Fanfic: NOIVA DE ALUGUEL | Tema: vondy

O copo de algo denso, gelado e delicioso apareceu em frente a Dulce e ela deu um gole, agradecida. Somente com o arder dos olhos e a sensação de calor quando a bebida bateu no estômago Dulce percebeu que o drinque não era tão inofensivo quanto parecia.
O almoço foi um inferno. O homem que se sentou ao lado dela no pátio estava realmente transbordando de raiva, nem um traço de azul nos olhos.
Se alguma vez Christopher tivesse estado mal-humorado e enervado, aquilo só tinha sido um ensaio. A série que tinha se seguido na volta a casa foi de proporções tão absurdas que provavelmente valiam uma menção no jornal das seis horas, em algum lugar entre as notícias sobre mísseis e guerra urbana.
E de uma maneira perversa, Dulce tinha gostado daquilo.
Ela gostou de que Christopher Uckermann não era tão controlado assim, que por baixo daquele implacável e impiedoso escudo batia um coração, e contestar suas bravuras sexuais o fazia sangrar. Sem dúvida o fato de Christopher ser o melhor amante que Dulce já tinha imaginado não merecia nem ser mencionado; por que acabar com uma coisa tão boa? Ela podia lidar com a fúria de Christopher, embora soubesse que sairia mais machucada.
Quando o almoço terminou, Christian já tinha desistido do vinho e passado para o uísque ― assim sobrou mais para Marjory. Só Christopher continuou na água mineral. Os olhos nunca deixando os de Dulce, fazendo-a ficar vivamente atenta a cada colherada que descia como lixa pela garganta.
― A essa hora amanhã vocês já serão marido e mulher ― disse Marjory radiante. ― Eu aposto que você está excitadíssima, Dulce.
― Eu não apostaria nisso ― disse Christopher com a voz arrastada. ― Ao que parece, a expressão pode iludir. Não pode, querida?
Felizmente, o humor sombrio e traiçoeiro era sutil demais para a família, que continuava sorrindo enquanto Dulce encostava-se ainda mais na cadeira.
― Bem, eu não sei quanto a você... ― A voz de Marjory parecia estar vindo para Dulce através de um denso nevoeiro. ― ... mas eu vou dar uns mergulhos na piscina. Quer ir comigo, Dulce?
― Eu adoraria ― respondeu Dulce em um falso tom de voz. ― Mas vou só olhar da beira da piscina. Eu comi tanto que sem dúvida afundaria como uma pedra.
Deixando-se cair pesadamente em uma imensa cadeira de sol, ela estalou os dedos impacientemente para um dos empregados que lhe serviram outra bandeja com drinques. Dulce sacudiu a cabeça quando a bandeja passou por ela.
― Para mim não, obrigada. Eu gostaria de uma água mineral, por favor.
― Você parece Christopher. Ele e sua água mineral. Vamos, Dulce! Beba algo direito.
― É melhor não. ― Uma língua enrolada era a última coisa que ela precisava nesse momento. ― Eu não sou uma grande bebedora. E quero estar nas melhores condições para o casamento.