Fanfic: NOIVA DE ALUGUEL | Tema: vondy

Enrolando um robe no corpo, ela mirou a porta esperando ver Christopher dizer a ela que tudo tinha sido uma brincadeira ― um erro, talvez.

― Entrega para Senhorita T. Maria. ― Uma imensa caixa branca foi colocada em seus braços, e ela teve de se virar em duas para segurá-la e ao mesmo tempo assinar a nota de entrega. O coração acelerou ao ver Christian caminhando cheio de intenção pela calçada, com a expressão austera a milhas de distância do homem gentil que ela amava e conhecia.

― Que diabos você fez? ― Ignorando o entregador, ele forçou passagem, batendo a porta. Dulce ficou imóvel no corredor. ― Página quatro, ― disse Christian com veemência, atirando o jornal nela. ― As manchetes dizem: "Casamento feito em Paraíso Financeiro".

Tremendo, ela largou a caixa e folheou o jornal, um pequeno suspiro saía de seus lábios enquanto virava a página. Lá estava ela. Pelo menos, lá-estavam as mãos dela, com o brilho do rubi no dedo, perdidas nos cabelos de Christopher. A ardente memória daquele beijo imortalizada, agora, em uma foto.

Christian puxou o jornal de volta, lendo em voz alta.

― "Conheceram-se em um casamento! Arrebatada por ele! Um romance furacão!" Meu Deus, Dulce, com o que você concordou?

Pierre deve ter ligado para a imprensa assim que estouraram o primeiro champanhe. Então era aquilo que Christopher quis dizer quando mencionou que tudo já tinha sido providenciado.

― Eu não concordei com nada ― respondeu Dulce rapidamente, para ganhar tempo.

― Não é o que diz aqui ― disse Christian com rispidez. ― Você quer que eu continue lendo?

― Eu ia contar para você ― implorou ela. ― Eu ia ligar de manhã.

― Para me dizer o quê, exatamente? Quer dizer que tudo isso é verdade? Você realmente vai casar com ele?

― Eu não sei...

― Foi com Christopher que você esteve na noite do casamento?

― Como você sabia que eu estava com alguém? ― Ela estava protelando, temendo as perguntas que seriam conduzidas por suas respostas.

― Eu levantei para pegar um copo d`água. Você sabe, aquele gosto de guarda-chuva na boca e tudo mais. Eu não disse nada na hora porque imaginei que não era da minha conta. Mas se foi com Christopher que você estava, então isso é da minha conta sim. ― Agora ele tentava controlar-se, e Dulce ficou sem palavras quando ele atirou o jornal contra a parede. ― Era com ele que você estava, não era?

Ela fez que sim com a cabeça, olhando para o carpete, incapaz de fixar-se nos olhos do amigo.

― Eu disse para você não se envolver com ele. Eu avisei. Honestamente, Dulce, ele não é para você. Pode até ser o meu irmão, mas ainda assim é um safado.

― Não é. Sério, Christian. Ontem à noite a gente saiu e ele foi muito legal... ― As palavras lhe faltavam ao lembrar os olhos cerrados de Christopher no carro.

― E difícil enxergar que ele só foi legal porque você estava fazendo o que ele queria?

― É claro que sim. ― Dulce engoliu com dificuldade, odiando o fato, mas sabendo que era verdade.

― Você vai se machucar, Tab. ― Ele estava quase chorando, e Dulce não estava muito longe disso. ― Você vai se machucar tanto.

― Como você pode ter tanta certeza disso?

― Porque eu conheço ele. Por quê, Dulce? Como você se meteu nessa? E, por favor, não cite o jornal ― eu preciso saber o que aconteceu!

― Ele me ofereceu dinheiro.

― Eu ofereci dinheiro.

― Ele me ofereceu mais.

Christian recusou-se a comprar essa história.

― Dulce eu conheço você tão bem, se não melhor, quanto Christopher. Eu ofereci o suficiente para pagar as dívidas da sua avó e um pouco mais e, mesmo assim, você recusou.

― É muito mais dinheiro do que você ofereceu ― admitiu ela. A vergonha a invadia. ― Muito mais.

Mas Christian resolutamente recusava-se a acreditar nela.

― Ele podia ter oferecido uma coroa de jóias e você teria rejeitado. ― Sentado no sofá, ele olhava pela janela melancolicamente. ― Você o ama, não?

― Isso não tem nada a ver com amor.

― Besteira. ― Ele disse isso com tanta veemência que fez Dulce estremecer. Ver Christian tão zangado era algo com o que ela não contava. ― Você o ama e está esperando que, com o tempo, ele também a ame.

― É claro que não o amo, Christian. Eu mal o conheço. ― Mas a incerteza na voz de Dulce era perceptível até para ela mesma.

― Isso não impediu que dormisse com ele ― ressaltou Christian rudemente. ― Só me diz o que está acontecendo entre vocês dois, Dulce? E não me venha com essa história de dinheiro; eu não vou acreditar nisso.

― Existe uma atração ― admitiu Dulce lentamente, incerta de como explicar o que ela não podia admitir nem para si mesma. ― Mas eu não sou estúpida o suficiente para acreditar que alguém pode sobreviver só de sexo. E muito dinheiro, Christian. Vai mudar a minha vida. Eu posso abrir a minha escola de dança. Sim, você me ofereceu casamento. Mas, Christian, quanto tempo isso teria durado? Quanto tempo antes que nós fôssemos descobertos? Ao menos dessa forma...

danivondy: continuando...