Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Abro um sorriso largo nos meus lábios quando vejo minha mãe puxando sua mala saindo da sala de embarque do aeroporto. Nossos olhos se cruzam e minha mãe corresponde ao meu sorriso. Ai, que saudade dessa mulher! Parece que faz anos que não a vejo. Conforme ela se aproxima de mim, abro meus braços quando finalmente consigo abraça-la. Ela me aperta bem forte com os seus braços envoltos da minha cintura e os meus envolvo o seu corpo na altura dos seus braços. Aos poucos ela me solta e eu também o faço, ficando com o corpo rente ao dela. Dizemos praticamente juntas.

AngelicaS: Como você tá? – Rimos com isso. Ela traz uma das suas mãos na altura do meu rosto e acaricia brevemente minha bochecha.

Maria: Como você ta, minha menina? – Eu sorrio com esse carinho sem deixar de olhá-la nos olhos.

Foi diferente responder essa pergunta pra ela depois das coisas que aconteceram desde que voltei do México e eu e ela tivemos essa oportunidade de ficarmos frente a frente assim. Eu to bem. To ótima. To feliz. E agora respondo isso pra ela de coração aberto. Totalmente sincera. E claro que minha mãe percebe a minha felicidade. Logo, já esta querendo saber de tudo e eu conto por cima no caminho que faço com ela pra sair dali. A ajudo com a sua mala, puxando-a com a minha mão enquanto meu braço livre abraça minha mãe, passando-o pelas suas costas. Mantenho ela bem pertinho de mim, caminhando por todo o salão, nos direcionando para o estacionamento. Ao chegarmos, caminho com ela até o carro do Jaime, que esta nos esperando do lado de fora do carro, encostado com o corpo próximo do porta-malas. Ele abre um sorriso que me faz soltar um suspiro baixo quando nos aproximamos. Aos poucos solto o corpo da minha mãe quando finalmente estamos próximos.

Jaime: Olha, se o tempo faz bem pra alguém nesse mundo, esse alguém é Angélica Maria! – Minha mãe solta uma breve risada conforme se aproxima mais do corpo do Jaime para cumprimenta-lo.

Maria: É bom mesmo saber como agradar sua futura sogra daqui em diante. – Isso me faz revirar os olhos, mas sorrio, pois eles dão um breve abraço em cumprimento.

Jaime: Isso não será nenhum problema pra mim. Te garanto! – Ele diz com o corpo frente ao dela novamente. Minha mãe sorri e vira seu corpo em direção ao meu, dizendo.

Maria: Mais galanteador do que nunca, não? – Rio baixo e confirmo com a cabeça quando desvio meu olhar do dela pro dele.

Angélica: Nem me fale. Ele ta impossível! – Sorrio largamente e ele corresponde esse sorriso. Me fazendo parecer uma idiota apaixonada na frente da minha mãe. Tcs.

Maria: Bom, vamos? To cansada. – Ela desvia seu olhar de mim pro do Jaime. Ele movimenta positivamente a cabeça dizendo.

Jaime: Claro. Fique a vontade... O carro já ta aberto. Só vou guardar a mala aqui. – Minha mãe sorri em agradecimento enquanto caminha pra lateral do carro e abre a porta traseira, entrando em seguida.

Jaime se aproxima de mim com um sorriso de canto nos seus lábios e nesse momento percebo que continuo sorrindo feito uma babaca pra esse homem no meio de um estacionamento do aeroporto. Ao ficar na frente do meu corpo, deposita um rápido selinho em meus lábios enquanto sua mão alcança a mala da minha mãe. Vira seu corpo e abre o porta-malas para guardar a mala ali. Eu me adianto e faço o mesmo caminho que a minha mãe. Caminho pela lateral do carro até entrar pela porta do passageiro. Não demora muito, Jaime o faz também, sentando ao meu lado.

-Tic-Toc-

Abro a porta de casa e entro, seguido do corpo da minha mãe e depois de alguns instantes do Jaime trazendo a mala dela. Fecho a porta atrás de mim enquanto acompanho os movimentos da minha mãe por dentro da minha casa. Ela nunca tinha vindo aqui antes, por isso, ela ta observando tudo que encontra pelo caminho. Entra pra sala de visitas e continua suas vistorias, ao fazê-lo, fico sozinha com o Jaime no hall da entrada. Ele solta a mala da minha mãe em um canto, próximo da escada, e vira seu corpo pra mim. Se aproxima aos poucos, sempre com esse sorriso desgraçado em seus lábios. Para na frente do meu corpo, traz suas mãos em meus braços e os alisa com as palmas.

Jaime: Vou deixar vocês a sós, tudo bem? Imagino que o clã das Angélicas quer conversar. Só vou deixar a mala dela lá em cima. – Eu sorrio terna pra ele. Realmente queria ficar um pouco sozinha com a minha mãe, até porque, pelo jeito que a conheço, sei bem que quer me encher de perguntas.

Ele mantém seu sorriso quando inclina seu rosto em direção ao meu e deposita um beijo lento na minha testa. Solta meu corpo e volta sua atenção novamente pra mala, subindo com ela pelas escadas. Ao perdê-lo de vista, caminho até a sala de visitas e observo minha mãe olhando alguns portas retratos sobre uma mesinha própria pra eles. Ainda tem fotos do Otto ali, principalmente do nosso casamento. Isso me fez bufar baixo por ainda não ter tirado isso. Minha mãe vira seu corpo quando percebe minha presença pela bufada. Continua segurando o porta retrato do meu casamento quando me diz.

Maria: Parece que foi ontem. – Ele deixa o porta retrato no lugar depois de olhá-lo mais uma vez. Continua seu percurso pela mesinha.

Angélica: Credo, mãe. Ta falando como se ele tivesse morrido! – Cruzo meus braços e os aliso com as palmas das mãos pelo arrepio que esse pensamento me causa.

Maria: As coisas vão ser bem diferentes agora. Sabe disso. – Minha mãe está de costas pra mim pela forma que é a posição da mesa na sala. Sinto a presença do corpo do Jaime atrás de mim que logo confirma ao escutar sua voz.

Jaime: Bom... To indo. Mais tarde eu volto. – Ele diz um pouco baixo, como se quisesse que só eu escutasse. Sinto seu sorriso e em seguida seu corpo se afasta do meu. Acompanho seus movimentos com o olhar até fechar a porta.

Angélica: Vamos lá, comece com o interrogatório, dona Angélica. – Continuo com os meus braços cruzados enquanto me aproximo do sofá que fica ao lado oposto da mesinha em que ela estava.

Maria: Não tenho interrogatórios, minha filha. Só quero que seja feliz, sabe muito bem disso! – Ela vira seu corpo pra me olhar com um sorriso terno em seus lábios.

Angélica: Mesmo a gente falando sobre Jaime Camil? – Entorto meus lábios pelo medo da sua resposta. Ela continua sorrindo quando se aproxima do meu corpo. Senta do meu lado no sofá. Sou obrigada a virar um pouco o corpo para olhá-la melhor.

Maria: Você ta confiando nele? Acredita no que ele está te dizendo, te propondo, te fazendo sentir? – Ela diz deixando uma das suas mãos apoiadas sobre minha coxa.

Angélica: Muito...Eu acho que to amando ele como nunca tinha amado antes. Você sabe que naquela época da novela foi tudo muito intenso, rápido e nós dois éramos imaturos pra certas coisas. – Paro pra pensar alguns instantes naquele tempo. Respiro fundo quando continuo: Agora eu to sentindo que ta diferente. Não sei... Só o fato de ter passado anos e ainda continuarmos com esse sentimento, demonstra pra mim que vale a pena tentar de novo, mãe.

Maria: Certo. E o Otto? Disse ou fez mais alguma coisa depois daquele dia em seu quarto? – Ela me olha firme nos olhos, concentrada nas minhas palavras e expressões.

Angélica: Na verdade, não... – Acabo soltando uma breve bufada por lembrar daquele dia. Continuo em seguida: Eu não tive oportunidade ainda de falar sério e direito com ele. Todas as conversas que tive, foram a base de gritos e insultos de ambos os lados.  E ele ter visto o Jaime aqui só piorou a situação, né? Não sei agora quando vou voltar a vê-lo, mas também não vou procurá-lo. Vou deixar que tenha seu tempo.

Maria: E aquela mulher do Jaime? – Ela menciona a Heidi com um tom de desprezo em sua voz. Isso me faz rir. Ela acaba rindo baixo também.

Angélica: Ela ta grávida. Deve ta mais insuportável que o normal com ele, e ele ta sendo bem atencioso com ela. Pelo menos é o que demonstra. Quer dizer, às vezes deixa ela falando sozinha no celular ou não a atende... – Isso faz a minha mãe rir um pouco mais alto. Ela ta bem da maldosa, viu. Continuo: Mas se continuar tudo dando certo entre mim e o Jaime, é alguém que vai estar presente nas nossas vidas. Infelizmente. E eu não posso fazer nada, pelo ao contrário... A criança não tem nada a ver com tudo isso.

Maria: E o filho é dele mesmo, né? – Agora eu rio. Chego a inclinar minha cabeça pra trás com a risada que ecoa pela sala. Minha mãe acaba rindo comigo.

Angélica: Mãe, o que ta acontecendo com você? – Digo conforme me recupero voltando a olhá-la nos olhos.

Maria: Eu não confio nela desde o primeiro momento que a vi. Sempre te aconselhei a fazer o mesmo. – Ela fica séria novamente.

Angélica: Isso é uma coisa que eu não posso responder por você. Eu não sei! Acredito que seja dele... – Dou de ombros. Realmente não me importa nada que venha dessa mulher, ainda mais pela raiva que sinto dela de ter se intrometido na minha vida com o Otto.

Maria: O Jaime deveria ficar atendo com isso, filha. E nem em ultrassom hoje em dia da pra confiar. Na verdade, o ideal é acompanhar de perto. Ir às consultas, ir aos exames. Estar presente. – Entorto a boca com esse pensamento dela. Isso significa ele ter que ficar mais tempo ainda com essa mulher.

Angélica: Não acredito que o Jaime se enganaria fácil assim. E ela o ama, mãe. Pelo jeito, ela o ama muito! Não teria coragem de traí-lo. – Sorrio um pouco nervosa ao pensar nessa hipótese.

Maria: Exatamente por amá-lo dessa forma que os dois devem ficar bem atentos com ela! – Ela diz firme com o olhar firme nos meus. Aos poucos um sorriso nasce em seus lábios e ela se levanta, ficando em pé na minha frente: Agora vou descansar um pouco, meu amor. Depois quero conhecer tudo por aqui, tá? – Inclina rapidamente seu corpo pra baixo e deposita um beijo no topo da minha cabeça.