Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Já estávamos embaixo da água tomando banho. Agora de verdade. Dividíamos o chuveiro conforme a necessidade de cada um usá-lo. Saio primeiro do box ao terminar de lavar meus cabelos. Com as pontas dos dedos seguro minha toalha ao esticar o braço e tira-la do gancho ao lado de fora do box. Passo a toalha envolta do meu corpo depois de enxuga-lo com os olhos do Jaime me acompanhando. Sorrio com isso e caminho pra fora do banheiro, dou a breve curva que tenho que fazer pra entrar no closet e decido colocar de uma vez uma camisola. Já deve ser bem tarde e não pretendo sair de casa. Nem pagando eu sairia de casa agora. Escolho a primeira camisola e a primeira calcinha que vejo.

Saio do closet e ando determinada pro criado mudo ao lado da minha cama. Me sento nela conforme mexo na minha rede social. Entro nos sites dos fãs clubes primeiro, me sentindo cada vez mais amada por eles. Como é gratificante esse carinho. Depois volto pra rede social e respondo alguns amigos próximos por mensagens privadas. Enquanto faço isso, percebo o Jaime sair do banheiro. Ele se aproxima do meu corpo e senta também na cama ao meu lado. Quando o faz, viro meu rosto e percebo que está com sua calça e a camisa com os botões todos abertos. Os seus cabelos molhados estão pra trás como se estivesse de gel. Volto com a minha atenção pro celular. Vejo de canto de olho que ele estica seu pescoço pra olhar o que faço. Começo a ver minhas notificações e não demora pra estarmos rindo das coisas que postam sobre nosso respeito. Ele às vezes começa a mexer no meu cabelo ou cutucar minha bochecha. Isso me faz contrair um pouco o ombro, me desconcentrando.

Angélica: Para com isso! – Dou uma breve risada quando tiro meus olhos do celular e viro meu rosto para olhá-lo que esta sorrindo. Qual a necessidade de uma pessoa ter um sorriso desse?

Jaime: Já pensou em como vai ficar isso quando assumirmos? – Ele diz movimentando a sua cabeça pra baixo, direcionando-a ao celular que ainda seguro em minhas mãos. Esse pensamento me faz rir.

Angélica: Vai ficar uma loucura. Mas, vai ser mais loucura ainda se você não for pegar algo pra gente comer, sério... – Forço um biquinho no meu lábio inferior. Ele ri baixo com isso conforme aproxima seu rosto do meu e deposita um selinho demorado ali. Realmente to com fome. Muita, aliás.

Jaime: Eu vou, só que tenho que levar o maldito bolo. Talvez demore um pouco! – Ele diz conforme se afasta do meu rosto e fica de pé. Eu acompanho seus movimentos com o olhar.

Angélica: Tudo bem. Contando que volta com a minha comida! – Ele para aos poucos de sorri e parece que se concentra pra forçar seus olhos em minha direção. Cruza seus braços contra o peitoral.

Jaime: E eu por acaso posso voltar com a comida, né? Ou você quer que eu deixe e vá embora? Porque do jeito que ta falando, a comida é esperada com mais ansiedade nessa casa do que eu. – No meio da sua fala eu já estava rindo. Reviro os olhos ao me levantar e ficar com o corpo na frente do dele.

Angélica: É claro que é pra você vir e ficar. Ficar o quanto quiser. – Termino de me aproximar do seu corpo, deixando as minhas mãos apoiadas em seus braços cruzados. Ergo meu rosto para olhá-lo nos olhos e ele me correspondendo abaixando o seu.

Jaime: Gosto quando é direta assim! – Ele finalmente para de segurar seu sorriso enquanto solta seus braços. Inclina rápido seu rosto em direção do meu e deposita selinhos ali. Diz em seguida: Vou lá então, antes que... – Sua voz é cortada pelo som do seu celular.

Mais uma vez reviro meus olhos e afasto do seu corpo. Dou os breves passos pra trás e sento novamente na cama. Assim solto de uma vez o seu corpo. Ele leva sua mão de encontro com o seu celular no bolso e da mesma forma que eu, revira seus olhos ao olhar pra tela do celular. Ele apenas direciona sua cabeça em direção ao celular e eu sorrio sem mostrar os dentes, lhe confortando pela situação. Ele vira seu corpo e sai do quarto, anda pelo corredor ainda sem atender o celular. Desce as escadas e assim o perco de vista. Escuto bem distante a porta fechando. Suspiro ao ficar sozinha novamente. As coisas estão tão confusas. Uma hora to casada, depois não estou mais. Depois, uma hora o Jaime ta aqui e depois já tem que sair pra atender sua mulher. O pior é que vou ter que aprender a lidar com isso e ter muita paciência, porque filho é pra sempre. Querendo ou não, a Heidi será frequente na vida dele. Principalmente nessa fase de gravidez. Respiro fundo.

Enfim. Vou mudar de pensamento. Não quero ficar pensando nessa mulher agora, muito menos depois de ter tido um momento incrível com ele. Só de pensar nisso meu sorriso é inevitável. Ainda fico impressionada de como as coisas se tornaram cada vez mais intensas entre nós. E isso é bom. Isso é ótimo. É maravilhoso. To me sentindo bem, feliz. Tenho que buscar isso na minha vida. Por isso vou me entregando cada vez mais pra esse homem. Claro que ainda tenho certos receios, mas quando to com ele é tudo tão sincero. Tudo fica com uma paz inigualável que me faz esquecer tudo e de todos. Todos mesmo. Faz tempo que o Otto não domina meus pensamentos. Infelizmente, desde a homenagem no México, na primeira vez naquele banheiro, não penso mais nele como antes. Pelo ao contrário. Meus pensamentos estão exclusivos do Jaime. E tenho que assumir isso. Não adianta mais negar. Tcs. Esses banheiros.

Balanço a cabeça negativamente com um sorriso largo nos lábios conformo me ajeito na cama. Me sento sobre ela com as pernas cruzadas em forma de índio e assim fico com uma posição mais confortável pra continuar mexendo no meu celular. Tinha tanta coisa pra responder. Aproveitar esse momento sozinha pra isso. Claro que não vou deixar meu email de lado, ainda mais que espero ansiosamente por um email da Marta. E hoje tem. Um mais do que especial. Começo a ler esse email e fico surpresa e feliz. Pela primeira vez desde que conversei com ela, fico interessada e muito em uma proposta. Até porque, já trabalhei nessa peça de teatro e voltar a fazer parte desse elenco maravilhoso com uma turnê pelos EUA, seria melhor ainda. Ela me explicou pelo email bem por cima como seria as coisas. Por eu conhecer o trabalho, fica mais fácil entender o que ela me dizia. Marquei os números que tinha que marcar e a respondi. Só não ligo pra ela nesse momento porque nem sei por onde anda; não quero incomoda-la.  Amanhã com mais tempo ligo pra saber mais detalhes. Uau. Isso me deixa realmente animada.

E é impressionante como quando a gente ta assim, feliz e bem, o tempo passa voando. Não demoro pra escutar o barulho da porta lá embaixo abrindo. E pela fome que eu to, também não demoro pra já estar no meio das escadas, cruzando com o meu olhar no do Jaime ao ver o seu corpo parado próximo da porta. Ele sorri largo ao meu olhar. Seu olhar não demora pra cair pelo meu corpo e isso sempre me desconcentra. Ele geralmente faz isso quando estou no meio da escada. Não sei qual é o problema dele em querer me ver cair. Termino a escada mais concentrada do que o normal e caminho na sua direção que continua parado, mas agora já próximo da escada. Escuto sua voz ecoando pelo cômodo.

Jaime: Alguém já te disse nessa vida o quão linda fica de camisola? – Acabo sorrindo envergonhada quando paro na frente do seu corpo. Faço uma expressão de pensativa e o respondo em seguida.

Angélica: Já sim... Uma vez já me disseram. Mas, fazia tempo que não ouvia isso dele mais uma vez. – Ele ri e eu rio, claro. Nossas risadas se misturam e isso sempre faz meu coração pular forte contra o peito.

Jaime: Esse cara que te disse isso é muito do inteligente. Culto. Sabe das coisas. Ta por dentro das paradas... – Eu o corto.

Angélica: Tá, tá, tá. Chega disso, vamos comer, por favor. – Rapidamente estico meus braços e seguro a sacola que ele segurava em suas mãos. A trago junto do meu corpo conforme o viro pra caminhar em direção da cozinha.

Jaime: Mas quanta violência, mozão. – Solto uma risada alta ao escutar o que me diz, mas continuo meu trajeto pra cozinha.

Não demoro pra sentir os seus braços enlaçando a minha cintura e assim seu peitoral encostar em minhas costas conforme andamos abraçados. Meu corpo se aconchega em seus braços. Apoio a minha cabeça no seu ombro e dou passos largos pra que andemos nessa posição sem problemas. Deixo a sacola em cima da mesa quando me aproximo dela e em seguida me desvencilho do seu corpo pra poder pegar os utensílios necessários pra nossa janta. Ele acompanha meus movimentos com o olhar conforme se senta na cadeira.  Lembro de questioná-lo.

Angélica: Achou o bolo? – Ele olha firme pros meus olhos quando escuta a minha voz. Eu viro meu rosto em sua direção pra fazer o mesmo conforme atravesso a cozinha de um armário pro outro.

Jaime: Achei. Mas a minha querida ex mulher já tinha perdido a vontade. – Deu com os ombros ao entortar os lábios.

Angélica: Não é de se espantar ela fazer isso. Ainda mais agora que com os hormônios tudo fique mais intenso.  Uma hora ta afim, em seguida, já não está. – Termino de colocar o que faltava sobre a mesa e me sento, de frente pra ele.