Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Estava tomando o meu café da manhã quando Otto já estava saindo para o trabalho. Ontem, depois daquela conversa, ficamos em casa mesmo e pedidos algo para comer. Não tocamos mais no assunto do divórcio. Contei pra ele com mais detalhes sobre a minha viagem, claro que ainda pulando certos momentos. Ele por sua vez, me contou como foram os dias na minha ausência. Ainda não toquei no fato de tê-lo visto aqui em casa ontem naquela hora em que cheguei de viagem. Seria muita informação pra um dia só. Resolvi conversar com ele sobre isso quando achasse o momento certo. E hoje de manhã, ainda não era esse momento.

Paula estava toda prosa comigo. Conversamos desde o momento que a vi hoje de manhã. Depois de tomar meu café fiquei horas com ela na cozinha conversando sobre tudo que aconteceu. Eu me sentia muito bem ao lado da Paula e por mais que ela fosse nova em casa, sentia que podia confiar nela. Da mesma forma que contei sobre o meu final de semana para o Otto, contei pra ela também. Também pulando partes que não eram necessárias pra ninguém ficar sabendo além da minha mãe e da minha consciência. Ela me fez varias perguntas. Todos tinham muitas curiosidades sobre como os atores eram na vida real. Como foi gravar com eles. Como eram feitas as gravações. O que acontecia nos corredores da Televisa. Nunca tinha tido essa conversa com ela. E contei tudo que podia contar.

Deixei ela suspirando na cozinha e toda contente com as fofocas que contei pra ela na época da novela. Caminho em direção à sala para fazer um telefonema. Chego perto da base do telefone para pegá-lo, e ao fazê-lo, sento em uma das poltronas enquanto disco o número. Ligo para a minha assessora. Ela sempre me ajudou a cuidar da minha carreira. Não sou muito de depender das pessoas, mas ela já facilitou muitas coisas para mim e tenho certeza que me ajudaria nesse momento em que pretendo voltar a trabalhar. Depois de tocar por alguns instantes, ela atende.

Marta: Onnlá, mi reina. – Solto uma risada com o seu jeito “Lety” de falar. Ela é uma pessoa muito divertida. Sempre pra cima e que sempre demonstrou que para ela, a Lety foi meu melhor trabalho. E eu concordo. Paro de rir para respondê-la.

Angélica: Oi, lindíssima. Que saudade de você... – Sorrio no telefone. Conversamos em seguida sobre tudo que tínhamos nos acontecido desde o nosso ultimo contato. Não faz muito tempo. Foi dias antes de eu receber o telefonema da televisa sobre o convite para estar presente no dia da homenagem. Eu queria muito tê-la levado, mas ela estava na Europa. Não teria como vir. Depois de termos nos atualizado sobre a vida de cada uma, ela volta.

Marta: Mas, a que devo a honra do seu telefonema? Aconteceu alguma coisa? – Ela demonstrou uma certa preocupação em sua voz. Sorrio.

Angélica: Não. Não aconteceu nada demais. – Mentira. Mal sabe ela as coisas que aconteceram. Enfim, continuo: Na verdade, eu queria sua ajuda.

Marta: Estou as suas ordens. Me diga. O que precisa? – Tenho poucas pessoas na minha vida que estão dispostas a me ajudarem em plena terça feira quase na hora do almoço.

Angélica: Então, to pensando em voltar a atuar. Preciso que divulgue isso pra mim para alguns diretores e escritores. Quero fazer algo. Não aguento mais ficar parada. – Essa noticia a chocou. Ela citou em seguida o fato das minhas tentativas de engravidar. Novamente, voltamos a conversar sobre nossas vidas. Agora, tive que contar tudo que estava acontecendo e tudo que aconteceu entre mim e Otto esses dias e ontem. Ela me escutava com atenção e às vezes fazia certas perguntas. Depois de explicar tudo pra ela, continua.

Marta: Bom... Você sabe que é uma atriz, cantora, dançante, comediante e afins, fantástica. Trabalho é o que não vai faltar pra você! Vou falar com as minhas fontes pessoais e conforme forem chegando as propostas de trabalho, te mando por email, combinado? – Eu sorrio feliz. Era tudo que estava precisando pra voltar completamente mudada para LA depois dessa viagem pro México. Fico até ansiosa pra que essas propostas cheguem o mais rápido possível. E claro, está mais do que combinado. Nos falamos por mais alguns minutos e logo desligamos.

Continuo sorrindo feliz. Só de pensar na hipótese de voltar a atuar, voltar a trabalhar com algo que sou completamente apaixonada, já me deixa muito feliz. Continuo segurando o telefone e preciso contar isso pra alguém. Disco rapidamente o telefone da minha mãe que rapidamente é atendido pela Ana do outro lado da linha. Conversamos rapidamente e em seguida ela disse que a minha mãe tinha saído. Pedi para que ela me ligasse quando voltasse. Claro que ainda não estava satisfeita. Precisava dizer para alguém. Abaixo o meu rosto e fixo meu olhar em minha mão segurando o telefone. Queria muito compartilhar isso com o Otto, mas tenho certeza que ele não entenderia essa felicidade porque ele nunca atuou. Não sabe como é estar em frente de câmeras ou em cima de um palco. Eu posso dizer para ele quando chegar em casa. Por isso, disco outro número. Não demora muito e atendem.

Jaime: Agora eu entendo a sensação de ser surpreendido. – Eu não sabia que podia sorrir mais nesse momento, mas depois de ouvir a sua voz bem firme contra a minha orelha, percebi que ainda podia sorrir mais. E pra piorar, estava sorrindo boba. Já estava com saudade da voz dele. Af.

Angélica: Não se acostuma! – Ele ri baixo do outro lado da linha. Inclino o meu corpo pra trás e acabo apoiando a minha cabeça no sofá. Fico toda aconchegada ali. Continuo: Quero te contar uma coisa.

Jaime: Diz que é sobre um dia que a gente vai poder se ver novamente... – Ele deixa a frase solta no ar. Querendo que eu confirmasse o que dizia. Eu rio baixo.

Angélica: Não... Não! Liguei para a Marta e ela vai conseguir mandar o meu interesse em voltar a atuar para alguns diretores e escritores. – Parava de rir enquanto lhe contava. Solto um suspiro, fechando os meus olhos por alguns instantes, digo em seguida: Estou tão feliz. – E realmente estava. Com essa notícia. Com a voz do Jaime.

Jaime: Eu gosto de te ver feliz, pequena. – Não via, mas sabia que ele estava sorrindo do outro lado da linha. Isso me fez sorrir mais. Se fosse possível.

Angélica: Eu devo boa parte dessa minha decisão de correr atrás disso a você. Sabe disso! – Abro os olhos novamente, agora olhando fixamente o teto da sala. Sem deixar de sorrir.

Jaime: Eu só quero seu bem, por isso insisti para que pensasse sobre tudo que te disse naquele jantar. E o que o Otto te disse? – Percebi agora que ele estava caminhando, pois o vento ao bater no celular, causava um breve chiado.

Angélica: Eu ainda não liguei pra ele. – Essa sua pergunta me fez sentar normal no sofá novamente. Volto com o olhar pra baixo, mirando a mesa de centro da sala.

Jaime: Ahhh, então quer dizer que esta contando primeiro pra mim? – Ele sorria. Isso me faz lembrar do seu sorriso que me faz abrir um sorriso. Além que a sua pergunta e o jeito que a pergunta, me faz rir. Eu estava transbordando em sorrisos e risos. Meu Deus. Que controle é esse que ele tem sobre mim até pelo telefone?

Angélica: Não senhor. Tentei falar com a minha mãe, mas ela não estava em casa. – Não ia ceder a ele tão cedo. Muito menos sabendo que ele ficaria se achando por isso eternamente.  Escuto sua risada rouca do outro lado e dizendo em seguida.

Jaime: Angie... mãe nunca conta. Não vem com essa! – Nossas risadas se misturam. Meu coração bate forte com isso. Gosto de escutar essas risadas misturadas.

Angélica: Não sei por que ainda to dando bola pra você. Liguei mesmo para te contar sobre isso! – Ele deve ter parado de andar nesse momento, pois o chiado do vento tinha parado. Escuto breves movimentos que faz do outro lado.

Jaime: Saiba que fiquei muito feliz por ter me ligado. Principalmente pelo fato de escutar a sua voz. – Se ele começar a ser fofo assim, eu explodo de felicidade hoje. Por isso, logo o corto.

Angélica: Ta fazendo o que aí, hein? – Eu também estava bem curiosa pra saber o que ele tava fazendo. Confesso.

Jaime: To saindo para almoçar. Tava em uma reunião sobre a série... – Ele para de responder por alguns instantes e escuto breves barulhos de pisadas. Com certeza estava subindo em uma das suas trocentas motos. Volta a dizer: E olha, não é só porque eu fui muito legal em te dar uns beijinhos que você pode vir com esse seu jeito lindo toda curiosa saber o que to fazendo. – Ele sorria novamente. E eu rio. É assim. Pareço uma idiota fazendo esse ciclo de sentir que ele sorria e eu rir.