Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Bom. Não posso ficar sorrindo a ato o resto do dia nesse sofá e nessa sala. Decido levantar dali e pelo caminho para voltar à cozinha, deixo o telefone na sua base. Entro na cozinha e caminho até ficar ao lado da Paula. Conversamos mais um pouco enquanto a ajudo terminar o almoço. Eu adoro cozinhar. Por mim, eu não teria uma pessoa para que fizesse a minha comida, mas estava tão focada em outras coisas no momento em que a contratei que hoje agradeço por isso. Se eu não a tivesse aqui no momento em que mudados para LA, não sei o que teria acontecido comigo e com o Otto. E agora, acostumamos tanto com ela que já esta tarde demais para dispensa-la. Enfim. Lembrar desse detalhe, me fez questioná-la.

Angélica: Paula, ontem você não veio trabalhar? – Lavava algumas folhas para a salada em frente a pia, deixando a água corrente bater firme sobre elas enquanto viro o meu rosto para olhar a Paula. Ela estava em frente ao fogão, mexendo em uma panela.

Paula: Claro que vim, Dona Angélica. – Ela expressa uma certa confusão em seu rosto como se não estivesse entendendo a minha pergunta. Fecho rapidamente a torneira da pia e viro o meu corpo para olhá-la, deixando as folhas em um recipiente próprio.

Angélica: To perguntando por que ontem eu cheguei de tarde e não estava mais por aqui. Pensei que não tinha vindo. Aconteceu alguma coisa? – Ela suavizou a sua expressão enquanto mantinha firme os seus movimentos na panela, mas estava um pouco receosa.

Paula: Na verdade, o Seu Otto me dispensou mais cedo ontem. – Agora eu que fico confusa e expresso isso em meu rosto. Aproximo um pouco mais do corpo da Paula. Esse assunto estava me interessando mais.

Angélica: Porque ele fez isso? – Observo suas reações com os meus olhos correndo pela lateral do seu rosto. Ela entorta um pouco a boca como se não estivesse com muita a vontade de me dizer. Por isso, continuo: Paula...Eu preciso saber o que aconteceu. Eu que cuido de você aqui e não ele!

Paula: Olha, Dona Angélica... Ta de prova que eu não falei nada. A senhora quem está me perguntando... – Coitada. Ela realmente estava se sentindo mal por fazê-lo. Aproximo um pouco mais dela e apoio a minha mão em seu ombro, dando uma breve apertadinha ali com as pontas dos dedos. Tentando de alguma forma deixá-la contável para me dizer o que estava acontecendo.

Angélica: Não vai acontecer nada com você! – Ela abre um sorrisinho enquanto levou sua mão até o botão do fogo aceso e o desligou. Virou seu corpo da mesma forma que eu e assim ficamos uma de frente pra outra. Com isso tiro a minha mão do seu ombro.

Paula: Depois de fazer o almoço, eu escutei o Seu Otto descer as escadas e entrar em seu escritório. Fiz mais algumas coisas aqui pela cozinha e fui avisá-lo que estava pronto sua comida. Fui então até o escritório e a porta estava entreaberta... – Ela para de falar como se estivesse buscando as palavras certas. Ela quer me matar de curiosidade. Só pode. Em seguida, continua: Ele estava bastante alterado, Dona Angélica. Não sei. Estava estranho. Falava no telefone com alguém. Eu bati na porta e ele ficou um pouco bravo de me ver aqui. Pediu pra que eu fosse embora mais cedo. E eu apenas cumpri ordens. – Ela deu com os ombros. Mantenho firme meus olhos nos dela, tentando assimilar tudo que ela tinha me contado.

Angélica: Mas você conseguiu escutar alguma coisa do que ele tava falando? Ou pelo menos o nome da pessoa com quem ele tava falando? – Ela novamente entorta a sua boca como se não quisesse me contar. Eu cruzo meus braços na tentativa de forçá-la dizer, pois assim mantinha uma pose em que esperava sua resposta.

Paula: Não prestei atenção no que dizia, mas era uma mulher que se chama Karla. – Não temos nenhuma pessoa próxima de nós com esse nome. Nem a sua secretária tem esse nome. Isso me incomoda. Solto meus braços sem deixar de olhá-la nos olhos.

Angélica: Mas, ele dizia algu... – Sou cortada pela voz do Otto entrando pela cozinha. Meu coração veio parar na minha boca. Sorte que estava de lado pra entrada da cozinha, assim ele não viu a minha cara assustada.

Otto: Boa tarde, meninas! – Mantive a mesma posição e a Paula também. Ela me olhava com um olhar terno, como se quisesse me confortar naquele momento constrangedor. Quando o Otto se aproximou de mim, ela voltou sua atenção pra mesma panela que já estava desligada, apenas disfarçando. Aproveito e faço o mesmo, estico as minhas mãos para pegar o suporte da salada que estava sobre a pia e ficar com o corpo de frente pra mesma. Sinto as mãos do Otto rodearem minha cintura até seus braços abraça-la por trás. Ele deposita breves beijinhos no meu ombro. Respiro fundo para respondê-lo tranquilamente.

Angélica: Boa tarde... O almoço já ta praticamente pronto. – Ele sorri atrás de mim. Me solta aos poucos e volta com o seu corpo, caminhando até a nossa mesa. Senta ali e começa a conversar sobre coisas que aconteceram até agora no seu dia. Eu mantive a minha posição, ainda de costas pra ele e de frente pra pia. Mexendo por mexer na salada em minhas mãos. Paula já estava transitando pela cozinha pegando os suportes necessários para por a comida e em seguida, colocá-la na mesa.