Fanfic: Amor que Enlouquece | Tema: Vondy

Dulce desviou os olhos da carta que lia para fitá-lo, olhos que brilhavam com as chamas da paixão.

— Não, ainda não — disse um tanto rouca. — Mas posso ver por que ela não queria que você lesse estas cartas. Estão fazendo com que eu fique corada.

E excitada. Ele podia ouvir o desejo na voz dela, ver uma necessidade carnal em sua expressão, sentir-lhe a crescente expectativa. E era um desejo que espelhava o seu.

Teve de se conter para não tomá-la em seus braços e possuí-la ali mesmo no chão. Céus, bem sabia que era o que estivera querendo faz era semana inteira, seu corpo ansiando por possuí-la de uma maneira que o estava enlouquecendo lentamente.

Dulce retomou sua tarefa, e Christopher olhou ao redor, observando cada detalhe da luxuosa biblioteca a fim de distrair a mente.

— Aqui está! — Dulce elevou a voz em seu entusiasmo e, então, recobrou-se, baixando-a depressa. — Encontrei a carta.

— Tem certeza de que é a certa, aquela em que Thornton diz a Elena que lhe deu o anel como um presente?

— Sim. — confirmou Dulce. — Está escrito bem aqui, ao final de toda a linguagem erótica: "Com este anel, entrego a você minha eterna devoção. Um presente do meu coração para você, Elena, uma lembrança eterna do amor que partilhamos. Este anel será sempre seu, assim como também meu coração, corpo e alma. Com amor, Jerry."

— É exatamente essa — disse Christopher e ajoelhou-se no chão para ajudá-la a guardar as cartas retiradas da caixa. — Coloque essa carta na sua bolsa e vamos guardar tudo de volta da maneira como encontramos para podermos sair daqui.

Dulce guardou a carta na pequena bolsa preta e, depois, ajudou-o a organizar tudo como antes. Missão cumprida, os dois se levantaram e deram dois passos pela área de estar quando Christopher ouviu vozes no corredor, ficando mais altas a cada segundo.

— Droga — resmungou ele e fez a primeira coisa que lhe ocorreu para salvar a ambos de serem apanhados.

Jogando-se no sofá de couro que ficava virado de frente para a lareira, colocou Dulce acima de si. Encolheu os joelhos para impedir que seus pés pendessem pela beirada do sofá e baixou o máximo que pôde a cabeça, escondendo a ambos de qualquer pessoa que pudesse entrar na biblioteca. Seu coração estava disparado no peito e Dulce fitava-o com olhos arregalados que evidenciavam perplexidade.

— Não mova um músculo, nem diga uma palavra! — ordenou ele num sussurro, apoiando-lhe a lateral do rosto de encontro a seu pescoço para mantê-la quieta e imóvel.

Segundos depois, uma luz difusa foi acesa e duas vozes masculinas preencheram o silêncio da biblioteca, os passos ecoando no assoalho, enquanto se adiantavam até algum ponto do outro lado do sofá.

— Eu tenho Churchills e Palma Larga — disse um dos homens. Christopher reconheceu a voz como a de Thornton, e os dois falavam sobre charutos. — Qual você prefere, Randall?

— Vou aceitar um dos Churchills — respondeu o outro homem.

— Ótima escolha — disse Thornton jovialmente.

Os lábios de Dulce colaram-se ao pescoço de Christopher e o inesperado roçar da ponta de sua língua deixou-o tenso e com a respiração em suspenso.

Antes de ter chance de se perguntar o que estaria acontecendo, afinal, ela continuou torturando-o, depositando beijos úmidos em sua orelha e, então, mordiscando-lhe o lóbulo. Apesar da ameaça real de serem apanhados, o corpo dele foi tomado por um desejo avassalador. O que ela estava lhe fazendo era chocante, perigoso e deliciosamente excitante. E não haveria meio de detê-la sem atrair atenção para a presença de ambos.

— Vamos apreciar estes charutos no terraço do andar de cima, enquanto o leilão prossegue — dizia Thornton ao amigo.

Enquanto os homens caminhavam de volta até a porta, Dulce continuou mordiscando o lóbulo da orelha de Christopher. Ele engoliu em seco e fechou os olhos com força. Ela obviamente estava excitada depois de ter lido todas aquelas cartas e, uma vez que estivessem a sós, ele iria mostrar-lhe as consequências de se brincar com fogo.

A luz se apagou, e a porta da biblioteca foi fechada. Christopher aguardou até que as vozes dos homens se desvanecessem ao longo do corredor para dizer por entre dentes:

— O que pensa que está fazendo, Dul?

Ela se moveu de maneira insinuante acima de seu corpo, o hálito quente acariciando-o enquanto lhe sussurrou ao ouvido:

— Meu desejo por você é insaciável... — As palavras eram as mesmas da carta erótica que lhe deixara sobre o travesseiro no fim de s emana anterior.

Apoiando as mãos no sofá, ela ergueu-se um pouco e fitou-o sob o luar que se filtrava até a biblioteca.

— Preciso de você. Aqui, agora mesmo.