christopher tagarelava sobre alguma
coisa tentando me distrair e nesse momento não era isso que eu queria. Pude
sentir outra contração, vindo e essa era mais forte que a anterior.

Dul: Aaaaaaah! –Gritei agarrando o
lençol da cama do hospital e amaldiçoando o medico por demorar tanto.

Ucker: Dul relaxe. –Tentou me acalmar.
Mas eu não estava com humor pra isso.

Dul: NÃO POSSO ME ACALMAR! –Gritei
esbaforida. –SE ESTIVESSE EM MEU LUGAR VOCÊ NÃO AGUENTARIA! –Descontei a dor
que sentia nele e estranhamente isso me acalmou.

Ucker: Qual é Dul! –Fez pouco caso.
–não pode estar doendo tanto assim!    

Dul: NÃO ESTÁ DUENDO TANTO??? PAREÇO
COM CARA DE QUEM EST... AAAH! –outra contração mais forte me interrompeu.

Um piscar de olhos e estávamos na sala
de cirurgia e D. Helena se aproximou de mim.

Helena: Quer ver os seus bebês?

O que você está fazendo aqui? Eu quis perguntar.
E como assim “bebes”? Eu só ia ter um, não?

Ela se afastou e depois voltou com uma
cesta coberta, ela destampou e para meu completo horror havia meia dúzia de
cachorros.

Helena: Meus netos não são lindos? –Ela
perguntava orgulhosa. Christopher me olhava com um enorme sorriso.

De repente eu já estava fora de meu
corpo, observando a cena de fora, vendo meu rosto feliz por ter dado a luz a meia
dúzia de cachorros.

Algo começou a apitar insistentemente,
médicos rodearam meu corpo.

-Doutor ela está morrendo! Dizia uma
enfermeira.

-Não estou ouvindo os batimentos cardíacos
dela. –Disse o médico. –Aumente o som!

Uma das enfermeiras aumentou o som e
logo todos estavam dançando na sala de cirurgia ao som de “Inevitable” de Dulce
Maria. Christopher agarrara um dos cachorrinhos e dançava valsa enquanto D.
Helena dançava com um dos médicos. O som ficou mais alto...

E eu acordei. Levei um segundo pra
perceber que tudo fora um sonho e de que a música que soara em meu sonho que
deveria ser meus batimentos cardíacos era na verdade meu celular tocando insistentemente,
vibrando perigosamente na beirada do criado mudo.

Dul: Oi? –Atendi com a voz ainda grogue
de sono.

Any: Dul você precisa vir pra casa da May agora! –Olhei pro
relógio pra ver a que horas essa maldita havia me acordado.  –Dul, eu estou literalmente pulando na cadeira
você tem que vir pra cá!

Dul: São 5h00 da manhã! Você não dorme?

Any: Naverdadeaindanão,quandoAlfonsoeeuíamosdormiraMaymeligou.
–Ela falou desse jeito mesmo, sem dar espaço nas palavras. –eujátomeicincocafés!
To ligadona! –Isso explicava muita coisa. Any era sensível a cafeína, basta um
copo pra ela ficar agitada. Quem foi o idiota que a deixou tomar CINCO?

Dul: Será que dá pra você passar o telefone pra alguém
menos drogado?

Any: Certo! Eu vou passar pro Alfonso! PONCHOOOOOO! –Ela gritou
no telefone estourando meus tímpanos.

Alfonso: Oi Dul. Olha, eu juro que tentei impedir ela de
tomar a segunda xícara. Ela até que tentou dormir um pouco no quarto da May,
mas ela jura que lá ta com cheiro de sexo, apesar de May negar veementemente,
mas eu acho que... Ah. Eu tenho que ir, Any e Chris estão pulando no sofá
enquanto May fica gritando pra eles descerem. Agente está esperando só você e
Christopher... Ah não! –Eu ouvi um estrondo do outro lado da linha e ela ficou
muda.

Essa foi a maior conversa que eu já tive com Alfonso,
parece que com as coisas indo as mil maravilhas entre ele e Any a vontade dele
de conversar aumentou.

Levantei-me ainda com um pouco de preguiça, mas a curiosidade
de saber o que havia quebrado na casa de May me impulsionou a me arrumar e
chegar na casa dela em menos de uma hora.

Dul: O que foi que eu perdi? –Fui falando enquanto
entrava sem bater. Nós três tínhamos as chaves dos apartamentos de cada uma.

Chris: Minha falência. –Ele respondeu deitado esparramado
no chão.

Alfonso: Eu disse pra você ter deixado ela sozinha. –Alfonso
riu. Ele estava comodamente sentando em uma das poltronas perto da enorme porta
de vidro que dava pra varanda e uma bela vista do vigésimo segundo andar. Ele
lia um jornal e parecia um retrato tirado daquelas revistas de economia que
sempre mostram empresários fazendo pose de elegante como se sempre se portassem
daquele jeito no seu dia-a-dia, mas em Alfonso aquela pose pareceu natural.

Chris: Dul, você têm idéia de quanto custa esse misero
sofá da may? –Chris perguntou me tirando do meu devaneio. Foi só então que eu
percebi o que provocara aquele barulho que eu ouvira no celular. O belo sofá da
May, com design do século XVIII havia quebrado do lado esquerdo na parte do
braço. –R$ 6.399,00! Como alguém pode dar R$ 6.399,00 em um sofá?!

May: Foi você que subiu em cima do sofá e ficou gritando
pra ela pular também. –Ela veio da cozinha com cara de raiva. –E Christopher? –Ela
finalmente notou que eu tinha chegado.

Dul: Foi deixar a mãe no aeroporto e por lá ficou. Quem sabe
não foi embora com ela também. –Me sentei emburrada, na poltrona vizinha a de
Alfonso, a única que sobrou porque o sofá estava quebrado. –E Any? –Perguntei,
finalmente vendo que a atmosfera estava calma de mais.

May: Na cozinha, assaltando minha geladeira. –O que me
fez lembrar que eu não tomei café da manhã.

Na mesma hora Any apareceu com um pudim inteiro numa
travessa em uma mãe e uma colher de sobremesa na outra, sentou-se no chão, aos
pés de Alfonso e começou a comer, não disse nada. Ela me lembrou uma criança de
cinco anos. Café realmente não faz bem pra ela. Mas como o pudim já estava lá
eu decidi ir à cozinha pegar uma colher pra mim e sentei ao lado dela pra comer
também.

Alfonso: Como Christopher não pode vir, conte o que era
de tão urgente?

May: Ah é! –O rosto dela se iluminou. Ela estava sentada
no chão, mas como eu havia saído da cadeira ela se levantou e foi sentar lá. –Derek
sempre recebia um monte de cartas, mas depois da morte dele essas cartas vem
endereçadas a mim agora, eu nunca abri nenhuma porque provavelmente são dos fãs
daquele sem futuro, pois bem, Magnólia ontem me disse que tinha uma carta que
talvez eu gostasse de ler, eu mandei que ela deixasse na cozinha, mas com toda
aquela correria de ontem eu não tive tempo, e hoje de madrugada quando eu fui
na cozinha... Ahh... Bom, o que interessa é que eu li a carta e era me dizendo
que eu tinha ganhado um sorteio, apesar de eu não saber como concorri a esse
tal sorteio, mas o fato é, eu ganhei!

Dul: Ah que interessante! Você me acordou as 5h00 da
manhã pra dizer que você ganhou um sorteio. E o que foi o premio? Uma panela?

May: Não! Melhor! –Ela começou a quicar na cadeira. –Eu ganhei
uma passagem pra um cruzeiro pra Fernando de Noronha! E adivinha só? Com direito
a cinco acompanhantes! NÓS VAMOS PRA FERNANDO DE NORONHA!!!