Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

O Jaime solta meu braço quando escuta o “choro” da Heidi. Vira seu corpo e se direciona pra ela que agora, vendo de longe, ta parecendo mais louca que o normal. Com os cabelos bagunçados, a roupa toda torta, esgarçada. Realmente, quem não estava aqui pra ver o que de fato aconteceu, acreditaria nesse teatrinho lixo que ela ta fazendo. Essa chegada surpresa do Jaime foi o suficiente pra começar com as minhas tonturas. Agora toda vez que fico nervosa desse jeito, isso acontece. Essa sensação de mal estar é logo intensificada quando reviro meus olhos com o corpo do Jaime parado na frente do dela, olhando-a de cima pra baixo. Em seguida, fica entre nós duas, de lado.

Jaime: Afinal, que 0porra0 ta acontecendo? – Ele desvia seu olhar do dela pro meu, tendo que virar junto seu rosto ao fazê-lo.

Heidi: Ela ta louca, Jaime. – Ela é mais rápida e diz primeiro. Na verdade, mente primeiro. Eu tenho que respirar fundo pra não afundar minha mão na cara dela de novo.

Angélica: Não seja mais nojenta do que já é, Heidi. – O Jaime que tinha desviado sua atenção pra voz da Heidi, volta a me olhar com uma expressão surpresa.

Heidi: Ta vendo o jeito que ela me trata? Eu não faço nada.  –Eu não vou aguentar essa falsidade. Ameaço ir pra cima dela de novo e ela solta um berro enquanto o Jaime para o meu corpo com o seu, me bloqueando.

Angélica: Diz pra ele com quem você tava conversando, sua louca! – Estou aos berros de novo e apontando o dedo na direção dela da maneira que consigo por causa do corpo do Jaime.

Jaime: Angélica... Calma! – Ele diz com o olhar firme no meu e assim paro de forçar o meu corpo em direção ao dela. Ele continua ainda no meio de nós duas: Com quem você tava conversando, Heidi?

Heidi: Só com uma amiga... – Ela faz uma cara de choro.

Angélica: Meu Deus. – Reviro meus olhos. Mais uma vez tenho que respirar fundo pra não vomitar.

Heidi: Aí essa maluca chegou apontando o dedo pra mim, exatamente do jeito que ta fazendo agora... – Ela para sua fala pra tentar segurar um choro que não existe. Aponta o dedo na minha direção, como se estivesse dedurando alguém. Continua em seguida: Disse umas coisas horríveis, me bateu... – Ela é cortada pela voz do Jaime.

Jaime: Como assim te bateu? – Ele olha incrédulo pra mim.

Heidi: Olha bem pro jeito que eu to, Jaime... – Ela diz esticando seus braços pra longe do corpo, mostrando o estado das suas roupas. Eu que corto ela agora enquanto o Jaime volta a olhar pra Heidi.

Angélica: Eu não fiz isso em você, Heidi... Para de mentir! – Eu odeio quando fazem isso. Tenho uma vontade absurda de chorar. Me sinto tão frustrada.

Heidi: Ela me bateu... Na cara... diversas vezes... – Ela diz meio pausadamente por causa do seu “choro”.

Jaime: Você bateu na cara dela? – Ele que tinha voltado a olhar pra Heidi, já está com o seu olhar incrédulo pra cima de mim novamente.

Angélica: Bati, mas... – Ele me corta.

Jaime: Angélica do céu! – Ele me repreende com o olhar, voltando com a atenção pra ela quando volta a dizer.

Heidi: Me agrediu verbalmente também, Jaime. – Ela leva suas mãos na altura do seu rosto, tampando sua boca, “chorando”.

Angélica: Para com esse teatro, Heidi. – Minha voz continua firme e alterada, mesmo eu tentando controlá-la. Mas é muita mentira pra me manter calma agora: Diz logo a 0porra0 da verdade!

Jaime: Que verdade é essa que justifica você bater em alguém? – Ele novamente cai com o seu olhar sobre o meu.

Angélica: Era ela por trás o tempo todo, Jaime. – Desvio meu olhar pro dele. Abaixo o tom da minha voz, como se estivesse lhe contando um segredo: Ela tava conversando com a mulher que vi sair do teu quarto em Acapulco, é prima dessa mulher nojenta.– Aponto pra ela.

Jaime: E isso justifica você bater em uma mulher grávida? – Ele mantém seu olhar firme no meu com uma expressão confusa.

Angélica: Você escutou o que te falei? – Eu que agora expresso confusão. Percebo ela atrás só acompanhando nossa conversa enquanto continuo: Foi por culpa dela que ficamos esse tempo todo separados.

Jaime: Não, Angélica! – Ele diz prontamente e isso me pega de surpresa: A culpa foi minha e sua. Não dela. – Agora ele também gesticula, apontando pra ela: Minha por não ter te passado segurança suficiente pra acreditar em mim e sua justamente por não acreditar. Quantas vezes eu te disse que não tinha acontecido nada? Que eu não lembrava? – Fico olhando-o por alguns instantes antes de continuar.

Angélica: Mas não tinha como acreditar pelos fatos que eu vi, Jaime! – Fiquei tão desorientada com essa resposta dele que nem sei mais o que to respondendo.

Jaime: Então se não tivesse me perdoado, só agora que se tocaria disso? – Eu não sei o que responder pra ele. Realmente não sei. Fico com o meu olhar perdido no dele que expressa um certo desapontamento.

Heidi: Ela é escrota, Jaime! Não pensa nas coisas... – Somos desconcentrados pela voz dela. Volto a olhá-la. 

Angélica: Cala boca, pelo amor de Deus! – Não consigo mais conter minhas lágrimas. E choro de raiva.

Heidi: Ou então o quê? Vai bater numa mulher grávida de novo? – Ela diz bem alto o fato de estar grávida só para os curiosos saberem desse detalhe.

Angélica: Não mete essa criança no meio que você nem sabe de quem é o pai. – Sem querer solto a minha dúvida sobre essa gravidez dela. Ela ri sarcástica. Incrível como parou de chorar bem rápido. 

Heidi: Qual o teu problema? Inveja? – Ela coloca suas mãos na altura da cintura, me olhando firme nos olhos: Não tenho culpa se você nasceu ridícula desse jeito. Se não teve capacidade de ter um homem que fizesse um filho em você.

Jaime: Heidi, chega! – Ele vira o seu corpo em direção ao dela para falar bem alto e firme. Aproveito esse descuido dele e mais uma vez avanço pra cima dela.

Não consigo chegar muito perto do seu corpo que ao perceber que vai apanhar de novo, se afastou rapidamente e dando gritinhos, voltando milagrosamente a chorar na nossa frente. Os braços do Jaime envolta da minha cintura também me param. Ele me segura firme assim, o que dificulta a minha vontade de esfregar essa cara azeda de mentirosa dela no asfalto. Pela forma que ele me segurou, seu corpo está atrás do meu, me abraçando por trás me deixando sem tocar os pés no chão. Ele vira seu corpo pelo calcanhar e mais uma vez fica com o corpo entre o meu e da Heidi. Me solta enquanto continuo mesmo com o seu corpo me bloqueando mais uma vez.

Angélica: Você é a ultima pessoa no mundo que merece um filho. – Não consigo mais olhar pra cara de sonsa dela pelo fato do Jaime tampar a minha visão.

Jaime: Angélica, para! – Ele diz isso trazendo suas mãos na altura dos meus braços e ali os segurando firme. Me olha nos olhos.

Angélica: Me solta você também... – Me desvencilho do corpo dele me contorcendo um pouco pra finalmente me soltar. 

Jaime: Ela ta grávida, Angélica, por favor se controla... – Ele diz com um tom preocupado que me da mais vontade ainda de vomitar. Eu não sabia que tinha tanta capacidade de segurar um vomito.  

Angélica: E por causa disso vou ficar aguentando esses desaforos, Jaime? – Mais uma vez minhas lágrimas escorrem sem parar. Ele se aproxima mais uma vez de mim com as suas mãos direcionadas em meu rosto.

Jaime: Qual o seu problema, Angélica? Nada justifica você querer bater em uma mulher grávida.  – Eu dou um passo pra trás, desviando do contato dele com a minha pele. Agora é minha vez de olhar incrédula pra ele.

Angélica: Quer saber? Vocês se merecem! – Me afasto mais do corpo dele.