Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Otto: Gostaria o quê? – Ele começa a rir. Até para seu percurso pelo quarto, parando próximo da gente na cama. Agora olha pro Jaime, continuando: Eu gostaria que você não se intrometesse, Jaime, por favor.

Jaime: Ria. Até por que é bem engraçado mesmo uma pessoa que se diz homem deixar uma mulher sozinha no meio da noite.  Mulher essa que diz amar. – Jaime deixa explícita sua ironia na sua voz.

Otto: Você acha isso engraçado? Porque não viu como essa mulher acha engraçada uma noite em Acapulco que teve na sua vida. Que coisa, né? - Opa. Perai. Falar disso vai levar essa conversa pra outra direção. Percebo o Jaime cerrar um dos seus pulsos, por isso, levo uma das minhas mãos no seu braço, a deixando apoiada ali.  

Angélica: Vamos parar com isso? Eu não to vendo nenhum sentido nessa conversa. – Me intrometo. Não to gostando nada disso. Nem um pouco. E pra variar, eu sou ignorada.  

Jaime: Queira saber das coisas como realmente aconteceram e não em fofocas que lê ou contam por aí. – Por estar ao lado do Jaime, observava as expressões do Otto.

Otto: Não preciso disso quando ela mesma me contou. – To odiando essa sensação de falarem de mim como se não estivesse aqui.

Jaime: Se tivesse alguma hipótese de ter a traído, teria o feito quando era um moleque. E não agora que sou homem e não sei nem onde invisto meu dinheiro. – Os olhos do Otto mudam. Olham com desprezo pro Jaime.

De uma hora pra outra o Otto ameaça vir pra cima do Jaime e eu tenho que ficar no meio dos dois. Dou um passo longo pra isso enquanto abro meus braços, espalmando minhas mãos na altura do peitoral de ambos. O Jaime também se movimenta em direção ao Otto ao ver sua ameaça, mas para ao sentir minha mão naquela região. Com o meu corpo de frente pra porta, viro meu rosto pra olhar primeiro o Jaime e depois o Otto. Dizendo firme em seguida.  

Angélica: Parem, por favor! Chega disso. – São nessas horas que queria ser um pouquinho mais alta pra saber se me respeitariam ou me ignorariam do mesmo jeito que fazem agora.

Otto: Queira saber das coisas que realmente aconteceram.  – Ele imita a fala, a voz e o jeito do Jaime de dizer. Já que ele acabara de falar isso.

Jaime: Pode ter certeza que sei muito bem, Otto. Mas ao falar disso você não ri, né? – Isso me faz reparar na feição séria do Otto. Principalmente seu olhar.

Otto: Sabe o pior de tudo, Jaime? Que você é o quem diz que ama, mas ta iludindo ela tudo de novo. Depois eu que não sou o homem aqui. – Otto gesticula com uma das suas mãos enquanto aumenta o tom da sua voz.

Jaime: Você não sabe de nada, Otto. – Jaime também aumenta o seu tom de voz. Por vezes, fico com o meu rosto acompanhando a conversa de um lado e pro outro. Como se estivesse vendo um jogo de ping pong.  

Otto: Mas a idiota aqui vai ser ela se acreditar nas suas mentiras de novo... – O Jaime o corta com a voz bem alta. Inclinando seu corpo em direção ao dele.

Jaime: Chama ela de idiota de novo! – Eu tenho que pressionar firme minha mão contra o seu peitoral, quase enfiando meus dedos por aquela região. O pior, que o Otto também vem pra cima do Jaime. To ficando sem forças. Sério. E isso me da vontade de chorar.  

Angélica: Ya! Chega! – Decido gritar. Acredito que faz tempo que estamos gritando porque não demoro pra ver o corpo da Paula chegando próximo do meu quarto com uma expressão assustada em seu rosto. Agradeço aos céus por ela ter aparecido. Digo rápido ao vê-la entrar no quarto: Paula me ajuda. – Digo em um tom de suplico. Não tinha nem forças pra segurar o corpo deles e nem pra segurar o meu choro.

Paula: Guadalupe do céu. – A Paula percebe a situação do quarto e rapidamente se posiciona ao lado do Otto, segurando firme um dos seus braços. Isso me faz relaxar um pouco e agora só ter que segurar o corpo do Jaime.  

Otto: Não pensa que pode vir na minha casa e vir me dar ordens. – Otto fala alto enquanto inclina seu corpo em direção minha e do Jaime. A Paula tem que segurá-lo pelo braço e puxa-lo pra trás.

Jaime: Sua casa? Sua casa por que você gasta o dinheiro dos outros... Perde tudo que uma pessoa conquistou em anos. – O Jaime não fica pra trás no seu tom de voz alto. Da mesma forma que a Paula, fico com as minhas mãos segurando o braço dele, puxando-o pra trás.

Otto: Cala boca, Jaime! Você nem sabe do que ta falando. Não sabe de nada! – O Otto grita. As conversas estão tão altas que nem eu to escutando meus próprios soluços. Odeio não ter força e nem moral suficiente pra acabar com uma briga totalmente desnecessária dessa.  

Jaime: Ah, agora é cala boca? Não vai rir? Ri agora se tem coragem. Ria! – Gritos. E mais gritos. Mais uma vez eles forçam seus corpos um em direção ao outro e eu e Paula temos que segurá-los. Eu já estou em prantos. Otto acaba cruzando seu olhar com o meu. Eu o olho com uma expressão de suplico pra terminar com aquilo; ele entende.

 Otto: Quer saber? Vocês se merecessem. Venho buscar o que ta faltando quando não estiver com suas visitas. – Ele mantém seu olhar no meu. Está com um olhar fundo e frio. Do mesmo jeito que sua voz: Só te digo mais uma coisa, Angélica: esse idiota trai todas suas mulheres; até com quem ele ta casado ele trai. Qual a garantia que tem de que ele não vai fazer isso com você de novo? – Diz se desvencilhando das mãos da Paula em seu braço. Continua: Vê se acorda a tempo dessa vez.

Fica com seu olho firme no meu por alguns instantes antes de virar seu corpo e sair determinado no quarto. Percebo que já parei de chorar que nem uma retardada. Fica um silencio que só é quebrado pela respiração cansada da Paula e da respiração pesada do Jaime. A adrenalina vai diminuindo e isso me deixa zonza. Sinto a minha cabeça pesar ao mesmo tempo em que o mundo ao meu redor roda mais rápido que o normal. Aperto firme minha mão no braço do Jaime que me olha. Digo antes que ele dissesse alguma coisa.

Angélica: Paula, pega um copo de água pra mim, por favor. – Digo com a voz fraca. Odeio essas minhas tonturas. O Jaime finalmente muda sua expressão junto com a sua voz de até agora enquanto a Paula sai apressada do quarto.

Jaime: Ei, pequena, o que ta acontecendo? – Ele vira seu corpo de frente pro meu. Me segura firme nas laterais dos meus braços e me ajuda a sentar na cama que esta próxima dos nossos corpos. Dou pequenos passos até me sentar nela.  

Angélica: Pequena é o c@ralho. Qual o seu problema? O que aconteceu com você? – Meu estômago está embrulhado com a minha cabeça rodando. Sinto um suor frio na altura da minha nuca.

Jaime: Você não queria que eu ficasse quieto diante as coisas que ele te dizia, não é?  – É melhor eu me ajeitar. Arrumo alguns travesseiros e encosto as minhas costas nele. Jaime ajuda colocar meus pés pra cima da cama, segurando firme minhas pernas.  

Angélica: Não tinha que dar moral pra ele, Jaime. Ele ta chateado. Só isso! – Antes que pudesse desviar meu olhar pro dele, a Paula chega ao quarto. Desvio meu olhar junto com o meu rosto pra olhá-la e sorrio em agradecimento ao segurar o copo. Começo a beber bem devagar.

Jaime: Mas isso não da o direito de te insultar. – Depois de beber um pouco, fecho meus olhos. Respiro fundo. Ele diz em seguida com a voz preocupada e sentado-se ao meu lado na cama: Não é melhor te levar em um médico, Angie?

Angélica: Você sabe que tenho essas tonturas quando baixa minha pressão. – Balanço a cabeça negativamente conforme o respondo.

Paula: Ela não comeu nada até agora, seu Jaime. E quando cheguei, a cozinha estava exatamente do jeito que deixei. Ou seja, também não comeu nada ontem de noite. Deve ser por isso que ta desse jeito. – Escuto a voz da Paula preocupada, mas fico com preguiça de olhá-la. Meus olhos estão tão pesados.

Jaime: Por que ta sem comer esse tempo todo? – Pelo tom da sua voz, deve ter voltado sua atenção pra mim. Decido abrir meus olhos pra olhá-lo.

Angélica: Porque não tive fome. E eu comi na sua casa ontem. – Dou de ombros com o seu olhar firme no meu. Ele pensa por alguns instantes.

Jaime: Isso faz muito mais de doze horas, Angélica. – Ele me olha feio. Vira seu rosto e olha pra Paula, desviando sua atenção da minha: Traz algumas frutas, por favor, Paula.

Angélica: Não... – O Jaime me corta.

Jaime: Sim, Paula. Por favor! Ela ta com falta de sangue nessa cabeça agora, nem ta pensando direito pra falar alguma coisa e muito menos pra ser teimosa. – Ele continua olhando pra Paula que abre um sorriso pra ele.