Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Por mais perfeito que estivesse a banheira, não ficamos muito mais nela. Logo saímos dali e tomamos um banho pra podermos sair e aproveitar nem que seja um pouco da primeira noite aqui. Ele já me traz pro seu restaurante preferido da cidade. Eu não sei onde ele arranjou tanto tempo pra conhecer Santa Monica e até já ter um restaurante preferido. Enfim. Fico parada na frente do restaurante que fica bem no centro da cidade, portanto está bem movimentado. Tanto de gente na calçada como de carros pela rua. Aproveito essa espera pelo Jaime que foi estacionar o carro pra ligar pra minha mãe. Eu não queria tê-la deixada sozinha, mas ela junto com o Jaime, são imbatíveis no quesito de fazer o que querem. Quando eles se juntam então contra mim, não tem forma alguma de escapar. Tiro meu celular da minha bolsa de mão pra ligar pra ela, mas me afasto um pouco da entrada do restaurante que parece ter música ao vivo. Dou alguns passos discando seu número e já estou próxima da esquina que não fica longe do restaurante, podendo assim ver o Jaime caso ele apareça. Escuto o chamado do celular na minha orelha e logo atendem.

Maria: Oi, meu amor. – Sorrio ao escutar a sua voz.

Angélica: Onlá, mami. – Sinto que ela sorri também.

Na primeira oportunidade minha mãe já quis saber sobre tudo que fizemos até agora. Claro que não conto nenhum detalhe sórdido pra minha mãe, apenas digo sobre o que vi da cidade até agora. E mesmo vendo pouco e de noite, to gostando bastante daqui. É uma cidade movimentada, com vários lugares interessantes pra ir, do jeito que eu gosto. Aproveito e também pergunto como foi o seu dia junto com a Paula, o que fizeram. Ela me deixa claro que ta tudo sob controle em casa e que principalmente ela ta bem. Isso me tranquiliza. Ainda não to completamente satisfeita de estar aqui porque a deixei sozinha. Mas enfim, ela logo corta esses pensamentos ao rir, me contando o que fez hoje. Ela e a Paula estão se dando muito bem. Mas, logo tem que desligar porque estava se arrumando pra jantar fora. Minha mãe ta mais baladeira do que eu, se for pensar. Então o faço, né. Não sou estraga prazer de ninguém. Finalizo a chamada movimentando negativamente a minha cabeça com um sorriso nos lábios ao pensar nessas saídas da minha mãe.

Guardo o celular dentro da bolsa e ergo a cabeça novamente a procura do Jaime em frente ao restaurante. Que demora. Viro meu rosto pra olhar ao redor e meu sorriso desaparece quando vejo o corpo de uma mulher alta e morena conversando com uma loira que está de costas pra mim. Franzo minhas sobrancelhas. Eu conheço essa mulher de algum lugar. Por elas estarem próximas também da esquina, me aproximo até encostar com as costas em uma parede, não ficando na visão da morena. Escuto a risada delas seguido dos seus rostos se movimentando e é então que consigo identificar as duas. Sinto meu estomago embrulhar quando reconheço a Heidi conversando com a mulher que saiu do quarto do Jaime em Acapulco. Eu não quero pensar que isso é uma simples coincidência, porque no fundo eu sempre soube que nunca poderia confiar nessa Heidi. Não é a toa que eu e minha mãe nunca gostamos dela. Não to em condições de pensar em nada e nem quero fazer isso. A única coisa que quero é ver isso de mais de perto pra realmente acreditar.

E o faço. Desencosto da parede que estava encostada e assim caminho determinada em direção a elas até parar com o meu corpo atrás da Heidi. Dessa forma, eu fico na visão da morena que ao me reconhecer, fecha a sua cara que estava divertida, rindo. Ela faz algum tipo de movimento com a cabeça pra Heidi que ao entender, vira o seu corpo até ficar de frente pro meu. Da mesma forma que a morena, ela fecha sua cara, o que não é muito difícil de acontecer. Desvia seu olhar pro meu corpo, me medindo, como sempre o faz. Meu coração parece que vai sair pela boca. Sinto um misto de nervoso, com raiva, com confusão. Sou distraída desses sentimentos quando escuto sua voz firme.

Heidi: Vivi, nos falamos depois. – Ela diz com o olhar firme no meu e uma expressão de desprezo.

Violetta: Tem certeza, prima? – Ela diz se aproximando do corpo da Heidi, parando ao lado dela com o olhar também caindo pelo meu corpo. Qual o problema dessas adolescentes? Nunca viram uma mulher?

Heidi: Sim. Eu te ligo. – Ela vira seu rosto pra Violetta e deposita um beijinho rápido na sua bochecha.

Tenho que respirar bem fundo pra não vomitar agora. Até por que... Perai... Prima? Como assim prima? Depois de ter terminado com o Jaime por causa de Acapulco e tentado me aproximar da Heidi por causa dele, eu contei pra ela tudo que aconteceu e diversas vezes perguntei se ela conhecia essa mulher pelas características de modelo que ela tinha. Eu não sabia muito bem o porquê, mas sempre sentia que a Heidi conhecia essa mulher. E agora eu descubro que não só conhece como são primas? Foi o tempo dessa Vivi nojenta se afastar suficiente do corpo da Heidi que volta sua atenção pra mim, pra eu me aproximar do seu corpo e rapidamente levantar o meu braço junto com a minha mão que vai diretamente e firme contra o seu rosto. Eu nunca quis tanto dar um tapa na cara de uma pessoa como agora. E o faço com gosto. Depositando toda a minha raiva e angústia por anos sem saber quem era a desgraçada.

Angélica: Prima???? – Digo alto, quase gritando. Heidi se desequilibra um pouco por causa do tapa e aos poucos volta ao normal.

Heidi: Você ta louca? – Ela diz também em um tom alto conforme leva sua mão contra a sua bochecha que levou o tapa.

Angélica: Pode ter certeza que eu nunca estive tão sã na minha vida... – Eu tava pouco me importando onde estava. Só queria tirar esse desaforo de dentro de mim. E o faço com a minha voz bem alta: Você é a pessoa mais nojenta que existe!

Heidi: Nossa, Angélica, por favor... E você acha que eu me importo com a sua opinião? – Ela diz mais alto. Com os olhos arregalados.

Angélica: Eu me importaria e muito se fosse você! Eu acabo com isso que você chama de carreira, com a sua vida se eu quiser... Quem é você Heidi? Quem? Ninguém! – Digo alto. Não abaixo por nada meu tom de voz. Pelo ao contrário, to é falando bem firme pra desabafar tudo que realmente acho dela. E ela fica vermelha com o que digo. Continuo: Ninguém te conhece. Você não muda em NADA a vida de ninguém! Ninguém se importa com você, ninguém quer ficar com você... – Ela me corta com a voz alta.

Heidi: E quem é você, Angélica?  Você é uma 0vadia0 de quinta, que não sabe conquistar um homem... – Ergo meu braço instantaneamente e com a mão mais firme do que a primeira vez, bato novamente no seu rosto. Corto sua fala dessa forma, dizendo em seguida.

Angélica: Cala sua boca! – Eu nem seguro mais bolsa, mais o tom da minha voz, mais nada. Apenas desabafo: Eu nunca mais vou deixar você me humilhar. Você é a pessoa mais suja e baixa que conheci na vida.

Heidi: Afinal, ta bravinha porque, Angélica? Porque minha prima pegou na época o seu namorado? – Ela diz em um tom sarcástico enquanto se posiciona na frente do meu corpo novamente, já que mais uma vez se desequilibrou com o tapa.

Angélica: Você não merece o Jaime. Nunca mereceu... – Percebo que ela ia me responder e continuo com a voz mais alta, com nós duas quase falando ao mesmo tempo: Certeza que ele te tocava por dó.

Heidi: Cala essa sua boca! Você não sabe de nada do que o Jaime precisa ou não. – Ela diz estufando o peito, aproximando do meu corpo.

Angélica: Tanto sei que ele ta comigo agora. E isso não vai mudar... – Gesticulo apontando o dedo na cara dela, ainda com a voz firme e alta. Continuo: Desiste. Ele nunca foi seu e nunca vai ser!

Heidi: Não aponta esse dedo pra mim, sua 0puta0... – Ela diz dando um tapa na minha mão que faz com que ela abaixe.  Ela ta com um tom de voz bem bravo: E eu nunca vou desistir dele, entendeu? Nunca!

Angélica: Você é louca! Louca! – Repito o adjetivo bem alto e claro.

Heidi: Se ser louca é te deixar na merda por ter visto o seu namoradinho te traindo... Sim. Eu sou louca. Mas sou uma louca feliz por ter feito isso contigo! – Ela diz com um sorriso nos lábios. Um sorriso irônico que me tira do sério e mais uma vez parto pra cima dela. Dessa vez ela se protege, tentando segurar meus tapas que dou onde consigo.

Angélica: Tenta de novo então me deixar nessa merda... Tenta. Chama a família toda, ridícula! – Continuo com a voz firme e alta quando de repente ela para de se proteger. Pelo ao contrário, começa a tentar rasgar sua roupa, a puxando forte pra longe de si.

Ela para de fazer isso e não me responde mais, fazendo uma expressão de dor e de choro. Não demoro pra sentir uma mão me segurando firme pelo braço e me puxando pra trás. Sou obrigada a dar passos longe do corpo dela por não ter forças pra resistir a essa puxada. Desvio meu olhar pra ver quem era e o Jaime forçava meu corpo pra trás com a força do corpo dele. Paro de forçar o meu corpo em direção da Heidi quando vejo que é ele. Agora consigo perceber o quanto minha respiração estava exaltada junto com o meu coração que pulava forte contra o meu peito. Percebo que não estamos sozinhos ao virar um pouco o meu rosto e ver algumas pessoas olhando assustadas, rindo ou preocupadas em nossa direção. Minha atenção é desviada pela voz do Jaime.

Jaime: Ei, o que ta acontecendo aqui? – Antes que pudesse respondê-lo, desvio meu olhar pra trás do seu corpo e vejo Heidi sorrindo ironicamente, fazendo contagem regressiva com os dedos de cinco pra um. E só então, ela começa a chorar. Na verdade, começa a fingir que está chorando. E se Jaime não estivesse me bloqueando, com certeza outro tapa nessa cara falsa dela seria pouco.