Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

A música acaba e não demora muito para o farol abrir. Acabo soltando uma risada baixa de nervoso. Como tudo está diferente, parece que é a primeira vez que to passando esses momentos ao lado dele. Ele sorrindo volta a prestar atenção na rua e continua dirigindo em direção à casa de minha mãe. Ficamos em silêncio novamente, apenas escutando a próxima musica que começou a tocar. Acredito que se alguém falasse, estragaria toda essa atmosfera que esta dentro desse carro. Eu não consigo parar de sorrir. Viro o meu rosto ainda encostado no banco para olhar pela minha janela. As ruas estavam praticamente desertas. Já deveria ser bem tarde. Mas, por mais vazio que estivesse lá fora, aqui dentro, eu estou totalmente completa. Meus olhos pesam e os fecho por alguns instantes.

Contraio meu ombro com o incomodo que sinto nele. Este incomodo passa, mas em seguida volta a me incomodar. Demoro para perceber que era Jaime dando breves beijinhos na lateral do meu ombro. Pisco os olhos bem lentamente. Viro meu rosto aos poucos para olha-lo e ele estava sorrindo, bem próximo de mim. Não estava mais dirigindo, pelo ao contrário, estava com o carro parado e sem o seu cinto. Olho ao redor. Estamos na frente da escada principal da entrada. Nossa. Eu estava tão tranquila e tão relaxada que acabei dormindo. Ao perceber, acabo sorrindo largamente para ele que logo me diz.

Jaime: Você não faz ideia de quantas vezes tive que pensar se realmente te traria pra casa da sua mãe ou pra minha. Não queria ter que te acordar. – Ele traz uma das suas mãos pra lateral do meu rosto, e acaricia minha bochecha com a ponta do seu polegar. Bem lentamente. Sem deixar de me olhar nos olhos. Eu suspiro, finalmente acordando. Digo baixinho, com a voz um pouco rouca.

Angélica: Desculpa! Acho que só depois que consegui relaxar que percebi o quanto estava cansada. – Eu viro um pouco o meu rosto e dou um breve beijinho na sua mão que faz carinho em meu rosto. Ele sorri mais. Me desconcentrando.

Jaime: Gosto de te ver assim... Tranquila! – Agora ele encaixa seus dedos na minha nuca enquanto o polegar continua acariciando a minha bochecha. Isso deixa o meu rosto um pouco tenso, pois se movimenta de acordo com a sua mão.

Angélica: Vamos ver até quando fico tranquila desse jeito... – Levo minha mão de encontro com a sua que está fazendo carinho em meu rosto, e ali a deixo apoiada por cima da dele. Deslizo a ponta dos dedos pelo seu braço até chegar na metade do mesmo. Acariciando sua pele.

Jaime: Antes de sair, quero que me prometa que não vai esquecer de tudo que eu te disse hoje e que realmente vai pensar. – Ele me olhava firme nos olhos e eu correspondia. Respondo apenas movimentando a minha cabeça positivamente. Tava com medo de prometer alguma coisa e mais pra frente não conseguir cumprir. Não gosto muito de promessas, na verdade. Elas acabam te pressionando a tomar decisões precipitadas.

Por ele saber disso, se contentou com o simples movimento do meu rosto. Em seguida, pressionou os seus dedos em minha nuca, aproximando o meu rosto do dele. Eu inclino um pouco o meu corpo pra frente para conseguir fazê-lo. Com os rostos bem próximos, fico com o meu olhar fixo em seus lábios e percebo que ele faz o mesmo. Nossas respirações se misturavam quando eu esfrego suavemente e bem lentamente meus lábios pelos dele. Ele fecha seus olhos e eu também o faço quando introduzo a minha língua na boca dele. Era isso. Poderia ser a última vez, a última noite que beijava o Jaime. Não sei o que aconteceria amanhã, ainda mais se referindo a minha consciência. Não sabia como as coisas seriam ao chegar em LA.Não sabia como seria voltar a minha vida normal, sem ilusões. Não sabia como seria ver o Otto novamente. Não. Não vou pensar nisso e no Otto agora. Quero aproveitar esse beijo. Nem que seja a ultima vez que o faço.

Com esse pensamento, levo a minha mão na lateral do rosto do Jaime e da mesma forma que ele, encaixo os meus dedos na sua nuca, com o meu polegar acariciando sua bochecha. Deslizo esse polegar até a sua orelha onde também acaricio enquanto minha língua esfregava na língua dele. Sinto seu gostinho que tanto adoro invadir a minha boca e isso sempre me faz suspirar. O Jaime tira sua mão do meu rosto. A desce pela lateral do meu braço ate chegar por cima de uma das minhas coxas. A aperta firme com as pontas dos dedos, alisando aquela região em seguida com a palma da mão. Volta a apertar e a alisar em seguida. Faz esses movimentos bem lentamente. E é bem lentamente também que paro o beijo com selinhos até separar nossos lábios de uma vez. Não afastamos nossos rostos. Ficamos com as pontas dos narizes brevemente encostadas. Ele tira sua mão da minha coxa e a coloca novamente em meu rosto, segurando-o.

Jaime: Isso não foi uma despedida... Eu sei! – Ele diz com a voz baixa e rouca. Sua respiração bateu firme em meus lábios com essa frase. Isso me fez abrir os olhos e afastar aos poucos nossos rostos. Não sorrio e não digo nada. Não quero falar besteira. Não quero aumentar esperanças que podem não acontecer. Fico o admirando por alguns instantes com o seu rosto vagamente perdido na escuridão da noite. Por sorte, o jardim de entrada é bem iluminado e a escada atrás do seu corpo também. Mas, não é a mesma coisa do que enxerga-lo na luz do dia.

Angélica: Nos falamos, tudo bem? Agora preciso entrar. To cansada. – Ele consente com a cabeça e vira o seu corpo para abrir a sua porta. Sai do carro e eu acompanho os seus movimentos com o olhar, dando a volta pela frente do carro até chegar ao lado da minha porta e abri-la. Não discuto mais com ele sobre essas coisas. Ele gosta de fazer isso. Então, deixo que o faça.

Ele estende a sua mão após abrir a porta e eu a seguro firme, dando uma respirada funda antes de sair. Saio com a sua ajuda ao me puxar e com a sua mão livre, fecha a porta depois que saio de dentro do carro. Estava de frente pra ele novamente. Com o meu rosto inclinado pra cima para olha-lo e o dele para baixo. Ele acariciava a minha mão que segurava. Ficou me olhando nos olhos, mas logo seu olhar caiu pro resto do meu rosto até parar em meus lábios. Sorrio ao fazer isso. Ele me deixa sem jeito ao fazer isso. Ele, por sua vez, também sorri. Isso é bom, porque quero guardar esse sorriso maravilhoso e encantador que só ele tem. Não sei quando vou conseguir ver esse sorriso tão perto novamente. Estou confusa, tenho um monte de coisa para pensar. Por isso, digo.

Angélica: Boa viagem amanhã... – Deixo a frase largada no ar, porque não sabia o que lhe dizer. Eu até sabia, mas não podia dizer-lhe. Minha vontade era dizer que me procurasse na primeira oportunidade que tivesse, mas não posso e não devo fazer isso. Ele espera por alguns instantes pra saber se teria continuação da minha fala e ao perceber que não, responde.

Jaime: Você também, pequena! – Inclina seu rosto e da um beijo demorado em minha testa, bem no começo do meu cabelo. Sorrio. Afasta seu rosto e ao fazê-lo, leva a minha mão que estava segurando rente ao seu rosto, onde a beija também. Me olha nos olhos e continua: Te quiero mucho! – Ele beija a minha mão novamente e a leva em seguida ao lado do meu corpo, soltando-a.

Aproveito para afastar do seu corpo. Viro e dou a volta pela parte de trás do carro, caminhando para a escada. Seguro o tecido do meu vestido na altura das minhas coxas e o puxo para cima, facilitando para subir. Sinto que seus olhos acompanhavam cada momento que fazia até chegar a frente à porta principal. Dessa vez, decido virar o rosto para olha-lo e ele realmente estava me olhando. Já estava com o seu corpo ao lado da sua porta. Sorri pra mim. E eu sorrio de volta. Com a imagem do seu sorriso em minha cabeça, viro o meu rosto pra frente e abro a porta. Passo por ela e a fecho atrás de mim. Encosto meu corpo junto com a minha cabeça na porta, deixando as minhas mãos ao lado de mim.

Angélica: Uau! – Suspiro. Desencosto da porta e caminho decidida para o meu quarto. Passo pela sala principal, sala de jantar, entro pela primeira porta e chego ao corredor que em seguida me leva para o meu quarto.