Fanfic: Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy

Alfonso ergueu as sobrancelhas, e ela assentiu. Dulce a essa hora estava em pânico, mas nenhum dos dois falou nada. Foi então que o olhar de Christopher recaiu sobre o dela. Ela fez sinal, chamando por ele, que pediu licença, se retirando. Algo era diferente hoje: Ele usava preto. A camisa, o colete, tudo. É, era aniversário de Bia.
Christopher: Queres permissão para que?! – Perguntou, no corredor, em tom baixo e incrédulo.
Dulce: É aniversário dela! – Lembrou, exasperada.
Christopher: E quer que eu dê permissão para fazer uma festa comemorando o dia em que a mãe dela morreu? – Perguntou, debochado e irritado.
Dulce: Não, quero permissão para que ela comemore o dia em que ela sobreviveu! – Rebateu, e em seguida respirou fundo. Bater de frente com Christopher nunca funcionava. – Bia não consegue andar. Não tem mãe. Ainda assim ela é adorável, ela sorri e ela é amável, ela sobreviveu a tudo o que lhe ocorreu com o rostinho erguido. – Christopher estava impaciente – Por mais que lhe doa falar sobre isso, assim é. Crianças normais tem uma festa e presentes no dia do seu aniversário. Crianças normais. Porque Bia, que é tão especial, não pode ter?
Christopher: Dulce…
Dulce: Não quero dar uma festa. Você nem precisa ir. – Insistiu – Me permita apenas levar um bolo, alguns doces, essas coisas que crianças gostam. Comemorarei com ela sem fazer algazarra alguma. Irei até a vila e trarei dois presentes, ou três, levarei tudo pro quarto e estaremos de portas trancadas, apenas para que ela se sinta feliz. – Ele ficou calado – Não a prive disso. Christopher, por favor. – Pediu, entregando todos os argumentos que tinha.
Ele ficou em silencio por um minuto. Ia contra todos os seus instintos qualquer tipo de alegria no dia em que Rubi se fora. Mas por outro lado o que Dulce dizia era verdade. Ele nem nunca visitara Bia no dia de seu aniversário.
Christopher: Tem minha permissão. – Concedeu, em voz baixa. Dulce sorriu.
Dulce: Obrigada. – Ele assentiu, quieto. Dulce podia sentir o peso da dor sob seus ombros. Não seria um dia fácil.
Ela caminhou até a porta da sala onde estavam, fechando-a, sob o olhar dele. Voltou e o abraçou pelos ombros, lhe beijando. Sentiu as mãos dele em sua cintura, apertando-a durante o beijo, e lhe acariciou os cabelos. A verdade era que Christopher ainda era em demasiado jovem e já havia sofrido demais, ainda tendo uma guerra sob as costas.
Dulce: Eu amo você. – Murmurou, nos lábios dele, e abriu os olhos pra se debater com os olhos dele perto demais dos seus, em um mudo “eu também”.
Dulce beijou mais uma vez, levemente, e deu as costas, saindo. Christopher a observou sumir pela porta, e passou a mão no rosto enquanto se perguntava: Haveria alguma coisa que ela pedisse que ele seria capaz de negar?
Durante as horas que se seguiram nada se soube nem nada se ouviu sobre Dulce ou Bia. Por um instante Christopher teve receio de que Dulce fizesse realmente uma festa, com musicas e risos, mas logo ele afastou essa hipótese da cabeça.
Confiava nela. Se ela dissera que não criaria tumultos, então ele acreditava.
Robert: Christopher? – Chamou, e Christopher virou o rosto – Onde estava?
Christopher: Lugar nenhum, apenas tive um lapso. Perdão. – Disse, e suspirou em seguida. Qualquer coisa que pudesse ter sido dita foi abafada pelo que ocorreu.
Kristen: Anahí ! – Disse, alegre, entrando na sala. Anahí, que estava a um canto conversando com o marido, virou o rosto. Em seguida sorriu: Uma fileira de dentes brancos, alinhados, com aparência de serem afiados. O tipo de sorriso que ao mesmo tempo é deslumbrante e assustador.
Anahí: Kris. – Respondeu, fazendo a volta pela mesa até alcançar a outra, abraçando-a delicadamente.
Acontecia que Kristen tivera um mal estar durante a manhã, então só vira os outros agora, Anahí inclusa. Depois de tanto se corresponderem era como se fossem melhores amigas. Christian chegou logo em seguida.
Christian: Perdoem a demora, eu… Ora, Kristen. – Cumprimentou, com um gesto sutil da cabeça, e Kristen sorriu.
Anahí: Onde está Maite? –Alfonso observava os gestos da mulher com um sorriso que quase exalava orgulho no rosto.
Christian: Ficou no quarto… Ei! – Ele chamou um criado no corredor. O criado largou o que tinha imediatamente e veio atender, de olhos baixos – Vá até meus aposentos, diga a Maite que Anahi e Kristen estão aqui. – O criado assentiu e saiu.
Robert: Se sente melhor? – Perguntou, se aproximando de Kristen. Ele apanhou o rosto dela entre as mãos e ela sorriu, assentindo. – Avisei para não apanhar tanto sol ontem. – Ralhou.
Kristen: Não apanhei tanto sol. É inverno. – Brincou, e ele sorriu.
Observar aquele grupo reunido era meio desconcertante. Parecia haver algo suspenso no ar, algum mistério… Começando pelos olhos, cada um de uma cor impactante: Anahi Portilha e seu olhos cor de mar, Christian com os seus da cor de topázio e Robert com os olhos cor de água. O próprio olhar que trocavam parecia haver algum segredo seguramente guardado. Seguia pelas posturas dos corpos, todos muito eretos e flexíveis, terminando pela cor da pele. Principalmente a cor da pele. No topo ficava Anahi Portilla, tão branca que parecia impossível, parecia que ela nunca havia se exposto ao sol, e não fosse ofensivo quase como alguém sem vida, cujo sangue já não corava os tecidos. Logo depois vinha Christian, também branco, porém não como Anahi. Era outro que parecia nunca corar. Então vinha Robert, que não ficava quase nada atrás de Christian. Era… Desconcertante. Alfonso desviou os olhos de Anahi um instante, vendo Christopher que observava a cena com o olhar longe. Christopher era o único desparelhado ali.