Fanfic: Amor que Enlouquece | Tema: Vondy

Dulce fuzilou-o com o olhar enquanto ele deixava o estacionamento.

— Você não tem o direi to de me tratar desse jeito.

— Estou apenas garantindo a sua segurança já que você não é capaz de fazê-lo sozinha. — Ele entrou pela via expressa em direção a Oakland.

— Isto é inacreditável. — Ela sacudiu a cabeça e cruzou os braços, olhando para a escuridão da noite. — E quanto ao meu carro?

— Nós viremos buscá-lo amanhã. Você não vai dirigir para lugar algum esta noite. Seu pai me mataria se você fosse detida por dirigir alcoolizada — resmungou ele.

Ela virou-se para fitá-lo bruscamente, o olhar faiscante.

— Como disse?

Christopher quase mordeu a língua. Se Dulce descobrisse sobre a conversa que acontecera entre ele e o pai dela, os dois estariam mortos.

Adquirindo uma expressão calma, virou-se para fitá-la.

— Eu disse que a última coisa que eu iria querer é que você fosse detida por dirigir alcoolizada.

Ela estreitou os olhos com ar desconfiado, mas não persistiu no comentário anterior.

— Não estou alcoolizada — assegurou-o e recostou a cabeça no assento. — E posso cuidar de mim mesma. Leve-me para casa.

Fora o que Christopher pretendera em princípio, mas perguntou-se se podia deixá-la sozinha em seu atual estado de rebeldia. Ela dormiria quando a deixasse no apartamento, ou encontraria um meio de voltar à boate? O dilema pesava em sua consciência.

“Você é o único em quem confio para ficar de olho nela.”

Christopher conteve um suspiro diante da lembrança da inabalável confiança de Richard e soube qual seria a sua decisão.

Preparando-se para lidar com mais uma discussão com Dulce, rumou para casa. Para a sua casa.

Dulce manteve o olhar na janela do passageiro e ignorou seu chofer circunspecto e temperamental. Ainda não podia crer que Christopher chegara ao extremo de ameaçar algemá-la, ou que achasse que precisava salvá-la de si mesma. Era evidente que estava partindo do equivocado suposto de que ela precisava ser protegida. E, por alguma razão, designara-se para a função de seu protetor.

Dulce soltou um leve suspiro. Aquela noite não estava transcorrendo nem um pouco como imaginara. Mas, afinal, no que dizia respeito a Christopher, nada saía da maneira como esperava.

A noite começara bem o bastante. Embora tivesse se sentido inicialmente nervosa quanto a ir ao Paxton`s sozinha, Matt e seus dois amigos haviam-na convidado para reunir-se a eles em sua mesa, o que ajudara a acalmar seus nervos. Os três tinham se mostrado corteses e divertidos, e ela gostara de dançar e conversar com eles, mas não houvera química. Como poderia ter havido quando comparara cada um com Christopher e julgara-os homens com muito a desejar?

Não podia dizer que estava completamente surpresa em descobrir que ele a seguira ao Paxton`s. Até ficara contente com sua aparição, uma vez que sua presença a fizera sentir-se um pouco mais segura e à vontade. Fora a atitude autoritária e inflexível dele que a deixara com raiva e lhe provocara uma onda de rebeldia.

Apesar de ainda estar furiosa, um pequeno sorriso curvou-lhe os lábios ao se lembrar da escapadela de ambos na pista de dança. Durante aqueles poucos e preciosos momentos, Christopher fora seu, com nada mais entre ambos exceto desejo e prazer. Aquela fora uma das experiências mais eróticas e emocionantes de sua vida, e adorara a reação imediata e espontânea de seu corpo a Christopher... até que ele decidira abruptamente que chegara o momento de levá-la para casa.

Mágoa e confusão haviam-na levado a desafiá-lo de todos os meios possíveis e fora aquela a razão de sua relutância em deixar a casa noturna.

Não entendia como Christopher podia deixá-la louca de desejo num minuto e, então, retrair-se no minuto seguinte, mantendo uma distância física e emocional. Ainda agora, seu corpo continuava ansiando por algo mais, e ali estava ele sentado, impenetrável feito uma rocha.

Perguntou-se o que seria necessário para romper realmente aquelas barreiras de Christopher, para libertar por completo o homem extremamente sensual que ela apenas vislumbrara na semana que se passara. A ideia fascinava-a e excitava-a, mas a realidade interferia e a lembrava de como Christopher resguardara cuidadosamente as suas reações.

O carro parou, e ela franziu o cenho quando olhou ao redor, dando-se conta de que haviam estacionado diante da garagem da casa dele.

— O que estamos fazendo aqui?

— Você vai passar esta noite na minha casa. — Ele tirou a chave da ignição e virou-se para fitá-la. — Quero ter certeza de que não fará nada impensado enquanto ainda está embriagada.