Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Xxxx: Angie? – Ele percebe a minha dificuldade em assimilar sua presença e por isso volta a dizer: Posso entrar?

Angélica: Claro... – Digo dando um passo pro lado e assim oferecendo o caminho pra ele passar. Ele diz enquanto o faz.

Xxxx: Obrigado! – Sorri e eu acompanho seus movimentos com o olhar até poder fechar a porta atrás de mim.

Angélica: Não tem que agradecer de nada, Otto. A casa é sua também! – Eu to um pouco confusa. Não sei muito bem como me dirigir a ele. Não sei se ainda ta bravo ou não.

Otto: Bom, pela sua voz, não deve ta entendendo nada, né? –Ele ri baixo enquanto vira seu corpo de frente pro meu que já esta mais perto do dele.

Angélica: Mais ou menos isso. – Acabo rindo baixo também. Escuta-lo assim calmo e descontraído me tranquiliza. Pelo menos da a impressão que não está mais bravo.

Otto: Eu vim pegar algumas coisas minhas que estão faltando e ter uma noção do quanto vou precisar tirar do escritório pra saber o tamanho do caminhão que alugo. – Ele diz tranquilo e com o olhar firme no meu.

Angélica: Não precisa tirar suas coisas do escritório. Aliás, não quero que se incomode com isso. Eu posso medir pra você e alugar o que precisar. – Digo com o mesmo tom para ele.

Otto: Jamais te pediria algo assim. Na verdade, não era nem pra eu fazer isso, mas tinha que vir pelas roupas que faltam levar, então já aproveito. – Ele diz dando de ombros, mas sorri largo.

Angélica: Certo, tudo bem, então... – Nossas atenções são desviadas com o corpo da minha mãe chegando ao hall junto com a sua voz.

Maria: Mas que surpresa boa! – Otto rapidamente vira seu corpo ao escutar sua voz e sorrindo da um abraço rápido na minha mãe ao ficar com o corpo na frente do dela.

Otto: Eu que o diga! Nunca imaginaria te encontrar por aqui hoje. – Ele diz já de frente pra ela novamente.

Maria: Vim passar uns dias com a minha filha. Ela estava se sentindo um pouco sozinha! – O sorriso do Otto desaparece dos seus lábios. Minha mãe também, olha. Desnecessário falar sobre isso agora.

Otto: Aliás, me desculpa por isso, dona Angélica. – Ele leva suas mãos na altura dos braços da minha mãe e os segura quando continua: De verdade!

Maria: O dinheiro não era meu, meu querido. Não é pra mim que tem que pedir essa desculpa! Mas de qualquer forma, por mim está desculpado. – Minha mãe sorri terna pra ele e aos poucos vira seu corpo pra voltar à cozinha. Me da uma olhada antes de sair dali e eu sorrio em uma forma nossa de dizer que ta tudo bem.

Otto: É verdade? – Ele vira seu corpo em direção ao meu novamente. 

Angélica: O que? – Digo com os nossos olhares cruzados.

Otto: Que ela está aqui pra não se sentir sozinha? – Ele diz com uma expressão um pouco triste.

Angélica: É sim. Ela resolveu vir depois que contei o que aconteceu. Não pedi nada, ela quem quis! – Decido sorrir pra tranquiliza-lo.

Otto: A gente pode subir pra conversar? – Sua voz está com um tom de duvida. Acredito que ele tem medo da minha resposta.

Sorrio mais uma vez terna pra ele e então decido caminhar em direção as escadas como resposta. Subo-as seguida do seu corpo atrás de mim que entendeu o que quis dizer ao fazer isso. Passamos pelo corredor e em seguida já estávamos no quarto. Aproveito que to na frente dele e ele não pode ver meu rosto para fazer uma expressão de “0fodeu0” quando a primeira coisa que vejo ao entrar no quarto é a cama nova.  Mas, essa expressão é logo desfeita quando lembro nessa manha com o Jaime nessa cama. Não tenho que ficar com medo de nada agora, muito menos de assumir que to com o Jaime. E o Otto é bem inteligente pra não ter alguma dúvida sobre isso. Paro o corpo e o viro quando escuto sua voz atrás de mim.

Otto: Gostei da cama. – Ele diz em um tom alegre com um sorriso nos lábios.

Angélica: É... Resolvi trocar. – Sorrio sem mostrar os dentes por já começar com mentiras essa conversa. Tenho que parar com essa mania de mentir só pra não machucar a pessoa.

Otto: Bom, enfim... – Ele muda sua expressão. A deixa um pouco mais tensa: Na verdade eu não sei nem por onde começar, Angélica.

Angélica: Eu sei... – Respiro fundo quando dou breves passos até parar mais perto do seu corpo. Levo minhas mãos na altura das mãos dele e as seguro quando digo com o olhar firme no dele: Me desculpa, Otto! Não só pelo o que aconteceu comigo e com o Jaime, mas por tudo... Pelo jeito não fui uma mulher ideal pra você. E quero que do fundo do coração me desculpe! – Ele me olha com atenção.

Otto: Mas você não tem que pedir desculpa de nada, muito menos por achar que não foi a mulher ideal pra mim. Aliás, você ainda é a mulher ideal pra mim... – Ele diz com os olhos nos meus e suas mãos agora segurando firme as minhas. Logo continua: Eu que preciso pedir desculpa por não ter confiado em você suficiente pra ter te dito o que realmente estava acontecendo comigo. Depois que sai daqui, tive tempo suficiente pra perceber o quão imaturo fui ao pensar que você não deveria saber de nada. A prova disso foi que te perdi...

Angélica: Otto, não vamos confundir algumas coisas... – Paro de dizer por alguns instantes tentando buscar as palavras certas. Continuo: O que aconteceu comigo e com o Jaime, não tem nada a ver contigo. Parece bem clichê dizer uma coisa assim, mas o problema em momento algum foi você.

Otto: Mas o que fiz contigo também não foi certo. E você teve todo o direito de usar esse argumento pra acabar tudo. – Ele mantém seus olhos nos meus.

Angélica: Eu acho que usei esse argumento pra ter coragem em assumir algo que nunca saiu de dentro de mim... –Acabo desviando meu olhar do dele. Solto nossas mãos quando as trago na altura do meu rosto as passo por ali: Quando eu e você nos conhecemos, eu fiquei encanta com o seu jeito. Com a sua forma de enxergar as coisas... – Volto a olha-lo nos olhos: Você trouxe a paz de espírito que eu precisava. Por anos eu tentei namorar outras pessoas pra esquecer ou pelo menos tentar disfarçar o que ainda sentia pelo Jaime. E isso era torturante pra mim; era desgastante. Eu me sentia exausta por fugir de algo assim. E com você eu tive a tranquilidade de novo... – Meus olhos já estão mareados. Respiro fundo antes de continuar: Eu não pensava mais nele. Eu não tinha necessidade de procurá-lo, porque você me fez entender que eu não tinha que ficar procurando o Jaime nos meus namorados. E foi só contigo que eu percebi que o tempo todo fazia isso com eles. Mesmo sem querer. Fazia comparações totalmente desnecessárias e isso sempre me bloqueou para mantê-lo longe da minha cabeça. – As lágrimas já escorriam pelo meu rosto. Odeio não conseguir segurar o choro em um momento sério desse: Mas, eu só consegui tirar ele da minha cabeça, Otto... Eu não consegui tirar do coração... Me desculpa! – Termino a frase com falhas com a voz embargada.

Pronto. Assumir isso assim pra ele e pra mim foi o que precisava pra realmente começar a chorar. Levo uma das minhas mãos na altura da minha boca e a tampo enquanto o Otto da o passo que separava nossos corpos pra passar seus braços envoltos do meu corpo, na altura dos braços, e assim me abraçar firme. Com isso, apoio minha cabeça no seu peito e acredito que choro mais pelo peso que tirei das minhas costas. Essas semanas têm sido tão intensas que eu to em um nível emocional em que tudo fica mais forte. Não demoro pra sentir uma das suas mãos acariciando atrás da minha cabeça e isso me tranquiliza. Aos poucos, consigo controlar esse choro e assim inclinar meu corpo pra trás. Ele diz antes que eu.

Otto: Você não precisa pedir desculpa por amar alguém que não seja eu, Angélica. – Ele me olha firme nos olhos.

Angélica: Eu só não queria que as coisas tivessem sido dessa forma contigo. Eu tentei ao máximo te preservar, eu juro! – Correspondo esse olhar.

Otto: Eu acredito em você! E quero que também acredite que minha intenção nunca foi pegar seu dinheiro, ou fazer... – Eu o corto com um sorriso sem mostrar os dentes.

Angélica: Otto, a última coisa que quero é que se preocupe com isso. O problema nunca foi o dinheiro! Estamos frente a frente novamente e ele leva sua mão na altura do meu rosto e ali com o polegar enxuga minha bochecha.

Otto: Eu sei. Agora eu entendo que isso não foi o problema. Por isso volto a te pedir desculpa por não ter confiado em você! – Agora é ele quem sorri sem mostrar os dentes.

Angélica: Tá tudo bem, Otto. Os dois erraram, mas o meu carinho por você nunca vai mudar! Aconteça o que acontecer.  – Ele sorri e eu acabo sorrindo também.

Otto: O meu também nunca vai mudar. Eu te quiero mucho, Angie! – Mais uma vez sinto os seus braços envolta do meu corpo e agora correspondo esse abraço. Sorrio conforme me solto devagar. Ele logo se desvencilha de mim e caminha determinado pro closet: Bom, deixa-me ver o que ta faltando aqui.