Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Acordo com alguma coisa me incomodando na altura das minhas coxas. Lentamente levo as minhas mãos na altura dos meus olhos e os esfrego, abrindo aos poucos os olhos e entendendo o que estava acontecendo. Otto estava sentado na ponta dos meus pés, com uma bandeja de cama ao lado dele, acariciando suavemente uma das minhas coxas que estava pra fora da coberta. Ele sorri ao perceber que tinha acordado e então diz.

Otto: Tenho que sair para trabalhar, mas não queria ir embora antes que... – Ele da uma pausa, respirando fundo, olhando fixamente em meus olhos.  – Que me desculpe, amor! Eu não sei o que deu em mim ontem para mexer nas suas coisas. Isso realmente nunca aconteceu. Sempre tive repleta confiança em você, e isso não mudou. São as coisas do trabalho que... – Pode não parecer, mas eu o cortei primeiro. Me sento na cama, ficando com os olhos na mesma altura, podendo fixa-lo também.

Angélica: Sh... Não precisa me explicar nada. Eu entendo sua necessidade de espaço e vou te dar, amor. Quando você se sentir seguro para conversar comigo e se abrir, eu estarei aqui. Saiba disso! – Sorrio e então ele se levanta e se aproxima mais de mim. Leva suas mãos na altura do meu rosto e o segura firme. Deposita um selinho em meus lábios e em seguida continua.

Otto: Só preciso da sua paciência e seu carinho de sempre, meu amor. Só isso. – Sorrio para ele e dessa vez sou eu quem deposito um selinho em seus lábios. Ele então me solta e leva suas mãos de encontro com a bandeja.  A levanta e com os pezinhos da mesma encaixadas ao lado do meu corpo, fico com ela na altura do meu tronco. Sobre ela tem pães, algumas frutas, suco e uma rosa ao lado. Que foi o que mais me chamou a atenção. Seguro a flor pelo caule e suavemente aproximo a ponta do nariz em suas pétalas vermelhas para cheira-la... Deliciosa como sempre... Ele então complementa: Fiz para você. - Sorrio em agradecimento para Otto.

Angélica: Está lindo, meu amor. Obrigada! – Ele abaixa seu corpo novamente e me beija. Um beijo rápido que é terminado com selinhos. Desse jeito ele se despede para ir trabalhar. Fico então, sozinha no quarto com aquele café da manhã na cama. Enquanto desfruto dos meus pães, suco e frutas, penso... Ele não tocou no nome do Jaime. Certo. Disse sobre as mensagens, mas não tocou no nome dele. E de certa forma, foi um pedido de desculpa incompleto. Pelo menos estou me sentindo assim agora. Será que ele ainda tem alguma duvida sobre meus sentimentos? Apesar de que até eu estou confusa no momento. Seria difícil querer convencer alguém, sendo que nem eu estou convencida. Talvez seja por isso que esteja me sentindo tão...Pra baixo. Mas, conhecendo o meu marido, se ele estivesse incomodado com alguma coisa em relação ao Jaime, ele me diria. Certo? Errado. Ele não me conta mais nada ultimamente. Nada do que sente, do que acontece na vida dele. Isso só piora tudo... Pego a flor que deixei ao lado do meu corpo para comer, e a cheiro novamente, olhando para a parede em minha frente... Bom, prometo pensar melhor sobre isso na volta dessa viagem. Sentar e conversar direito com ele, sem discussões, sem Jaime e principalmente sem cortadas... Sorrio com esse detalhe e então termino meu café da manhã, deixando a bandeja de lado.

Salto da cama, e como toda manhã tomo uma ducha rápida pra tirar aquela sensação de sono. Saio enrolada na toalha hoje, sem roupão, e dessa forma entro no closet onde opto por uma roupa mais tranquila, já que só pretendo sair de casa para o aeroporto. Não demora muito e escuto a porta do meu quarto abrir e em seguida escuto a voz da Paula.

Paula: Dona, Angélica. Posso entrar? – Ela fala um pouco alto. Isso me faz sorrir.

Angélica: Claro, Paula. – Já trocada e perfumada, começo a separar algumas calcinhas e sutiãs que pretendo levar para o México. Nessa hora, Paula aparece na porta do closet segurando a bandeja que estava sobre a minha cama.

Paula: Já posso descer com a bandeja, senhora? – Ela me pergunta acompanhando meus movimentos com o olhar. Então me viro para responde-la com um sorriso.

Angélica: Pode sim, Paula. Obrigada! E Paula... Traz a minha mala, por favor? Pode ser a média. Assim me controlo pra não levar muitas roupas. – Sorrio e escuto sua risada baixa. Ela confirma com a cabeça e logo em seguida já estava de volto com a mala. Agradeço e então levo algumas peças de roupas para a cama e assim começo a arrumar minha mala, só faltando coisas que ainda usaria durante o dia.

Trazia alguns sapatos do closet para colocar na mala quando escuto meu celular tocando. Deixo os pares por cima da cama e aproximo do celular para pegá-lo... Quando vou parar de ficar com o coração desse jeito toda vez que vejo o nome dele na tela do meu celular?... Dessa vez ele está me ligando. Certo.  Respira, Angélica. Não tem nada demais falar com ele pelo celular.

Angélica: Oi, Jaime! – Respondo feliz. Sério. Estava sorrindo boba.

Jaime: Hey, hermana. Como está? Não me respondeu ontem, fiquei preocupado. – Sabe aquela sensação de gritar? Pois é. Isso que sentia nesse momento. Gritar alto e de felicidade. Além de se preocupar, ele queria que eu respondesse... Foca. Disfarça, Angélica.

Angélica: Bom. Com a sua mensagem eu lembrei que precisava ligar para a minha mãe e o fiz em seguida, deixando meu celular de lado. Acabei esquecendo depois de te responder. Desculpa! – Não quis contar sobre a discussão com o Otto, até porque o Jaime não tinha nada a ver com isso. Mas confesso que não dava pra disfarçar pela minha voz meu desapontamento ao lembrar desta discussão.

Jaime: Você também esqueceu de outra coisa além do seu celular, Angie! – Ele diz mais sério agora. Isso acabou me preocupando. Por alguns instantes parei para pensar no que poderia ter esquecido além da sua mensagem, sendo que antes de dormir, eu confirmei que não tinha mais nada dele em meu celular. Até sentei na cama, meio encostada, apenas com a bunda para refletir sobre isso. Depois de um tempo, acabo retrucando.

Angélica: Não sei o que ta falando. Esqueci do que? – Pergunto curiosa.

Jaime: Que eu te conheço muito bem. E sei quando está escondendo alguma coisa de mim. Mesmo por celular. – Meu coração esta na boca novamente. Como ele consegue ter esse controle sobre mim? Sobre meus sentimentos, sobre minhas reações a cada fala sua. Que seja. É praticamente impossível eu esconder alguma coisa dele. Respiro fundo.

Angélica: Tive uns problemas com o Otto ontem. Ele acabou lendo suas mensagens e eu ainda não tinha contado sobre nosso encontro no shopping. – Abaixo um pouco o meu rosto, mexendo com o tapete embaixo do criado mudo com a ponta dos dedos dos pés.

Jaime: Mas vocês estão bem? – Ele realmente acha que daria esse gostinho de dizer que ainda continuo estranha com Otto por causa dele? Não senhor... Sorrio com esse pensamento e concluo.

Angélica: Sim. Estamos bem, Jaime. Conversamos e nos entendemos. – Ele suspira... Perai, ele suspira?... Fica um pouco silencioso do outro lado da linha, mas de repente o Jaime alegre e sorridente estava lá.

Jaime: Que bom, hermana! Eu quero te ver feliz. Isso que importa. Bom... Liguei mesmo pra saber se estava acontecendo alguma coisa e pra te desejar boa viagem hoje. Nos vemos amanhã, certo? Te quiero. – Em seguida ele desliga, sem que eu pudesse responder... Ele disse que me queria. Se antes já tava difícil de tirar ele dos meus pensamentos, imagina agora de ouvir novamente essas palavras saindo da sua boca? Sim. Novamente. Por muitas vezes ele disse isso pra mim. Atuando, sozinhos, com pessoas ao nosso redor, na frente de câmeras, na frente de familiares... Inclino meu corpo pra trás e assim deito metade do meu corpo sobre a cama, ficando toda largada ali, com o olhar agora fixo no teto... Depois de tanto tempo esperando, escuto essas palavras novamente. O problema que dessa vez eu sei pra onde essas palavras podem me levar. E pode ter certeza que não quero voltar para aquele lugar... Isso me faz sentar novamente, com uma expressão triste e assim deixo meu celular do lado... Perai, eu to triste por isso? Ah, Angélica, por favor. Hoje você vai ver sua mãe, amanha verá amigos que faz tempo que não os vê. To voltando pra minha cidade. Para de agir como uma adolescente. Naquela época, você ainda era uma menina, mas agora não. Agora já é uma mulher. Sua vida não gira mais em torno do Jaime... Me levanto da cama e decidida a não pensar mais sobre isso, e principalmente, sobre ele, termino de arrumar a minha mala.