Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Perco a noção de quanto tempo ficamos abraçados daquele jeito. Ele, por ora, virava um pouco o seu rosto para esfregar a ponta do seu nariz pela lateral da minha nuca, entre os meus cabelos. Eu fiquei com o meu olhar fixo na cidade embaixo de nós. Acho que sei o meu problema. Eu tenho medo. Medo de ter que encarar muitas pessoas e propor mudanças pra minha vida. Ao mesmo tempo em que não quero perder a solidez que o Otto me proporciona, também não quero perder essa adrenalina e emoção que é viver ao lado do Jaime. Fecho os meus olhos suspirando ali baixinho e por fim, ao abri-los, vou soltando os meus braços do pescoço dele. Ele faz o mesmo com a minha cintura e assim consigo inclinar o meu tronco pra trás, voltando a ficar com o meu rosto rente ao dele. Ficamos com as cinturas grudadas. Digo baixinho.

Angélica: Eu não consigo pensar direito estando tão perto de você. Eu fico me sentindo uma adolescente que não sabe o que quer. Preciso voltar pra casa, voltar pra LA e decidir com calma sobre tudo isso. Não é uma coisa simples pra decidir agora. Aqui. – Ele me olhava e às vezes caia o seu olhar pros meus lábios.

Jaime: Tudo bem. Já disse que não vou mais ficar te pressionando! Só quero que você me responda se acreditou nas coisas que eu te disse hoje? Porque não adianta nada você voltar pra lá, ainda achando que eu minto pra você. – Trago aos poucos as minhas mãos pros seus ombros, as escorregando pro seu peitoral.

Angélica: Você sabe o que eu não acredito! Mas, o resto que me disse, eu acreditei. – Acabo abrindo um sorriso bobo ao ter breves lembranças dos seus dizeres durante essa noite. Ele foi maravilhoso com as palavras. Sempre sabe exatamente o que me dizer pra me deixar sorrindo boba assim por ele.

Jaime: Isso que importa pra mim. – Ele acaba sorrindo também. E volta completar rapidamente sua frase como se tivesse lembrando de algo: Ah...Seus beijos também. Claro. Eles importam muito. – Ele diz isso com uma expressão divertida em seu rosto. Isso me faz rir enquanto ele prendia seus braços firme envoltos da minha cintura novamente. Meu corpo encosta completamente no seu com os meus seios ficando no vão do seu pescoço, por isso, ele tem que inclina-lo para cima para me olhar. Com isso, deslizo as minhas mãos pros seus ombros e as deixo apoiadas ali. Por outro lado, eu inclino o meu rosto pra baixo, ficando com nossos rostos bem próximos. Por isso, digo baixinho.

Angélica: Tão lindinho! – Ele ri trazendo seus lábios de encontro com os meus. Mais uma vez, ao inclina-lo, introduz sua língua por dentro da minha boca e assim iniciamos outro beijo. Foi um beijo mais calmo. Ele estava disposto respeitar a minha consciência. E ela agradecia muito ele por isso. Por mais que esteja fazendo tudo errado, não deixo de corresponder ao seu beijo. É impossível.

Tiro as minhas mãos dos seus ombros e apoio ali meu braços, dobrando-os para alisar seus cabelos com as palmas das minhas mãos. As deslizava desde a metade da sua cabeça pra baixo, em direção da sua nuca. Fazia isso enquanto nossas línguas se entrelaçavam. Ele aos poucos frouxa seus braços da minha cintura e abre as mãos em minhas costas. A alisa com uma certa firmeza, pressionando os seus dedos por toda aquela região, apertando meu corpo contra o seu. Toda essa atmosfera era embriagante. Essa forma que ele me tem em seus braços e aqui, na nossa torre, no nosso ambiente, torna tudo único. Ele tem esse poder de me fazer esquecer-se de tudo. Desde os meus pensamentos até o lugar em que estávamos. Nessas horas não me importa nada e muito menos ninguém. Estou me lixando se alguém visse. Pelo menos me viria feliz.

E é feliz assim que termino o beijo com selinhos bem demorados, não querendo desgrudar meus lábios dos dele. Ele percebe que esses selinhos ficam intermináveis e começa a rir entre eles enquanto tira as suas mãos das minhas costas e as leva rapidamente na lateral do meu pescoço, segurando o meu rosto bem firme, o puxando pra si. Com isso, volta a me beijar com a sua língua explorando toda a minha boca. Isso me faz soltar uma risada baixa e abafada pela sua boca. E claro. Correspondo ao seu beijo quantas vezes forem necessárias hoje.  Ele desliza uma das suas mãos pra minha nuca, enfiando seus dedos pelos meus cabelos até segurá-la firme, não deixando nossos lábios se desencostarem. Isso torna o beijo mais intenso. Decido parar o beijo novamente antes que tudo isso me faça fazer algo que me fará arrepender mais ainda amanhã cedo. Por isso, trago as minhas mãos pras laterais dos seus braços e aperto aquela região com as pontas dos dedos, forçando um pouco o meu corpo pra trás. Escuto seu murmuro com um tom desapontado, mas solta a minha nuca, deixando essa mão cair pro meu braço. Agora termino o beijo com selinhos rápidos, logo afastando meu rosto para olhá-lo.

Angélica: Vamos. Me leva embora agora por que amanhã tenho que acordar cedo. – Ele mantinha seus olhos em mim. Sempre sorrindo pra terminar com as minhas estruturas de uma vez. E eu sorrio já involuntariamente para ele.

Jaime: Ta bom! Só porque também tenho que acordar cedo. Afinal, porque a gente não conversou sobre nossos voos? – Ele questiona enquanto descia suas mãos pelos meus braços até chegar a minhas mãos onde as segura.

Angélica: Porque eu pensei que vinha com “ela”. – Faço uma careta ao me referir a Heidi. Ele ri e eu aproveito para dar breves passos pra trás, puxando o seu corpo junto comigo para desencostar do parapeito. Ele o faz. Ficando em minha frente.

Jaime: E eu pensei que vinha com “ele”. – Ele faz exatamente a mesma careta e é impossível não rir. Pra variar, é maravilhosa essa sensação das nossas risadas se misturando.

Angélica: Já fomos melhores nas nossas comunicações, hein? – Digo isso já virando o meu corpo e caminhando em direção ao elevador. Continuo segurando firme uma das suas mãos e puxando o seu corpo atrás de mim. Ele me acompanha.

Jaime: Já fomos melhores em muitas coisas. O exemplo disso é olhar o horário que estamos indo embora. Nem estou reconhecendo a “Julia”que tem dentro de você, Angie. – Solto uma gargalhada que ecoa por toda aquela região da torre ao escutá-lo mencionar o nome de uma personagem que fiz para a série “Mujeres Asesinas”. Rapidamente levo a minha mão livre na tentativa de abafar o meu riso. Confesso que devo ter ficado vermelha, mas mesmo assim, viro o meu corpo para olhá-lo ao conseguir parar de rir.

Angélica: Não sabia que tinha assistido. – Ele sorria quando da dois passos mais rápidos que eu, voltando a passar firme seus braços envolta da minha cintura ao soltar a minha mão. Força seus braços pra cima e dessa forma me tira do chão, andando comigo assim. Tenho que me segurar firme em seus braços. Nesse momento a região dos seus braços ficam bem duras pela força dos músculos.

Jaime: Até parece que perco algum trabalho seu. – Ele matinha seu olhar no meu, facilitando por estar nessa posição em seus braços, pois meu rosto ficava praticamente rente ao dele.

Angélica: Posso te contar um segredo? – Ele continuava a andar em direção ao elevador desse jeito. E em resposta a minha pergunta, movimenta positivamente a sua cabeça. Então, inclino o meu rosto em direção a sua orelha, forçando um pouco o meu tronco pela posição em que estava e ao encostar com os lábios na sua orelha, digo bem baixinho: A cena da cozinha, com o Éfren, me fez lembrar a gente! – Ele me solta após escutar o que digo em sua orelha e percebo que estamos na porta do elevador. Me põe aos poucos no chão e ao fazê-lo, volta a me olhar nos olhos. Estava tenso quando começa a dizer.