Fanfic: Amor que Enlouquece | Tema: Vondy

Vários e longos momentos de silêncio se passaram, até que Christopher limpou a garganta e correu a mão pelos cabelos.

— Puxa, como foi que acabamos entrando por um assunto tão deprimente?

Dulce, por sua vez, achara a conversa bastante elucidativa. Agora, compreendia os fatos que haviam tornado Christopher um homem tão dinâmico e determinado, um que era extremamente protetor em relação àqueles de quem gostava. Ela descobrira uma nova dimensão da personalidade séria dele e gostou de saber que havia um pouco de vulnerabilidade sob aquela força e controle.

O telefone celular tocou acima do balcão da cozinha e Christopher aproveitou o momento para se levantar da mesa.

— Deve ser um dos meus contatos. Estou esperando uma ligação com informações para a reunião de amanhã. Talvez demore um pouco.

— Vá em frente. — Ela sorriu, entendendo que o trabalho era uma prioridade. — Estarei bem.

— Obrigado mais uma vez pelo jantar — acrescentou ele e, enfim, atendeu a ligação.

Dulce não deixara de notar o tom definitivo dele, como se esperasse que ela se fosse enquanto falava ao celular. Christopher apanhou a pasta do arquivo MacGregor e seguiu pelo corredor rumo ao escritório bem equipado que mantinha em casa.

Ela se levantou e tirou a mesa, recolhendo todos os descartáveis que haviam usado ao cesto de lixo, o tempo todo se perguntando se deveria ir embora como Christopher sugerira indiretamente, ou ficar apenas para tornar a noite mais interessante.

Um sorriso malicioso curvou-lhe os lábios. Considerando suas duas opções... uma o tipo de atitude de boa moça que tivera durante anos demais e a outra evocando as suas novas tendências de garota ousada... sua decisão foi fácil de tomar.

O homem teria de sair de seu escritório cedo ou tarde, ponderou, e então a noite estaria prestes a ficar muito interessante.

Christopher desligou o celular depois de ter falado com seu contato e obtido a informação que precisava para a reunião do dia seguinte. Com a prova incriminatória que arranjara contra o ex-marido de sua cliente, Sarah MacGregor, tinha certeza de que o garotinho que estava sendo alvo da disputa por custódia permaneceria são e salvo com sua mãe... permanentemente.

Satisfeito com o trabalho que realizara, ele recostou-se na cadeira de couro, seus pensamentos retornando à sua conversa anterior com Dulce.

Com mais facilidade do que imaginara, revelara as lembranças dolorosas que muito reprimira em seu íntimo devido às responsabilidades e obrigações que assumira aos vinte e um anos, quando se tornara guardião de seus irmãos.

Não pôde negar que se sentira bem, que fora até um alívio inesperado, dividir toda aquela angústia contida. Jamais havia se permitido expressar nenhuma amargura em relação às atitudes da mãe a Maite e Alfonso porque ambos já haviam sofrido trauma o bastante com o divórcio. Certamente, nenhuma outra mulher já demonstrara interesse em persuadi-lo a falar sobre os anos de sua infância e adolescência. Dulce, porém, importara-se de uma maneira que lhe tornara bastante fácil fazer-lhe revelações sobre seu passado.

Uma parte de si desejou que ela ainda estivesse ali, à sua espera, uma parte de seu íntimo que ansiava por algo mais desde que beijara Dulce.

Exasperado com o pensamento errante, esforçou-se para ignorar o fogo do desejo que percorria suas veias e disse a si mesmo que agira certo deixando-a ir. Com os músculos tensos, decidiu retomar agora o que estivera prestes a fazer antes de sua secretária ter batido à sua porta. Deixara a banheira de hidromassagem ligada, e a ideia de mergulhar o corpo na água quente e deixar que os jatos o massageassem pareceu bastante atraente.

Voltou pelo corredor até a área da cozinha e, de fato, Dulce se fora... mas esquecera a bolsa, percebeu ele de cenho franzido quando a avistou, ainda pendurada no encosto da cadeira. Então, notou um bilhete sobre a mesa... na verdade, uma carta... escrita com a letra de Dulce.

Lembrando-se dos detalhes eróticos da carta que ela lera em seu escritório, seu coração disparou num misto de expectativa e excitação contra o qual não teve defesa. Incapaz de resistir, adiantou-se e pegou a carta para ler.

Adoro sentir a água de encontro a minha pele, deslizando suavemente pelos meus seios, afagando meu ventre e cascateando ao longo das minhas coxas. A água quente me acaricia, deixando meus mamilos rijos, e gosto dessa deliciosa sensação também. Quando roço meus dedos pelos bicos úmidos dos meus seios não posso evitar um gemido, pois percebo quanto estão sensíveis e quero demais que suas mãos estejam no lugar das minhas.

Se não posso ter você comigo, terei de me contentar em fantasiar. Imagino você tocando meu corpo molhado em lugares trêmulos e carentes. Suas mãos exploraram minha pele escorregadia e quente, enquanto seus lábios e língua me tocam, aumentando ainda mais o calor que me percorre.

Lentamente, você lambe as gotas de água que escorrem por meu corpo, a suavidade da sua língua em minha pele intensificando o desejo febril em meu íntimo.

Estou tão ansiosa.. . Você pode sentir quanto quero você?

Quando terminou de ler a fantasia de Dulce, Christopher estava em brasa. Como se a carta provocante já não tivesse sido o bastante para enlouquecê-lo de desejo, o pós-escrito no final da página certamente foi sua perdição.

Chris, estou toda excitada e à sua espera. Venha mergulhar seu corpo junto ao meu sob o luar e as estrelas.

Dulce puro fogo hahahaha!