Fanfic: Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy

Christopher pensou o dia inteiro em como ir falar com ela. Tinha receio de se aproximar dessa Dulce; ela o impulsionava a machucá-la, e ele não podia perder o controle. Não com ela. Mas por fim veio a queixa da perna de uma cadeira quebrada, o que levou Nina a torcer o pé, e ele teve que ir. Parou na porta do antigo quarto dela e tentou abrir. Trancada. Ele bateu.

Christopher: Dulce, abra. – Ordenou, batendo na porta. Dulce, que estava deitada lendo um dos seus antigos livros, ergueu os olhos.

Dulce: Só um instante, senhor. – Ele revirou os olhos. Ela fechou o livro, pondo-o de lado, e procurou seu hobbie. O vestiu e amarrou, ele ia até os tornozelos e tinha manga cumprida. Quando ela abriu a porta ele viu o hobbie, e respirou fundo.

Christopher: Preciso falar com você. – Ela ergueu as sobrancelhas.

Dulce: Sim, senhor. – Disse, saindo. Mas ele segurou a porta do quarto.

Christopher: Aqui. – Ordenou. O olhar dela era frio.

Dulce: Como preferir. – Disse, voltando pro quarto. Ela entrou e ouviu a porta se fechar atrás dela – Posso ajudar em algo?

Christopher: Sabia que Nina teve que imobilizar a perna?

Dulce: Eu soube. – Disse, despreocupada – Quer que eu cuide dela? – Se ofereceu, com um toque de deboche na voz.

Christopher: O que pretende, matá-la? – Perguntou, exasperado.

Dulce: Interessante como nossas conversas ultimamente sempre tendem pro assunto “morte”. – Comentou consigo mesma.

Christopher: Ela fez cumprindo ordens minhas. Ataque a mim. – Dulce ergueu a sobrancelha.

Dulce: Você é sozinho. As pessoas ou te respeitam, ou te temem. Sem amor, ou amizade. Está só. Não há castigo pior que esse, eu não tenho nada a fazer por ti. – Disse, cruzando os braços.

Christopher: Você não pode estar assim por um bebê que você só percebeu que o tinha quando o perdeu, por Deus. – Disse, exasperado.

Dulce: Não estou assim pelo bebê. Eu não cheguei a amá-lo, a dor da morte dele foi mais frustração que dor em si. – Disse, e passou a mão no cabelo – Estou assim porque confiava em você. O que está doendo é o que você me fez, não o bebê. Eu vou ter filhos, senhor. Com o homem certo. Já tu… - Ela deixou a frase em aberto.

Christopher: O que quer que eu faça, que peça desculpas?

Dulce: Confiança é como um cristal. Uma vez quebrada não há volta. Eu te amava tanto que teria ido embora com meu filho, só para não lhe ser infortúnio. Eu me esconderia onde só tu pudesses me encontrar, assim ninguém saberia. Mas você o matou.

Christopher: Dulce, por favor… – Pediu, se aproximando. Ela o encarou, o olhar distante. Christopher tocou o rosto dela com a mão, traçando sua maxilar com um dedo. Ela continuou quieta – Cariño, sabe que eu nunca quis lhe fazer mal. Eu não quis fazer isso, também. Por favor, tente entender, tente ver pelo meu ponto de vista. Eu nunca machucaria você propositalmente. Se fiz o que fiz foi porque não tive escolha. Me perdoe. – Disse, pondo o cabelo dela, lamentavelmente curto, atrás da orelha.

Dulce: Eu já olhei pelo seu lado. Eu entendo. Está perdoado. – Disse, ainda parada.

Christopher: Então porque se porta assim? Se me entende porque me repele? Eu sinto sua falta, meu anjo. – Disse, tocando o rosto dela com a outra mão. – Assim como sentes a minha, ainda que o negues. Eu tenho me afastado para que tua raiva possa passar, mas não melhora nunca, eu não sei como agir. – Disse, a mão abraçando-a pela cintura. Já era natural.

Dulce: Eu o perdôo, mas não confio mais em ti. Por favor, tire as mãos de mim, senhor. – Pediu, encarando-o. Ela viu a frustração faiscar no olhar dele.

Christopher: Pelo amor de Deus, eu estou implorando, pare com isso. Volte a ser a minha Dulce. Eu não me importo com a tua aparência. Se tu o queres assim… – Ele tocou o cabelo dela, ansiando pelos cachos que estavam em seu quarto – Pra mim está tudo bem. Mas volte a ser a minha Dulce.

Dulce: Ela está morta. O senhor a matou. Retire as mãos, por favor. – Insistiu, fria.

Christopher: Não está morta. Está presa. Deixe-a voltar pra mim. – Pediu, e então ela percebeu que podia sentir o perfume do hálito dele. Perto demais. Ele a encarou, como se procurasse algo em seus olhos, e avançou para beijá-la. Seus lábios bateram no cabelo dela, que havia saído dali. Ele respirou fundo. Estava tentando, Deus estava vendo. – Dulce, depois de tudo o que vivemos, me repelir assim chega a ser hipocrisia. – Disse, respirando fundo de novo.

Dulce: Aconteceu, mas não voltará a acontecer. Eu não vou permitir. Estou com nojo das suas mãos, do seu toque. Me causa repulsa. Não acontecerá outra vez. – Ele não a via, mas a voz dela era fria. – A não ser que me forces. Tem esse poder. Use-o, se preferir.

Christopher: Dulce… – Interrompido.

Dulce: Senhor, se não se incomoda, eu tenho trabalho a fazer amanhã. – Ela caminhou até a porta, abrindo-a – Então se não tiver mais nada a me dizer, ou nenhuma ordem a dar, eu peço sua licença. – Disse, fria.

Christopher se controlou até ali. Mas mandá-lo sair era ousadia demais, audácia demais. Ele virou o rosto, vendo-a parada, segurando a porta.